Ainda Me Lembro de Você
Ainda Me Lembro de Você
Por: Mya Candelabro
Ouvindo Vozes

Ano 1990

Eu me chamo Chloé Favre. Tenho trinta e cinco anos. Nasci em Lausanne- Suíça. Não tive irmãos, talvez por isso meus pais até hoje me tratam como sua, menininha. Meu temperamento é ácido. Sou uma mulher de atitude, sem meias palavras chego aonde preciso sem rodeios. Não estou envolvida emocionalmente com ninguém. Meu trabalho era minha paixão, até que me puxarem o tapete .

Ainda não consegui compreender como uma pessoa que se dedicou tanto a uma profissão é demitida sem o mínimo de respeito. O fato é que, devido ao acúmulo de responsabilidades impostas por meu superior, sofri um desgaste emocional causando um stress, passando a ouvir uma voz persistente a sussurrar baixinho:

“Chloé, você precisa sair daqui,e voltar para os 11.”

Sei que pode parecer loucura, mas eu ouvia um sussurro insistentemente nos últimos dois meses. Anteriormente, havia sonhado com vários relógios, mas não conseguia ver seus números. Havia também Igrejas em série.

O meu problema foi ter confiado à uma pessoa da revista, detalhes do que se passava comigo. Sou uma pessoa metódica, voltada para meu trabalho e meus dois gatos : Germain e Lara, eles me fazem companhia, isso quando não estou em algum bar tomando meu gim com tônica desacompanhada! Não me considero uma pessoa solitária, mas prefiro minha própria companhia quando tenho que pensar em alguma ideia nova para meu trabalho. Meu foco agora será retomar meu antigo sonho que é escrever um Romance.

Ainda não decidi como será o enredo, mas logo chegarei a ele. As vezes sinto falta do lugar onde nasci: Lausanne, é a nossa Romándia,ou se preferir, Suíça Francesa. Ela compreende um dos cantões de Genebra. Meus pais ainda vivem lá. Tenho boas recordações de pisar descalça na grama molhada. Deixei muita gente para trás há dez anos, perseguindo um ideal em París. E o que ganhei?! Nada! E ainda levarei comigo um cara imaginário que me ferrou. Ao menos tenho minhas economias.

Em três dias sigo para “Soleura”. O locador da casa me disse que é uma cidade pitoresca, cheia de particularidades bastante incomuns; própria para descansar, entre outros atrativos . Acredito que nada acontece por acaso.

Se essas mudanças na minha vida estão ocorrendo nesse momento, deve haver algo maior. Não sou mística mais tenho alguma noção da divindade. O mais interessante nisso tudo é que o tal Ghost, se é assim que posso definir, ou a voz da minha consciência; decidiu calar assim que assinei minha demissão da Revista. Será que estou mesmo com algum distúrbio psicológico?

Me recordo que sonhava quando garota, que cavalgava usando roupas semelhantes às que vi minha bisavó em fotos.

Chegando em Soleura

Eu estava me sentindo diferente, confesso. As paisagens me reportava para um saudosismo inquietante. Sabia que nunca havia estado naquela região, mas quanto mais me aproximava da cidade sentia uma emoção indescritível. Fui tomada de súbito por um arrepio no alto da cabeça, era a voz, de volta sussurrando:

Estamos chegando, Chloé!

Eu quase o mandei a merda. Devia mesmo era está doida! O pessoal da revista tinha razão. Onde tinha cabimento uma pessoa ficar dando asas ao invisível? Era o que eu fazia. Pois agora saiba, Sr.. Ghost, que eu não mais lhe darei ouvidos.

GIOCONDO, esse é meu nome .

Agora pirei de vez! A loucura tem nome, deve ter sobrenome e ainda sabe soletrar? É, acho que vou tomar um ansiolítico, só pra relaxar.

Soluthur:

É a capital do Cantão de Soleura, na Suíça. Fui informada que tem um clima ameno em alguns períodos do ano. Cheguei a cidade quase anoitecendo. O casal me aguardava com um sorriso de creme dental.

—Srta. Chloé? Somos os Meyers, seus proprietários. Seja muito bem vinda!

—Muito Obrigada!

—Vamos, entre no carro que a casa fica há 3 quilômetros

— Sr. Frederick! Pode me dizer porque aquele relógio está parado e falta um número? Isso não devia acontecer logo na praça central. Precisam concertar!

O casal começou a rir baixinho.

—Desculpa Srta., não estamos rindo de você, é que todos fazem a mesma pergunta.

—Mas então me digam o porquê!

—A Srta. Encontrará mais dez desses por toda a cidade. São os onze.

—Como assim?

—Soleura ou Solothurn têm uma fascinação pelo número 11 “Elf” em alemão. Eu espero que a Srta. Permaneça por tempo suficiente para descobrir seus porquês! Segundo contam: viviam seres místicos na montanha que fica localizada nas redondezas do Weissenstein. Seriam aqueles seres dos contos de fadas, os “elfos”. Eles saiam da montanha para encorajar moradores a prosperar, porque os mesmos trabalhavam muito e nada acontecia. Mas isso são lendas! Eu sei que existe moradores daqui que nem sabem dessa particularidade. O número onze está contido em boa parte da cidade, eu arriscaria dizer...em quase tudo que você vê aqui. Mas isso lhe contaremos aos poucos.

—Hum! Estou começando a gostar dessa ideia de ter vindo para cá.

—Srta. Chloé, gostaria de jantar conosco hoje ?

— Eu... ainda.. não sei?

Vai Chloé,eles podem ajudar.

—Ai...meu... Deus!

—O que foi, falamos demais, é isso?

—Frederick, a moça só estava pensando alto, não é mesmo?

—Mas é claro! É que me lembrei de algo que deixei para trás. Agora, é tarde.

—Estamos chegando...

Entramos numa rua com casas estilo coloniais muito bem conservadas. Passamos na porta de um bar muito charmoso . O carro passeava para que eu pudesse apreciar o movimento. A cerveja que estava na mesa do lado de fora chamava Öufi-Bier. Lá estava de novo,o número onze .

Finalmente no final da rua, estava a casa que me abrigaria não sei por quanto tempo?

Havia um grande portão de ferro recém pintado de bronze com detalhes do brasão da família com as iniciais GR. Muros altos coberto com Hera. Sr. Frederick desceu e abriu para entrarmos. Sra. Emma mostrava-me o quanto estava bem cuidado o jardim, que desde a entrada, já dava um toque especial àquela casa. O carro parou bem em frente à entrada. Uma atmosfera nostálgica tomou conta das mim. Eu fiquei encantada com a arquitetura do imóvel. Uma bela fachada estilo colonial, dois pavimentos. Por alguns segundos, senti que retornara para lá. Uma espécie de Déjà Vu.

Eles abriram a porta, mas por dentro não me era familiar como do lado de fora.

—Sr. Frederick, esses móveis são mais recentes, não?

—Sim, os móveis são dos anos 50. Esta casa tem um pouco mais de 130 anos de construída. Sendo que a parte inferior é uma reprodução mais moderna da anterior que foi reformada algumas décadas depois. A planta é exatamente a mesma.

— Queria ter conhecido a primeira versão. Desejo muito escrever uma história. Aqui será um bom cenário.

—Só se for de um filme de terror!

Falou uma voz que vinha da entrada.

—Desculpe-me a invasão. Sou Dr. Richard M. Von Durst, às suas ordens!

—Mas o que há afinal, não me recordo de este precisando de um advogado?!

—Desculpe o Dr.Richard, Srta. Chloé, ele quis dar as boas vindas! É nosso sobrinho neto.

—Não se desculpem! Mas gosto que avisem antes de entrar!

—Eu é que peço desculpas Srta.! Mas, respondendo a sua pergunta: Houve um crime não solucionado há 110 anos nesta casa, mas precisamente no porão.

—Cruzes! Isso é sério? Por isso senti meu cabelo arrepiar bem no topo da cabeça.

—A Srta. É supersticiosa? Os meus tios aqui falam com espíritos. Eu não acredito nisso!

—Vocês são sensitivos?

—Richard, Se eu quisesse fazer propaganda dos nossos dons, eu mesma falaria.

—Eu só queria ajudar a moça, tio.

—Bom, melhor eu partir. Foi um prazer conhecê-la Srta.?

—Chloé. Esse é o meu nome.

O tour pelo imóvel continuava depois da presença desagradável do advogado.

—Sr. Frederick, não me leve a mal com tantas perguntas. Mas, acabo de alugar uma casa por seis meses e fico sabendo que nela, houve um crime não solucionado. É para ficar um tanto desconfiada da próxima novidade, além de saber que são sensitivos.

—Alguma coisa contra sermos sensitivos?

—De maneira alguma Sra. Emma. Pelo contrário. Eu tenho vontade de incluir algo desse nível no meu livro.

—Qualquer coisa que queira saber é só perguntar. —Nós temos um centro de estudos da espiritualidade. Funciona na nossa casa. É restrito, porque só participa quem realmente deseja desenvolver-se ou necessita de ajuda com alguma entidade perdida na crosta.

—Crosta?

—Sim. A crosta terrestre. Por exemplo: João desencarnou (morreu) e está preso na nossa realidade. João não aceita ajuda e persiste por dias, meses, anos, décadas, séculos grudado feito carrapato naquilo ou naquele a quem tem débitos ou paixões.

—Não diga! Eu jurava que isso era invenção. Preciso de mais detalhes! Acho que terei uma boa história para escrever.

—Srta., acho que não me entendeu?! Eu falei grupo de estudos. Se quiser aprender fielmente tudo, daí então poderá tirar algumas informações para seu livro.

—Tenho medo Sra. Emma.

—Você acha que está aqui por acaso. Sabe qual o motivo que a trouxe?

— Sim, eu vim descansar e escrever meu livro.

—Minha querida, sabe quantas pessoas moraram aqui desde que pegou fogo?

—Fogo? Mas ninguém me falou de incêndio!

— Srta. Chloé, não havia necessidade de tocar num tema na qual já se passaram cento e dez anos.

—Tudo isso?

—Sim, desde então ninguém mais morou nela. Sofreu apenas reformas. Em 1880, segundo os registros arquivados no Notário, houve um crime aqui. O proprietário desta Mansão foi encontrado dentro do porão queimado, junto com metade da parte inferior da casa. Não sabemos se o proprietário ainda estava vivo ao iniciar o incêndio. O andar superior foi poupado, a sua noiva foi salva a tempo desmaiada na cozinha.

—Coitado... sabem que foi esse infeliz?

Eu não fui infeliz Chloé, meça suas palavras!

—Oh... Não! De novo?

—Está tudo bem Srta. Chloé?

—Me desculpem, é que as vezes o lado escritora fala mais alto.

—Vocês podem me fornecer algum registro dessa pessoa? Afinal, como moradora preciso saber onde vim parar —Se soubesse dessa história não teria alugado. Também não gostei daquele advogado aqui.

—Aqui na cidade existem 11 museus. Em alguns dele haverá fotos e algumas relíquias da época, já que a família não tem descendentes vivos que reclamasse a herança. Esse é o motivo de termos sido os escolhidos para cuidar dessa propriedade.

—Entendi tudo! Aquele seu sobrinho neto, advogado quer vendê-la?

—Ele não tem outra coisa na mente a não ser transformar a Mansão em um hotel. Meu sobrinho é muito ambicioso.

—Mas então, qual o motivo que impede essa venda se não há herdeiros?!

—Em 110 anos pode haver sim algum herdeiro por parte da sua fiel empregada. Conta a história, que ela veio a falecer deixando um garoto órfão e os patrões o adotaram legalmente. Mas ele desapareceu!

—Ok, mas eu não quero me aprofundar nisso agora.

—Já está no horário de vocês. Eu agradeço por tudo. Quando precisar ligo .

—Pode ligar, será um prazer!

Os Meyers haviam saído. Eu estava faminta. Revirei a geladeira, havia um pouco de queijo, sucos, iogurtes e algumas frutas, como eu havia solicitado . Subi para ver o resto da casa.

Era simplesmente elegante! Bom gosto nos detalhes das cortinas sóbrias e claras. Detestaria ter nas minhas janelas tecidos pesados que bloqueasse a entrada de luz. Meu quarto tinha um papel de parede perolado. A cama dossel como deve ter sido sempre. O piso em madeira, era música para os meus ouvidos. Eu amava o barulho do salto alto neles. Os quartos estavam dispostos dois para cada lado. Também havia um gabinete estilo biblioteca. Não sei quem leria tanto?! Não me atentei logo aos mínimos detalhes de todo o resto, fiz um tour rápido antes de cair na banheira. Os demais quartos eram muito charmosos e elegantes.

Peguei minha mala e só retirei meu pijama. A banheira ficava no meio da sala de banho, isso mesmo. Era muito estranho está alí imaginado que alguém poderia está atrás de mim. Fiquei admirando-a, sem querer entrar. Por um momento viajei no tempo.

Tirei minha roupa e entrei na água morna, estava uma delícia! Ainda bem que as instalações hidráulicas estavam funcionando. Coloquei meus sais de banho que havia trazido. Relaxei fechando os olhos... Não sei quanto tempo fiquei alí, me sentia quase adormecida.

Me vi rindo pelo jardins correndo, eu estava fisicamente diferente. Não parecia a mesma pessoa. Alguém tentava me agarrar, mas eu era rápida! Os risos ecoava por entre às flores... então, caí. Pude ver uma mão me levantar puxando-me contra o peito. Um calor me envolveu e eu gostava daquilo. De repente, fui beijada.

Saí desse transe com a bendita voz no meu ouvido : Você se lembrou!

Eu fiquei em Pânico! Estava nua numa banheira, sozinha e com uma voz falando ao meu ouvido. Peguei rapidamente a toalha . Vesti em seguida meu pijama . Penteei os cabelos e corri pra cozinha. Fiz um café bem forte, bacon com ovos e queijo, comi. Eu era um desastre em cozinhar. Teria que encontrar uma maneira de comer, sem ter alguém na minha casa o dia todo. Gostava mesmo era de está só. Eu havia parado de fumar há seis meses. Mas quando cheguei alí me bateu uma vontade louca. Já era tarde, não havia restaurante próximo da residência então o jeito era não pensar nisso. Mesmo porque, essa vontade não passava era pela ansiedade. Apaguei as luzes e subi para meu quarto. Deixei o abajur ligado . Adormeci.

Durante a madrugada senti um frio imenso mesmo com a casa estando aquecida. Os lençóis e Edredons caídos ao chão. Será que foram meus gatos? Mas passei os olhos ao redor do quarto e os vi em cima duma poltrona olhando fixos para o nada! Sim, eles pareciam ver algo que eu não conseguia. Tentei mudar o foco do pensamento, mesmo porquê, a vontade de fumar persisti.

Fui até a biblioteca levada por um impulso. Olhei ao redor e peguei alguns livros por pura curiosidade.

Queria encontrar dentro deles, algo que esclarecesse o que estava me ocorrendo. Abri alguns exemplares que estavam ao meu alcance, não encontrei nada. Voltei para a cama intrigada, como os Edredons haviam caído ao chão? Não sei ao certo a sensação que eu senti naquele momento. Eu custava acreditar que estava ouvindo vozes. Minha intenção era escrever um livro, nada mais!

Na manhã, levantei e fui para a cozinha. Uma sensação de que não estava sozinha me atormentava. Parecia que haviam olhos por toda a parte. Decidi então fazer seu jogo:

Bom dia voz imaginária...se você estiver aqui, me responda com um sim! Esperei alguns minutos enquanto batia meus dedos na borda da xícara...

—Ah, então é isso?! Você só fala quando quer. Tudo bem! Não lhe darei mais ouvidos.

De repente...

Um cheiro forte de cigarro tomou conta da cozinha. Eu olhei para os lados mas não havia nada nem ninguém fumando. Levantei correndo para ver se não seria alguém passando do lado de fora, mas a distância até a calçada seria impossível! Esse odor tão forte, de onde vira?

Tomei mais café e fiquei andando de um lado para o outro sem parar. Então... O forte cheiro de cigarro, deu lugar a um cheiro de colônia de barbear irresistível! Era simplesmente fantástica. Era como se eu estivesse acariciando a espuma entre meus dedos. Sensação deliciosa! Lágrimas veio aos meus olhos... senti saudade. Mas do quem? Então, foi aí que escutei bem nítida a voz masculina:

Isabelle... sou eu !

Me senti mal. Minha cabeça girou como as crises de labirintite que tinha. Cai sentada ao chão da cozinha. Pedi por tudo o que era sagrado que ele não dissesse mais nada! Mais a voz insistiu outra vez:

Isabelle... Os Meyers, vá até eles e conte sobre mim.

Vomitei todo o meu café alí mesmo. Junto veio o gosto de nicotina vivo como se acabara de fumar. Senti também um cheiro de fumaça, como fios elétricos, vinha da porta que dava acesso ao porão. Seria um curto que deu em alguma fiação antiga? Eu estava tonta, enjoada, precisando levantar para ver o que seria afinal?! Não tive força, perdi os sentidos por alguns minutos.

Quando recobrei a consciência, não sentia mais cheiro algum. A voz havia se calado. Não perdi tempo e Eu para me vestir saindo em seguida até a casa dos Meyers. Se eles eram sensitivos ou coisa parecida, poderiam esclarecer aquilo tudo.

Chamei um táxi pelo telefone lhe informei o endereço. O número no taxímetro era 1111, eu estava vendo coisas demais?

Na casa dos Meyers...

Toquei a campainha, demoraram atender. Toquei insistentemente!

A porta se abriu.

—Bom dia Srta., Chloé, Entre.

—A que devemos essa visita tão cedo. Não dormiu bem?

—Na verdade eu dormi bem, porém tive sonhos estranhos na madrugada. Senti vontade de fumar, coisa que deixei há meses! Durante a madrugada meus lençóis caíram ao chão sozinhos. E hoje pela manhã eu senti um forte cheiro outra vez de cigarro, misturado a uma colônia de barbear. Logo depois...uma voz me chamou de Isabelle. Pediu que procurasse vocês para me ajudar. Então...eu desmaiei por causa do forte cheiro de fumaça vindo do porão. Mas eu não tive forças para levantar. Quando percebi já estava desperta outra vez e não mais senti cheiro algum. Por favor, me ajudem! Não sei que atitude tomar?! Essa m*****a voz,me descontrolou ao ponto de ser demitida. Agora, estou nessa cidade para descansar e não tenho paz logo na primeira noite!

—Srta. Chloé, preste bastante atenção no que vou lhe dizer:. Assim que coloquei os olhos em você... percebi ao seu lado uma figura, ele não está entre nós. Ainda é cedo para dizer exatamente quem eu penso que seja. Você não veio para essa cidade descansar. Tudo indica, que está aqui para solucionar sua própria história de vida passada.

—Mas que vida passada, quero lá saber disso? Eu não quero saber dessas coisas de magias, Ghost do outro lado da vida, não! Essa é minha vida. Não vou entrar nessa paranóia de cidade dos 11, nem dos 12 ,tão pouco dos 13. Eu estou estressada! Um ser invisível me vendo nua na banheira? Me olhando sabe lá, fazendo o quê?!

— Calma querida! Eu e o Frederick somos capacitados para entender e ajudar a colocar tudo no seu devido lugar. Mas isso requer paciência, tempo e vontade de colaborar.

—Me deu vontade agora de fumar. Eu... preciso...de um... cigarro!

—Há quanto tempo disse que não fuma?

—Seis meses.

—Vai fumar agora por que? Isso nada mais é, que influencia da entidade que necessita de você como veículo, para ele sentir que ainda pode fumar.

—Ah não! Isso pra mim já é demais da conta!

—Escute só, podemos te ajudar a entender o que está passando com você desde a sua cidade anterior, se buscar acalmar- se, temos recursos para que essa voz diga o que está fazendo aqui na crosta. Não me pareceu um ser umbralino ou seja, não é trevoso. Quer ajuda para algo muito maior. Sua liberdade, ou a de alguém.

—Me desculpem. Estou nervosa. Sei que querem ajudar. Como devo proceder então?

—Vou lhe passar algumas orientações. Mas você vai prometer cumprir sem reclamar. Lembre-se, você não está sozinha, ninguém está. A diferença é, quem está conosco?! Busque elevar seus pensamentos . A noite teremos uma palestra, é imprescindível que você compareça. A entidade virá junto, isso a ajudará compreender seu estado.

—Está bem, eu virei a noite acompanhada do Gasparzinho.

—Srta. Chloé. Isso não é brincadeira!

Não existe a escuridão. Existe a falta de luz!

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