— Viu só Juliette, lembra-se do que eu falei sobre poder de persuasão? Você nunca terá voz própria do lado de alguém que está sempre te convencendo que a errada é você! Romeu ficou incrédulo com o comportamento do filho. — Arthur, está usando de baixos artifícios para me separar da minha mulher! Mas Arthur continuou me olhando e falando com a mesma expressão de indicação. — Viu só, eu sou o culpado por ele ter-se casado com você. Ele sim, merece sua confiança! Ele pode fazer o que quiser, que ainda assim terá que compreendê-lo! — Não é nada disso, Arthur! Eu não estou me justificando porque não fiz nada, até onde eu sei! Eu não sei quem é esta mulher que esteve aqui! Meus olhos lacrimejaram, a tristeza me consumia e eu queria que a história daquela mulher fosse mentira, só isso. — Você tirou a máscara e se apresentou para ela, por isso veio até aqui! Ela tem um filho com a mesma idade do Júnior! Romeu se entristeceu em ver a minha dor e baixou o
l — O quê!– fiquei incrédula. Nina explicou com detalhes: — Ela já andava estranha, Juliette. Saíamos para nos divertir e ela já não era mais a mesma. Até o dia em que passou mal e vomitou muito! Emília, que estava embalando o meu filho no colo, atravessou na fala de Nina, afobada. — Verdade, até brincamos dizendo-lhe que devia estar grávida. — E ela?— fiquei curiosa. — Virou uma fera! Saiu brava, e até passou uns dias sem falar conosco! Fiquei pensativa a matutar, enquanto andava de um lado para o outro da sala. — Meu Deus, eu pensei que a Tina tivesse sempre o cuidado de se prevenir! Nina e Emília fizeram muitos desabafos. Tina teria sofrido muito sem dividir comigo. Eu me sentia muito egoísta. Desde que estava casada, não lhe dava mais atenção. — Vamos ligar para ela!— eu sugeri. Fomos para o meu quarto provisório e lá tentamos muitas vezes. Júnior estava calmo, sentindo o aconchego dos braços de Emília, mesmo ela estando muito agita
— Eu acredito em você — eu disse desanimada. Arthur veio me abraçar e ficou um tempo assim, até que ele se afastou curioso. — Tem certeza que ela está grávida? — É só uma suspeita! Ela não quer falar com ninguém, digo conosco, suas amigas! Arthur ficou pensativo. — Se quiser me dar o número de contato dela, posso tentar convencê-la a falar com você. Sei lá, quem sabe ela me ouve? — Será?— Fiquei feliz com a perspectiva. Arthur parecia o melhor amigo desse mundo. Sem pensar muito, lhe dei o contato da Tina e ele anotou no seu celular. — Pode deixar, Juliette, vou subir agora para tomar banho e descer para jantar, mas antes de dormir eu ligo para ela. Acompanhei Arthur com o olhar, enquanto ele subia as escadas, e quando me virei, as criadas estavam chegando da cozinha para arrumar a mesa de jantar. — Arthur vai me ajudar. Ele vai ligar para Tina, quem sabe ela o atende!— Comentei passando para o meu quarto. — A senhora acreditou nele? — Antônia falou fazendo um
Ele se aproximou e sentou-se à beira da minha cama. — Eu te assustei? — Não!— Menti. — Estou sem sono. — Por quê?— fiquei curiosa. Ele suspirou longamente. — Lembranças! Elas não param de vir. — Lembrança! — Sim! Eu me sentei e ficamos muito próximos. — Que tipo de lembranças, Romeu? — Daquela noite. — Do baile? Não veio falar dela comigo, veio Romeu? — Juliette, me escute!— ele segurou minhas mãos. — Não quero ouvir!— eu quase chorava. Sussurros… olhos no olhos e bocas que se desejam. — Eu quero falar, por favor, Juliette! Eu sinto que é você! — Eu?!— paralisei. — Você! — Mas… Eu não entendia o que ele queria dizer. Eu não ficaria com dois homens no mesmo baile, nem mesmo estando podre de bêbada! — Eu lembrei! A lingerie!— ele disse empolgado. Franzi a testa, incrédula. Eu não devia deixá-lo falar. — Quer mesmo que eu ouça isso? Se deitou com outra e quer me contar os detalhes! Romeu não se alter
Durante a noite, depois que adormecemos, aconteceu um fato que me marcou. Acordei de madrugada, ouvindo o choro baixinho do meu filho. Quando eu consegui esticar o pescoço e colocar a cabeça para fora do cobertor, vi uma cena emocionante através da luz fraca do abajur. Romeu estava de pé com o Júnior no colo, conversando baixinho. — Ei rapaz, calma, não precisa acordar a sua mãe desse jeito! Você é muito comilão, sabia? Junior parou de chorar e ficou olhando fixamente para Romeu, como se tentasse entender o que ele dizia. Os dois se comunicavam com o olhar. Eu suspirava quietinha, vendo o Romeu falar. — Sabia que a sua mãe está exausta? Você mama o dia inteiro, filho! Precisa começar a comer outras coisas! De repente ele sorriu, como se estivesse lendo o pensamento do Júnior. — Você está bravo? E eu, como acha que estou? Você tomou posse dos seios da sua mãe! Sabia que antes de você nascer eu pensava que era dono deles? Eu achei graça e afaste
Arthur virou-se rapidamente para o pai, já irritado. — O senhor conseguiu ludibriar a Juliette mais uma vez, não é mesmo pai? Essa parece ser a sua especialidade! Romeu ergueu as sobrancelhas e manteve um sorriso irônico nos lábios. — Não gostou da novidade? Melhor para você, assim não terá que se casar com ela! É, mais uma vez você conseguiu se safar! Era só uma brincadeira, mas Arthur não desperdiçou a oportunidade de causar mal estar entre mim e o Romeu. — Claro, e o senhor vai para o sacrifício outra vez, não é mesmo? Romeu me olhou sem jeito e eu baixei a cabeça segurando a emoção. — Ela sabe o quanto a desejo!— ele disse com a voz embargada. Nesse momento, ergui os olhos brilhando de satisfação, mas para Arthur era só mais uma oportunidade de espezinhar. — Claro, desejo que o senhor sente por quase toda mulher à sua volta! Romeu engoliu em seco e examinou rapidamente a minha reação, enquanto se sentava à mesa. — Não se dei
Era tanto desejo que começou na cama e terminou no chuveiro. Mesmo preocupada, eu seguia sempre pelo comando das mãos dele. Claro que eu estava limitada, mas o desejo era grande e com jeitinho, sempre dava certo! A ducha forte, o sabonete atrevido e o fogo nos levou às nuvens. Passado a febre, achamos graça, rimos juntos, enquanto nos secamos. Ainda deu tempo de darmos um cochilo, depois do amor gostoso. Ao despertar, para nos arrumar e descer para o desjejum, ouvimos o choro de fome do meu pequeno e eu tive que amamentá-lo primeiro. Sentei na poltrona própria para isso e fiquei esperando o meu príncipe ficar satisfeito. Romeu sentou-se à beira cama e ficou a nos admirar. Era fim de semana e ele não ia trabalhar. Parecia bem tranquilo, enquanto falava: — Parece que estou sonhando, vendo você e o Júnior preencher a minha vida! O que mais posso desejar? Eu sorri satisfeita, mas ainda tinha uma dúvida: — Não vai se trancar naquele escrit
Romeu se levantou da mesa e foi na direção do filho. — Arthur, calma! Vamos conversar, talvez eu possa explicar! Arthur deu um passo para trás. — Explicar o que? Que o senhor me roubou o direito de ser pai e marido da Juliette? — Ela não ama você, filho! Meu pai entrou tentando amenizar: — Procure entender, Arthur, é melhor que a Juliette fique com o seu pai! — Entendi, porque para o senhor seria mais conveniente, assim os negócios ficariam mais seguros! — Exatamente! Arthur bufou e saiu batendo a porta. — Ele vai contar para ela!— Romeu se desesperou. Meu pai suspirou resignado. — Não dá para evitar, eu sinto muito, Romeu. O seu filho é um irresponsável! Enquanto estamos nos matando pelo bem da nossa fortuna, ele só consegue enxergar os seus interesses! — Você acredita que ele a ame? Eu sempre achei que tivesse a ver com a mãe dele! Meu pai ficou pensativo. — Eu já não sei mais de nada, mas uma coisa é certa, ele é uma