— Ei — ele disparou com a voz baixa, com o canto do lábio se curvando para cima e morrendo em seguida assim que ele a reconheceu. Os seus olhos inclinaram-se para cima e para baixo no seu corpo de uma maneira que quase faz a pele de Louise.Porém, nesse momento ela gostaria que fosse realmente um serial killer.— Hugo Lecos — ela disse, mantendo a porta aberta por mais tempo do que desejava. O gesto parecia um convite, mas, na verdade, era um esforço para conter o seu surto interno. — Você é casado! O que estava fazendo num aplicativo de encontro as cegas? — Tudo o que conseguiu ouvir dele foi um suspiro resignado.— Posso entrar? Eu trouxe vinho. — Pediu ele, enquanto Louise hesitava por quase um minuto inteiro, debatendo internamente sobre a sabedoria de permitir a sua entrada. No final, ela cedeu, abrindo um pouco mais a porta para que ele pudesse, finalmente, entrar.Para ser sincera, Louise sabia muito pouco sobre Hugo. Desde que Zoe chegou a Los Angeles, ela havia-o visto apenas
Olhar penetranteImpávido e serenoTentações que sonheiPrazeres imagináriosConvites recusadosSerei eu próprioDe me seduziresDe me levares deste conforto calmoDe me mostrares quem realmente ésDe te abrires comigoContar-me todos os teus segredosToda a tua intimidadeDe ficar com o teu perfume cravado na minha peleDos teus beijosLeva-meEm qualquer sítio, em qualquer lugarNum canto só nossoPara aí te abrir o meu fatoDescair toda a roupa que há em nósPara nos entregar-nos mutuamentePara realizar o nosso desejoPara sentir o sabor da tua pelePara trocar os nossos valoresPara sermos únicosSermos um sóPorque amanhã nem sequer nos conhecemosMas ficou a marcaFicou o momentoPara mais tarde recordar — Adonis silvaZOE MONDEGO— Sabe como é, neh? Tudo está tão entediante com a sua ausência — Louise resmungou audivelmente. — O bom é que essa é a última semana, não é? O dia após a despedida de solteiro será o casamento, certo? Sorte a nossa. — Sim, ao menos, tudo isso deixa
ZOE MONDEGO E como se tudo não pudesse piorar, senti logo uma pontada de indignação ao ver Kristen se aproximando do meu marido de mentira. Ela estava vestindo um biquíni amarelo clarinho que evidenciava os seus cabelos ruivos presos por um coque alto, que, apesar de ser bonito, era excessivamente sensual aos meus olhos. Aquela escolha de traje, somada à maneira como ela segurava as taças de vinho e uma garrafa de vinho branco, deixava claro que ela tinha algo em mente, algo que eu não estava disposta a permitir. Eu definitivamente não queria ficar com ciúmes dela, mas ainda me admira como ela ousava se insinuar para qualquer homem que não seja o seu marido Colton. Talvez eu simplesmente devesse deixar o próprio Christian lidar com isso, certo? Eu estou pagando para que ele finja me amar, ele não faria a bobagem de corresponder as investidas dela, não é? Porém, decidi que não deixaria esse ultraje passar impune quando vi o loiro segurar uma das taças de vinho que Kristen o ofereceu
ZOE MONDEGO Os meus pais não têm o jato privado, tudo porque o meu pai sempre manteve a política de que não pagaria por algo que ficará metade do ano parado. Nesse caso, eu concordava plenamente com, porém, isso não fazia com que polpa-se quando foi reservar literalmente toda a primeira classe do avião comercial. Nós somos seis, contando com as mais seis melhores amiga da noiva, fez-se no total doze pessoas, ocupando toda a área. Assim que eu entrasse na aeronave, faria questão de procurar os assentos mais distantes deles para ir durante todas as seis horas de viagem. Estamos todos sentados na sala VIP do aeroporto, cercados pelo luxo discreto e pela atmosfera de exclusividade que permeia o ambiente. Os assentos são confortáveis, o serviço é impecável e o silêncio tranquilo oferece um refúgio bem-vindo da agitação lá fora, quer dizer, silêncio entre aspas, porque era impossível não ouvir os cochichos das meninas, mesmo que elas tentassem falar o mais baixo possível. Observei vagam
ZOE MONDEGORabisque o coraçãoinsinue poemasrecite orgasmosque de tantos acasosverdades sejamassim e semprena ausência, saudadena presença, volúpiavocê!um ser tão especialque moda alguma conseguirá imitarnem anjo, ou demônioapenas presençae a poesia,que taltatuada em nós.— Oscar De Jesus Klemz.Encarei pela terceira vez ambos os convites que descansavam sobre a mesa de vidro.Um com belas letras douradas e cursivas em um papel bege e refinado que até possui um cheiro de lavanda, e o outro com letras imprensas em um papel branco, tão sem graça mas que aparentemente é tudo para mim.Irónico.O bico bateu contra o chão polido, e o som dos meus saltos altos ecoaram por todo espaço que me rodeava, abafando todo o ruído que a enorme cidade de Los Angeles faz, talvez seja isso que me fazia sentir quase que engolida, sufocada, em um ambiente tão amplo que é a minha sala.O primeiro eu já estava esperando, o casamento de Kristen, confesso que achei que demorou bem mais do que e
ZOE MONDEGO Sempre encontrei no sexo uma grande virtude consoladora, e nada adoça mais as minhas aflições vindas dos meus problemas do que sentir que uma pessoa amável se interessar por ele. — Jean-Jacques Rousseau Estacionei o carro à frente da porta da pequena e bela casa da minha melhor amiga — Louise Davis — que já me esperava na entrada principal com um sorriso zombador, não fiz nem questão de reclamar e adentrei a casa, sentando no seu pequeno sofá cor-de-rosa. — Eu quero que você mande uma carta para o vice-presidente, dizendo para ele analisar melhor o meu caso, e junto a carta, você mandará um convite de jantar para ele e sua esposa, e também para o restante do pessoal da mesa de congresso para eu apresentar o meu noivo — eu disse e ele pareceu ficar cada vez mais incrédulo. Mas o que importa ? — Você realmente não está pedindo algo fácil, Zoey, e de qualquer forma, eu espero não perder o meu tempo e principalmente não estar desperdiçando o tempo do vice-presidente — ele
ZOE MONDEGOEu sempre soube que ir à casa de Louise durante o último dia do fim de semana nunca resulta em coisa boa, logo não deveria estar surpresa em acordar em seu sofá cor de rosa com um torcicolo e com uma bela ressaca. Toquei na minha testa e ainda de olhos fechados dedilhei a mesa de centro à procura do meu celular.Eu não pude dizer que a noite de ontem não foi divertida, porque foi e bastante. Louise conseguiu me tirar da minha confortável casa para irmos a uma boate recém aberta e que ela estava desejosa para ir, então convidamos uns amigos em comum e fomos.O meu problema começou no primeiro copo de aperol spritz, que depois foi seguido pelo segundo, terceiro, quarto e quinto, e nem isso me impediu de beber os dois copos de negroni que Louise pediu e a vinda dos shots de tequila. Depois disso tudo, ainda lúcida o suficiente, fui dançar e depois implorei para voltar para casa.Espero mesmo que ninguém tenha me filmado, porque não sei se aguentaria me ver naquele estado.Já c
ZOE MONDEGO Faltavam menos de duas horas para o meu encontro e até agora o dia estava sendo tranquilo, ao chegar, a primeira coisa que pedi a Kate foi a encomenda de um café da manhã decente, ou ao menos o suficiente para eu não sentir fome até chegar o horário do almoço. E em respeito a Christine, tudo menos algo proveniente de qualquer lanchonete. E para tentar distrair a minha cabeça, procurei concentrar as minhas forças no trabalho, mas minha paz durou muito pouco tempo. O celular fixo que descansava em minha mesa tocou. — Srta. Mondego, o Sr. Lecos pretende falar consigo — Kate informou. O que o Hugo quer comigo hoje? — Claro, pode transferir a chamada — autorizei e a linha ficou silenciosa por alguns instante, e quando estou prestes a desligar ela voltou a falar: — Não, Srta. Mondego, o Sr. Lecos está aqui na recepção — informou e eu desliguei na mesma hora. Levantei de forma urgente e respiro e inspiro até ter a certeza de que estava bem o suficiente para prosseguir com