A noite caía ao lado de fora, olhando pela janela do quarto entre o ver da escuridão que toma a claridade do dia, lhe possuindo pouco a pouco, a chuva e os respingos sendo deixados no vidro, enquanto a minha mão em meu ventre me fazem pensar, eu grávida, havia uma vida dentro de mim, ainda não ouvir o seu coração hoje a tarde. Eu sinto medo, e alegria numa mistura que mal sei dizer quem é maior, Rodrigo parecia ser o homem mais feliz do mundo, enquanto Sophie, muito ansiosa e apressada para conhecer este ser, a minha mente estava um turbilhão de emoções — ansiedade, excitação, medo e uma profunda sensação de incerteza. Ao mesmo tempo, a realidade do que estava prestes a ser revelado parecia tão surreal quanto um sonho. As palavras da minha única e melhor amiga, Caroline, ecoando em sua mente. Carol havia me dito para não se preocupar, para esperar pelo melhor e não deixar que o medo a consumisse. Mas agora, enquanto espero o resultado do juiz, o medo se entrelaçava com uma esperança
Parece um desfecho de conto de fada, calado, olhando para Ária de pé no meio do tribunal enquanto corajosamente fala para o juiz o quão portadora de suas faculdades mentais ela está, se a relação não fosse minha, se a história não fosse vivida por mim, eu diria ter sido planejado.Mas o meu medo não estava nas decisões que o juiz poderia tomar, mas no que isso pode ocasionar, ainda segurando a minha mão, ciente de tais palavras, desviando os olhos do excelentíssimo para a sua mãe, sentada lendo algo, Gilda sequer a olha, cabeça baixa, olhos fixos ao papel. – E mãe...mamãe...– A sua voz tornou-se tão doce, tão gentil. E ainda assim, Gilda sequer mostrou quaisquer interesse, todos os olhos estando em ambas, a frieza de Gilda exposta, a doçura de Ária, o que pude julgar entre as Árias que conheci, a primeira não tão doce, mas foi adoçando diante a maternidade de Sophie, e agora, de pé com os olhos na mãe, tão seca, tão fria, como aquela mulher pôde ter conquistado o coração do meu avô,
Dez Anos de AmorO sol da manhã filtrava-se através das cortinas da suíte, iluminando o quarto com uma luz dourada e suave. Continuando deitada ao lado de Rodrigo, sinto o conforto do edredom enrolado em torno dos nossos corpos, Rodrigo continua imerso no sono tranquilo. Dez anos haviam passado desde o início da nossa jornada juntos, mas a chama do amor continua tão forte entre nós.Apesar da noite calorosa, as lágrimas me veem aos olhos, Rodrigo me era tão desconhecido quando o encontrei naquela rua a me segurar, e ainda assim, sem lembranças ou memória, o meu corpo sequer esboçou qualquer reação ao seu toque, eu poderia tê-lo empurrado, gritado enquanto ele me salvava daquele carro, mas o meu corpo já o conhecia, eu perdi a memória, mas o seu toque não. As lágrimas escorrem, tento limpar devagar, mas ele abrindo os seus olhos lentamente, sorrindo ao me ver a seu lado. – Bom dia, meu amor. – Rodrigo diz espriguiçando-se. Seco as lágrimas apressada. – Bom dia, querido, dormiu bem? –
Rodrigo Parlato 3 anos antes — Calma meu neto, falta pouco logo ela será toda sua, para sempre! — A voz calma e e acolhedora do meu avó soou em meus ouvidos como um sussurro. Sentindo a sua mão firme apertar o meu ombro esquerdo, o que me fez olha-lo, sorri para o homem de cabelos grisalhos, olhos tão azuis como os meus, feito um mar sereno me olhando nos olhos, deixando-me mais seguro. Os meus batimentos aumentam a cada passo, sinto batidas múltiplas em mim, o suor percorrendo a minha testa, deslizando por meu rosto até descer o pescoço, sentindo-me nervoso, tenso, fecho as mãos buscando me controlar, o sangue pulsando acelerado em minhas veias, em disparada a marcha nupcial inicia, o que me faz outra vez olhar para a entrada, vendo ela, a mulher que eu amo, ela está linda, marvilhosa a caminho, vindo para mim. A sua beleza como sempre me deixando sem palavras, abro um sorriso satisfeito, deslumbrado com a mulher que acompanho no entrar, tão bela, minhas pernas tremem, sinto-
Aria Duarte 2 Anos antes... Nada se compara a sensação de liberdade no livre galope, o encontro do vento com a pele, os fios de cabelos deixando as madeixas soltas, tornando-se desamparadas entregues ao vento a cada salto, a mistura do ar limpido junto as batidas amparadas de um coração. A cada saltar dentro do peito que se acelera e ao mesmo tempo acha a calma, o encontro de ir para cima epara baixo como quem encontrar o chão. O gosto de ser livre, ser quem sou a cada respirar, entrego-me a cada salto, o galope fumegante, a liberdade sentida que me faz fechar os olhos é como se eu e o meu cavalo fôssemos apenas um, um único ser, somente um coração, com quem compartilho cada emoção a flor da pele em cada passo, a cada salto. — Ária! — O que faz de cada encontro ser único, pois infelizmente que algumas vezes é interrompido, mas afinal tudo que é bom, dura pouco. — Ária? Preciso falar com você! — A voz feminina mediana me chama desta vez a mostrar algo na mão. — Ei Ária! — As c
Desde o dia do meu não acontecido casamento, três anos se passaram, além da rídicula fama de me tornar o abandonado no altar devido aos rumores da sociedade, houveram também algumas mudanças desde aquele dia, tornei-me um engenheiro conhecido e respeitado no nosso país e fora dele, tornando-me CEO da Parlato construções, mesmo sem a concretização do casamento com a herdeira dos Antares, ainda assim eles aceitaram como CEO da empresa. Evidente que jamais iria contrariar a vontade do meu avô, tornei-me responsável por construir e entregar maravilhosos e inovadores edíficios, os famosos arranhas céus, fazendo com que a minha assinatura num projeto valha milhões, a depender do quanto isso me agrega e agrada para o sucesso, não assino qualquer projeto, além de ser díficil ter acesso a mim, não estando disponivel para todos. Aprendi muito com a partida de Érica naquela manhã de sábado, e principalmente ao ir a seu encontro naquela noite e não lhe encontrar, fazendo-me entender que ausência
Três anos se passaram desde a morte do meu pai, muita coisa mudou desde então, e uma delas foi saber que a minha mãe não se chama Édna como sempre me disseram, na verdade não apenas disseram, era o que se lia e sabia, nos meus documentos o nome Edna Gonçales Duarte era uma mentira contada e muito bem pelo visto, com provas que me fizeram crêr como uma verdade absoluta, mas porquê?Afinal Gilda, a minha mãe que só descobrir com a morte do meu pai, é uma mulher importante na nossa cidade e fora dela, uma advogada renomada, que já teve convite de várias multinacionais, e embora seja muito importante e famosa em Vale do Paraíso, sempre fez e faz parte de uma empresa a mais de vinte anos.Não foi fácil conseguir informações sobre a doutora Gilda Linhares, a sua vida profissional é destacável, mas a sua vida particular, infelizmente é tão fechada, de nada se sabe, três anos procurando saber, investigando, juntando manchetes e ao máximo que conseguir chegar foram retalhos, papeis, sobre premi
Ser um presidente não é fácil como pensei por toda a minha infancia, vendo o meu avô ser um ótimo equilibrista, lidando com casamento, filhos e a empresa, faltava-me acompanhar o inferno que é a empresa, achava reunião algo interessante, até ser opresidente da Parlato tendo até oito reuniões ao dia, hoje não vejo mais a graça, é apenas dores de cabeça e estresse. Em mais um dia a começar, cheguei no horário habitual a empresa deixando o carro estacionado em minha vaga, segui o percurso diário até o elevador. A porta estava a se fechar, quando fora segura rapidamente, apenas ergui a cabeça, sorri ao deparar-me com Danilo dentro do cubiculo de metal. — Opa, olha quem encontro aqui! — Um dos melhores engenheiros e meu melhor amigo sorri ao escutar. — Eu quem o diga, está me seguindo Rodrigo? — Entro no espaço pequeno, cumprimentando-o com um tapa em seu ombro.— Como um desocupado? Oh sim! — Danilo gargalha pela ironia dita, observando a porta fechar de imediato a nossa frente. — Est