É incrível como o mundo muda quando se está apaixonado.
As coisas mudam de cor, o dia começa mais cedo, acaba mais cedo e milhares de coisas mudam de forma e lugar. De repente, começamos a ver tudo com outros olhos e quando as coisas não remetem à pessoa que amamos, simplesmente percebemos que não importa o que fazemos, lá estamos nós perdidos em pensamentos que nos trazem a pessoa a mente.
Vamos dizer que a já distraída Lorena Silverstone estivesse passando por isso.
Lá estava a garota de olhos castanhos perdida em devaneios observando os pássaros na árvore bem ao lado da janela de sua sala de aula, no segundo andar. Pela manhã, horário em que estudava, os pássaros reuniam-se em seus ninhos antes de sair à procura de alimentos para os filhotes e a garota dividia sua atenção entre a aula e observá-los. Normalmente conseguia dar atenção às duas coisas. Isso antes de seus pensamentos serem tomados por certos olhos verdes de alguém que ela apenas não queria esquecer.
—Lori? – indagara Marlene, a professora de inglês – Pode ler o parágrafo cinco do texto, por favor? Lori…? Lorena, está me ouvindo?
Não. Não estava.
Naquela manhã o sol invadia a sala de aula e as cortinas estavam fechadas, exceto por uma fresta por onde a jovem espiava o lado de fora. Na verdade, lembrava-se de meses antes, de quando sua amiga a beijara e ela enlouquecera, seu mundo virando de cabeça para baixo.
Inicialmente havia sido um turbilhão de sentimentos confusos e ela não sabia o que pensar ou como reagir, temendo que aquilo afetasse a amizade entre as duas. Não havia ninguém que ela conhecesse tão bem ou fosse tão íntima quanto aquela garota e uma das coisas que jamais abriria mão no mundo era perdê-la, perder sua companhia e amizade. Mesmo diante do medo e da insegurança pelo acontecimento, uma coisa lhe parecera clara, ela tinha sentimentos pela amiga, fortes sentimentos que ela nunca seria capaz de negar.
Havia decidido que se declararia para a outra, independentemente do resultado, mesmo com o risco de levar um fora ou daquilo afetar a amizade entre elas. Não poderia simplesmente fingir que nada havia acontecido e que aquele aperto em seu peito não existia. Precisava botar para fora tudo que sentia dentro de seu coração, aquele sentimento qual a amiga era a razão.
Para sua surpresa naquele dia, ao sair no final da aula, ela estava lá a lhe esperar, em pé ao lado do portão. E nunca Ashley lhe parecera tão linda quanto naquele momento.
A atenção de Lori fora desviada de suas lembranças quando uma aluna na carteira ao lado a cutucara no ombro com a caneta. Assustada, a menina encarou a amiga que apontara para a professora a aguardando. Não apenas a professora, mas todos os alunos da sala a observavam.
—Sente-se bem, querida? – indagara a professora.
Demorara alguns segundos para a garota assimilar o que acontecia e quando finalmente o fizera, ficara com as bochechas ruborizadas no mesmo instante. Ash dizia que Lorena, por ter a pele muito clara, assim como a dela própria, quando se envergonhava por alguma coisa ficava com a face tão vermelha que parecia um tomate. As sardas abaixo de seus olhos desapareciam e ela parecia tão assustada quanto se estivesse assistindo a um filme de terror.
—Você parece distraída essa manhã – continuara a professora – Se importaria em traduzir o parágrafo cinco do texto para a sala? Se não souber qual é, Laura pode lhe mostrar.
Laura era uma menina da mesma idade de Lorena, com a pele cor de bombom e profundos olhos negros. Era gordinha e extremamente vaidosa. Havia sido ela quem cutucara Lori com a caneta, lhe mostrando a professora que a chamava instantes antes.
A garota loira encarara o caderno à sua frente, sequer havia aberto o livro, não fazia a menor ideia de qual texto a professora se referia. Laura, ao seu lado, lhe passara o livro que tinha em mãos apontando para o parágrafo que a professora mencionara. Lori apanhara e retribuíra com um sorriso sem jeito, então, levantara-se com o livro em mãos e lera o trecho em inglês e logo em seguida lera novamente, dessa vez traduzido. Para sua sorte, Ashley e ela adoravam aquela matéria e estavam sempre dez passos à frente da professora. Traduções de textos simples dos livros que estudavam não representavam qualquer desafio.
—Você tem talento para isso, Lori. Poderia ser tradutora ou mesmo intérprete no futuro se quisesse investir nessa área. Nota-se que não tem dificuldades com o idioma. Me preocupa vê-la distraída assim. Me recordo que ano passado seus trabalhos junto de Ash eram os melhores de toda a escola – comentara a professora – Parece que depois que Ashley saiu daqui para o Delphine, ela levou uma metade sua. Precisa aprender a se concentrar e trabalhar sem ela por perto, encontre uma nova parceira, alguém com quem se identifique e trabalhe bem. Não deixe esse talento se perder ou ser desperdiçado.
As palavras atingiram Lori no peito como flechas de aço. Devolvera o livro para a dona e se sentara sem dizer nada enquanto a professora voltava sua atenção para outro aluno. Realmente era aquilo que havia acontecido. Ashley partira e a deixara ali. Se antes as duas eram próximas, agora era quase impossível se imaginar longe da amiga. Ash era sua metade e ela se sentia incompleta sem a presença da mesma. Não seria fácil encontrar uma nova parceira, não havia ninguém que pudesse substituir a morena de olhos verdes que ela amava.
♥♥♥
Ashley havia acabado de sair de uma apresentação em um seminário. Apesar de ser bonita e sociável, além de ter talento para se apresentar, não gostava daqueles eventos. Mas naquele colégio toda semana, sem exceções, todas as salas faziam apresentações que eram assistidas por outras salas, por professores e convidados. Não tinha escolha, era parte do processo e como diziam, eles preparavam os alunos para o mercado de trabalho, para interagir e se expressar em público. Não dava para negar que estava aprendendo algo com isso.
Ela e outras duas meninas de sua sala de aula no Delphine’s Spencer, o colégio particular onde atualmente estudava, haviam acabado de palestrar para mais de duzentos alunos sobre a importância da Tecnologia da Informação na atualidade. Ela acreditava que todo mundo já estava careca de saber tudo aquilo, mas como futura Técnica em Informática, era importante que falasse sobre o assunto com segurança e seriedade.
Ao voltar para a sala, apanhara o celular na mochila e acendera a telinha olhando as horas. Ainda eram dez da manhã. Por regra, no Delphine’s nenhum aluno podia andar com celulares nem usá-los no horário de aulas. Aos flagrados quebrando a diretriz haviam punições que variavam de chamar os pais para uma conversa nada amistosa com o Conselheiro ou mesmo ganhar uma bela suspensão. Queria poder falar com Lori, mas sabia que teria de esperar.
—Hey, Ash – dissera uma menina loira com cabelos longos e lisos caindo pelas costas – Parabéns pela apresentação, vamos montar um time juntas na próxima vez. Anna e eu estamos pensando em sair essa tarde, ir ao shopping tomar um sorvete, quer vir com a gente?
A morena parara por um segundo admirando a amiga. A menina loira se chamava Elizabeth, tinha lindos olhos azuis e era mais alta que ela, devia ter quase um metro e oitenta. Era magra e suas medidas eram perfeitas para ser modelo, ainda mais com as roupas sociais que o Delphine’s determinava como uniforme.
O uniforme feminino do Delphine’s era composto por saia e blazer cor de chumbo com camisa branca por baixo. Os sapatos deviam ser sociais, mas ficava a gosto do aluno, desde que fosse de cor preta e engraxados diariamente. Além disso, não eram permitidos brincos, anéis e colares grandes demais, apenas joias discretas. Ashley odiava aquele estilo, sentia falta do velho jeans e tênis de caminhada que usava na antiga escola pública.
—Tenho planos essa tarde com uma amiga, mas fico agradecida pelo convite – respondera usando da gentileza que os professores do colégio viviam sugerindo aos alunos.
—Hum – pensara a loira – Se quiser pode trazer sua amiga, se ela não se incomodar, claro. É aquela garota do colégio onde você estudava, não é? A menina que você conhece desde que nasceu e que é sua melhor amiga. Você sempre fala nela, seria legal conhecê-la.
Ashley se sentira entre a cruz e a espada. Por trás das gentilezas e aparências, as meninas do colégio Delphine’s Spencer eram um bando de patricinhas que não sabiam pintar as próprias unhas direito. E naquela tarde ela pretendia ficar à sós com Lori para falarem sobre um assunto em particular que ela precisava organizar em detalhes. Tinha de pensar rápido em uma forma de se livrar de Elizabeth e Anna.
—Posso confirmar com ela antes? É que tínhamos algumas coisas para colocar em dia e não quero atrapalhar o passeio de vocês – respondera, esperando que com aquela resposta Lizzie entendesse que ela não estava interessada.
—Imagine, não irá atrapalhar em nada. Adoro a sua companhia e tenho certeza que iremos gostar da sua amiga também. Me chame no W******p, se quiser podemos marcar um lugar para nos encontrarmos. Diga que sim, querida. Sim?
Não ia ser fácil escapar, aquela garota era persuasiva. Aparentemente a única saída seria sair com elas. Ou pelo menos encontrá-las antes de fingir uma dor de barriga e fugir.
—Sim. Falo com ela e lhe dou um oi para confirmar às 13hs. Se rolar, marcamos um lugar por lá e nos encontrarmos, tudo bem assim para você? – respondera a contragosto.
Elizabeth batera palmas com as pontas dos dedos sem emitir nenhum ruído e sorrira para a morena, dizendo que avisaria Anna. Ash sorrira de volta, aproveitando a deixa para colocar o celular no bolso sem que ninguém percebesse.
Minutos depois, trancada em uma das repartições do banheiro, a garota teclava no aparelho em modo silencioso. Ainda faltava algumas horas para poder ligar e ouvir a voz de sua amada, mas precisava lembrá-la que ela estava em seus pensamentos a cada instante.
♥♥♥
Lori estava resolvendo uma equação de física quando sentira o celular vibrando abaixo da carteira. Por sorte, Jonas, o garoto que sentava à sua frente, era alto e forte e funcionava como uma parede entre ela e o professor. Apanhara o aparelho discretamente e o colocara sobre a carteira, clicando para conferir as mensagens.
Mensagem da mãe dizendo para ela passar no mercado.
Mensagem da biblioteca informando prazos de livros emprestados por ela.
Mensagem de um grupo de estudos combinando datas de preparação dos trabalhos.
Mensagem de Ash.
Ignorara as anteriores e esboçando um sorriso clicara na mensagem da namorada. Era bom saber que Ashley também estava pensando nela.
Ash para Lori.
10:25 am.
- Sentindo sua falta. Te ligo quando for para casa. O que acha de mudarmos os planos para essa tarde? Uma amiga daqui nos chamou para irmos ao shopping. Podemos escapar dela mais cedo e ficarmos juntas apenas nós duas. O que me diz? Te amo s2
Movera apenas o olhar para o professor que lia algo no livro enquanto os alunos resolviam os exercícios do quadro negro. Voltara a atenção para o celular e começara a teclar levemente sobre a telinha de touch screen.
Lori para Ash.
10:31 am.
- Por mim tudo bem. Vai ser interessante conhecer alguma menina da sua nova escola. Mal espero pela chance de ficar sozinha com você. Estou precisando de você, da sua companhia, do seu beijo, meu anjo. Também te amo s2 Se cuide, estou aqui pensando em você.
Clicara em enviar suspirando ao pensar no beijo de Ashley. Refletira melhor sobre as duas estudarem agora em escolas diferentes. Talvez fosse melhor assim. Se ainda estudassem juntas ela provavelmente acabaria dando alguma gafe que comprometeria o sigilo daquele namoro.
No dia seguinte ao primeiro beijo, Ash e Lori tinham conversado por horas. Após declararem uma para a outra que não se arrependiam do ocorrido e que sentiam a mesma paixão e atração, viera a questão da família e amigos sobre elas e sua atual condição. As duas vinham de famílias tipicamente conservadoras, com costumes religiosos e tradições.
Sabiam que se assumissem o que sentiam publicamente suas mães iriam à loucura e fariam de tudo para afastá-las. A mãe de Ashley era centrada e objetiva, mas era também sistemática e temperamental. Já sua mãe era do tipo que organizava festas de Natal, ceia com a família e provavelmente até a encaminharia para um psicólogo. Os pais das duas nem era preciso dizer, apoiariam o que suas mães decidissem.
A única forma de proteger aquele sentimento e deixar aquela nova relação entre elas fluir era mantendo sigilo de todos sobre o que acontecera. E vinha sendo assim pelos últimos meses. Encontros sigilosos, mensagens apaixonadas nos celulares que tinham senha e discrição sobre tudo. Não era fácil, nem um pouco.
Quando estamos apaixonados o dia parece menor, mais curto. É como se não houvesse tempo para cumprir todos os compromissos que temos e ainda estar com a pessoa amada. E é ainda pior quando se está distante, quando o contato é feito através de ligações e mensagens, quando os encontros precisam ser agendados, planejados e precisamos torcer para nada dar errado. Mas se realmente existe amor, as barreiras estão ali apenas para serem superadas e dar ao resultado um gostinho mais especial.
Ashley e Lorena sabiam que tinham um longo caminho pela frente até poderem ficar juntas realmente, oficialmente. Sabiam que haveria tempos difíceis, momentos turbulentos e desafios que só seriam capazes de ultrapassar juntas. Mas o mais importante era que elas sabiam que nenhuma das duas estava disposta a desistir. Qualquer empecilho era pequeno diante de todo o amor que sentiam uma pela outra.
—Você devia comer mais, nem mexeu na comida – exclamara Sarah, a mãe de Lori à mesa do almoço – Na sua idade precisa se alimentar para repor todas as energias que gasta.A menina agradeceu e disse que estava satisfeita. De certa forma sua mãe tinha razão, ela realmente gastava muita energia, por outro lado, comer mais não era a solução. Estavam apenas as duas como acontecia quase todos os dias. O pai de Lori trabalhava como Chefe de Cozinha em um famoso hotel na cidade de San Dimas, o Venatores et Luna e normalmente passava o dia fora, pegando apenas um dia por semana para folga. Sendo filha única, ela e a mãe eram a companhia uma da outra nos cafés da manhã e almoços.—Posso lavar a louça mais tarde? Combinei de sair essa tarde com a Ash e umas amigas e pretendia dar uma olhada no guarda-roupa, ainda não me decidi sobre o que usar.
As amigas encontraram-se duas ruas antes do shopping, como planejado. Ash pretendia alertar Lori sobre as garotas que estariam com elas naquela tarde. Apesar de todos no Delphine posarem de bons samaritanos, a verdade por trás da maioria era que não passavam de filhinhos de papai ostentando o uniforme da escola.Não entendia como sua mãe havia conseguido encaixá-la. Haviam muitos nomes na lista de espera por uma vaga. Aparentemente os contatos que Debbie tinha com gente rica e famosa tinham valido a pena naquela questão. Ainda assim não gostava do colégio e seu enorme manual de regras. Sentia falta do tom mais livre da escola onde Lori ainda estava.Praticamente arrastando a loira pela mão, Ash a levara até um banco de jardim solitário e recostara-se com ela nas costas do mesmo. Ainda faltava vinte minutos para o horário marcado com Lizzie e Anna na entrada do shopping e elas tinham aqu
O sol não havia despontado novamente, mas aquela tarde nublada continuava quente. Ash vestia um shortinho jeans pouco mais longo que o de Lori, desfiado nas barras e tênis brancos. Usava ainda uma camiseta de manga longa cor de rosa com a parte superior aberta, deixando o colo e ombros à mostra enquanto no peito havia um desenho da Hello Kitty. No pescoço trazia uma gargantilha com um minúsculo pingente prateado em forma de coração.As duas encontraram-se com Lizzie e Anna que chegavam ao mesmo tempo na entrada do shopping. De imediato, Lori encantara-se pela beleza das garotas. Elizabeth, também loira como ela era alta e magra, pouco mais alta que Ash. Seus seios tinham também o tamanho de duas pequenas maçãs e a menina tinha um olhar penetrante com seus olhos azuis brilhantes. A outra, Anna, era uma morena da mesma altura de Ashley – o que fazia com que Lori se sentisse, mais uma vez, a baixin
Por fim o grupo de garotas entrara para o shopping, Elizabeth ainda de braços dados com Ash e Anna, ainda que tivesse perdido a empolgação de minutos atrás, segurando Lorena pela mão. Naquela tarde de sexta-feira o movimento pelas inúmeras alamedas e passarelas do local estava grande e assim como Ash esperava, lá estavam elas indo de vitrine em vitrine espiando roupas e sapatos. Ao contrário do que imaginava sobre elas, Lizzie e Anna eram mais simpáticas que o esperado pela morena. Pouco depois que tinham entrado o assunto mudara para coisas preferidas entre elas e Lori estava sendo bem recepcionada pelas outras.Entre as conversas Ashley percebera quantas afinidades Anna e Lori tinham, que iam desde o tamanho das roupas – os números de Anna eram bem pouca coisa maiores que os de Lori – até seus gostos pessoais. A morena com aqueles lindos e longos cachos caindo pelos ombros e pe
Lori seguia na direção da porta quando Ashley a segurara pela mão. Virando-se para trás, a loira deixara que a namorada se aproximasse e a tomasse em um abraço. Encostaram-se na porta fechada enquanto a morena avançava, tomando os lábios da amada com o seus. Descera as mãos para a cintura da loira e em seguida atrevidamente para o bumbum. Loreno descolara seus lábios do beijo que dividia por um breve segunda para gemer baixinho de puro tesão.As duas estavam no quarto de Ash e haviam acabado de se arrumar para sair. Era noite de sábado e como planejado, Lori dormiria com ela. Era bem comum em finais de semana que uma dormisse na casa da outra, quase sempre. Porém, nessa noite, as duas tinham combinado de ir ao cinema assistir a qualquer filme de heróis que estivesse em cartaz.Na verdade, os gostos para filmes de ambas eram bem diferentes. Lori gostava de comédias e romanc
Antes que percebesse Ashley estava sentada do outro lado do banco, de frente para ela, enxugando uma das lágrimas de suas sardas com o polegar.—Seus olhos estão com aquela cor de mel linda que eu amo. Pensando bem, acho que é bom que não tenhamos mudado nosso ponto de encontro. Eu sempre vim aqui com você para ver seus olhos com esse brilho.—O verde dos seus olhos também muda com as luzes daqui, como se houvesse mais brilho neles. Lembra ainda mais um par de esmeraldas – sorrira Lori inspirando e engolindo o choro de antes – Já contei uma meia dúzia de garotos olhando para nós. Estou surpresa que nenhum veio aqui ou nos chamou para conversar ainda. Será que estamos dando na cara?Ashley olhou em volta, realmente havia mais de um garoto olhando discretamente para elas.—Não, claro que não. Acho que são só inseguros ou tími
As garotas tinham voltado para casa pouco depois das dez, mais de uma hora antes do combinado com a mãe de Ash. Deborah costumava permitir que elas chegassem até onze e meia nos finais de semana, mas a dupla nunca chegara no prazo limite. Tinham costume de ficar mais em casa que na rua e sempre voltavam mais cedo.Agora tinham um motivo maior para querer estar na privacidade do quarto da morena.Naquela noite, após voltarem, Debbie assara uma pizza para as duas e como de costume, Ash comera quase tudo. Lori ficava se perguntando como a namorada era capaz de comer cinco pedaços de pizza e não engordar. Ela mesmo comera dois porque fora forçada, duplamente forçada, uma vez que Ash e a mãe insistiam para que ela desencanasse da ideia de que estava engordando demais. Não eram as duas que sentiam o soutien apertando toda vez que tinha de vesti-lo. E não queria admitir que precisava comprar um númer
Lori escorregara preguiçosamente o corpo para cima, começando a beijar desde o pescoço da amante, traçando uma linha de carinhos até que seus lábios se encontrassem.—Não aconteceu nada demais – disse Ash por um instante em que param para respirar – Não fique encucada com mais isso. Vamos tomar mais cuidado daqui em diante, tudo bem? Eu prometo que vou cuidar de você. Eu te amo, sua menina complicada e medrosa.Lori era realmente a mais insegura entre as duas, mas isso não fazia com que Ash fosse cem por cento segura de tudo. Claro que se a namorada tivesse se confessado, mesmo dizendo ter sido um sonho, a mãe ficaria desconfiada das duas com segredos e portas trancadas.Sem dizer o que realmente pensava, Ashley apenas abraçara a outra mais forte, apertando seu corpo junto do dela. Ela tinha de parecer sempre forte, pois sabia que desde crianças, Lor