Século XIX
A Sociedade local de Soluthurn na Suíça, promovia bailes durante a temporada de verão para que os jovens pudessem conhecer suas futuras esposas. Sempre havia que chamava atenção pela beleza, instrução, simpatia e dote. Sim, o dote era um fator primordial. Não importando se o rapaz fosse rico. Charlotte era uma prima de consideração, só pelos laços de amizade; seus pais se conheciam desde que as meninas nasceram. Aos dezoito anos, Charlotte conhece Henrico, irmão do Nikläus na festa de boas vindas da Itália. Henrico veio mostrar suas habilidades com os cavalos e passar sua experiência no empreendimento que logo Nikläus assumiria após o casamento com Charlotte. Isabelle e Giocondo O baile estava muito animado com as moças em seus lindos vestidos desfilando para chamar atenção dos melhores pretendentes. Beatrice e Giovanna não foram convidadas porque Charlotte não gostava do comportamento invejoso delas. A belíssima Isabelle estava usando um vestido de veludo de seda “aqua claro”, com cetim de seda pêssego, rendas metálicas que despencavam até o comprimento. Os cabelos cor do ouro estava levemente solto com uma pequena presilha de madre pérola prendendo parte dos cabelos. Giocondo é apresentado às moças: —Prima Isabelle,Evril Catarina; quero-lhes apresentar! “Giocondo Huschel”. —Muito prazer, Sr. Gioncondo!- diz, Evril —Prazer em conhecê-lo, Sr. Giocondo.- responde Isabelle, sem tirar os olhos nele. —O prazer é todo meu. Estou encantado com tamanha beleza das jovens srtas. —Evril Catarina, poderia acompanhar-me ? Quero que veja meu cunhado Nikläus. – Charlotte a leva pelo braço. Isabella fica ruborizada ao se ver a sós com Giocondo, ela sabia o porquê dá Charlotte deixar -lhes sozinhos. Um silêncio se faz entre eles. Giocondo a olhava como se tivesse à margem de um rio completamente translúcido; imerso em sua beleza juvenil. Então, ele resolve quebrar o silêncio: —Srta. Se me permite um comentário?! Creio que perdi muito tempo mergulhado aos afazeres na fábrica. Acho que me esqueci como devo comportar-me diante de uma jovem. Não me leve a mal pela falta de palavras. —Por certo estás confuso Sr. Giocondo. Não há nada de errado com seu comportamento. Sua gentileza e educação estão sendo fundamentais para o início de uma boa conversa, mesmo sem palavras. (sorri). —Achas então que não sou um caso perdido? —De certo que não! -ela sorri mostrando suas covinhas na face rosada. —A Srta. dançarias comigo ? —Se me tirares para dançar antes que termine a música, certamente direi...Sim! Os músicos estavam num ritmo intenso com o alvoroço dos jovens. Eles se posicionavam cada em frente ao seu par começaram a dançavam alegremente; mesmo durante a troca dos parceiros, os dois não paravam de trocar olhares entre sorrisos. Isso continuou a cada passo dado naquela noite. Não conversaram muito, já que isso os classificaria de ante mão como comprometidos. A música continuava, mas Isabelle avisa a Giocondo que vai descansar um pouco. Charlotte se aproxima... —Prima, nunca a vi dançar tanto! Isso tem algo a ver com um certo cavalheiro alto de olhos azuis profundos? —Por Deus, Charlotte. Que estás a insinuar? Nem bem o conheço direito! —Eu também não conhecia Herinco tão bem assim, e já vamos casar em breve! —Não estou interessada em casar-me por agora. Sou uma menina, nem deveria está nesse baile! —Meninas não usam decotes. Muito menos ruborizam as maçãs do rosto ao olhar para um certo ...cavalheiro. —Pois saiba que meus pais só permitiram que viesse ao baile em respeito aos seus pais. E a Evril não está sozinha aqui. Seu irmão veio conosco. Lembre-se, eu não fui ao baile do Nikläus. —Hum! Lembro. Como poderia esquecer!! Foi lá que conheci o Henrico . Recordo bem que o Sr. Giocondo também não estava presente. Acho que o destino deu uma mãozinha hoje.- Charlotte ri proposital. —Você e suas esquisitices Charlotte! Mas...confesso, que o Sr. Gioncondo é muito elegante. —Elegante?-Risos—Prima, ele é maravilhoso!! —Tudo bem. Bonito. Ele é um homem elegantemente... bonito. —Está bem prima, já compreendi. Te deixarei aí suspirando enquanto vou a procura do meu noivo. Giocondo se proxima novamente... —Srta! Onde está sua amiga? Não a vi mais pelo salão. —Certamente se enchendo de guloseimas em algum canto deste salão.- mencionavam a Evril. A espivitada da Evril estava no andar superior atrás das cortinas com Nikläus, irmão do Henrico. Ele não era confiável, mas ela não se importava com isso. O que ambos queriam era dar uns beijos para acalmar o fogo que os consumia. Se fossem pegos, teria consequências. Mas isso, a sua criada dava um jeito de espionar por eles. —Srta. Isabelle, posso lhe fazer uma pergunta? —Sim, desde quando possa lhe responder! —Tem algum cavalheiro aqui nesse baile, que deseja ter compromisso com a Srta.? —Não que eu saiba. Se houvera, certamente não estaríamos conversando. —Acho que não me expliquei bem! A pergunta é: Alguém aqui nesse baile chamou-lhe atenção? Isabelle ruborizou. A sua intenção era dizer que ele era o único capaz disso. —Não. Minha intenção aqui nesse baile não é buscar um cassa dotes. —Por Deus! Não me interprete mal. Só não quero estar a lhe incomodar. —Tudo bem. Eu só estou lhe explicando fique tranquilo. Mas ... Se me der licença, preciso procurar a Evril. — Certamente, Srta. Saí a buscar a doidivana da Evril. Ela queria me desmoralizar! Se por acaso fosse pega em algum ato indecente. Até eu ficaria em apuros! — Selenita! Aonde se meteu sua patroa? — Por Deus Srta. Isabelle. Não tenho nada a ver com isso! — Mas do que está falando criatura sonsa? — É ...que ela... está... — AQUI! Estou aqui Isabelle. Que houve?! — Trate de se recompor Evril! Não vou nem dizer o que penso de seu comportamento. Agora, vamos para casa! — Mas não posso sair sem meu irmão. — DEUS! Veja só como você me faz perder a paciência! Não desejo mais permanecer nesse baile. — Está bem Isabelle. Direi a ele que estou indisposta. — Da próxima vez que houver alguma festa, não me farei presente. Ao menos com você Srta. Evril Catarina. Vamos! — Mas que bicho a mordeu, Selenita! Você não abriu essa boca, abriu? — NÃO, NÃO! — Psiuuu!! Não grite, ou ela vai nos ouvir. Todos sabiam que Nikläus não queria compromisso com ninguém. Muito menos com moças disfrutáveis. O que ele queria mesmo era sentir que todas cairiam aos seus pés. Diferente do seu irmão Henrico que logo assumiu noivado com Charlotte. A despedida no Baile — Senhorita Isabelle! Espere ! —Desculpe-me Sr. Gioncondo. Estou com muita dor de cabeça. Perdoe-me! —Pelo visto estava saindo sem ao menos dizer-me onde posso encontrá-la novamente? Por um instante Isabelle fitou aqueles olhos infinitos. A Evril não estragaria aquela noite por completa. —Estarei no concerto ao ar livre no parque central no domingo. Henrico e Charlotte estarão angariando fundos para a obra do parque da cavalaria. —Lá estarei Srta., no Domingo. Pode me esperar! —Certamente estarei! Até breve. Foi um prazer o ter conhecido Sr.Giocondo. —Até, Senhorita Isabelle. O prazer foi todo meu. Nada naquela noite poderia ter sido mais prazerosa que dois corações sinceros experimentando sensações novas e emocionantes, alí estaria nascendo uma verdadeira história de amor....Após aquele episódio no salão com o Richard, resolvi vasculhar a biblioteca.]Eu fico fascinada com essa disposição dos livros por todas as paredes. É...como se aqui, fosse uma floresta do saber. Me faz recordar os filmes de época, contos de fada. Estão alinhados e organizados por categoria. Acredito que esse antigo morador, era um perfeccionista. “A minha maior perfeição foi você, Isabelle. “-a voz —Okay, voz da minha consciência. Eu aprecio sua independência. Acho mesmo que uma analista vai amar estudar meu caso. “Você não está louca, você realmente pode me escutar”.-a voz —Mas então...se não criei essa realidade interna...o que é você??“Você não pode me ver, mas me ouve... busque os Meyes... eles podem explicar”-a voz. “Aí ai meu Deus! Eu nunca fui religiosa, mas também nunca deixei de crer que havia algo além do racional. Mas, daí pensar que escuto uma voz que não sei se onde vêm. Isso é demais pra minha cabeça. “-Chloé fala enquanto anda de uma lado para o outro na bibli
Século XX, Soluthurn Eu estava nervosa, fazia mais de cinco meses que eu não saía com um homem. Desde os episódios das vozes que me incomodavam, não tive mais prazer em sair para tomar meu Gin. Me arrumei, fiquei bem com vestido transpassado na cor azul-marinho; ele me deixa sensual. Não queria parecer vulgar, mas gostava ser o mais feminina possível. Richard parece ser muito arrogante, mas confesso que ele é um homem atraente. Não vou deixar que ele chegue muito perto, afinal é o sobrinho-neto dos Meyes. Não acho que seja sensato nos envolvermos tão precocemente, está tudo muito recente; além disso, não vim para cá para ter um romance, mas para escrevê-lo. A campainha toca.... Deve ser o Richard. -Chloé desce as escadas... -Cheguei na hora certa!" -Sim, Richard, pontual - eles riem. Sirva-se de um drinque, enquanto eu fecho as portas dos fundos. -Você não quer ajuda, Chloé? -Tudo está sob controle, obrigada. Fui em direção às duas portas que davam para os jardins e para a c
Dois meses se passaram desde o último encontro de Isabelle e Giocondo no baile de Charlote. Ainda circulavam comentários sobre o possível relacionamento que haveria surgido. Mas Giocondo não fora visto na companhia de Isabelle em nenhum piquenique ou nas reuniões do jovens em saraus . Evril estava em todos, Ela não perdia a oportunidade de estar no mesmo lugar que seu pretendente Nikläus. No fundo ela sabia que ele não a pediria em noivado.Isabelle melhorava em seus estudos cada vez mais, aprendera outros idiomas. Sua mãe era professora de canto; muitas jovens a contratavam para melhorar suas habilidades no canto e na fala . Naquela época uma linda voz poderia fazer a diferença na escolha de um bom casamento. Tudo estava indo muito bem nos negócios do pai de Isabelle, uma loja têxtil da família. Seu pai tinha bons contatos com fornecedores. As mulheres da sociedade sempre p buscara para escolher os melhores tecidos.Houve muitos clientes que fizeram encomendas de peças de tec
Século XIX Johann Di Berna Huschel A dúvida sobre a origem do sobrenome "Di Berna". O menino Johan, ficou órfã alguns dias após seu nascimento. Esse sobrenome pertencia a sua mãe; por isso que ele se chamava: Johann Di Berna. Giulia Catrina Di Berna nasceu na Itália. Com a morte de seus pais ela se viu sozinha aos 15 anos de idade. Sua irmã Anna que era dois anos mais velha, havia se casado recentemente com um homem de poucos amigos; não vendo nenhuma outra alternativa, a garota foi servir como dama de companhia da jovem Sra. Aleida Ruschels. Sua tia Anna, repetiu várias vezes ao menino a mesma história: que sua mãe morrera poucos dias após seu nascimento; disse mais, que Berna, lhe enviara uma carta alguns meses antes do parto, mas ainda não poderia ser revelado seu conteúdo, só em caso extremo. Ninguém soube o paradeiro dessa carta. Anna não estava feliz com o fato de Johann ter jogado ao vento a heranças da família Ruschel. Ela mencionou ir a Soluthurn para falar com Giocondo, m
Século XX , ano 1990Uma semana havia se passado desde que jantei com Richard. Surpreendentemente, tudo estava normal na mansão. A voz não sussurrava mais. Convidei minha secretária Amelie para um passeio. Fomos de carro até a subida da montanha Altreu-Grenchen; um lugar perfeito para caminhadas. Mas minha real intenção era encontrar famílias antigas que tinham pousadas e cabanas para visitantes. Assim, eu poderia descobrir algo sobre os Ruschels.Amelie adorou a ideia dessa excursão de última hora, eu sou assim, faço as coisas do meu jeito. Não programo muita coisa. A menos que seja relacionado ao trabalho. Levei duas mudas de roupa para mim e para Amelie para o caso de decidirmos passar a noite por lá. Eu estava animada; Amelie conhecia todos os lugares da região, então eu não precisava de um guia. Depois de quarenta minutos de carro, chegamos ao pé da bela montanha. Havia muitos bicicletas estacionadas para quem quisesse alugar. Pegamos duas delas e alugamos uma cabana para descan
Século XX, Ano 1990 Acordamos no sopé da montanha totalmente restauradas. A energia do lugar era incrível! Definitivamente eu voltaria várias vezes. À agitação das pessoas se preparando para suas corridas era motivadora. Alguns sentados em bancos tomando café ao ar livre, eu não queria ir embora. Amelie me tirou do meu transe.... -Chloé, vamos tomar café da manhã no restaurante ou pedimos aqui? -Vamos ao restaurante e de lá vamos para a casa da Sra. Ezrha, que fica ao lado. -Vou terminar de me arrumar e depois vamos, acho que teremos boas surpresas. -Por que você diz isso, Amelie? -Intuição. Nada mais. Fomos para o restaurante. O salão estava cheio de turistas e moradores locais. Esperamos alguns minutos por uma mesa. Phedro, sobrinho-neto da Sra. Ezhra, veio nos cumprimentar. Ezhra, veio em seguida. -Bom dia. Vocês devem ser as pessoas de quem minha tia estava falando. Prazer! Sou Phedro e estou à disposição!-Olá Phedro, sou Amelie. -Olá, sou Chloé, prazer em conhecê-lo! -
A Soluthur do século XIX tinha seus encantos. Os passeios ao ar livre, os encontros com amigos e familiares. Eu havia sido convidada para um piquenique com Giocondo; para a sociedade, seria o prenúncio de um pedido de noivado oficial. Fiquei muito feliz! Meus pais estavam presentes um pouco mais afastados nos observando. Cheguei ao parque com um modelo de Mademosaile Chateou em rosa chá, usava um chapéu com fitas que prendiam delicadamente embaixo do meu queixo. Eu estava radiante! juntamente com a minha mãe, preparei a toalha com as delícias preparadas para aquele momento: frutas, bolos, pães, sucos naturais... Giocondo se aproxima e cumprimenta papai que está mais distante. Eles conversam por um tempo enquanto mamãe se levanta para cumprimentá-lo; ele beija a mão de mamãe e vem ao meu encontro. Os outros jovens, embora amigos, não se aproximavam a menos que fossem chamados. Giocondo se aproxima. —Bom dia, senhorita Isabelle. Posso arriscar dizer que a sua beleza não compete com
Século XX, 1990Chloé e Amelie chegam a Mansão. Elas estão cansadas, mas felizes com a viagem até o pé da montanha. Pelo menos haviam trazido informações sobre o passado de Isabellle e Giocondo; o vestido era a peça mais cobiçada . Amelie vai até a cozinha para preparar um lanche, em breve você voltaria para sua casa.-Chloé, quando vamos descer ao porão? Temos de nos certificar de que não há caixas faltando.-Ok, em dois dias, quando você voltar, traga sua prima para cuidar das tarefas e nós duas desceremos ao porão.- Claro, ela já está ciente que ela virá comigo esta semana. Vamos come, estou faminta!- diz Amelie.-Hum, essa torta de cogumelos parece apetitosa, você havia congelado? -Sim, eu deixei outros pratos rápidos que no freezer para quando tiver fome à noite. É só esquentar no microondas.-Não sei o que eu faria sem você, Amelie! Sempre fui uma mulher independente,trabalhava muito e pouco ficava em casa. Não sei cozinhar. Não tenho intenção de me casar. Mas se eu pensar nis