Emma acorda com o corpo dolorido, ela tem dificuldade para abrir os olhos, parecia que estava com febre. A morena se senta com dificuldade, ela olha para o uniforme pendurado, seria difícil trocar sua camisola por ele. Mas Oliver ficaria nervoso, era o primeiro dia de aula de Bella, e ela teria que ajudá-la a se arrumar.
Ela pensa que um banho poderia ajudar, então ela pega suas coisas e vai até o banheiro, Emma abre o registro e começa retirando as meias, mas ela sente uma fraqueza e se apoia na pia. Sua febre deveria está muito alta, ela se senta na privada, e começa a chorar com medo do que Oliver faria. — Eu preciso trabalhar, por favor, eu não posso ficar doente. — Emma, você está muito tempo no chuveiro — diz Greta do outro lado da porta. — Me desculpe, mas não me sinto bem — ela se esforça e desliga o registro. — Vou avisar o patrão — os olhos da morena se arregalam ao ouvi-la. — Ele vai se zangar, se não aceitou o dia que tive enchaqueca, vai me punir por fazer corpo mole. — Me deixe a sós com ela — diz Oliver entrando com sua cadeira. — Me desculpe, eu não consegui vestir o uniforme — ele coloca a mão na testa dela. — Você está queimando, não deveria ter saído da cama. — Pensei que fosse se zangar, então tentei tomar um banho e trabalhar. — Você não está em condições de trabalhar. — Eu vou para o meu quarto então — ela tenta andar, mas estava muito fraca para isso. — Venha aqui — ele a puxa para seu colo, e aperta o botão para movimentar a cadeira. — Não é correto que me leve assim — ela tenta manter os olhos abertos. — Eu sou bastante capaz de ajudar uma mulher — ele entra no quarto que estava com a porta aberta. — Ainda sim... — ela se levanta com dificuldade e se deita na cama. — Você vai ficar aí, eu mandei chamar um médico, tente não sair dessa cama ou será punida. Ele sai do quatro a deixando sozinha, Emma acaba apagando, ela acorda com o médico entrando no quarto. Ele a examina e entrega uma receita para Oliver, a morena teria que repousar durante as próximas quarenta e oito horas, se alimentar corretamente e tomar o remédio. — Você teve sorte, se não fosse examinada logo poderia ser pior. — Estou me sentindo um pouco melhor. — Dormir ajuda muito nesses casos, mas ainda sim precisa do remédio, e não deixe de se alimentar. — Eu vou pedir para comprarem, ela vai ser bem cuidada. — Lembre-se de não deixá-la sair da cama antes de dois dias. — Vou seguir todas as orientações — os dois saiem do quarto. — O meu tio falou que você está doente — Bella se aproxima. — Logo ficarei bem para cuidar de você. — Eu vou cuidar de você agora, trouxe essa bandeja. — Você foi muito gentil — Emma se senta. — Tem sopa de legumes, pão e suco de laranja. — Tudo parece muito bom — ela bebe um gole do suco. — Coma tudo para ficar forte, Emma. ... Os próximos dois dias passaram rápido, Emma estava sem febre e sem dor, ela tinha se levantado apenas para usar o banheiro e tomar banho, Oliver a tinha proibido de se esforçar. Ela tinha achado estranho o comportamento dele, num dia ele a maltratava e no outro cuidava dela, talvez fosse o fato de Bella gostar dela, ele amava a sobrinha, provavelmente ele fazia isso por ela. No terceiro dia o médico a libera, então Emma veste o uniforme para trabalhar, ela não lembrava em nada a Emma de dois dias atrás, agora estava se sentindo totalmente recuperada. Ela entra no quarto de Bella, estava na hora da menina ir para escola, então ela a ajuda com o informe. — Você pode me levar a escola hoje? O meu tio não pode e eu sempre chego com o motorista — Emma estava arrumando o cabelo da mais nova. — Se o senhor Miller permitir — ela termina as tranças. — Eu vou pedir para ele no café da manhã — ela passa um pouco de perfume infantil. — Então vamos descer para o café, não devemos nos atrasar. Bella calça os sapatos e desce com Emma, a menina era vaidosa e gostava de está sempre penteada, então pedia para que Emma lhe fizesse duas tranças, assim ela estaria arrumada para ir a escola. As duas se sentam para tomar café com Oliver, Alex tinha vindo tomar café com eles, o primo de Bella era um homem ocupado, e não tinha aparecido nos últimos dias. — A Emma pode me levar para a escola, tio? — Sim, mas você não gosta de ir com o motorista? — Os pais das minhas amigas levam elas, então já que não tenho meus pais, eu queria que a Emma me levasse. — Eu posso ir junto com vocês, não sei se e a Emma sabe dirigir. — Eu não sei, ainda não tirei a carteira de motorista. — Então eu vou com as duas — ele sorri.Os quatro terminam de tomar o café da manhã, Alex dirige o carro até a escola, Bella estava feliz com os dois a levando, ela se sentia muito solitária desde a morte de seu outro tio. Oliver tinha ficado um pouco sério, depois que o sobrinho disse acompanharia as duas, Emma pensava que poderia ser por sua raiva, ele a odiava e não queria seu sobrinho se aproximando tanto.
— Você está entregue, pirralha — ele lhe entrega a mochila.
— Bella, quem são esses dois? — indaga uma menina.— Esse é o meu primo e a minha babá.— Quem é essa garotinha linda? — indaga Emma.— Eu sou a Logan, melhor amiga da Bella.— Eu sou a Emma e esse é o Alex, espero que vocês tenham uma boa aula.— O seu primo é muito bonito — comenta Logan enquanto elas entram na escola.— Alguém te achou bonito — ela o provoca.— Vamos tomar um sorvete antes de voltar para casa?— O seu tio pode achar ruim a demora.— Você é minha amiga, se ele achar ruim eu assumo a culpa.— Então vamos, mas tem que ser rápido.Emma estava na escola, ela tinha que fazer as provas finais, só assim poderia passar de ano e se formar. Era difícil se concentrar nos estudos, a sua situação atual não cooperava, mas ela precisava terminar a escola. A morena estava terminando uma prova, ela responde as questões com dificuldade, parecia que a matéria não entrava na sua cabeça, mas ela tinha passado as últimas noites estudando. Após o fim das aulas ela volta para casa, ainda faltava uma prova, mas ao menos as aulas estavam acabando. Emma chega em casa e veste o uniforme, ela ainda teria que limpar o escritório, Bella chegaria mais tarde. A morena começa limpando os móveis, ela tira o pó de tudo, e depois passa para a limpeza do chão. — A escola vai mandar o resultado das suas provas? — Depois que eu fizer a última sim, mas ainda tem um prazo para enviarem. — Será que você é dedicada aos estudos? Sua irmã era formada numa boa faculdade. — Com a tortura psicológica que sofri nessa casa, fica difícil me concentrar na
Emma olha se o celular tinha carregado um pouco, ele estava com um pouco de bateria, então ela liga para a polícia e tenta falar baixo, se os bandidos a escutassem entrariam no quarto. Oliver a olha preocupado, aquela situação era desconfortável, eles estavam com medo de alguém ir até o quarto, certamente não seriam gentis com Emma e Oliver. — A polícia está vindo para cá — ela se senta na cama. — Estou escutando um barulho — ele desliga a lanterna. — Acho que só tinha a velha na casa — eles escutam alguém falar do lado de fora. — Então vamos levar tudo de valor, esses ricos nem sentem falta — eles escutam outra voz. Eles esperam alguns minutos, Oliver liga a lanterna novamente, Emma estava com falta de ar. Ela sentia que estava morrendo, o Miller segura a mão dela, ele olha nos olhos dela e tenta tranquiliza-la. Estava tão difícil respirar, ela tenta puxar o ar com calma, mas estava sendo impossível. — Respire fundo e solte o ar — ela faz o que ele disse. — Faça isso mais algu
Os próximos meses trabalhando na mansão, foram cansativos tanto fisicamente como mentalmente, Emma queria ir embora dali, não fazia sentido continuar trabalhando de graça, se o intuito era humilha-lá, ele já tinha conseguido o que queria. A morena veste o uniforme, ela vai até o quarto de Oliver, iria colocá-lo contra a parede e exigir um prazo. — Você foi bastante pontual — ele estava colocando o relógio. — Eu quero um prazo, quero que você faça um contrato, aonde diz que vai me liberar da dívida após um tempo determinado. — Você vai sair quando me der vontade de te liberar. — Se for assim eu vou embora agora mesmo. — Dessa casa você não sai, você tem uma dívida comigo. — A minha irmã tem uma dívida com você. — E enquanto ela não aparecer a dívida é sua. — Já parou para pensar que somos vítimas? Por culpa dela eu estou sofrendo. — Ao menos você não perdeu quem você ama. — Ainda sim estou longe do meu pai, e sofrendo nessa casa por sua culpa. — Por mim você pode continuar r
— Eu quero ir na roda gigante — diz Bella. — O Alex vai com você, eu não gosto de altura. — Mas no próximo você vai junto — ele pega na mão da mais nova. Emma olha os dois entrarem no brinquedo, Alex era um cara incrível, sempre tão gentil e justo, ao contrário do tio que a odiava. Oliver tinha parado no tempo, ele vivia sempre aquela vingança, e se esquecia de aproveitar a vida, aparentemente Sam nunca tinha deixado de ser um fantasma em sua vida. A melhor vingança seria ele ser feliz, mostrar que conseguia seguir em frente, ao invés de viver infeliz durante anos. A realidade é que parecia que mesmo depois do que ela fez, ele ainda a amava, e não conseguia esquecê-la de forma alguma. Era algo doentio, ele simplesmente não conseguia deixar aquilo, e enquanto não superasse a sua vida ficaria parada no tempo. Emma não queria fazer parte daquilo, ela não merecia passar por uma situação assim, mas ainda sim estava sofrendo. Ela só queria cuidar do pai, se formar, casar e ter filhos. S
— O professor de piano vem essa tarde, então quero que você se ocupe com outra coisa, já que Bella não precisará de você. — Tudo bem, é só me falar o que tenho que fazer. — Quero que peça flores ao jardineiro, as coloque em um vaso para colacar em meu quarto. Depois disso você pode trocar a roupa de cama, e tirar a poeira dos móveis. — Vou seguir suas ordens — ela vai até o jardim. — Está um belo dia de sol hoje — o jardineiro poldava algumas flores.— Está sim, e o patrão me mandou pegar flores.— Vou separar algumas bem bonitas — Ele sorri — Quando o irmão do patrão era vivo essa casa era cheia de flores.— Ele era muito diferente de agora, Peter?— O patrão era muito alegre, ele e a Bella brincavam todos os dias no jardim, e ele sempre jantava com ela.— Naquela época ele costumava ir a empresa?— Todos os dias — Ele lhe entrega as flores — Menos aos domingos que era um dia em família.— Imagino que tudo mudou com o acidente.— Essa casa ficou triste e sem vida, já não tinha ma
— Eu não deveria ter feito isso — Emma se levanta e começa a se vestir. — Aonde você vai desse jeito? — Oliver a olha confuso. — Eu não deveria ter me entregue a você — ela calça os sapatos. — Não pensei que tinha sido tão ruim assim para você — ele agora parecia sério como antes. — Depois de tudo que aconteceu, chega a ser ridículo eu me deixar levar assim, e eu sei que quem vai sair machucada sou eu. — Você acha que eu apenas te usei e vou voltar a ser como antes? — Não acho que alguém possa mudar tão rápido. — Talvez você tenha razão, eu não sirvo para fazer uma mulher feliz — suas palavras saíram amargas. Emma sente seus olhos se encherem de lágrimas, ela não conseguia falar alguma coisa, então o que ela faz é correr para o seu quarto. Ela se tranca e se joga na cama, aquele momento tinha sido bom, mas quando ela se deu conta do que tinha acontecido antes, de como Oliver sempre foi frio e injusto com ela, isso a fez se sentir culpada por não ter dito não, ela sentia que ti
Uma semana após a morte do pai de Emma, ela ainda estava trancada em seu quarto, se culpando por está longe do pai quando tudo aconteceu. A porta do quarto se abre, Oliver se aproxima da cama em silêncio, ela o olha com o rosto molhado, perder alguém tão próximo não era nada fácil. Oliver segura a mão dela, ele tinha adiado aquele momento, mas precisava falar com Emma. — Eu te afastei do seu pai, a culpa disso tudo é minha e não sua. — Viu aonde a sua vingança nos levou? Graças a você eu não estive com ele quando ele mais precisou. — A minha intenção nunca foi essa, eu pensei que ele ficaria durante os dois anos. — Mas não foi isso que aconteceu, eu perdi a minha única família. — Você não está sozinha, o Alex e a Bella gostam de você. — E quanto a você? Eu só fui uma forma de relembrar a minha irmã? Você pensou nela enquanto dormia comigo? — É claro que não, você sabe o quanto eu
— Boa noite, eu tenho uma reserva no nome Miller. — Vou acompanhá-los até sua mesa, senhor Miller — diz a gentil funcionária.— Aqui está a sua mesa, espero que vocês tenham um ótimo jantar. — Obrigado — ele posiciona a cadeira de rodas no lugar aonde ficava a cadeira. — Aqui tem uma comida muito boa, Emma — diz Bella. — Vocês já escolheram? — indaga o garçom. — Eu vou querer pato com laranja, e uma salada de folhas para acompanhar. — Eu quero macarrão com molho vermelho — diz Bella. — E a senhora Miller? — ele olha para a morena que tinha dificuldade em escolher. — Ela vai querer um peixe grelhado e uma salada igual a minha. — Já volto com os pratos — ele se retira. — Obrigada por me ajudar, mas poderia ter dito que não sou a senhora Miller. — Por uma noite seja a minha senhora Miller — ele sorri.