Capítulo 5
— Tem certeza? Já consultou um médico? — A avó não desistia.

Beatriz saiu do banheiro, apenas ela sabia o quanto estava nervosa e inquieta naquele momento.

— Bia, você está grávida? — A avó perguntou, olhando esperançosa para a barriga dela.

Beatriz balançou a cabeça com um leve sorriso:

— Vovó, fui ao hospital. É só um problema estomacal.

A avó ficou um pouco desapontada, mas sabia que não podia forçar a situação.

— Cuide bem da sua saúde e da sua alimentação.

Beatriz assentiu. Enquanto ela alimentava a avó com frutas, Lucas saiu para atender uma ligação. Quando Beatriz terminou de alimentar a avó e conversou um pouco com ela, pegou a tigela vazia e saiu do quarto.

Passando pela sala de descanso, ela ouviu a voz zombeteira de Larissa.

— Irmão, acabei de ouvir a vovó pressionando pelo bebê lá fora. — Disse Larissa, com uma voz cheia de desdém. — A vovó está realmente senil. Como ela pode achar que essa mulher é digna?

Lucas lançou um olhar frio para Larissa, um aviso claro. Ele não se importava que ela falasse de Beatriz, mas não tolerava desrespeito à avó.

Larissa encolheu os ombros e fez uma careta.

— Desculpe, irmão. Só acho isso injusto para você.

— Ela não está grávida. — Lucas respondeu calmamente.

— Eu sabia que você entendia a situação. — Larissa saiu contente após obter a resposta.

Ao abrir a porta, se deparou com Beatriz parada ali. Levantou as sobrancelhas com desdém:

— Uma mulher que foi comprada por cem milhão, não é digna de ter um filho da nossa família. Seja mais discreta, Beatriz, entendeu?

Essa cunhada adorava chamá-la de noiva milionária.

Beatriz respondeu com uma voz suave.

— Larissa, seu irmão não é capaz, então não haverá filhos, entendeu?

— O QUÊ! — Larissa olhou furiosa para Beatriz. — Sua mulher nojenta, não invente mentiras.

Beatriz sorriu:

— Não estou mentindo, estou falando por experiência própria.

O rosto de Larissa ficou ainda mais sombrio:

— Mulher sem vergonha, você não merece ser minha cunhada. Você não chega aos pés da Mila.

— Sim, sim, claro. Eu não sou páreo para sua Mila, mas sou eu a senhora Moreno. — Disse Beatriz, sorrindo.

— Cala a boca!

Larissa levantou a mão para dar um tapa no belo rosto de barata Beatriz, o rosto que ela acreditava estar atraindo homens por toda parte.

Beatriz, rápida, levantou a tigela vazia, bloqueando o tapa.

A mão delicada de Larissa atingiu a tigela, fazendo-a gritar de dor.

A porta da sala de descanso se abriu, e Lucas apareceu.

— Irmão, ela usou a tigela para me bater. Olha como minha mão ficou vermelha! — Larissa, com os olhos vermelhos, foi a primeira a reclamar.

— Foi ela acertou a tigela. — Disse Beatriz calmamente.

Lucas lançou um olhar indiferente para Beatriz:

— Beatriz, lembre-se do seu lugar.

— Qual lugar? — Perguntou Beatriz, calmamente.

— Larissa é minha irmã.

Assim que ele terminou de falar, Beatriz levantou a mão e deu um tapa na própria bochecha direita. O som foi alto, e seu rosto ficou instantaneamente vermelho, mostrando a força que ela usou.

Lucas ficou surpreso por um momento. Não esperava que ela batesse em si mesma.

Larissa lançou um olhar vaidoso para Beatriz.

— Bem feito. Irmão, vou sair. — Ela saiu altiva em seus saltos altos.

Beatriz segurava uma tigela vazia, sem expressão, pronta para lavá-la.

— Espere. — Ele a chamou.

Lucas estreitou os olhos afiados enquanto a avaliava.

Beatriz deu um passo para trás, um tanto inquieta.

Ele pegou o celular e fez uma ligação.

Ao ouvir o conteúdo da ligação, Beatriz instantaneamente sentiu que algo não estava certo. Ele desligou e disse:

— Secretária Silva, que tal irmos ao ginecologista para um check-up? Pode ser?

Beatriz sentiu um branco momentâneo na mente.

Dessa forma, todos poderiam pensar que ela estava intencionalmente escondendo o desejo de ter o bebê para garantir sua posição como esposa.

Inicialmente, Beatriz planejou fazer um aborto escondido.

Agora, o que fazer?

Ela só sentiu o couro cabeludo formigar.

Lucas foi para o elevador. Vendo Beatriz parada, ele a chamou friamente:

— Secretária Silva?

Ela usou a desculpa de um desconforto estomacal para ir ao banheiro primeiro.

Ela segurou o estômago, correu para o banheiro e pensou em como resolver essa situação.

Beatriz, no final das contas, fez o que pôde e enviou uma mensagem.

[Sra. Oliveira, Lucas está me acompanhando agora para um check-up ginecológico. Estamos nos preparando para fertilização in vitro.]

Depois de enviar a mensagem, Beatriz guardou o celular sem expressão.

Ela não acreditava que Camila poderia ficar indiferente.

Beatriz ficou no banheiro, adiando por quinze minutos.

Enquanto ficava no banheiro, Lucas ligou para apressá-la.

Beatriz, com dificuldade, segurando o estômago, disse com voz fraca:

— Tenho tido problemas digestivos nos últimos dias, sempre ir ao banheiro.

Ela mudou "cagar" para "ir ao banheiro", de forma embaraçada.

Lucas franziu o cenho, com os olhos frios semicerrados.

— Beatriz, é melhor você não mentir.

Quando ela achou que era hora, lavou as mãos e saiu do banheiro em direção ao elevador.

Lucas já a esperava do lado de fora da clínica ginecológica.

— Vamos entrar. — Ele disse.

Camila não apareceu.

Beatriz estava nervosa e resignada.

Ela gradualmente se acalmou, deixando tudo fluir.

Se fosse descoberta, que fosse.

Enquanto eles abriam a porta da sala do médico, Lucas recebeu uma ligação no celular.

— Mila, vá com calma, o que aconteceu... certo, estou indo.

Enquanto falava ao celular, Lucas lançou um olhar profundo para Beatriz.

Ele parou por um momento ao ver o rosto dela ainda inchado do lado direito, então seguiu em frente sem hesitar.

Beatriz interpretou o olhar de Lucas como um aviso.

Ela saiu do hospital e, lendo as notícias de entretenimento, percebeu que Camila havia sido atacada por um fã muito louco.

Ela foi derrubada pelo fã e quebrou a mão.

Não era de se admirar que Lucas tivesse se apressado tanto.

Beatriz encontrou o homem que havia esbarrado na noite anterior no elevador do hotel.

Ele segurava mais uma xícara de café.

Ela percebeu seu olhar fixado na bochecha direita ainda inchada e não mostrou nenhum sinal de querer desviar o olhar.

Ela se sentiu um pouco desconfortável, mas não evitou o olhar, com o rosto sério:

— Eu sei que sou uma mulher bonita.

Rodrigo sorriu levemente, seus lábios se curvaram enquanto ele tomava um gole de café, o que parecia extremamente sexy.

Ele disse:

— Você me parece familiar.

Beatriz olhou para os números subindo no elevador.

— Esse tipo de paquerar não está na moda.

— Eu nunca precisei de paquerar. — Rodrigo sorriu de forma enigmática. — Eu só disse a verdade.

Sua voz era despreocupada e preguiçosa.

Beatriz olhou perplexa através do espelho polido do elevador, olhando para o homem à sua esquerda, sem o reconhecer de forma alguma.

Ela não o conhecia.

O homem de repente se aproximou dela.

Ele tinha uma presença forte.

Beatriz deu alguns passos para trás, um pouco assustada.

— O que houve? — Ela perguntou um pouco tensa, olhando para seus olhos profundos.

Ele olhou nos olhos dela, tirou a máscara e revelou um rosto muito bonito e refinado.

Beatriz prendeu a respiração. Estavam muito perto, e ela pôde sentir o leve cheiro de pinho que vinha dele.

— Realmente não me reconhece?

— Não reconheço.

Rodrigo se endireitou e lhe lançou um olhar.

As portas do elevador se abriram no décimo andar, e ele se afastou para deixá-la passar.

Confusa, ela realmente não conhecia aquele homem, mas ele parecia conhecê-la?

Acabara de tomar banho quando ouviu alguém tocar a campainha do quarto.

Era um funcionário do hotel.

— No 12º andar, um senhor pediu para entregarmos este creme medicinal facial para a Srta. Beatriz.

— Obrigada.

Beatriz pegou o creme facial, ainda mais confusa.

Ela não usou aquele creme facial, afinal, eles mal se conheciam.

Naquela noite, Beatriz teve um sonho.

Sonhou com aquela noite dois meses atrás.

Naquela noite, dentro da suíte do hotel, parecia que o ar condicionado não estava funcionando; ela estava suando muito.

O homem a segurava pela cintura, mudando de posição várias vezes.

Ele era intenso, dominante.

Beatriz estava tão fraca que mal tinha forças, e sua cabeça girava ainda mais por causa do álcool.

Quando ela acordou.

Beatriz massageou a testa.

O sonho desta noite foi assustador.

Inicialmente, era o rosto de Lucas, mas, de alguma forma, de repente mudou para o homem que ela encontrara no elevador.

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