Evidente que Fernando não havia me perdoado, meu avô impugnou a venda das suas ações e a está altura ao menos uma parte do dinheiro havia sido gasto, os Irlandeses querem o dinheiro ou a empresa. Seus olhos em Ária me incomodaram, o que ele pretendia? A situação desagradável se agrava, numa simples ida e volta a mesa, diante do silêncio absoluto de Fernando e Erica a olhando, não sei se admirando, evidente que não apesar de linda, a minha ex não estaria embasbacada com a sua beleza. - Sua água, querida. - Coloco a taça com água a sua frente, vendo Ária encarar o objeto em seguida. - Obrigado. - Tudo bem Fernando?- Meu ex sogro parecia meio perplexo, a desviar os olhos dela para mim. - A sua namorada questionou quanto tempo pretendemos ficar no hotel, vocês compraram?- Ária bebe sua água muito tranquila como se não houvesse feito a pergunta. - Estamos incomodamos vocês?- Érica me olha sentada na cadeira de madeira, meio chateada. - Não, talvez você só queira saber sobre eles não
Seis meses se passaram, chegando o natal, não foi fácil transferir a minha vida para cá. Sinto falta de Sansão, do pessoal do haras, e até mesmo das paredes da minha chacara, mas não é uma falta de voltar, de repente a minha casa se tornou aqui, os meus planos mudaram dia após dia. A medida que a minha barriga cresce, as novidades vão acontecendo pouco a pouco, principalmente ao descobrir que terei uma menina, e não um menino como eu queria, mas há tanto amor, que não houve incomodo algum. Nunca houve uma retaliação, da parte do avô de Rodrigo, tampouco dos Antares, a única a incomodar uma vez ou outra é a minha mãe, que liga, e diz que quer me ver. Sofia ainda é segredo, como diz Rodrigo, o nosso segredo perfeito. A verdade é que não sei até quando guardar, os dias vão passando, as minhas roupas vão mudando conforme me sinto melhor, o perfil dona de casa vai se instalando, me olho no espelho, tendo certeza que seria o tipo de mulher perfeita que Yan desejaria, recatada, do lar, e em
Eu nunca tive duvidas dos meus sentimentos por Ária, ama-la é como uma parte de mim, um orgão vital que não vivo sem, tê-la é como vencer na vida em todos os aspectos, por mais que não venha sendo fácil trabalhar na MVP, suportar uma carga exerciva de trabalho, os assédios no local de trabalho parece ser algo comum. As hulmilhações se mantém, atuando a cada mais e mais forte, sou apontando, cochichos pelos corredores em minhas costas, mas o sálario é bom, e pra ser sincero, eu preciso muito dele, não parecia haver preço melhor do que chegar em casa, encontrar a mulher que amo, gerando a nossa filha fruto do nosso amor. Uso a criação da minha família, somente minha, como combustível diarimente, fingindo e ignorando os demais que não deixam ou sequer esquecem de onde vir, o que sou, e o que tenho que fazer agora. Em mais um dia cheio, estou trabalhando num projeto, a portas fechadas, em breve a MVP será fechada para reforma. - Terminou o projeto da univerdade?- Estando no meio da manh
Eu quis parar o mundo, dar um pause em tudo para entender a minha vida, olhando o pequeno ser deitado a dormir no berço, tão tranquilo, esbranquiçado, sem ao menos sequer parecia estar respirando, enquanto partes de mim ainda dói, meus seios doloridos cheio, as veias azuis a saltar, a minha barriga ainda tão grande, alem de dolorida, nada a fazer sentido em minha vida. Um completo vazio havia se instalado de repente, enquanto Caroline ainda parece estar chateada por Rodrigo, eu não sei o que é pior, a sua ausencia no momento mais importante para nós ou a sua chegada depois de tudo ter acontecido, não, chego a conclusão sozinha que ele aqui não ia mudar nada, a dor teria sido a mesma, e talvez ele tivesse precisado de ajuda no momento também. Ainda não acredito que tudo aquilo saiu de mim, será que algum dia terei o meu corpo de volta? Como será de agora em diante?– Você está bem?– A voz masculina calma, me assusta, olho para Rodrigo de pé ao meu lado da cama, seu olha perdido, acre
Após o parto, Ária perdeu muito sangue, levei-a ao hospital, considerando ser uma negligência médica ela não ter ficado internada assim que o médico foi informado do parto, apenas fez uma visita, isso quase custa a sua vida, tive vontade de socar a cara do infeliz, mas o mesmo sumiu da cidade, o que ela não soube e nem suspeita. Ambas ficaram internadas por alguns dias, Ária por uma anemia profunda, e Sophie por ictericia, necessitando tomar banho de luz . – O que você acha que aconteceu? – Ainda a pensar no ocorrido, sou questionado por Caroline no corredor do hospital. – Não faço ideia. – Lhe digo, vendo que está tão angustiada quanto eu. – Acha que ele a deixou em casa, sangrando assim por...– Encaro Caroline, enquanto tenta ser cuidadosa com as palavras. – Pra morrer? – Seus olhos verdes brilham, mas nega. – Não Rodrigo, como pode pensar isso? – Simplesmente pelo fato de ninguem conhecer o medico que a acompanhou, e até mesmo ao consultar sobre ele, não encontrar nada, torço para
Um ano se passou diante aos meus olhos, sobreviver a tentativa de assassinato durante o meu parto, não foi algo mero, bobo, quando sequer sabia que estava sofrendo um ataque, Rodrigo não me disse, mas me recordo do seus gritos desaforados enquanto deixava recados no telefone do médico que me acompanhou durante a gravidez, as suas ameaças ficaram gravadas. Um ímpeto de sorte não ter ido a óbito naquele quarto ou banheiro, um assunto silenciado, eu esperei ele me contar em algum momento, mas este nunca chegou. Tantas coisas foram ficando para depois, para trás, já não sabia se ele realmente queria tomar as rédeas das situações ou simplesmente fazer algo para me poupar de todo estresse de ter controle nas mãos. Não importa o ego, fui permitindo ser, me tornar mãe foi um fardo enquanto observo Sophie a crescer, cada dia a passar, várias vezes me vi perdida entre pensamentos intrusivos, num deles pensando em ir atrás de Gilda, dizer que entendo, o fato da maternidade ser pesada, as noites
A minha relação com Martinez tornava-se insustentavel a cada dia, a vontade socar a sua cara a cada reunião, a cada forma dele demonstrar a sua ganancia por dinheiro, para mim estava sendo inaceitável, achava que na empresa do meu avô havia faucatruas, mas na MVP, é o que acontece o tempo inteiro, superfaturamento de obras, formas de arrancar dinheiro, desvios. Era mais um dia de trabalho, ao acordar, não havia visão melhor ao meu lado na cama, a mulher deitada numa camisola de seda marron, nunca imaginei algo marrom ficar tão belo em alguém, os cabelos longos negros caídos, cacheados, bagunçados pelo travesseiro, tanto o seu quanto o meu, o seu cheiro por todo lugar, o semblante fechado, as sobramcelhas negras grossas, os cílios caidos, os olhos a descansar, o caminho entre seus olhos a chegar em seu nariz pontudo, empinado, a boca carnuda desenhada tão rosada. Nunca houve dúvidas de amor por ela, nunca houve arrependimento, eu faria tudo de novo e de novo,mil vezes ou mais, o seu
Acaricio os seus ombros, tentando amenizar seu mau humor, era o que me cabia, não lembrava dele tão mau humorado na Parlato, evidente que lá ele trabalhava para si, e cá é para outro, sonho com o dia que me dirá que pediu demissão, construiremos a nossa própria empresa? – Dormiu a um tempo, o que houve? Porque está com esta cara? – Abrindo os botões da sua blusa, se vira a me olhar, sinto decepção, tristeza em seus olhos, cansaço, e mais uma vez, parece calcular o que me dizer. Odeio quando ele faz isso. – Vou colocar o seu jantar, enquanto me diz, o que acha?– Não, Ária, eu não estou com fome, porque não me diz o que fizeram hoje? – Sorrio vago, a mesma coisa de sempre, acordar, trocar de roupa, arrumar a cama, encontrar Sophie na porta do quarto relutante com Silvia, tomar café juntas... uma série de coisas que não damos valor, mas detalhei em meros detalhes, notando que ele se esforçava para prestar atenção, mais uma vez que tive vontade de chutar a cara do seu chefe, mas me conti