Capítulo 4

Por Choi Ha-na

Uma semana havia se passado desde o meu encontro inesperado com Kim Jin-Hoo. Ele mandou o contrato há dois dias para o meu e-mail pessoal e uma mensagem no celular. Eu só visualizei e não respondi. O contrato? Ainda não mexi.

Relaxo na cadeira da minha sala, aproveitando o tempo antes da próxima reunião. Olho para cima e fecho os olhos.

Por mais que eu tente não pensar nisso, o sexo ardente com Jin-Hoo no carro invade meus pensamentos. A pegada dele, as mãos, os beijos... tudo vem à minha mente, como uma tempestade. Sem me dar conta, estou mordendo o lábio e sorrindo.

— Espera aí! O que estou fazendo? — Endireito-me na cadeira, sacudindo os pensamentos. — O que estou pensando? Não posso pensar nisso. Foi só um deslize, e já passou.

Nós dois descarregamos o desejo que sentíamos. E pronto. Não vai haver mais nada.

Vamos aos negócios.

Coloco o cabelo atrás da orelha, ligo meu computador e acesso o e-mail. Dou uma olhada no contrato e nas cápsulas.

Como prometido, ele está mantendo tudo em sigilo. Continuo lendo o contrato até o final e, então, me deparo com algo que faz meu sangue ferver.

Mas que merda é essa?

Aproximo-me mais do computador, relendo para ter certeza de que li corretamente.

> “Regra mais importante: Sem envolvimento romântico da parte de Choi.”

> “Caso não possa cumprir (especialmente a última), não assine este documento, por gentileza.

> Atenciosamente,

Presidente Kim Jin-Hoo.”

Mas que filho da puta!

— Isso não vai ficar assim!

Tiro uma foto dessa parte do contrato e mando para ele, completamente indignada.

Eu: “O que é isso, Kim Jin-Hoo? Você quer morrer? Acha mesmo que tenho algum interesse romântico em você? Está redondamente enganado!”

Bato o celular na mesa, cruzando os braços enquanto tento conter minha irritação.

O resto do dia passa de forma arrastada. Na reunião, estou com um humor mortal.

Um dos funcionários apresenta uma ideia para uma loja de brinquedos.

— Senhora, o que acha de acrescentarmos algo mais na seção infantil?

— Não. Está ótimo do jeito que está. Próximo.

A próxima apresentação é de uma funcionária, que traz uma maquete do shopping com uma nova área de lazer. Antes de prestar atenção, meu celular vibra.

JH: “Você leu o contrato só agora? Achei que já tinha desistido.”

Outra mensagem chega logo em seguida:

JH: “Não quero morrer, só estou me precavendo. Do jeito que você estava louquinha por mim, nunca se sabe…”

— Desgraçado! — exclamo, atraindo olhares confusos de todos.

— Não foi com vocês, desculpem. Eu gostei dessa ideia. — Aponto para a mulher. — Elabore mais.

De volta ao celular, digito com raiva.

Eu: “Precavendo? Você também estava me comendo com o olhar. Devo lembrar?”

A resposta chega em segundos.

JH: “Eu sei me controlar. Você, pelo visto, não. Se estiver insegura, não assine.”

Meu rosto queima de raiva. Ele estava me desafiando.

Eu: “Caro senhor Kim Jin-Hoo, eu sei muito bem controlar meus desejos. O meu por você passou naquele momento. Será que você pode dizer o mesmo? Veremos. Enviarei o contrato mais tarde.”

Após enviar, fecho a conversa. Não darei mais atenção.

|...|

O dia passou rapidamente, e, quando chego em casa, já é tarde da noite. Vou direto para o banho, tentando relaxar. Ao sair, coloco um roupão e verifico o celular.

Jin-Hoo havia mandado outra mensagem.

JH: “Que tal este sábado? Podemos marcar?”

Eu: “Lamento, mas já tenho um compromisso inadiável.”

Enquanto esquento minha comida, ele responde:

JH: “Espero que não seja outro encontro às cegas com um moleque.”

Reviro os olhos, irritada.

Eu: “Você não tem mais nada para fazer? E, se for? Pode ser que seja um homem gostoso dessa vez. ”

Sua resposta demora, mas chega.

JH: “Marcamos outro dia.”

Satisfeita, deixo o celular de lado e preparo meu jantar com um sorriso confiante.

|...|

Estou esgotada e muito cansada. Preferia estar em casa, tomando um banho relaxante na minha banheira com muito vinho, do que aqui nessa festa entediada.

Pelo menos o vinho é muito bom. Dou uma bebericada e vejo meu pai se aproximando com um dos seus amigos mais antigos. Na verdade, ele era da época do meu avô. Daquele ali, eu gostava muito. Senhor Park Dong-Ho.

Ele era um senhor simpático e sempre me tratou muito bem. Quando comecei nesse mundo, ele me deu muitos conselhos de como lidar com esse mercado.

— Ha-na, quanto tempo, minha querida, cada vez mais linda. — Senhor Park disse.

— Senhor, como vai? — Cumprimento com um aceno de cabeça.

— Estou tão feliz por você, sua marca é um sucesso, minhas netas só querem se vestir com você.

Eu dou um sorriso.

— Estava falando com o seu pai. Meu neto mais velho vai virar para cá. Ainda não sei quando, mas queria muito que você o conhecesse.

— De novo com isso, Park. — Meu pai diz, um pouco irritado.

— Ela precisa se casar com alguém, e meu neto já mostrou interesse em Ha-na. Ele é um bom homem.

Aquela conversa estava começando a me deixar enjoada. Os dois pareciam decidir com quem irei me casar sem pedir minha opinião. Não vou dar atenção, porque eu faço o que quero, e o homem com quem vou me casar será especial.

— Esse sujeito também foi chamado? — Meu appa comentou de mau humor, de repente chamando minha atenção.

— Finja simpatia, Choi, por favor. Estamos com muitas pessoas influentes, e uma troca de farpas aqui não será boa para ninguém. — Aconselhou Park.

— Eu sei me controlar, mas ele sempre dá um jeito de ficar me provocando, e… — Papai dá uma engasgada. — Quando foi que o filho dele voltou?

Observo rapidamente a porta e vejo Jin-Hoo descendo as escadas do pátio elegantemente.

Aff! O desgraçado tinha que ser tão lindo? Meu coração deu uma batida mais forte, quase como se estivesse me traindo. Meu rosto esquentou, e eu precisei me esforçar para manter a postura, como se ele não tivesse nenhum efeito sobre mim. Mas algo dentro de mim sabia que era mentira.

Ele desce as escadas do salão, cada passo uma declaração de confiança. Meu olhar é inevitavelmente puxado para ele, como se fosse uma força gravitacional. Ele usa um elegante smoking preto, perfeitamente ajustado ao corpo, e a camisa branca impecável contrasta com a gravata borboleta que realça sua sofisticação natural. Seu cabelo escuro, meticulosamente penteado para trás, com algumas mechas caindo sobre a testa, conferia-lhe uma aparência charmosa e ao mesmo tempo poderosa.

Cada detalhe dele transborda carisma e controle. E, claro, ele sabe disso.

De repente, nossos olhares se cruzam. Ele segura meu olhar por um instante mais longo do que deveria, e eu noto um leve sorriso de canto surgir em seus lábios, como se soubesse exatamente o que estava fazendo comigo. Meu corpo inteiro reage, e eu me odeio por isso. Ele desvia o olhar, mas não antes de me analisar de cima a baixo, devagar o suficiente para fazer minha pele arrepiar.

Mas não estou diferente. Escolhi a roupa ideal para essa ocasião. Estou com um vestido elegante preto, justo, de mangas longas, que cobrem os braços, mas com cortes ousados nos ombros, revelando minha pele de maneira sofisticada, mas provocante. O design minimalista realça minhas curvas e confere um toque de sensualidade discreta. Meus cabelos longos e lisos caem livremente sobre os ombros, e tudo destaca a minha beleza.

Seu olhar de repente cai na minha direção de novo.

Dou um sorriso provocante na direção dele, como quem diz: “Duas pessoas podem jogar esse jogo, Kim Jin-Hoo.” E, para minha satisfação, vejo seu olhar estreitar por um breve segundo. Ele ajeita a gravata borboleta, o movimento deliberado, quase como um desafio silencioso. Isso será divertido, Jin-Hoo. Você trouxe um pouco de emoção para essa festa chata.

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