Na calada da noite, após toda a mansão Bryston ir dormir, um vulto passou pelos jardins, indo em direção a um muro com videiras, mas não era um muro qualquer, em uma parte, havia uma pedra que escondia um buraco, ele não era muito grande, mas era do tamanho perfeito para uma jovem, com cerca de 1,65 de altura e esquia passar.
Angelina, teve um pouco de dificuldade de remover a pedra de seu local, mas assim que foi possível a mesma se ajoelhou no chão e engatinhou pela passagem, ao chegar fora, pôs-se de pé e limpou suas roupas, ajeitou a alça da bolsa que estava em sua transversal e se preparou para sair, ela mal tinha dado alguns passos quando foi puxada por trás.
— Onde pensa que vai? — questionou Asher.
Pega em flagrante, ela não esperava ter sido detectada tão facilmente.
— Como? — ela perguntou após um suspiro.
Ele riu.
— Você passou a tarde toda estranha, rondou os jardins enquanto se vigiava, andou fazendo perguntas estranhas aos criados e vi sua dama carregar para o seu quarto uma muda de roupas masculinas. — ele disse soltando-a e cruzando os braços. — Esperei para ver o que você ia fazer, acredite ou não, eu escapei muito por este mesmo buraco, então se não quisesse chamar atenção, só teria ela para você sair. — respondeu.
— Muito bem Sherlock.
— Quem?
— Ninguém.
— Onde você estava indo?
— Você não ia embora hoje?
— Falou bem, ia. Onde está indo?
Ela se remexeu um pouco, talvez fosse necessário esperar seu irmão sair para realmente escapar, então ela mentiu.
— Está indo a uma taverna.
— Não, não estava. Você mente mal. — ele ergueu a mão e tocou entre suas sobrancelhas. — aparece um vinco aqui, quando mente.
Ela ergueu a mão tocando o local e massageando.
— Oras, isso é… — suspirou — constrangedor.
— Bem, você tem duas opções, não me dizer e voltar para casa, ou, me dizer e aceitar a minha escolta.
Te-lo por perto poderia fazer com que a informação que ela desejava não fosse fornecida, mas era um risco a correr, afinal, de qualquer forma ela teria que ir até eles.
— Estou indo até o grêmio de informações.
— Está indo até aqueles bandidos! Angelina Marian Bryston, você sabe o quanto isso é ilegal.
— Não é ilegal, você sabe disso.
Ele não podia negar realmente, mesmo que fosse mal visto os Grêmios de informações eram legais, ou não haviam leis que os tornassem ilegais. Mas eram locais perigosos e uma dama não poderia ir sozinha.
— Irei com você.
— Você pode até ir, mas não ouse entrar comigo na sala, quando eu for chamada para conversar com o líder!
— Não pense que…
— Asher Michael Bryston, você não vai entrar comigo, queira você ou não, não importa o quanto me ameace, posso não ir, mandarei alguém e você não pode ficar eternamente na capital. Tem um dever a cumprir no norte! Então aceite os meus termos ou lute contra mim! — ela foi ríspida.
Ele nunca esperou que sua irmã fosse ser este tipo de mulher, determinada, isso não era característico, ela não se esforçava, desistia fácil das coisas. Seja para o bem ou para o mal, ele achou que a queda do cavalo havia feito algo de bom com ela.
— Tudo bem, vamos. — se deu por vencido. — Mas você terá cinco minutos.
— Dez.
Ele respira fundo.
— Vinte.
— Não abuse! Você terá dez minutos para se resolver, ou eu vou atrás de você. Estamos entendidos?
— Sim senhor! — ela disse e bateu continência.
Ele foi até um canto e pegou seu cavalo, subiu e estendeu a mão para ela. — Venha, espero que não pretenda ir andando.
— Agradeço irmão, mas eu vou no meu cavalo.
— cavalo? Angelina, você ficou desacordada por quase um mês após cair de um cavalo, acha que vou mesmo deixar que você suba em outro?
Ela o ignorou e seguiu um pouco a frente onde um corcel negro estava escondido. Com facilidade ela montou na cela e com um sorriso debochado olhou para o irmão, superando as nossas fraquezas que nos tornamos mais fortes.
— Ya! — Ela esperou o cavalo que galopou pela noite, deixando seu irmão atordoado para trás.
A cidade a noite parecia diferente, não que ela já tivesse visto, mas essas eram lembranças do corpo da jovem, era tipo comprar um kit kat e vir um a mais.
Angelina, puxou o capuz cobrindo ainda mais seu rosto, e se encaminhou para uma parte menos movimentada da capital, perto do porto e distante dos olhos alheios, mas perto de toda entrada.
Eles pararam com os cavalos, os deixando aos cuidados dos estábulos da guarda marítima. Caminharam um pouco até chegar ao local desejado. Quando pisaram no interior da taverna, todos ficaram em silêncio.
— O que estão olhando?! — Angelina disse com uma voz grossa e se encaminhou para o bar.
Todos começaram a ignorar os recém chegados e tornaram a beber, mas tudo ficou em silêncio novamente quando uma caneca foi pousada ruidosamente sobre uma mesa. A jovem olhou ao redor mas não pôde ver nada, ela simplesmente deu de ombros e chamou o rapaz do balcão.
—Gostaria de um doble diablo, com muito doble e pouco diablo.
Poderia parecer estranho, mas aquela era a frase secreta para conseguir uma audiência com o responsável pelo grêmio.
A pessoa atrás do balcão olhou-a de cima a baixo e não pôde deixar de suspirar e balançar a cabeça consternado. Mais uma pessoa que ia atrás de seu chefe e que com certeza arrumaria confusão ao sair, por ter seu serviço negado.
Não demorou muito para que Angelina fosse guiada até a parte inferior da taverna, na verdade era um caminho enganoso onde, se subia pelas as escadas até o segundo patamar ao se chegar no final do corredor sem saída com apenas quartos. Ele parou diante da parede e fez um gesto que Angelina não pode ver corretamente, o que por sua vez levou à aparição de uma porta que logo foi aberta, revelando um interior rico.
— Cavalheiro! — o rapaz deu passagem para que Angelina passasse e fechou a porta.
Ela olhou ao redor até ver um rapaz sentado diante de uma mesa assinando alguns papéis.
A passos calmos e ruidosos para anunciar sua aproximação, Angelina parou diante da mesa.
— Primeira coisa que deve saber; para falar comigo deve mostrar a cara, não fechou contratos Noppera-bō.
— Sinto muito, não sabia dessa regra. — disse levando as mãos ao capuz para removê-lo. — Agora podemos conversar?
Quando a mesma disse isso, o jovem olhou para cima, apenas para se depara com uma jovem bonita, olhos claros e brilhantes, mas havia neles sabedoria e resignação.
— Tudo bem, estou ao seu dispor.
— Serei rápida, pois só tenho dez minutos. — ela se sentou. — Preciso que descubra quem é amante do príncipe.
— Você é mais uma das jovens apaixonadas por ele que desejam mudar a vida dele e fazer com que ele largue a noiva para ficar com você? — ele ergueu uma das sobrancelhas.
Angelina não pode deixar de rir.
— Bem… e se eu lhe dissesse que sou a dita e cuja noiva, que na verdade deseja apenas romper o noivado?
Os olhos do homem não puderam deixar de se arregalar e seu quico cair levemente, fazendo com que ele abrisse um pouco sua boca.
— Lady Bryston, não sabia que era você. Pouco se sabe sobre sua pessoa, pouco é vista, mas muito procurada. Na verdade, eu deveria tê-la reconhecido, mas algo em você é diferente.
— Bem, talvez seja o fato de não me deixar mais me enganar. — ela riu nasalmente. — Preciso que descubra isso para mim, e exponha. Não quero ter meu nome ligado a ele. Fácil de ser manipulado e difícil de ser controlado. — suspirou.
Ela removeu uma bolsa com vinte moedas de ouro de dentro da capa e jogou sobre a mesa.
— Acredito que isso seja mais que suficiente para resolver este problema e mais uma solicitação que irei lhe fazer. Em exatas duas semanas, preciso que prepare uma carruagem às escondidas para me levar ao norte. Caso eu não mande um pedido cancelando esta ordem em até um dia. — ele a olhou bem, esperando suas próximas palavras. — Devem me esperar ao norte do terreno das colinas de Calleri. Ali embarcarei.
Dito isso ela levantou-se sem dizer quaisquer outras palavras, mas antes que pudesse alcançar a porta foi parada por uma pergunta dirigida por ele.
— Posso saber o por que de tudo isso?
Ela pensou o que responder, a verdade poderia ser vista como uma mentira, e uma mentira poderia ser vista como uma artimanha. Talvez o melhor fosse dizer meias palavras.
— Apenas não quero morrer.
Com isso ela abriu a porta e se encaminhou para fora, não importa o quanto ele gritasse perguntasse quem queria matá-la.
Apressada desceu as escadas pronta para pegar seu irmão e sair dali, mas o que não esperava ver quando chegou ao final da escadaria era que seu irmão, o subcomandante templário do norte, estaria a ponto de levar entrar em uma briga com um cara encapuzado que tinha uma aura fria e assassina.
— MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?! — gritou em alto e bom som.
Todos ao redor pararam e olharam para a bela dama parada ao fim das escadas, ela já não mais trajava seu capuz e revelava seu rosto redondo e nariz arrebitado, mas mirava ferozmente o rapaz com o capuz.
A passos pesados e ligeiros ela se interpôs entre eles. Se alguém olhasse de longe poderia pensar que ela era quem estava sendo intimidada e não um homem com a face coberta que era duas cabeças mais alto que ela.
— O que você quer? — ela disse em um rosnado. — Vamos diga.
Antes que ela pudesse cobrar mais alguma resposta, o cara encapuzado fugiu da cena deixando tudo e todos para trás, mas logo foi seguido por seus dois amigos.
Todos que ali ficaram a olharam como um monstro de sete cabeça, como ela seria capaz de enfrentar um homem cujo ao qual era evidente que ela não era páreo, não obstante, o que não sabia que a fuga do homem não se devia ao medo, mas sim ao seu corar ao se deparar com a jovem, ele teve que fugir antes que a fizesse algo estupido.
Na taverna, Angelina revisava seu irmão em busca de ferimentos ou algo qualquer, mas ele estava simplesmente bem, aliviada ela lhe chutou a canela.
— Na próxima vez, você ficará em casa! — Com isso ela jogou capuz sobre sua cabeça e saiu daquele lugar que tinha odor de vômito e cerveja.
Do alto do patamar do segundo andar, o líder do grêmio observava a cena. Após a saída abrupta dela, o mesmo foi atrás de respostas mas acabou se deparando com uma cena muito interessante.
— O que é tão interessante para que você tenha esse sorriso em seu rosto Pavel.
— Apenas algo divertido, sabe meu caro amigo, acredito que teremos uma agitação logo a chegar.
Ao contrário do que muitos pensam, no seu caso, a morte não veio acompanhada da paz eterna. Acredita-se que o que aconteceu com ela foi nada mais do que um engano. Ela não deveria usar aquelas roupas pesadas, não queria ficar apertada em um espartilho, era doloroso, e os sapatos quase arrancaram seu pé fora.Em contra do que possa parecer, ela sente falta de sua antiga vida, até mesmo de seus pais, embora tenham se visto pouco e tenha ouvido eles brigarem muito. No entanto, para questões de sobrevivência, ela teria que se adaptar. Não era fácil deixar o passado para trás, e isso repercutiu em como ela andava e se portava, o que causou muita estranheza a todos ao seu redor.Não obstante, em algum momento, durante esses poucos dias em que ela se encontrava naquele corpo e naquele mundo, ela sentiu que de alguma forma, Angelina e ela se tornaram uma. O que restou da alma de Angelina foi unificado a ela e a aquele corpo. Ela pôde conhecê-la, obter suas lembranças e, assim, compreender a e
Era lindo, e Angelina ficava sempre apaixonada por cada coisa, vestido ou pessoa que via. Mas logo sua atenção foi tomada quando risadas altas e esganiçadas invadiram o ambiente calmo e acolhedor do comércio. Garotas acabavam de entrar, não mantinham, respeito por quem ali já estavam. Uma delas, ao ver Angelina, correu até ela e a abraçou.— Liny, que bom te ver, por que não avisou que estaria aqui, poderia ter se juntado a nós!Angelina olhou a jovem dos pés à cabeça e não pôde deixar de franzir o cenho ela era estranha.Ela era bonita mas não usava nada que a favorecesse, muita maquiagem, um penteado espalhafatoso alto e cheio de cachos e um vestido que fazia seus seios quase saltarem para fora.Em busca de ajuda, Angelina olhou para sua dama que sussurrou o nome da jovem: ”Sophia Showard”.Tornou a olhar a jovem à sua frente e riu de forma nasal irônica.— Senhorita Showard, não há reconheci, está… diferente…— Gostou? Esta é a nova moda que estou lançando, torna a beleza das mulhe
Eles estavam se encarando.Ela não entendia, como ele poderia ser tão lindo e tão sério ao mesmo tempo.— Acredito que temos assuntos a tratar, acho que você não deseja discutir isso em um beco. Venha comigo. — ele estendeu a mão para ela.— Estou com minha criada, preciso que…— Eu digo a ela. — Kelliny se pronunciou — Se o Grã-duque veio até você para conversar, não acho que você deva desviar do proposto.— Não posso deixá-la sozinha, você me disse que sua criada a espera perto da floricultura.— Não é muito longe, consigo ir sozinha, ninguém vai apontar o dedo para mim e dizer nada, sou Kelliny Francis Kulrich, a filha de um duque, quem ousaria me difamar? — um leve sorriso de canto de lábios surgiu na dama.Angelina sabia que a nova amiga, era realmente uma pessoa que reles mortais não ousariam difamar, mas ela era uma mulher, em qualquer sociedade e época, sempre foi perigoso, não que exista algo como sexo frágil, mas existem pessoas ruins no mundo, que olham o gênero antes de at
— Lorde Graham, acredito que tenha sido surpreendido por minha carta.— Bem, imagine como eu me senti ao ver que uma jovem de vinte e poucos estava me pondo contra a parede quando uma resposta e que não se tratava de um compromisso. — ele se encontrou no sofá, cruzou os braços a olhou — Imagine minha surpresa quando essa mesma jovem ao fim de sua carta me disse que seríamos atacados, não só me deu o local como estava certa. — ele semicerrou os olhos.Ela engoliu em seco.— Veja... eu... bem…— Você não é uma traidora, isso tenho certeza, também sei que não comprou informações ou algo do tipo do outro lado, você é calada, reclusa, comparece a pouco eventos sociais e estuda muito para ser adequada para o cargo de princesa he
Uma ideia lhe veio a mente, e de todas as formas o não ela já tinha, e ele já teria uma justificativa na ponta da maldita língua.— Então case comigo!— Você está noiva.— Isso não nos impediria, pelo contrário ajudaria a romper o noivado.Eles ficaram em silêncio. Não ousando dizer uma palavra se quer, com medo de que o que quer que fosse dito, os levassem para um caminho sem volta. Pela primeira vez desde que esse assunto começou o Calix não tinha uma resposta, ele não sabia o que dizer.— Você não sabe o que está dizendo. — ele disse por fim.— Pelos céus! — ela exclamou e se levantou revoltada — você está sendo misógino!
“A vida é feita de escolhas e eu acredito que em algum momento eu devo ter escolhido o que estou passando hoje, pois não era possível que alguém poderia não passar para a paz eterna e ter que aturar uma vida conturbada. Senhor, se em algum momento eu reclamei da minha, me perdoe, mas não foi isso que pedi não.” Angelina pensou com um suspiro.Ela esperou.Após a conversa com o grã-duque, ela realmente esperou, mas ele não veio, ela não o viu ou sentiu sua sombra, e isso tinha dois dias, ela estava ansiosa.Enquanto isso, Asher estava de volta, quando seus pais o questionaram sobre o motivo, ele apenas informou que estava ali a mando do senhor Norte, O salafrário, como sua irmã se referia a ele agora, servia ao templo, mas continuava a obedecer ao duque, o motivo era simples, todos aquele mandados ao Norte, mesmo sob o tí
— Minha noiva eu… — Guarde uma coisa nessa sua cabeça. — ela o olhava com ódio — Não sou e nunca serei sua, Alteza! — Angelina, por favor, não faça isso conosco. — ele se adiantou e a segurou em seus braços a abraçando, ela se contorceu tentando sair — Eu te amo, você sabe disso, melhor que ninguém jamais será capaz de ocupar seu lugar em meu coração. — ela parou e ele viu que ela estava mais alma. “Palavras doces.” — seu pai dissera uma vez. — “Isso será capaz de acalmar até as mais bravas e valentes mulheres.” Ela tentou se afastar um pouco e ele permitiu, mas não permitindo que ela fosse muito longe de seu alcance. Ela ergueu a cabeça e ele pode ver, pela primeira vez que os olhos antes opacos, sem vida e resignados, aqueles olhos que o fizeram implorar ao pai quando pequeno que o noiva-se com a jovem, ardiam, cardiam com intenso fogo, como se
Alice escutava atentamente o que o reitor da universidade estava dizendo. Não que ela se importasse muito, nunca foi de sua vontade cursar direito, tão pouco ficar limitada a uma pilha de contratos, ou em um tribunal de justiça tentando defender um criminoso. Em outros casos poderia ser que ela estivesse ali, para defender uma pequena causa de processo relacionado a um aluguel não pago por seis meses. Não. sempre desejou fazer coisas a mais. ficar presa em um escritório cuidado de problemas dos outros, não era o que ela desejava. Mas seus pais, dois grandes e renomados advogados da cidade Y, desejavam que ela traçasse os mesmos passos que eles, ambos criminalistas, já se enfrentaram diversas vezes no tribunal, Alice até suspeitava que isso foi o que provavelmente levou o casamento deles ao fim, não só isso, uma das séries de fatores serviu de influência para o divórcio As pessoas eram assim. Não! O reitor a minha frente era um exemplo. Apenas ele e aqueles a quem ele passou por cim