CAPÍTULO 3

Eu não devia ter ido a uma loja de carros comprar um pra uma estranha, mas eu fui.

— Você quer que eu coloque no seu nome, Senhor Aslan?

Eu fiquei em dúvidas se deveria ou não colocar no meu nome, eu poderia simplesmente mandar deixar na universidade e a louca iria se virar com isso depois, mas eu fiquei imaginando que ela também não teria dinheiro pra rebocar o carro, já que estava sem o documento dele, certamente não poderia dirigi-lo.

— Sim, coloque no meu nome e eu mesmo vou levá-lo, não precisa entregar.

— Sim, senhor.

Eu deixei o meu carro no estacionamento da própria loja e disse que iria pegá-lo antes do fim do dia, o dono não se opôs, então eu peguei o carro novo da maluca, cujo nome eu nem sabia, e fui pra universidade na esperança de encontrá-la.

Eu fui pra vaga que ela disse ser dela, embora no dia anterior ela tivesse tentado estacionar em outra, mas eu não sabia nada da garota, e ali era o único lugar que eu poderia encontrá-la, mas ela não apareceu por lá, e outro carro estacionou no local que no momento estava livre.

Eu procurei outra vaga, estacionei o carro lá e fui pra aula.

Na hora do intervalo, eu fui pra lanchonete e a maluca estava sentada com a mesma amiga do outro dia, ela me viu e virou a cara, eu deveria ter ido devolver o carro dela, mas eu queria provar que eu não era pobre, então eu caminhei até ela.

— Anda, levanta aí e vem comigo.

Ela olhou pra minha cara como se quisesse me matar, o que pra mim não fazia nenhuma diferença, já que ela sempre me olhava assim.

— Por que eu iria sair daqui com um estranho babaca e pobre?

— Garota, deixa de graça e vem comigo, depois você decide se eu sou um babaca, um pobre, se eu mereço outro murro, ou coisa do tipo.

— Você não está me convencendo.

— Que chata, tô sem paciência, anda logo.

Eu falei puxando pelo pulso dela, obrigando ela a se levantar e me acompanhar.

— Se você não me soltar, o próximo murro vai quebrar o seu nariz.

— Primeiro você me acompanha, depois você me b**e.

Ela puxou o braço dela e se soltou.

Eu parei e olhei pra ela, eu já estava no limite da minha paciência, ela deu o dedo do meio pra mim e saiu andando em direção ao refeitório.

— Você vai comigo sim, sua insuportável.

Eu peguei ela e coloquei no meu ombro, enquanto todo mundo ficou olhando.

— Eu vou fazer você ser expulso, seu idiota escroto.

— Ah, tá bom, mas antes de eu ser expulso você vem comigo.

Ela ficou gritando, mas ninguém se meteu e nem tentou ajudá-la.

Eu fui carregando ela até o estacionamento, coloquei ela no chão, e ela voou em cima de mim.

— Eu vou matar você, seu cretino.

Eu voltei a segurar ela e a olhei no fundo dos olhos…

— Você quer calar a boca um segundo, garota?

Ela finalmente calou a boca e então eu a soltei.

Eu tirei a chave do bolso, peguei a mão dela e fiz ela abrir.

— Toma a chave do seu carro, pega, é esse aqui.

Ela olhou pro carro e depois voltou a olhar pra chave na mão dela e por fim, voltou a me olhar com uma cara de bobona.

— Eu posso até ser um babaca, mas eu sou um babaca rico, de dinheiro e de espírito, faça bom proveito, e por favor, coloque o carro no seu nome e tira do meu, entendeu?

Eu dei as costas pra ela e saí andando, mas ela me interrompeu.

— Ei, babaca?

Eu olhei pra trás e ela estava com um sorriso no rosto, eu poderia até ser enganado por ela, de tão angelical que foi.

— Você vai me pedir o quê agora? Um apartamento?

— Não sei, você vai me dar?

Ela era inacreditável, parecia que ela estava me testando, eu só não sabia o motivo dela querer testar alguém que ela nem conhecia, mas então eu tive a brilhante ideia de testar ela também, talvez eu pudesse tirar algum proveito daquilo tudo.

— Eu não vou te dar um apartamento, mas posso te deixar ficar no meu até o fim do seu curso.

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