Capítulo 7

Por Kim Jin-Hoo

Estou extremamente cansado quando chega sexta à noite. A única coisa que quero é chegar em casa, tomar um banho e descansar a cabeça no travesseiro.

Desde que tive a reunião com a equipe de criação, eles estão trabalhando duro para planejar algo que possa ajudar a tornar o shopping mais atrativo.

E eu e Ha-na mantemos o contato à distância durante a semana. Acho que estamos prontos para ficarmos sozinhos no mesmo espaço. Pelo menos, acredito que esse tempo foi o suficiente para mim.

Meu celular vibra com uma nova mensagem.

Seung-Ho: “Já está chegando? Estão todos aqui, só falta você.”

Aí! Por que eu fui confirmar essa porra, e como eu não descrumpro minha palavra, eu vou até lá, fico pelo menos uma hora e vou para casa, já que amanhã preciso estar no trabalho um pouco mais cedo.

O restaurante fica em um bairro movimentado de Seul, cercado por prédios modernos que contrastavam com a fachada tradicional do estabelecimento. A entrada é marcada por portas de madeira esculpidas e lanternas vermelhas penduradas, iluminando o letreiro em caracteres coreanos elegantes.

Ao passar pelas portas, o ambiente interno exala um misto de sofisticação e conforto. As paredes são revestidas de madeira clara, decoradas com pinturas minimalistas de montanhas e cerejeiras em flor. Mesas baixas de madeira escura, cercadas por cadeiras acolchoadas, estavam dispostas de forma a oferecer privacidade a cada cliente. Algumas áreas tinham divisórias de papel hanji, típicas dos antigos hanoks, criando um toque intimista.

Do outro lado do salão, uma grande janela dava vista para o movimentado rio Han iluminado pela cidade, enquanto um balcão moderno exibia potes de cerâmica com kimchi e outros acompanhamentos frescos. O aroma era inebriante: uma mistura de carne grelhada no estilo bulgogi, temperos apimentados de gochujang e o toque sutil do chá de cevada fervendo ao fundo.

— Ah! Olha ele aí, o maior dos empresários Kim Jin-Hoo.

Ouço os assobios e balanço a cabeça.

— Parem com isso, vocês não mudaram nada — respondo, cumprimentando todo mundo.

As mulheres sorriem enquanto me encaram.

— Já você mudou demais — Soo-Jin diz, enquanto me analisava de cima a baixo. — Está mais forte, comeu o que na Coreia?

— Quando tenho um tempo, me exercito — eu me sento em uma das cadeiras.

— Jin-Hoo, diz aí como estão os negócios? Agora que você assumiu a empresa do seu pai, deve ser mais cobrado do que antes.

— Eu tenho uma responsabilidade maior agora, mas nada do que não possa resolver.

Soo-Jin riu e me deu um sorriso provocante.

— Vamos ver como vai ser isso. Sua família esteve no topo durante anos e aí vêm os Choi com a coleção da Ha-na e desbancaram vocês — ela dá um sorriso triunfante. — Nós, mulheres, somos poderosas. Como se sente em relação a isso?

— Normal, uma competição saudável. Vamos ver até quando, mas ela é excelente, é merecido — dou de ombros sem cair na pilha.

Seung-Ho riu e balança a cabeça.

— Sua família ainda tem briga com os Choi — comenta divertido. — Pela sua resposta, vejo que você e Ha-na estão se dando bem agora, embora você sempre teve uma admiração por ela.

Fico incomodado. Por que todos estão falando dela? E por que estou tão nervoso?

— Não é bem assim. Nós dois só somos mais civilizados.

— HM… Interessante — comentou outro colega.

— E vocês? — mudo de assunto rápido. — Como estão? Casados?

Começamos a conversar sobre outras coisas, o que é um alívio. Tomo meu Soju e sinto o gosto diferente do que eu estava acostumado agora. Senti saudade desse sabor, eu sempre amei Soju.

O ambiente parecia girar em seu próprio ritmo até que uma mulher linda entra. A conversa ao redor diminuiu quase que por reflexo, como se sua presença tivesse roubado o ar do local. Ela vestia um conjunto quadriculado simples, mas sua postura confiante fazia qualquer peça parecer um traje de alta costura. Seus cabelos, ondulados de maneira natural, balança suavemente a cada passo, irradiando movimento e charme.

Os olhos dela escaneiam o restaurante com tranquilidade, mas havia algo em seu olhar que era impossível ignorar, como se carregasse um magnetismo que exigia atenção. A luz suave do ambiente ressalta o brilho de sua pele impecável, e o toque sutil de maquiagem apenas acentua sua beleza já marcante.

Ha-na segurava a bolsa com elegância, como se cada detalhe de sua presença fosse cuidadosamente orquestrado, ainda que ela parecesse completamente alheia ao impacto que causava. Havia um contraste em sua aparência: simplicidade e sofisticação se encontravam em perfeita harmonia.

— Quem diria, estávamos falando dela. — Soo-Jin diz, cruzando os braços. — Que coincidência milagrosa. — Então me olha com um sorriso divertido.

Eu prendo a respiração sem perceber, observando-a enquanto ela analisava o local, seus olhos parando brevemente em mim. Quando nossos olhares se cruzaram, sinto meu coração acelerar, e uma corrente elétrica percorreu meu corpo. Eu deveria desviar o olhar, fingir que estou imune à presença dela. Mas não consegui.

Ha-na, como sempre, parece intocável, sua expressão neutra, como se nada pudesse abalar sua confiança. Eu sei que deveria agir normalmente, mas minhas mãos, que antes estavam firmes segurando o copo de soju, agora estão úmidas, e eu percebo que estou apertando o copo com mais força do que o necessário.

Desvio o olhar rapidamente, fingindo estar atento à conversa que continua ao meu redor, mas meu desconforto é óbvio. Soo-Jin nota, claro. Ela sempre foi boa em perceber fraquezas.

— Parece que alguém ficou nervoso, não é, Jin-Hoo? — disse ela em um tom malicioso, e sinto todos os olhares se voltarem para mim.

Droga. Eu tenho que sair dessa.

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