KURT
Mas que porra! Eu saí do quarto da minha Rosa — Calma aí… De onde isso saiu?! — me sentindo esquisito. Ela me fazia querer ficar perto dela, não só por razões sexuais, mas também… Ela me fazia bem. Eu ficava mais em paz perto dela.
“— Ela pode ser a nossa segunda chance…” — Thorin comentou, como quem não queria nada.
“— Não, ela não é. Isso de segunda chance é algo raro e depois do que eu passei com uma companheira predestinada, seria muita sacanagem me mandarem outra!”
Eu não queria falar sobre esse assunto, por isso, afastei Thorin para o fundo da minha mente. Caso contrário, depois de anos lidando com ele, eu sabia muito bem que aquele lobo ficaria, literalmente, falando na minha cabeça sem parar.
Quando cheguei na packhouse, já estava anoitecendo. Eu morava lá, agora. Antes, quando eu ainda era casado, optei por ter uma casa mais afastada, onde eu e a minha companheira poderíamos ter mais privacidade. Ela fez questão disso, na verdade, e eu não me incomodei.
Eu fui burro, isso sim. Ela queria privacidade pra poder me fazer de corno e tentar me matar! Fiquei completamente cego!
— Ah, chegou uma carta pra você — Finn falou, me entregando um envelope amarelado, com um selo vermelho. O Conselho. Mas que maravilha!
— Valeu! E já está anoitecendo… Vamos jantar e você pode ir pra casa.
— Certo — Ele respondeu, levantando as sobrancelhas e suspirando.
Eu sabia que Finn estava incomodado com algo, mas também entendia que ele não queria falar. Aquele ali não segurava a língua.
Melhores amigos se conhecem. Normalmente, os filhos do Alfa e do Beta do bando se dão bem e o ciclo se refaz. Ao menos com machos. Já as fêmeas, por serem mais competitivas, acabam não se comportando do mesmo jeito. Ainda mais que muitas filhas de Betas querem competir pelo posto de Luna, encontrando um Alfa para elas.
Nós fomos para a sala de jantar. Audrey e o pequeno Thomas já estavam de saída, como sempre. Eles comiam antes, por conta de ele ser muito novinho e não ser saudável que ele ficasse ouvindo o que não era para a idade dele. Além disso, apesar de ser falante comigo e com os pais, Tommy não gostava muito de ficar rodeado dos outros.
Eu me sentei na poltrona da cabeceira e nós começamos a comer. Eu só leria a droga da carta no envelope depois de comer. Por favor!
Já no meu quarto, eu rompi o selo e comecei a ler. Era só uma nota. Uma nota! Não uma carta! Eles estavam avisando que visitariam na semana seguinte, provavelmente para tratar sobre o casamento que eles estavam me obrigando a realizar. Velhos cretinos!
Eu coloquei o papel de lado e fui tomar o meu banho. A imagem de Rosa apareceu em minha mente enquanto eu pensava em casamento. Aquilo era uma loucura... Além de não a conhecer direito, ela era uma ômega! Eu provavelmente andava estressado demais.
Após alguns dias, e eu visitei Rosa todos os dias, finalmente chegou o dia de ela ser liberada. Eu fui buscá-la, claramente. Já tínhamos um quarto pronto para ela.
— Calma aí… E por que ela não ficará junto com os outros ômegas? — Finn me perguntou, quando eu estava terminando de abotoar a minha blusa e descendo as escadas da packhouse.
— Porque ela ainda não está familiarizada com os outros e com o bando. E, claro, ela não faz parte do Shadow Moon.
— E é exatamente por isso que ela não deveria ficar aqui! Ela não é de alto ranking e não é do bando!
— Eu preciso ficar de olho nela — Isso não era óbvio? — Ela é uma visita, Finn. Visita. Seria muito indelicado da nossa parte.
Eu vi no olhar do meu Beta que ele queria dizer algo a mais, porém, Finn manteve os pensamentos dele apenas para si. Eu imagino o que ele diria se soubesse em qual quarto Rosa iria ficar.
Ao chegar no hospital, soube que ela já estava pronta. Eu havia deixado uma muda de roupas para ela, afinal, aqueles trapos com os quais ela havia chegado, eu só não joguei fora porque pertenciam a ela e isso seria muito intrusivo, mas eles estavam lá no quarto dela e, com sorte, ela jamais os usaria novamente. Ela teria boas roupas a partir daquele momento. Eu garantiria isso!
A Dra. Hanna estava esperando por mim do lado de fora do quarto de Rosa e ela tinha uma prancheta com ela.
— Alfa Kurt, como tem estado? — Ela me perguntou, sempre muito educada.
— Estou ótimo, doutora. Posso ver que a senhora também.
— Sim, sim! Bom, acredito que o senhor veio buscar Rosamund, certo? Aqui estão algumas indicações quanto às medicações que ela deve continuar tomando, as vitaminas são muito importantes! A dieta que ela deve seguir….
— Certo, certo. Eu vou cuidar de tudo. Ela não vai ter qualquer problema, nenhuma privação — Eu falei. Tudo o que eu queria era ver Rosamund de uma vez por todas!
KURTNão sei se a Dra. percebeu, mas ela se calou e sorriu, misteriosa.Rosa se pôs de pé assim que a porta se abriu. Ela estava linda, radiante! Usando o vestido amarelo que comprei para ela, doce, mas sexy ao mesmo tempo. O vestido era daqueles de mangas levemente bufantes, com um decote em “U”, um cinto de mesma cor na cintura e a saia um pouco rodada. Claro, sapatos baixos, afinal, eu não sabia se ela era acostumada a andar de salto alto.— Alfa Kurt! — Ela me recebeu com um sorriso tão maravilhoso que eu tive vontade de mandá-la ficar paradinha, para que eu pudesse tirar uma foto. Mas, pelo visto, eu teria que eternizar o momento apenas na minha mente.— Pronta? — Eu perguntei e ela anuiu com a cabeça veementemente, quase saltitando.— Sim, sim! — Ela se virou para a Dra. Hanna — Nada pessoal, Doutora. A senhora e todos foram muito legais comigo, mas… Eu quero sair daqui!Nós três rimos e Rosa e eu fomos embora do quarto. Ela não tinha nada com ela, então, não tinha motivo para d
KURTNão!Eu me afastei da porta, passando a mão pelo rosto. Muito perigoso. Muito perigoso. O que eu estava precisando era foder, apenas isso. Achar uma ômega — nenhuma delas nunca negou fogo — e me aliviar. Todos ficariam felizes.“— Menos eu…”— Thorin comentou. Ele nunca mais foi o mesmo depois de Alexandra. Ora ele estava assim, deprimido, ou então, loucamente assassino.“— Não podemos transar com ela, Thorin. Eu não posso oferecer nada além de sexo.”Todos me viam como um filho da puta sem escrúpulos, mas eu não era assim tão ruim. Sim, no campo de batalha, eu não tinha piedade. Quem quer que resolvesse arrumar briga comigo, deveria estar mais do que preparado para levar uma surra. Ou algumas mordidas. Pelo menos para isso a puta da Alexandra serviu: a minha sede por sangue e por conquista me tornaram o maior Alfa do país.Na cozinha, uma linda ômega estava cozinhando. Ela era loira, corpo delgado… Ela sentiu a minha presença e abaixou a cabeça, como todos eles faziam. Eu não exi
KURT — Se você quiser, você pode. Eu não quero ser um incômodo — Eu falei da forma mais gentil possível e ela levantou a sobrancelha, claramente surpresa. Eu olhei para o pai dela — Eu não me importo, desde que ela fique mais confortável. Eu sei que estou ocupando muito espaço nesse sofá.— Ah… Claro. Faça como quiser, querida — Ele disse para Giselle, que sorriu e se levantou, indo para a poltrona ao lado.— Eu acredito que o senhor já saiba o motivo da minha visita, não é mesmo? — Eu perguntei a ele, que limpou uma gotícula de suor da testa com um lenço retirado do bolso dele. Eles dois eram muito parecidos, pai e filha. Não tinha como negar que eram ligados por sangue.— Eu… Eu não me atreveria a imaginar, Alfa Kurt — Ele estava demonstrando respeito e, também, submissão. Ele era mais velho, porém, ele estava se subjugando a mim. Ótimo.— Eu gostaria de pedir a mão da sua filha, Giselle, em casamento.Após ter firmado o acordo com o Alfa Gregório, eu voltei para o meu bando. Ele q
KURTRosa estava na cama, lendo. Tão linda, os cabelos cascateando pelos ombros dela. Ela estava usando uma das roupas que eu havia separado pra ela. Um vestido leve, pêssego. Era até mais perfeito do que eu achei que seria, nela. Os pés de Rosa eram delicados e bem-feitos.Puta merda! Estava ficando mais complicado a cada momento. Eu não podia olhar para aquela fêmea sem querer atacá-la! Tudo nela me fazia desejar estar colado a ela, e eu comecei a me perguntar se Thorin não estaria certo. Ela não tinha lobo, ainda. Sendo assim, se fôssemos mesmo predestinados, não poderíamos sentir a ligação, ainda. Mas… E se no dia seguinte ela despertasse? Eu estaria mais do que fodido.Resolvi limpar a garganta para chamar a atenção dela. Normalmente, qualquer fêmea perceberia que eu estava presente, afinal, qualquer Alfa exala um cheiro característico. Mas Rosa... Talvez ela estivesse muito concentrada no livro dela. É, devia estar, pois não me ouviu…Eu entrei no quarto e comecei a me aproximar.
KURT“— Não! Nós não podemos!” — eu o repreendi. Eu o entendia, claro. Rosa era deliciosamente perfeita e era muito complicado manter o monstro dentro das calças. Eu o queria dentro dela! Eu mantive Thorin no fundo da mente. Se ele continuasse, e resolvesse insistir demais, ele a tomaria e eu estaria ferrado.— Para onde vamos, exatamente? — Ela me perguntou, sorridente. Eu abri a porta de entrada para ela e vi Finn com uma tigela de sucrilhos, escorado na porta que dava para o corredor da cozinha. Ele sorriu de uma maneira como se eu fosse me divertir. Eu apenas balancei a cabeça negativamente e sai da packhouse.— Vamos dar uma volta pelo bando — Eu respondi — A nossa pequena cidade fica um pouco distante, então, precisamos ir de carro, ok?Ela concordou com a cabeça, me olhando com aqueles olhos castanhos que, com a luz do sol refletindo, fazia com que traços avermelhados dançassem na íris dela.— Obrigada por ser tão bom comigo — Ela finalmente falou, quando me sentei no bando do
KURT— Alfa Kurt! — Um deles disse, se atrevendo a sorrir para mim e a olhar para Rosa!— O que você quer aqui? — E me controlei, pois Rosa estava perto e eu não queria parecer um monstro. Ela tinha dito que eu era legal e tudo o mais.— Eu vi essa linda jovem e… Não resisti. Precisei saber mais sobre essa novata — Ele se virou para Rosa — Eu adoraria poder conversar mais, conhecer você, Rosa. Eu posso te mostrar o bando!Eu precisei inspirar profundamente, unindo toda a minha força de vontade para não fazer uma besteira das grandes!— Eu vou mostrar o bando para a senhorita Gibson — Rosa uma ova! Quem ele pensava que era para ter aquela porra de intimidade?— Ah, entendi. Mas… Bem-vinda, Rosa! A gente pode passear, mesmo assim. O bando tem muito para se ver em um dia só. E o Alfa Kurt é muito atarefado… Vai ser um prazer mostrar tudo a você. Mas que… Atrevido! Ele não percebeu que eu não o queria perto dela? Eu não queria nenhuma porra de macho perto da minha… Da minha… Eu tinha qu
KURT— Rosa, se continuar se movendo em cima de mim desse jeito, eu não vou esperar até chegarmos no quarto — Eu falei e acariciei o braço dela — E eu tenho muitas formas de fazer suas pernas ficarem dormentes. Orgasmos múltiplos... Já teve?Assim que as palavras saíram da minha boca, eu desejei que ela me dissesse que não. Eu sei, eu sei… Na verdade, eu não tinha problemas com fêmeas que tiveram outros parceiros. Eu não achava necessário que a fêmea se guardasse apenas para o seu predestinado. Mas, não nego que ficaria mais do que feliz em ser o primeiro — e único! — da Rosa. Ela negou com a cabeça. Eu sorri. — Não tenho ideia do que você está falando — Ela disse e eu senti minha calça ainda mais contrita.Colocando-a de volta no banco do passageiro, com todas as forças que eu tinha e dando-lhe um beijo rápido nos lábios, eu dei partida no carro.— Você vai descobrir do que eu estou falando, meu bem.Dirigimos em silêncio. Acredito que ela estava pensando com antecipação no que far
KURTEu rosnei.— Não é necessário brigar — O outro idoso, o segundo, creio eu, tentou colocar panos quentes — Mas, Alfa Kurt, nós estamos apenas alertando-o para o seu próprio bem. Se o Alfa Gregório souber que você está vivendo com outra fêmea, poderá haver uma guerra. Ele não vai aceitar que a filha dele seja traída dessa forma. *** *** *** ***ROSAAssim que entrei na cozinha, a cozinheira, Aria, abriu um enorme sorriso para mim. Ela havia me levado comida, no dia anterior e foi muito simpática. — Oh, Rosamund! — Ela falou, enxugando as mãos no avental — Quer comer alguma coisa?— Sim, mas... Eu também gostaria de providenciar algo para Kurt. Digo... Alfa Kurt. Ele e eu acabamos não almoçando…— Oh, claro! — Ela não fez perguntas sobre o motivo de não termos comido e nem fez qualquer careta ou me deixou desconfortável por eu ter chamado o Alfa pelo primeiro nome.Ela já estava virada para o fogão, quando resolvi me oferecer para ajudar.— Eu gostaria de fazer algo. Ajudar, sabe