0.6

Emma estava na escola, ela tinha que fazer as provas finais, só assim poderia passar de ano e se formar. Era difícil se concentrar nos estudos, a sua situação atual não cooperava, mas ela precisava terminar a escola. A morena estava terminando uma prova, ela responde as questões com dificuldade, parecia que a matéria não entrava na sua cabeça, mas ela tinha passado as últimas noites estudando. 

Após o fim das aulas ela volta para casa, ainda faltava uma prova, mas ao menos as aulas estavam acabando. Emma chega em casa e veste o uniforme, ela ainda teria que limpar o escritório, Bella chegaria mais tarde. A morena começa limpando os móveis, ela tira o pó de tudo, e depois passa para a limpeza do chão. 

— A escola vai mandar o resultado das suas provas? 

— Depois que eu fizer a última sim, mas ainda tem um prazo para enviarem. 

— Será que você é dedicada aos estudos? Sua irmã era formada numa boa faculdade. 

— Com a tortura psicológica que sofri nessa casa, fica difícil me concentrar nas provas. 

— Você acha que eu andei pegando pesado? 

— Me deixar com fome não é nada amigável. 

— Perder um irmão e ficar numa cadeira de rodas é pior. 

— Não fui eu que o coloquei nessa situação. 

— Ainda sim eu a odeio, por ser irmã daquela mulher. 

— Não somos a mesma pessoa, nem sequer somos próximas. 

— Vocês são muito parecidas fisicamente. 

— Isso é uma maldição, eu não pedi para nascer assim. 

— E mesmo assim vai pagar no lugar dela — ele a puxa a fazendo cair de joelhos. 

— Você é um homem horrível, maltrata uma inocente. 

— Isso me causa ainda mais raiva, você consegue ser tão perfeita, que te odiar se torna torturante. 

— Faz parte da tortura? Eu não faço nada. 

— Você não precisa fazer nada, só o fato de existir... 

— Já pensou em fazer terapia? Você não está nada bem. 

— Eu tentei ser feliz, mas a sua irmã acabou com tudo. 

— Eu te odeio, você é um desgraçado — ela grita. 

— Não fale assim comigo, Sam — ele segura o rosto dela. 

— Você pode me bater se quiser, mas eu não vou aguentar calada — ela segura o pulso dele e o afasta. 

— Nessa casa você está abaixo de todos, não ache que tem algum direito. 

— Eu tenho o direito de reagir quando sou desrespeitada. 

— Você é muito petulante mesmo — ele ri sem humor. 

— Eu já terminei — Ela se levanta — E nunca mais me chame de Sam. 

Ela corre para o seu quarto e se trança, seu braço estava vermelho após ser puxada, ela o odiava ainda mais e queria o estapear. Emma lava o rosto e arruma o cabelo, logo Bella estaria ali, e ela não queria que a menina a encontrasse naquele estado. A morena sai do quarto e vai até a cozinha, ela pega um copo de suco e o bebe, estava com o estômago embrulhado, não conseguiria comer nada. A menina chega da escola e corre para abraçá-la, era o único momento que Emma era feliz naquela casa. 

... 

— Emma, você tem namorado? — indaga Bella. 

— Não, mas qual é o motivo dessa pergunta? 

— É que o meu tio também não tem namorada. 

— Eu nunca namorei, mas nesse momento estou bem solteira. 

— Você poderia namorar o meu tio, ele é bonito. 

— É melhor você esquecer essa ideia, Bella. 

— Mas ele é tão legal e bonito, vocês formariam um casal lindo. 

— Eu nunca vou namorar o seu tio, então vamos parar com esse assunto. 

— Que coisa chata, vocês ainda vão ficar juntos — ela sai correndo. 

— Nem sob ameaça eu namoraria ele — Emma leva as mãos a cabeça. 

As próximas semanas foram longas e cansativas, Oliver parecia mais indiferente, e sem ele a atormentando ela conseguiu se concentrar nos estudos. Emma recebe suas notas por e-mail, ela tinha conseguido passar nas provas, agora era só se preparar para a formatura. Ela só tinha receio de Oliver não a liberar, ele sabia que esse era um momento importante para um estudante, e como queria a todo custo fazê-la sofrer. 

— Eu consegui passar de ano, papai — ela manda uma mensagem de áudio para o pai. 

— Espero que consiga está na minha formatura — ela envia outro áudio e deixa o celular de lado. 

Após o jantar todos vão para os seus quartos, Emma resolve tomar um banho, era um momento de relaxamento e ela precisava disso. Após alguns minutos embaixo da água quente, a luz do banheiro se apaga, a morena fecha o registro e se enrola na toalha. Estava tudo muito escuro então ela pega o celular, infelizmente estava sem bateria, então ela sai no corredor tateando as paredes. 

— Greta? Quem está aí? — ela se encolhe quando b**e uma luz em seus olhos.

— O que está fazendo de toalha no escuro? — indaga Oliver. 

— Caso não tenha percebido acabou a luz, e eu não tinha como enxergar sem uma lanterna. 

— Eu vou te emprestar a minha, mas não posso ficar no escuro, então te espero na porta do quarto — ele vai na frente em sua cadeira de rodas. 

— Que barulho foi esse? — eles escutam algo. 

— Acho que entraram na casa, entre no seu quarto  — eles entram e ela fecha a porta. 

— E se eles vierem até aqui? — ela indaga assustada. 

— Certamente eles vão até o quarto principal, esse quarto parece um quarto de limpeza. 

— Ainda bem que a Bella dormiu no apartamento do Alex. 

— Eu preciso me vestir, está frio aqui — ela pega uma camisola no armário. 

Emma deixa a toalha cair e começa a vestir a camisola, Oliver que estava olhando para o outro lado, não se contém e olha na direção dela, no instante que o tecido descia por seu corpo. Ela veste um roupão por cima, seu olhar cruza com o do Miller, ele fica vermelho. A morena se aproxima e senta na ponta da cama, ela não sabia bem o que falar, era um momento tão constrangedor, e ele se sentia muito estranho, era como se sua raiva tivesse dado lugar, a um sentimento talvez de curiosidade. 

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