Capítulo 7
Beatriz estava com o estômago revirado, não conseguiu evitar e vomitou, diretamente em cima dele. O rosto sério de Lucas instantaneamente se endureceu. Ele olhou para o vômito em sua roupa, seu olhar ficou furioso.

Beatriz cobriu a boca, embora secretamente sentia um certo prazer, explicando: — Estes dias tenho me sentido mal.

Lucas, com repulsa, tirou a roupa e a jogou no carro, revelando seu físico robusto. Antes de sair da sala, advertiu Beatriz friamente: — Volte a morar em Alphaville. Se minha avó descobrir que você se mudou, não vou te perdoar.

Beatriz não podia mais voltar a morar em Alphaville. Ela tinha algo muito importante para fazer: encontrar um lugar seguro para realizar um aborto. Ela estava constantemente preocupada em ser descoberta. Quando Beatriz decidia algo, agia com determinação. Ela comprou uma passagem para Cidade C. Naquela noite, pegou o avião e, em seguida, um táxi para uma pequena cidade, onde reservou um pequeno hotel perto do Hospital Santa Casa.

Quando amanheceu, os médicos do Hospital Santa Casa começaram o expediente e ela foi se consultar. Beatriz ainda estava um pouco constrangida e fez um pedido especial à enfermeira: — Gostaria de ser atendida por uma médica no departamento de ginecologia, por favor.

A enfermeira, impaciente, respondeu: — Se todos pedirem para ser atendidos por uma médica, como eu vou fazer? No momento, só o Dr. Santos ainda tem vaga. Você quer marcar com ele?

Beatriz hesitou por um momento e então respondeu: — Sim.

A enfermeira, com uma atitude bastante ríspida, fez o agendamento.

Ela foi para o ambulatório no segundo andar e logo seria sua vez de ser atendida, quando Jean ligou.

— Senhora Oliveira, por que você não veio trabalhar hoje?

— Eu já pedi demissão. Estou de férias. — Respondeu Beatriz. Ela acrescentou: — Secretário Carlos, estou viajando. Voltarei daqui a uma semana para entregar meu trabalho. Conto com você nesse período.

Ela desligou rapidamente o telefone. Jean transmitiu a mensagem de Beatriz para o Lucas ocupado.

— Presidente Moreno, a Senhora Oliveira foi viajar. Ela voltará em uma semana para entregar seu trabalho.

Lucas franziu a testa, pegou o café da mesa e deu um gole, não satisfeito com o sabor. — Quem fez o café hoje? Faça outro.

Jean levou o café embora e pediu ao assistente para fazer outro. Trocaram o café quatro vezes seguidas. O presidente conseguiu se controlar e não trocou novamente.

Jean ficou pensando consigo mesmo que talvez o chefe estivesse acostumado a tomar café feito por Beatriz.

— Marque um restaurante para hoje à noite com Camila. E encomende um buquê de rosas para mim também.

As palavras de Lucas surpreenderam Jean. O presidente ainda ama mais a ex-namorada?

Antes de sair, ele olhou para Lucas, que estava ocupado trabalhando, e disse: — Lucas, Beatriz sempre se saiu muito bem. Espero que você não se arrependa no futuro.

Jean era colega de faculdade de Lucas. Agora, ele falava com Lucas como amigo.

Lucas levantou os olhos, com um olhar frio: — Por que eu deveria me arrepender? Sempre fui apaixonado pela Camila.

Por que ele se sentiria arrependido?

Lucas respondeu com desdém.

Beatriz não sabia da conversa entre Jean e Lucas.

A enfermeira abriu a porta. — Número 30, a Senhora Silva está aqui?

Beatriz assentiu e entrou.

Assim que entrou, ouviu outra enfermeira dizer timidamente: — Doutor Santos, você é muito travesso.

Era uma voz extremamente delicada.

O coração de Beatriz estremeceu.

Ela olhou para o médico, que desfrutou desta felicidade.

Dessa vez, ela poderia dizer que o conhecia.

O homem que encontrou no elevador era um médico?

Ele estava de jaleco branco, alto e com ombros largos.

Ele estava em frente à pia, lavando as mãos meticulosamente, uma a uma.

As mangas estavam puxadas até o cotovelo, revelando braços fortes e tatuados com uma mamba negra.

A mamba negra enrolada em torno de uma rosa.

Beatriz ficou sem palavras.

Ela nunca tinha visto antes um médico com uma tatuagem tão assustadora nos braços.

Com a máscara, Rodrigo levantou as sobrancelhas ao ver Beatriz.

Por que ela veio a um lugar como esse para um exame?

Ele voltou para o seu lugar, limpando as mãos com calma, e perguntou casualmente: — O que está incomodando?

Depois de esperar um pouco, vendo que a paciente não colaborava, Rodrigo ergueu as sobrancelhas: — Dor de garganta? Não consegue falar?

Beatriz manteve uma expressão calma e disse baixinho: — Eu vim... para fazer um aborto.

Beatriz piscou os olhos.

Era totalmente inesperado.

— É sua primeira gravidez? Você já teve filhos antes?

— É a primeira vez, nunca tive filhos.

— Quando foi a última vez que você teve menstruação?

— Parece que no final de abril.

— Você fez o teste de gravidez em casa?

— Sim.

Rodrigo perguntou sobre o histórico médico anterior de Beatriz antes de dizer: — Vou fazer uma ultrassonografia para você.

Beatriz concordou. Ela já estava aqui, então não queria perder muito tempo.

Ela seguiu a enfermeira atrás da cortina.

Tirou os sapatos e deitou-se na cama, puxando a roupa até acima do abdômen.

Rodrigo colocou luvas e entrou.

Ele aplicou o gel no abdômen de Beatriz, que sentiu uma sensação fria.

Ele fez a ultrassonografia para ela.

A pele de Beatriz era muito delicada, macia como creme, com o gel frio espalhado sobre o abdômen, seu ventre tremendo com a respiração nervosa.

Rodrigo disse suavemente: — Relaxe um pouco.

Depois de terminar o exame, ele falou lentamente: — Você tem duas opções, aborto cirúrgico ou aborto com medicamentos.

Beatriz já havia pesquisado sobre isso, e disse suavemente: — Aborto cirúrgico.

Sua voz era fria, mas seus dedos tremiam levemente.

Rodrigo notou os dedos tremendo dela e arqueou as sobrancelhas: — Podemos fazer a cirurgia amanhã à tarde.

Beatriz pegou alguns lenços de papel e limpou o gel do seu abdômen: — Está bem.

Vendo que os tremores dela pioraram, ele raramente agiu como um bom samaritano: — Se você não quer fazer isso, pode levar a gravidez adiante.

— O pai da criança é violento. Seria um sofrimento para o bebê. — Beatriz disse, arrumando suas roupas com indiferença.

— É uma situação difícil. — A voz do homem era monótona ao afirmar os fatos.

— Sim, muito difícil. — Concordou Beatriz.

Rodrigo abriu a cortina e saiu.

Beatriz observou as costas largas e pernas longas dele, lembrando-se dos sonhos sensuais que tivera com ele algumas noites antes, sentindo-se ainda mais perplexa.

Será que ela tinha o potencial de se tornar uma mulher volúvel?

Enquanto Rodrigo digitava informações no computador, ele explicava detalhadamente os cuidados necessários após o aborto.

Beatriz ouvia atentamente.

Rodrigo fixou o olhar nas palavras "Beatriz" por alguns segundos. Finalmente sabia o nome dela, Beatriz.

De repente, ele disse vagarosamente: — Eu tenho um sobrinho, e a esposa dele também se chama 'Beatriz'.

Beatriz se sentiu confusa.

Ele apenas disse isso sem pensar, lembrando de uma conversa familiar onde ouviu o nome 'Beatriz' ser mencionado.

Ele não era próximo de seus parentes e mal conhecia seu sobrinho.

Beatriz olhou para ele, seus belos olhos arregalados.

Ele era um Santos, e a mãe de Lucas também era Santos.

A família Santos era de Cidade A, mas ela nunca tinha conhecido ninguém desse círculo social, e nos anos que passou com Lucas, nunca encontrou outros membros da família Santos.

Será que era apenas uma coincidência?

Ela começou a sentir-se um pouco desconfortável.

— O Dr. Santos está brincando. Ainda não sou casada. — Beatriz escreveu "solteira" em seu registro médico.

Ela não podia revelar mais do que isso neste momento.

Ele lançou um olhar significativo para ela.

Será que o filho que ela carregava poderia ser dele?

Beatriz não sabia por quê, mas aquele olhar de Santos a deixou arrepiada.

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