Rodrigo PalartoNunca houve tanto desejo em chegar, tanta vontade em encontrar, o meu corpo em completa adrenalina a cada passo era um mártir a beira da tortura, um tormento sentido, eu poderia tanto ter feito isso em todas as vezes que estivermos juntos.Era preciso me afastar, ansiar os seus beijos, temer a sua rejeição para perceber o quanto a quero, o meu temor estava ali a minha espera, o rosto franzido, colocando uma mecha para trás da orelha, apoiada ao conversível rosa, fora de moda, de alguns anos atrás.O vestido marron justo ao corpo realçando sua magreza, eu tinha esperado tanto por ela, eu me envolvi com tantas mulheres em busca de prazer para esquecê-la, mas sempre a esperei, havia angústia pelo o que não vivi durante esses anos.Mas também uma alegria pulsante por mim sentir livre. - Não tinha rosas vermelhas?- Mal aproximei-me do meu carro quando veio em minha direção perguntando, deixo de olhar as tulipas tão brancas para olhar em seu rosto.- Não sei, na verdade aind
Ária DuarteApós falar com Rodrigo vendo Carol de pé a minha frente me olhando seriamente, eu não esperei que ela me dissesse nada, sabia que ela me julgaria, acharia ruim ter feito isto, mas já não importava.Lhe entrego o celular em seguida, até que segura a minha mão num gesto de carícia. - Você fez o certo amiga, tenha certeza que você fez o melhor, agora vamos ver a queda dessa idiota!- Até ri, mas parei ao notar que não, eu não queria que Liz perdesse, que Liz ficasse para trás.Era o seu primeiro ano competindo nesta categoria. - Tenho que falar com o tio Erick. - Avisei indo contra a arquibancada, fomos a procura dele que saindo do escritório veio em nossa direção. - Como você está?- Perguntou me olhando. - Confusa, não conseguir pensar direito ainda sobre tudo. Fui sincera mais que poderia ser. - Não se preocupe enquanto você estiver aqui, a protegeremos, Ária, você sabe que a considero como uma sobrinha, lhe vi crescer e em respeito a memória do seu pai cuidaremos de você.
Rodrigo PalartoEu havia sofrido, lamentado, na primeira rodada Ária ido tão bem, mas nos obstáculos não houve muitas felicidades, digamos assim, era simplesmente incrível a sua conexão com o cavalo, era simplesmente incrível a sua maneira de conduzi-lo, a verdade é que todos pareciam saber, o seu cavalo já não estava adequado para competir.Eu não entendia de cavalos, mas achava que entendia sobre ela, a sua maneira de se conectar a aquele animal, os primeiros obstáculos até foram, os segundos, os terceiros, mas quando vi os últimos eu tinha certeza que seria impossível.Todas elas pediam pontos a cada corrida, eu já tinha perdido cem mil, e isso era o mínimo, vê-la consolar o seu animal de estimação era amoroso, meigo, foi com aplausos que ela deixava a arena o levando consigo.Nem mesmo havia tempo, após ter pulado o último desafio, sem perder pontos todos comemorar, outros reclamar, era certo alguns perdiam dinheiro, sai apressado para o carro eu queria ela, não um troféu, peguei
Ária DuarteNão havíamos conversado sobre política, opinião pública, tampouco sobre o futuro, olhando nos olhos do homem de joelhos a minha frente ele poderia ser um completo desconhecido, e até então sim, o mais desconhecido, entre os desconhecidos, os seus gostos adversos aos meus, seu estilo de vida.Mas eu o quero, ouvir, não foi bem um ouvir, li as palavras em seus lábios a medida que pronuncia a pergunta, zombei de mim mesma por estar sonhando, e mais uma vez comparando ao meu antigo relacionamento, eu tive absoluta certeza que sim.Se iria dar certo, não sabia, mas ao acordar pouco a pouco sentindo lábios ressecados nos meus abri os olhos a procura dos olhos azuis de Rodrigo, queria vê-los, para ter certeza de que não era um sonho.- Yan?- Recuei sobre a maca de vez, o cheiro de etanol no lugar, enquanto Yan segurando-me pelos braços não parecia entender. - Me solta!- Pedi, não era ele quem eu queria, no máximo desejava uma relação saudável, nada mais com o homem que me olhou m
Rodrigo PalartoQuando anunciaram que devíamos deixar o haras, eu ainda esperava por Ária, mas ela não veio, os seguranças pediam para sairmos, do contrário seríamos expulsos, liguei para Caroline mas não fui atendido.Tudo só me mostrava quão de mundos diferentes somos, eu e Ária parecemos opostos, escrevi uma mensagem a caminho de saída, mas não obtive resposta, segui para casa, chegando tarde nela, o mais estranho foi chegar e em seguida, ver Érica chegar logo atrás de mim.- O que você está fazendo aqui?- Pergunto ao lhe ver estacionar o carro, vendo-a descer em seguida. - Precisamos conversar, não acha? - Bateu a porta com força vindo em minha direção.- Está bem, diga. - Falo vendo a chegar próximo a mim. - Porque esse teatro todo, Rodrigo? O que você quer com isso? Quem era aquela garota? Fez isso pra me humilhar? Aproximou-se perguntando, apenas sorri. - Não tem nada haver com você, na verdade eu tomei a decisão de pedi Ária em namoro, estava fora só vim pra isso. - A mesma n
Ária Duarte — A decisão é totalmente e inteiramente sua, apesar de seu pai ter nos confiado este segredo, eu e Gregor não podemos dizer a você o que pode ou não fazer, Ária, namorar ou não com o Rodrigo, escutar ou não a sua mãe, eu, Erick amo você, considero... - O homem com a mão apoiada a porta do banheiro falava seriamente após ter me contado uma série de palavras sobre o passado do meu pai, e talvez o meu — Eu também, a amo e respeitarei as suas decisões, estarei aqui, claro que não presente tanto quanto o meu amigo gostaria, Ária, infelizmente esta conversa deveria ter acontecido a tanto tempo, e só esta acontecendo agora devido ao perigo que esta lhe pondo a risca. - Gregor fala lamentando no fim, sentada na cama como uma adolescente que apenas ouve, eu não tinha perguntas. Ambos eram apenas meros transmissores do meu pai, olhando para Gregorio eu não sabia qual decisão deveria tomar, o que era verdade ou não, era como se de repente uma bomba estivesse sendo jogada em meu co
Rodrigo PalartoParecia que Ária havia desaparecido, do contrário era o seu momento, não fui para sua casa a noite, de nada valeria ir para lá, sabendo que não estaria.Fui para casa, fazendo um retorno grande pela cidade, visto que tanto o haras como a sua chácara ficam foram da cidade, o último numa direção oposta ao haras. Chego em casa tarde, e pelas faces fúnebres na sala, previ que algo não agradava a todos.- Boa noite!- Cumprimento, recordando que fui ignorado pela manhã por ambos homens da família agora também presentes. -Boa noite meu filho! - Minha mãe veio até mim alisando o meu rosto ao dizer.- Só se for pra você! - Meu pai resmungou ao mesmo tempo que ela responde. - Onde esteve até agora? Na empresa tentando reverter o estrago que fez no final de semana?Meu avô perguntou sem me olhar, o seu livro de cabeceira no colo, indicava que parou sua leitura ao notar que eu estava chegando. Era uma pergunta difícil, porque dentro de mim nem mesmo havia interesse em voltar está
Ária DuarteChegamos a uma casa de alto padrão, portão elétrico, fachada bem desenhada, pela frente imaginei que uma enorme residência, embora a casa se destaque a distância, a rua não é para ricos, diria que um bairro intermediário entre as classes alta e média.Gilda parou sua bmw x3, no portão que se abria, enquanto eu esperei, já desligava o motor quando a mesma abaixou a janela. - Entra, melhor estacionar lá dentro. - Não me agradava a ideia, mas cedi.Que isso terminasse de vez, me arrependia de não ter escolhido outro lugar, mas também pairava curiosidade em mim, que lhe segui entrando na casa, vi uma piscina coberta, um gramado morto, a porta enorme de madeira.Ela de pé a minha espera perto dela. - Tem mais alguém em casa?- Pergunto indo em direção a porta que ela abre, joga a sua bolsa em algum lugar. - Não, eu moro sozinha.Entro na casa vendo tudo cinza, escuro o lugar. E pelo jeito que ela entra apertando os botões, luzes vão se acendendo, apenas parei na entrada, não pre