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ASLAN: Mafioso e impiedoso.
ASLAN: Mafioso e impiedoso.
Por: milamurias
Capítulo 1 – Comparação.

S E L E N

    Silêncio, isso, apenas o... silêncio. Era tudo o que eu pensava e desejava estar apreciando, invés da voz estridente da minha irmã.

Levanto minha cabeça que estava entre meus braços em cima da mesa, e olho incrivelmente entediada para a morena falsa que falava incansavelmente mais uma marca de seguidores no I*******m. Quantos eram mesmo?

– 750 mil seguidores! – Selina exclama com um sorriso maior que a cara, ela era insuportável, jamais irei entender o porque meus pais sempre amaram mais ela que a mim. Mas algo me dizia que era porque ela era um reflexo fiel a ambição do meu pai e a maldade da minha mãe. E eu? Eu não sei nem quem eu sou. Mas eu me questionava a cada fim de semana que eu era obrigada a ficar aqui, em cada um deles minha irmã esfregava na minha cara que eu não tinha nada em comum com ela.

– Ah, e você? Filha? Alguma novidade que queira nos contar? – A voz fina da minha mãe me chama a atenção, olho para ela que tem uma expressão de puro e genuíno desinteresse em saber seja lá o que for da minha vida. Meus pais eram obrigados pela vovó a fingirem que se importam comigo, pelo menos sexta, sábado e domingo.

Eu tinha sim algumas, mas não era com eles que eu gostaria de compartilhar. Balanço a cabeça que não, voltando a atenção para as minhas mãos agora em cima da mesa. Só queria ir logo para casa, longe deles.

Olho novamente para minha irmã que estava super empolgada falando sobre as suas parceiras e etc. Observo seus longos cabelos pretos escorridos e a maquiagem destacando seus olhos. Éramos idênticas mas diferentes ao mesmo tempo, claro, ela possuía veneno na ponta da língua, o mesmo escorre no canto direito da sua boca. Como se ela pudesse ler meus pensamentos, ela limpa a boca com o guardanapo e eu rio-me internamente.

Ela odeia a ideia de que existe alguém idêntica a ela na aparência, acho que seu narcisismo beira á loucura. Então desde que me lembro ela tenta ao máximo me afastar da vida dela e consequentemente da dos meus pais.

Lembro-me quando ela convenceu meus pais a me entregarem a minha avó. E eu sinceramente mesmo... nunca estive tão grata, fui criada longe de toda a toxidade dessa casa, arrisco a dizer até que sinto uma queimação nas minhas narinas quando tento respirar.

– Deveria voltar a ser loira, não é? Irmãzinha? – A voz nojenta ecoa, ai, eu odeio quando ela me chama de "irmãzinha". Sorrio falsamente.

– Não, eu gosto dessa cor – Mantenho o sorriso e ela desfaz o dela, revirando os olhos. Meus pais como sempre nada percebem ou fingem não perceber.

Meus cabelos estavam um castanho escuro e eram mais curtos que o da cobra. Não estávamos nada parecidas.

– Se pintar de preto e emagrecer uns 20 quilos, talvez fique parecida comigo, nem ao menos parecemos gêmeas – Ela diz séria, forçando um tom preocupado. Olho para minha mãe que rir.

– Bem que um dieta não te faria mal algum, Selen – Minha mãe completa. Sinto minhas bochechas pegarem fogo. Eu as odeio e odeio estar aqui.

– Ah, e também pôr um mega-hair, quem sabe, qual shampoo barato você usa para eles estarem assim com as pontas ralas? – Decido ignorar.

Meu pai permanece em silêncio. Ele não fede e nem cheira.

Logo depois, elas duas voltam a conversar animadamente. O que a minha irmã via em mim para tentar me deixar mal? Parece que está competindo comigo. Que horror.

Balanço minha cabeça e foco minha atenção em terminar o café da manhã, eu já havia chegado a algumas boas horas. Nosso aniversário de 19 anos é amanhã e eu estava pensando em como pedirei a meu pai para que pudesse ir para casa.

– Estou tão ansioso para a minha festa de aniversário! O que vai me dar de presente, paizinho? – Ela se inclina aos ombros do papai, com um sorriso branco que podia até me cegar. Ele olha para ela abrindo um sorriso e em seguida para mim como se não quisesse que eu visse essa cena. Tarde demais.

– O que querem ganhar? – Ele pergunta agora alternando o olhar entre nós duas, ela desfaz o sorriso branco rapidamente. Agora iremos ver o próximo ataque de drama.

– Querem? Foi eu quem perguntei! E pode ver que ela não precisa de nada – Engulo em seco diante seu olhar de nojo. Balanço minha cabeça, já estava para lá de acostumada a isso, já nem doía mais. um– Eu quero aquela Ferrari rosa que te pedi no aniversário passado, por favor! – Ela volta a sorrir. Já meu pai desfaz o dele.

– Por que quer outra? Já te dei aquela preta a alguns anos – Olha desconfiado para mim. Enquanto eu, só tenho uma bicicleta e ela constantemente quebra a corrente. Antes eu tentava entender o porquê de ser excluída, mas hoje já estou até cansada de pensar sobre. Não tenho mais energia.

– Não tem mesmo nenhuma novidade, querida? – Agora minha mãe se dirige a mim, claro que era para que a minha atenção não tivesse na minha irmã e no papai.

Sorrio para ela.

– Na verdade eu tenho uma – Tomo um gole do café agora gelado. – Consegui uma bolsa de estudos para estudar no Canadá. – Vejo a surpresa em seus olhos assim que termino de falar. Apenas minha avó e Victor sabiam disso.

– Jura? – Pergunta como se não conseguisse acreditar. Era tão incrível assim eu ter conseguido algo que eles com certeza pagariam para que a minha irmã tivesse ganho?

– Do que estão falando? – Meu pai pergunta e eu então repito a novidade para ele, já ele, nada diz e olha para minha irmã que está vermelha de raiva.

– Esqueci de dizer a vocês que estou sendo perseguida por um homem! – Exclama e do nada a vejo começar a chorar. Logo a atenção de todos está nela novamente.

– O que? Como assim, meu amor? – Minha mãe que estava ao meu lado afasta sua cadeira para mais perto da minha irmã.

– Sim, mamãe, faz quase um ano, ele vive me mandando mensagens nojentas! – Continua, reviro os olhos. Ela odeia quando a atenção não está totalmente nela.

Ela pega o celular que estava com a tela virada para baixo na mesa e parece procurar algo.

– Olhem as últimas que ele me mandou! – Ela entrega o celular para a mamãe, permaneço sem esboçar alguma reação. Ela percebendo, manda mamãe me entregar o celular.

Sem ter opção, eu o pego e tento entender o que vejo. Meus olhos se arregalam com a última mensagem escrita em letras maiúsculas:

"VOCÊ ME DEIXA QUENTE FEITO O INFERNO E UM DIA A FAREI QUEIMAR JUNTO Á MIM"

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