CAPÍTULO 62

AYLA

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Os dias na embarcação passaram em um ritmo estranho, como se o tempo estivesse suspenso entre o passado que me assombrava e o futuro incerto que me aguardava.

Eu ainda acordava no meio da noite, ofegante, sentindo o peso das lembranças me esmagando, mas, de alguma forma, Caio estava sempre por perto. Ele parecia saber exatamente quando eu precisava de silêncio e quando eu precisava de distração.

E distração era algo que ele me dava de sobra.

Nossos momentos juntos se tornaram uma constante. Durante as refeições simples e nas noites em que o mar rugia lá fora, Caio me contava suas histórias, e eu ouvia, fascinada, admirada por alguém que tinha lutado tanto para chegar onde estava.

Ele falava sobre sua infância, sobre como perdeu o pai cedo e viu a mãe se desdobrar em dois trabalhos para que ele pudesse estudar. Contava das noites em claro na faculdade de medicina, dos plantões exaustivos, dos momentos em que pensou em desistir, mas se agarrou ao sonho de salvar vidas.

Ele fa
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