Rodrigo PalartoApesar do meu avô demonstrar que não aceita o divórcio entre os meus pais, eu me mantive neutro, sabendo perfeitamente quão canalha meu pai tem sido com ela, a abracei em meios aos seus prantos.- Essa é uma decisão sua, mãe, apenas sua, eu vou estar aqui para te apoiar no que achar melhor. - Era a primeira vez que eu iria contra o meu avô, e o seu olhar reprovador já me indicava isto.- Não fale tolices Rodrigo!- Ele rosnou da sua cadeira chateado. - Ele não me respeita, eu ouvi, eu sei que ele agarrou aquela jovem no trabalho, lá em Veneza ele também trocava olhares com uma moça na outra mesa, o Diogo não me respeita...Devagar a levo para o seu quarto, a coloco na cama enquanto chora, era a minha mãe naquela cama e apesar de ser filho dos dois, me partia por dentro vê -la chorar de tal maneira.- Não se preocupe mãe, eu vou te apoiar no que precisar. - Eu queria ser um bom filho para ela, mas sabia que isso teria consequências, a divisão de bens é um deles, contraria
- Me mandaram pra o fórum, por isso não fiquei lá, deveria ter recusado, não deveria ter... - Balancei a cabeça negando ao que Carol falava, deitada em minha cama. - Deve ter sido...- Vergonhoso? Sim, fiquei sem saber onde enfiar a minha cara, não acredito que cheguei a isso para cair em mim, pra perceber que poderia ser um delírio dele, que eu poderia simplesmente está imaginando coisas. - Sentada na ponta da minha cama Carol ainda me olha.- Eu tentei te dizer isso tantas vezes Ária, mas você isso como uma verdade absoluta, pra si que...- Não escutava, na verdade não quis escutar ninguém, é eu sei, e agora ela deve está rindo disso ou simplesmente falando pra o Rodrigo que eu... não sei como não percebi que ela não tinha como não ser minha mãe, uma mulher esnobe, o jeito que ela age, fala e pensa sobre as pessoas.- Mas não podemos negar que é a melhor do mercado, caraca ela sempre pega os outros desprevenidos, eu fico boba com a astúcia a sagacidade que ela tem, Ária, tenho muito
- Não, a Carol foi pra o estágio, e a essa hora... - Sentamos a mesa juntos após Ária ter preparado o café da manhã, a casa ainda era um lugar estranho para mim, mas vê -la pela manhã era melhor que qualquer coisa logo cedo.- É eu sei, eu já deveria estar lá, chamarei Silas assim que chegar para que faça os ajustes no edital, não vou consultar o conselho, preciso de funcionários para ontem.Tomamos café juntos, ela parecendo estar melhor que o dia anterior e eu também, entrei no quarto a procura do meu celular era estranho que ele não houvesse tocado, mas quando o peguei vi a razão, totalmente descarregado.- Não precisava ter desligado, não ligo que ligue para dizer que estão esperando um filho seu de algum lugar, afinal...- Por falar nisso, já pensou em fazer um teste? Temos tido relações direto sem proteção, quanto mais cedo cuidarmos disto ... - Mas Ária negou sem nem se quer ouvir o que penso. - Não há necessidade o mal estar de ontem não tem nada haver com filho, eu me cuido m
Ária DuarteNão resistir, tampouco recusei ao convite de ir ao encontro das meninas no bar perto da faculdade, depois do desentendimento pela manhã com Caroline, eu faria qualquer coisa a seu gosto para não haver um mal estar entre nós.Odiando o local, mas ainda assim cheguei ao barzinho vendo as três ali sentadas conversando, Mateus vendo alguns petiscos, não demorei a ver o papai Parlato acompanhado. Carol bebendo um copo de chopp, me indicou com os olhos.Afirmei me sentando a mesa, cumprimentando as meninas que não vejo a um tempo, era como fugir da segunda-feira estando nela. - O que você vai querer?- Yasmin atirou o cardápio na minha direção.- Nada alcoólico, já tenho problemas demais para resolver na minha vida. - Falo vendo Caroline torcer os lábios. - Se não fosse tão cabeça dura e ouvisse conselhos.- Olha quem fala. - Trocamos olhares enquanto Bruna retrucou contra ela, eu torci que a nossa cumplicidade estivesse em dias ao ponto de nenhuma delas saber que tenho ido para
Rodrigo PalartoCheguei em casa preocupado, sabia que a recepção não seria boa, meu avô mostrou que entre nós dois, ele escolheria o seu filho, ao esconder o que ele fazia com a minha mãe.- Não vai entrar?- Ária negou ao volante, ao sair do seu carro, fiz a volta abaixei perto da janela lhe dando um selinho nos lábios. - Rodrigo! - Retrucou contra os meus lábios. - Se alguém nos ver.- Estará visto, está tarde você fica ou...- Tentei sugerir, mas a minha casa está um inferno.- Não ouse me propor ficar aqui, tchau!- Arrancou com o carro enquanto subi os degraus de casa, cheguei encontrando o meu avô sentado no escuro da sala. - Boa noite!- Quem é a jovem? Escutei voz feminina? Após atraca-se como animal com o seu pai sujando a imagem da nossa família, ainda resolveu tirar a tarde de folga?- Fecho a porta lhe ouvindo.- Eu sujei a imagem da família? Não queria vir agora para casa pra não ver o senhor.Ele gargalha, ri com ironia evidente no som. - Não queria me ver, Rodrigo? Eu lhe d
Ária DuarteUma semana inteira no haras, aos poucos tentando me restabelecer no que seria minha vida, ou não me esconder do que se passou nos últimos dias, meu rosto ser exposto como causa da briga entre pai e filho, apesar da notícia sumir sobre o ocorrido um dia logo após o incidente, ainda há pessoas que olham para mim, com olhos julgadores.Cavalgar, correr, descansar foi a saída que encontrei em meio a tudo, Rodrigo não me ligou tampouco procurou neste período, queria tanto que ele ligasse, me procurasse ou simplesmente surgisse de surpresa, não era a espera de outra ligação que carreguei o celular comigo para todos os passeios, sempre atenta ao toque, a um chamado e uma pergunta que viesse para saber onde eu estou, mas ele não ligou, poucos me ligaram. - Preparando-se para quê querida? Não vou precisar de você como substituta, me sinto mais que preparada para competir.Cheguei de mais um passeio montada sobre Sansão vendo Liz vestida para mais uma manhã tórrida de treinos em que
A mulher sentada do outro lado da mesa mostrava-se feliz, encantada parecia a pessoa mais feliz do planeta naquela manhã, e por mais que isso fosse bom, que ela esquecesse ou perdoasse, eu não perdoeei, não esqueci e jamais esqueceria a maneira que a encontrei naquele quarto, caída no chão, cheia de hematomas, sussurando o meu nome, o jeito que ele disse várias vezes como ela pedia por socorro enquanto o mesmo apertava mais forte a sua garganta suprimindo entre apertos as suas cordas vocais. Mesmo vendo a minha mãe sorrindo a mesa, nada foi esquecido para mim, um mero filho, um que sonhava com uma cadeira para sentar, ser o dono de uma empresa, e agora simplesmente inveja a vida longe dela, seu sorriso poderia enganar, mentir para nós na mesa, mas ao encarar os seus olhos tão oceanis quanto os meus, a vi abaixar a cabeça, como se soubesse o que eu estou pensando. Terminei o café da manhã, e em seguida me vesti para ir a Parlato, com a inauguração do shopping, chega clientes. - Rodr
Já não siportava mais me sentir refém de aparelho, a espera de uma ligação que não viria. - Posso saber porque para onde vai agora leva este aparelho com você? - Carol chegava a tarde quando aproximou-se de mim na area de serviço perguntando, pegando o meu celular vendo algo que não me interessei a ver. - Nada, pode ficar com ele pra você!- Respondo levando o balde de roupas molhadas comigo para estender no varal, enquanto percebi que me segiu, estendi as minhas roupas enquanto tentei superar a abstnência dele, Rodrigo não havia ligado, nem me procurado para nada, foi assim por dias, até que alguns dias depois ao acordar cedo, Caroline empurrou o aparelho na minha frente. - Então não está apaixonada por ele? - Eu não saberia bem descrever o que era paixão, saber dos sentimentos alheios parecia ser tão fácil, mas lidar com os meus uma tempestade a vista. - Isso importa? - Pergunto como resposta, lhe vendo respirar fundo. - Porque não quer falar sobre isso? - Era verdade, eu não quer