— Trouxe um presente para você, espero que goste Margareth! Filippo cumprimentou a irmã entregando-lhe o presente que ele havia comprado durante a suposta viagem de negócios. No entanto, notei que o presente era uma sacola da grife de bolsas e calçados, a mesma em que ele estava com a amante. — Vou ver o senhor Lorenzo, tudo bem?Avisei ao meu marido, queria desaparecer daquele salão principal pelo simples motivo de evitar uma briga com algum membro da família Duarte. Pois, eu sentia seus olhares cheios de julgamentos me acompanhando a cada passo que eu dava.— Leve as meninas para o jardim, as crianças estão lá. Disse Margareth, seus lábios formaram uma curva sarcástica. Era evidente que a mulher mal podia suportar minha presença. Se ela ao menos soubesse o quanto eu queria ter vindo para este aniversário, provavelmente se sentiria pior. Margareth também tem duas meninas. Ambas têm praticamente as mesmas idades de Cassandra e Carmélia. Às vezes tenho um pressentimento que até pa
Adriel Lobo.Verifico o horário no relógio pela milésima vez, sem um pingo de paciência. Essas pessoas que se atrasam deveriam entender que, trinta minutos do meu tempo custa uma pequena fortuna e alguém vai ter que pagar por este prejuízo.Tic-tac, tic-tac o barulho daquela velha relíquia emoldurado na parede, estava me dando dor de cabeça. Era o único som que se ouvia naquele restaurante, onde eu aguardava meu sócio, meu advogado e a minha futura esposa chegarem, para uma rodada de negócios.— Sr. Adriel! — a voz rouca, me traz a sensação de alívio. Odeio ter que esperar. — Desculpe o atraso é que tive que pegar um táxi, porque meu carro quebrou.— Então? Onde estão? — analisei o ambiente — não estou nem aí que seu carro quebrou. — Não vai mais acontecer, eu juro!— Sabia que eu tive que desmarcar duas reuniões, para estar aqui hoje?Faço a pergunta despendo toda minha raiva em cima dele, sem piedade.— Boa noite Sr. Adriel Lobo.Finalmente ouço a voz do meu sócio.— Ia lhe falar, m
Capítulo 2Ana Lis Duarte.Alguns dias depois....As aulas haviam acabado e eu tinha tudo planejado para fazer minha faculdade antes de me casar com alguém, pois não queria ser como minha mãe que dependeu sempre do meu pai para tudo. Eu nunca me imaginei ter a mesma vida que minha mãe leva, ela não tem uma profissão, nem um diploma ela tem. Na verdade, minha mãe não tem nada que não seja fruto da nossa fábrica.Todos os meus planos desmoronaram quando meus pais me informaram que nossa fábrica iria fechar por ir à falência.Avisaram-me de uma hora para outra que nossa família estava falida, assim, do nada! Eles me disseram que papai não tinha mais de onde tirar dinheiro para reerguer a família.Também fui informada que nós estávamos devendo muito para a única fonte que nos emprestava dinheiro e os juros eram altos, na verdade, eram muitíssimo altos e mal conseguimos pagar os empréstimos. Situação esta, que acarretou até na hipoteca da nossa mansão. Resumindo, estávamos todos arruinado
— Você é muito bonita, Ana Lis.Senti seu polegar fazer um contorno, ao redor dos meus lábios. — Essa boca é tão convidativa... — Sussurrou — aposto que beija bem...Sua mão se fechou em meu maxilar e seu dedo abriu minha boca de forma lenta.— Eu não ando beijando ninguém, seu pervertido.Mordi seu dedo com força. O homem rosnou entredentes, aborrecido.— Você é maluca! — vociferou, — nunca mais faça isso. Garotinha mimada!O homem afundou seu dedo no balde de gelo, aparentemente furioso. — Desculpa Sr. Adriel.Arrependi-me no mesmo instante, pelo menos eu havia o afastado de mim. Porém, eu não podia e nem tinha direito algum de contrariar meu noivo, se eu quebrar o contrato, meu pai pode até ir para a cadeia e minha família será jogada na rua, sem nada.— Não se preocupe, pequena Lis. Você vai aprender a ter bons modos rápido. — senti firmeza em sua ameaça.“Oh! Deus." Onde fui me meter?Alguns minutos depois, o carro parou e eu suspirei aliviada, pois a tensão estava pesada entre
Adriel Lobo.Na igreja todos estavam apreensivos com a demora da noiva, meus pais não paravam de sussurrar em meu ouvido, perguntando sobre a garota que estava a trinta minutos, atrasada. Depois de ela ter me feito passar aquela vergonha no baile, agora me deixa plantado no altar e tendo que lidar com toda situação, sozinho.— Graças a Deus! — o padrinho diz ao meu lado.A música calma começa a tocar e, finalmente, Ana Lis passa por aquela enorme porta ao lado de seu pai.Seus passos parecem hesitantes, obviamente está nervosa. Ao se aproximar um pouco mais, tirei aquele véu que cobria seu rosto, ela me olhou nos olhos, assustada, dei um sorriso e ela fez o mesmo. Diante do público temos que ser um casal apaixonado, portanto, ela terá que seguir todas as regras.Após a cerimônia ter ocorrido como esperávamos, levei Ana para o nosso carro e fomos para o buffet, onde a festa vai acontecer.Não demos uma única palavra um com o outro durante a viagem de curto período, eu ainda estava ch
Ana Lis. “Eu só queria acordar daquele pesadelo, e que tudo voltasse a ser como era antes.” Aquilo que ele guarda como algo sagrado, nada mais é que um escapulário de nossa senhora do Carmo. Eu tinha um do mesmo modelo em ouro maciço. O meu, era personalizado, tinha as abas dobráveis e dentro, havia uma pequena frase que dizia “Fé inabalável” eu ganhei do meu avô quando era criança.O entreguei a um garoto mais velho desacordado, pois, algo em mim, dizia que ele precisava daquele escapulário, muito mais do que eu. Senti algo forte em meu peito que me compeliu a dar de presente para aquele rapaz bonito.Após aquela data marcante, a figura não me saía da cabeça e até hoje ele aparece em meus sonhos, porém, não consigo ver seu rosto.Mas não era Adriel, tenho certeza que não. Eu saberia se fosse ele.— Como se sente agora?— Eu poderia estar bem, mas estou em um hospital.Desejei toda a culpa nele.— Desculpe-me, Ana. Por eu ter lhe tratado daquela maneira, eu não queria ter feito aqui
Ana Lis.Quando saímos do edifício em seu carro, olhei através do vidro da janela e percebi que a noite havia chegado, uma linda noite tempestuosa. As gotas de água batiam nos vidros, agressivamente.— Meu celular? Onde está?Quebrei meu próprio silêncio que estava deixando-o inquieto.— Está na minha casa — me olhou rápido e voltou a sua atenção para a estrada — Gostou da chuva?Percebeu minha satisfação ao me ver com os olhos fixos na janela. — Sinto paz, tenho uma conexão com ela, que não sei explicar. É uma sensação boa... — digo pensativa passando as mãos em meus ombros.O silêncio se refez e ficamos assim o resto do trajeto. Alguns minutos depois, entramos no jardim da mansão do Sr. Lobo. Quando vi que o carro ia diretamente para a garagem, pedi-lhe que parasse o veículo e tirei meus sapatos.— O que está fazendo, Ana?Antes que ele me impedisse segurando-me pelo braço, saí imediatamente do carro.— Isso é tão bom!Olho para o céu chuvoso, adorando cada gota que caía fortemente
Poderia vê-los perfeitamente através dos vidros das falsas e enormes janelas, que deixavam o local ainda mais sutil. Os dois conversavam e riam enquanto faziam a refeição acompanhada de vinho.Foi como se ela tivesse sentindo minha presença ali, às suas costas. A jovem misteriosa olhou para trás sorrindo, seus olhos pousaram nos meus, seu sorriso já não era o mesmo, ela arqueou uma das suas sobrancelhas bem desenhadas e sorriu de lado.Era a mulher da foto.Adriel estava almoçando com a mulher que ele ama, deve ser a mesma que faz sexo do jeito que ele gosta, segundo o que me dissera ontem a noite.Dei as costas para eles, saí do restaurante e entrei no carro. Eu só queria ir para casa.***Quinze dias depois...Coloquei um vestido básico, porém elegante. Fiquei na sala de visitas aguardando impaciente Adriel chegar, para irmos à clínica fazer o bendito exame de gravidez.O medo me assola no momento, tanto que minhas mãos suam frio e minhas pernas bambeiam.Eu orei muito para que este