— Você vai ficar com a Samantha — ele acaricia os fios loiros da mais nova.
— Mas eu quero ficar com vocês — ela reveza o olhar entre os dois tios.— Precisamos fazer essa viagem, e sei que você gosta da Sam — Oliver se abaixa na altura da mais nova.— Vocês vão morrer que nem os meus pais?— Prometo que volto para você, Bella — Adam oferece o dedinho para ela.— É uma promessa de dedinho, então não quebre.— Vamos voltar para você, princesa — reforça Oliver se levantando.— Vou cuidar bem da nossa princesa — Sam se junta aos três.— Confio totalmente em você, ela é tudo o que me restou do meu irmão.— Pode confiar, meu amor — ela o beija.Os dois entram no carro rumo ao aeroporto, o pai de Bella tinha falecido dois anos atrás, ele e esposa foram vítimas de criminosos. Adam era o mais velho, seu filho fazia faculdade fora da cidade, Oliver tinha ficado com a guarda da menina, mas seu irmão era bastante presente. Samantha os ajudava com a menina, mas ela sempre preferia os tios, era muito apegada aos dois.— Eu não quero ficar longe dos meus tios.— Eles precisam ir nessa viagem, você não pode ficar sempre com eles.— Pelo menos eles gostam de mim de verdade — ela sobe as escadas correndo.— Só tenho que te aturar por pouco tempo, logo vou te mandar para um internato.A garotinha se j**a em sua cama, tinha sido difícil para ela perder seus pais, e todas as vezes que seus tios viajavam, ela tinha medo de perdê-los. Sam só era carinhosa na frente de Oliver, quando estavam sozinhas ela era fria, apenas mandava a menina tomar banho ou comer, nunca lhe perguntava se ela estava bem.— Eu fico preocupada com a Bella — Adam dirigia o carro.— Ela vai ficar bem com a Sam — Oliver estava no banco do carona.— Você confia mesmo na sua noiva?— Além de você eu só confio nela, jamais deixaria minha sobrinha com qualquer um.— Cuidar de alguém que não é nada seu, é bem diferente da nossa realidade.— Ela se apegou a Bella, então acredito que cuide bem dela.— Não sei se consigo ficar...Cuidado — grita Adam.Assim que ele grita um caminhão colide contra o carro, ele b**e do lado do motorista, ele arrasta o carro que é jogado para fora da estrada. Oliver apaga antes de conseguir reagir, a última imagem que ele vê é do irmão coberto de sangue.— Aonde eu estou? — Oliver desperta um tanto confuso.— Tio — seu sobrinho estava sentado ao lado de seu leito.— O que aconteceu? Estávamos no carro a caminho do aeroporto.— Um caminhão tirou vocês da estrada — Alex estava com ar de choro.— E o Adam? O seu pai estava dirigindo.— O meu pai... Ele está morto — o mais novo desata a chorar.— Não pode ser... O meu irmão não — ele grita.— Calma, você não pode se alterar tanto — as enfermeiras entram no quarto.— Eu não posso perder mais um irmão, Alex — ele diz enquanto aplicam um sedativo....— Está melhor, tio? — Alex se aproxima do leito.— Eu não sinto as minhas pernas, e o médico ainda não me disse o motivo.— Ele achou melhor não te dar tantas informações, principalmente depois da notícia da morte do meu pai.— Se tem algo errado com as minhas pernas, eu quero saber agora sem enrolação.— Eu vou chamar o médico então — ele segura o braço do sobrinho.— Você vai me dizer o que eu tenho, Alexsander.— Se quer saber da verdade, você não vai mais andar.— Eu devo ser um desgraçado mesmo, agora sou inútil.— Você não é um inútil, pode muito bem ter uma vida normal.— A minha vida nunca vai ser normal. Agora eu sou um maldito inválido, a Sam vai ter um inútil ao lado dela.— Acho melhor te deixar sozinho um pouco.— Aproveita e chama a Sam, eu preciso vê-la.Alex deixa o quarto em silêncio, ele sabia que Sam tinha deixado o país, no mesmo dia do acidente ela foi embora, assim que soube que Oliver estava vivo.Ela tinha levado os relógios e anéis dele, a atitude dela era a mais estranha possível, Bella tinha ficado com a empregada. A polícia desconfiava dela, o acidente na realidade tinha sido provocado, e a principal suspeita era Samantha.— Senhor Miller? Eu sou o detetive Collins, vim fazer algumas perguntas.— Acharam o motorista que provocou o acidente?— Sim, mas tudo indica que não foi um acidente.— O que o senhor quer dizer com isso?— Temos indícios de que sua noiva está envolvida.— A Sam jamais faria isso, ela me ama.— A senhorita Samantha está no seu testamento?— Ela ficaria responsável pela minha sobrinha, e pela herança que eu deixaria para ela, caso o meu irmão Adam vinhesse a faltar. Depois da morte do pai dela, achei melhor prevenir, e foi bom já que se eu também tivesse morrido, a minha sobrinha Bella teria a Sam.— Ela sabia disso? Que ficaria responsável pela herança de Bella?— Sabia, eu pedi para ela cuidar da Bella, e falei sobre o testamento.— Com a morte de vocês dois, ela seria a única a cuidar dessa fortuna.— Então você acha que foi a minha noiva?— Ela lhe roubou e saiu do país, isso tudo assim que soube que o senhor estava vivo.— Não pode ser... Eu não posso está recebendo uma terceira notícia ruim.— Sinto muito, mas tudo indica que ela o queria morto.— Essa desgraçada vai me pagar, ela vai sofrer por ter acabado com a minha vida, vou fazer ela implorar para morrer.— Se acalme, se fizer ameaças vou ter que levar em conta.— Me desculpe, eu preciso de um tempo sozinho.— Voltarei em outro momento para mais perguntas — ele se retira.— A Samantha vai sofrer tanto, ela vai chorar lágrimas de sangue, eu vou odiá-la na mesma intensidade que a amei — Ele aperta a lateral da cama — Ela me deixou preso a uma cadeira de rodas, e matou o meu irmão, mas eu vou fazer ela desejar ter morrido no lugar do Adam, essa mulher vai me pagar por tudo.I***a: @av_livro.— Já deixei seu café pronto, papai — a morena para em frente a um espelho no corredor.— Eu não quero que se atrase, Emma — o mais velho beija o topo da cabeça dela.— Não posso sair assim, preciso te deixar bem alimentado.— A minha mão não cai se eu cozinhar.— Mesmo assim eu gosto de te mimar — ela pega uma torrada.— Você vai sair sem tomar café? — ele a repreende com o olhar.— Não se preocupe comigo, comerei na escola — ela pega a bolsa e sai.Um carro estaciona em frente a casa, o homem observa a jovem sair, todos os dias ela ia a escola, estava no último ano. Ela era dona de longos cabelos lisos, seus olhos eram castanhos e a pele oliva, além de um sorriso doce e lábios carnudos. Ela não lembrava em nada o pai, provavelmente tinha puxado a falecida mãe, que tinha os deixado quando ela era um bebê.— Então na casa vive o pai da Samantha.— E sempre sai uma moça, ela deve ser parente dele.— Não se trata da Samantha? Ela poderia ter voltado.— Essa menina tem dezoito anos, senh
Emma caminha devagar, ela sabia que quando chegasse da escola, teria que ir para a casa de Oliver. Ele tinha muita raiva da irmã dela, e isso não era bom sinal, talvez ele não a tratasse ao menos com respeito. Ela já estaria ali trabalhando de graça, para pagar uma dívida que não era dela, isso já era humilhante o suficiente. Ao chegar em casa ela sobe para o quarto, a morena pega sua mala e uma bolsa, ela teria que morar na casa de Oliver. Ao descer ela se depara com o motorista, ele a esperava para irem embora, mas Emma precisava se despedir de seu pai. Ela o abraça forte, o mais velho chora nos braços da filha, ele se sentia um covarde por não ir no lugar dela. — Eu vou voltar para casa, eu prometo — ela sai com o motorista. Já no carro as lágrimas escorrem, ela não queria ir, mas também permitiria que seu pai fosse. Oliver parecia ser um homem impiedoso, e ela não queria piorar a situação, o melhor seria trabalhar durante algum tempo, e mais tarde voltar para casa, mas se a dív
— Está tudo bem com você? — indaga o homem de terno. — Minha pressão baixou — ela perde o equilíbrio, mas ele a segura. — É melhor você se sentar aqui — ele a ajuda a se sentar. — Não, se o patrão descobrir que não terminei, ele vai ficar ainda mais irritado comigo — ela segura o braço dele. — Tem quanto tempo desde que você se alimentou? — Eu tomei café da manhã, mas tive enchaqueca e não consegui comer na escola. — Tem mais de doze horas, você precisa se alimentar. — Eu não posso comer até terminar de limpar. — O meu tio não pode tratar os empregados dessa forma. — Eu não sou uma empregada, estou aqui para pagar a dívida da da minha irmã. — Você é irmã da Sam? Não pude falar sofre a semelhança antes, mas vocês são muito parecidas. — Sim, e estou pagando no lugar dela — ela chora. — Não se preocupe, vou falar com o meu tio. — Ele não vai gostar e vai descontar mim — ele a ignora e entra no escritório. — Você não pode entrar assim, Alex — ele fecha o notebook. — O que d
Emma estava arrumando o cabelo de Bella, a menina estava quieta e parecia a analisar, talvez Sam não tivesse sido uma boa madrasta, e ela ainda não confiava que Emma seria boa para ela. Oliver tinha lhe dado a ordem de cuidar da sobrinha dele, ela tinha que conferir se ela tinha escovado os dentes, arrumar o cabelo de Bella e acordá-la no horário.— Está na hora do café da manhã — ela termina de fazer as tranças.— Você sabe fazer bons penteados — a menina se olha no espelho.— O meu pai me ensinou quando eu era menor.— O seu pai arrumava o seu cabelo? — indaga Bella.— Sim, ele foi pai e mãe para mim, sempre cuidava de tudo.— O meu tio nunca arrumou o meu cabelo.— Talvez ele não saiba fazer penteados — ela sorri.— Eu queria estudar numa escola normal, é chato passar a semana toda na escola.— O seu tio é sozinho, por isso ele te colocou nessa escola.— Agora que você está aqui, vou pedir para ele me mudar de escola.— Agora é melhor você descer para tomar o café.— Vou calçar os
Emma acorda com o corpo dolorido, ela tem dificuldade para abrir os olhos, parecia que estava com febre. A morena se senta com dificuldade, ela olha para o uniforme pendurado, seria difícil trocar sua camisola por ele. Mas Oliver ficaria nervoso, era o primeiro dia de aula de Bella, e ela teria que ajudá-la a se arrumar. Ela pensa que um banho poderia ajudar, então ela pega suas coisas e vai até o banheiro, Emma abre o registro e começa retirando as meias, mas ela sente uma fraqueza e se apoia na pia. Sua febre deveria está muito alta, ela se senta na privada, e começa a chorar com medo do que Oliver faria. — Eu preciso trabalhar, por favor, eu não posso ficar doente. — Emma, você está muito tempo no chuveiro — diz Greta do outro lado da porta. — Me desculpe, mas não me sinto bem — ela se esforça e desliga o registro. — Vou avisar o patrão — os olhos da morena se arregalam ao ouvi-la. — Ele vai se zangar, se não aceitou o dia que tive enchaqueca, vai me punir por fazer corpo mol
Emma estava na escola, ela tinha que fazer as provas finais, só assim poderia passar de ano e se formar. Era difícil se concentrar nos estudos, a sua situação atual não cooperava, mas ela precisava terminar a escola. A morena estava terminando uma prova, ela responde as questões com dificuldade, parecia que a matéria não entrava na sua cabeça, mas ela tinha passado as últimas noites estudando. Após o fim das aulas ela volta para casa, ainda faltava uma prova, mas ao menos as aulas estavam acabando. Emma chega em casa e veste o uniforme, ela ainda teria que limpar o escritório, Bella chegaria mais tarde. A morena começa limpando os móveis, ela tira o pó de tudo, e depois passa para a limpeza do chão. — A escola vai mandar o resultado das suas provas? — Depois que eu fizer a última sim, mas ainda tem um prazo para enviarem. — Será que você é dedicada aos estudos? Sua irmã era formada numa boa faculdade. — Com a tortura psicológica que sofri nessa casa, fica difícil me concentrar na
Emma olha se o celular tinha carregado um pouco, ele estava com um pouco de bateria, então ela liga para a polícia e tenta falar baixo, se os bandidos a escutassem entrariam no quarto. Oliver a olha preocupado, aquela situação era desconfortável, eles estavam com medo de alguém ir até o quarto, certamente não seriam gentis com Emma e Oliver. — A polícia está vindo para cá — ela se senta na cama. — Estou escutando um barulho — ele desliga a lanterna. — Acho que só tinha a velha na casa — eles escutam alguém falar do lado de fora. — Então vamos levar tudo de valor, esses ricos nem sentem falta — eles escutam outra voz. Eles esperam alguns minutos, Oliver liga a lanterna novamente, Emma estava com falta de ar. Ela sentia que estava morrendo, o Miller segura a mão dela, ele olha nos olhos dela e tenta tranquiliza-la. Estava tão difícil respirar, ela tenta puxar o ar com calma, mas estava sendo impossível. — Respire fundo e solte o ar — ela faz o que ele disse. — Faça isso mais algu
Os próximos meses trabalhando na mansão, foram cansativos tanto fisicamente como mentalmente, Emma queria ir embora dali, não fazia sentido continuar trabalhando de graça, se o intuito era humilha-lá, ele já tinha conseguido o que queria. A morena veste o uniforme, ela vai até o quarto de Oliver, iria colocá-lo contra a parede e exigir um prazo. — Você foi bastante pontual — ele estava colocando o relógio. — Eu quero um prazo, quero que você faça um contrato, aonde diz que vai me liberar da dívida após um tempo determinado. — Você vai sair quando me der vontade de te liberar. — Se for assim eu vou embora agora mesmo. — Dessa casa você não sai, você tem uma dívida comigo. — A minha irmã tem uma dívida com você. — E enquanto ela não aparecer a dívida é sua. — Já parou para pensar que somos vítimas? Por culpa dela eu estou sofrendo. — Ao menos você não perdeu quem você ama. — Ainda sim estou longe do meu pai, e sofrendo nessa casa por sua culpa. — Por mim você pode continuar r