Emma estava na escola, ela tinha que fazer as provas finais, só assim poderia passar de ano e se formar. Era difícil se concentrar nos estudos, a sua situação atual não cooperava, mas ela precisava terminar a escola. A morena estava terminando uma prova, ela responde as questões com dificuldade, parecia que a matéria não entrava na sua cabeça, mas ela tinha passado as últimas noites estudando.
Após o fim das aulas ela volta para casa, ainda faltava uma prova, mas ao menos as aulas estavam acabando. Emma chega em casa e veste o uniforme, ela ainda teria que limpar o escritório, Bella chegaria mais tarde. A morena começa limpando os móveis, ela tira o pó de tudo, e depois passa para a limpeza do chão. — A escola vai mandar o resultado das suas provas? — Depois que eu fizer a última sim, mas ainda tem um prazo para enviarem. — Será que você é dedicada aos estudos? Sua irmã era formada numa boa faculdade. — Com a tortura psicológica que sofri nessa casa, fica difícil me concentrar nas provas. — Você acha que eu andei pegando pesado? — Me deixar com fome não é nada amigável. — Perder um irmão e ficar numa cadeira de rodas é pior. — Não fui eu que o coloquei nessa situação. — Ainda sim eu a odeio, por ser irmã daquela mulher. — Não somos a mesma pessoa, nem sequer somos próximas. — Vocês são muito parecidas fisicamente. — Isso é uma maldição, eu não pedi para nascer assim. — E mesmo assim vai pagar no lugar dela — ele a puxa a fazendo cair de joelhos. — Você é um homem horrível, maltrata uma inocente. — Isso me causa ainda mais raiva, você consegue ser tão perfeita, que te odiar se torna torturante. — Faz parte da tortura? Eu não faço nada. — Você não precisa fazer nada, só o fato de existir... — Já pensou em fazer terapia? Você não está nada bem. — Eu tentei ser feliz, mas a sua irmã acabou com tudo. — Eu te odeio, você é um desgraçado — ela grita. — Não fale assim comigo, Sam — ele segura o rosto dela. — Você pode me bater se quiser, mas eu não vou aguentar calada — ela segura o pulso dele e o afasta. — Nessa casa você está abaixo de todos, não ache que tem algum direito. — Eu tenho o direito de reagir quando sou desrespeitada. — Você é muito petulante mesmo — ele ri sem humor. — Eu já terminei — Ela se levanta — E nunca mais me chame de Sam. Ela corre para o seu quarto e se trança, seu braço estava vermelho após ser puxada, ela o odiava ainda mais e queria o estapear. Emma lava o rosto e arruma o cabelo, logo Bella estaria ali, e ela não queria que a menina a encontrasse naquele estado. A morena sai do quarto e vai até a cozinha, ela pega um copo de suco e o bebe, estava com o estômago embrulhado, não conseguiria comer nada. A menina chega da escola e corre para abraçá-la, era o único momento que Emma era feliz naquela casa. ... — Emma, você tem namorado? — indaga Bella. — Não, mas qual é o motivo dessa pergunta? — É que o meu tio também não tem namorada. — Eu nunca namorei, mas nesse momento estou bem solteira. — Você poderia namorar o meu tio, ele é bonito. — É melhor você esquecer essa ideia, Bella. — Mas ele é tão legal e bonito, vocês formariam um casal lindo. — Eu nunca vou namorar o seu tio, então vamos parar com esse assunto. — Que coisa chata, vocês ainda vão ficar juntos — ela sai correndo. — Nem sob ameaça eu namoraria ele — Emma leva as mãos a cabeça. As próximas semanas foram longas e cansativas, Oliver parecia mais indiferente, e sem ele a atormentando ela conseguiu se concentrar nos estudos. Emma recebe suas notas por e-mail, ela tinha conseguido passar nas provas, agora era só se preparar para a formatura. Ela só tinha receio de Oliver não a liberar, ele sabia que esse era um momento importante para um estudante, e como queria a todo custo fazê-la sofrer. — Eu consegui passar de ano, papai — ela manda uma mensagem de áudio para o pai. — Espero que consiga está na minha formatura — ela envia outro áudio e deixa o celular de lado. Após o jantar todos vão para os seus quartos, Emma resolve tomar um banho, era um momento de relaxamento e ela precisava disso. Após alguns minutos embaixo da água quente, a luz do banheiro se apaga, a morena fecha o registro e se enrola na toalha. Estava tudo muito escuro então ela pega o celular, infelizmente estava sem bateria, então ela sai no corredor tateando as paredes.— Greta? Quem está aí? — ela se encolhe quando b**e uma luz em seus olhos.
— O que está fazendo de toalha no escuro? — indaga Oliver. — Caso não tenha percebido acabou a luz, e eu não tinha como enxergar sem uma lanterna. — Eu vou te emprestar a minha, mas não posso ficar no escuro, então te espero na porta do quarto — ele vai na frente em sua cadeira de rodas. — Que barulho foi esse? — eles escutam algo. — Acho que entraram na casa, entre no seu quarto — eles entram e ela fecha a porta. — E se eles vierem até aqui? — ela indaga assustada. — Certamente eles vão até o quarto principal, esse quarto parece um quarto de limpeza. — Ainda bem que a Bella dormiu no apartamento do Alex. — Eu preciso me vestir, está frio aqui — ela pega uma camisola no armário. Emma deixa a toalha cair e começa a vestir a camisola, Oliver que estava olhando para o outro lado, não se contém e olha na direção dela, no instante que o tecido descia por seu corpo. Ela veste um roupão por cima, seu olhar cruza com o do Miller, ele fica vermelho. A morena se aproxima e senta na ponta da cama, ela não sabia bem o que falar, era um momento tão constrangedor, e ele se sentia muito estranho, era como se sua raiva tivesse dado lugar, a um sentimento talvez de curiosidade.Emma olha se o celular tinha carregado um pouco, ele estava com um pouco de bateria, então ela liga para a polícia e tenta falar baixo, se os bandidos a escutassem entrariam no quarto. Oliver a olha preocupado, aquela situação era desconfortável, eles estavam com medo de alguém ir até o quarto, certamente não seriam gentis com Emma e Oliver. — A polícia está vindo para cá — ela se senta na cama. — Estou escutando um barulho — ele desliga a lanterna. — Acho que só tinha a velha na casa — eles escutam alguém falar do lado de fora. — Então vamos levar tudo de valor, esses ricos nem sentem falta — eles escutam outra voz. Eles esperam alguns minutos, Oliver liga a lanterna novamente, Emma estava com falta de ar. Ela sentia que estava morrendo, o Miller segura a mão dela, ele olha nos olhos dela e tenta tranquiliza-la. Estava tão difícil respirar, ela tenta puxar o ar com calma, mas estava sendo impossível. — Respire fundo e solte o ar — ela faz o que ele disse. — Faça isso mais algu
Os próximos meses trabalhando na mansão, foram cansativos tanto fisicamente como mentalmente, Emma queria ir embora dali, não fazia sentido continuar trabalhando de graça, se o intuito era humilha-lá, ele já tinha conseguido o que queria. A morena veste o uniforme, ela vai até o quarto de Oliver, iria colocá-lo contra a parede e exigir um prazo. — Você foi bastante pontual — ele estava colocando o relógio. — Eu quero um prazo, quero que você faça um contrato, aonde diz que vai me liberar da dívida após um tempo determinado. — Você vai sair quando me der vontade de te liberar. — Se for assim eu vou embora agora mesmo. — Dessa casa você não sai, você tem uma dívida comigo. — A minha irmã tem uma dívida com você. — E enquanto ela não aparecer a dívida é sua. — Já parou para pensar que somos vítimas? Por culpa dela eu estou sofrendo. — Ao menos você não perdeu quem você ama. — Ainda sim estou longe do meu pai, e sofrendo nessa casa por sua culpa. — Por mim você pode continuar r
— Eu quero ir na roda gigante — diz Bella. — O Alex vai com você, eu não gosto de altura. — Mas no próximo você vai junto — ele pega na mão da mais nova. Emma olha os dois entrarem no brinquedo, Alex era um cara incrível, sempre tão gentil e justo, ao contrário do tio que a odiava. Oliver tinha parado no tempo, ele vivia sempre aquela vingança, e se esquecia de aproveitar a vida, aparentemente Sam nunca tinha deixado de ser um fantasma em sua vida. A melhor vingança seria ele ser feliz, mostrar que conseguia seguir em frente, ao invés de viver infeliz durante anos. A realidade é que parecia que mesmo depois do que ela fez, ele ainda a amava, e não conseguia esquecê-la de forma alguma. Era algo doentio, ele simplesmente não conseguia deixar aquilo, e enquanto não superasse a sua vida ficaria parada no tempo. Emma não queria fazer parte daquilo, ela não merecia passar por uma situação assim, mas ainda sim estava sofrendo. Ela só queria cuidar do pai, se formar, casar e ter filhos. S
— O professor de piano vem essa tarde, então quero que você se ocupe com outra coisa, já que Bella não precisará de você. — Tudo bem, é só me falar o que tenho que fazer. — Quero que peça flores ao jardineiro, as coloque em um vaso para colacar em meu quarto. Depois disso você pode trocar a roupa de cama, e tirar a poeira dos móveis. — Vou seguir suas ordens — ela vai até o jardim. — Está um belo dia de sol hoje — o jardineiro poldava algumas flores.— Está sim, e o patrão me mandou pegar flores.— Vou separar algumas bem bonitas — Ele sorri — Quando o irmão do patrão era vivo essa casa era cheia de flores.— Ele era muito diferente de agora, Peter?— O patrão era muito alegre, ele e a Bella brincavam todos os dias no jardim, e ele sempre jantava com ela.— Naquela época ele costumava ir a empresa?— Todos os dias — Ele lhe entrega as flores — Menos aos domingos que era um dia em família.— Imagino que tudo mudou com o acidente.— Essa casa ficou triste e sem vida, já não tinha ma
— Eu não deveria ter feito isso — Emma se levanta e começa a se vestir. — Aonde você vai desse jeito? — Oliver a olha confuso. — Eu não deveria ter me entregue a você — ela calça os sapatos. — Não pensei que tinha sido tão ruim assim para você — ele agora parecia sério como antes. — Depois de tudo que aconteceu, chega a ser ridículo eu me deixar levar assim, e eu sei que quem vai sair machucada sou eu. — Você acha que eu apenas te usei e vou voltar a ser como antes? — Não acho que alguém possa mudar tão rápido. — Talvez você tenha razão, eu não sirvo para fazer uma mulher feliz — suas palavras saíram amargas. Emma sente seus olhos se encherem de lágrimas, ela não conseguia falar alguma coisa, então o que ela faz é correr para o seu quarto. Ela se tranca e se joga na cama, aquele momento tinha sido bom, mas quando ela se deu conta do que tinha acontecido antes, de como Oliver sempre foi frio e injusto com ela, isso a fez se sentir culpada por não ter dito não, ela sentia que ti
Uma semana após a morte do pai de Emma, ela ainda estava trancada em seu quarto, se culpando por está longe do pai quando tudo aconteceu. A porta do quarto se abre, Oliver se aproxima da cama em silêncio, ela o olha com o rosto molhado, perder alguém tão próximo não era nada fácil. Oliver segura a mão dela, ele tinha adiado aquele momento, mas precisava falar com Emma. — Eu te afastei do seu pai, a culpa disso tudo é minha e não sua. — Viu aonde a sua vingança nos levou? Graças a você eu não estive com ele quando ele mais precisou. — A minha intenção nunca foi essa, eu pensei que ele ficaria durante os dois anos. — Mas não foi isso que aconteceu, eu perdi a minha única família. — Você não está sozinha, o Alex e a Bella gostam de você. — E quanto a você? Eu só fui uma forma de relembrar a minha irmã? Você pensou nela enquanto dormia comigo? — É claro que não, você sabe o quanto eu
— Boa noite, eu tenho uma reserva no nome Miller. — Vou acompanhá-los até sua mesa, senhor Miller — diz a gentil funcionária.— Aqui está a sua mesa, espero que vocês tenham um ótimo jantar. — Obrigado — ele posiciona a cadeira de rodas no lugar aonde ficava a cadeira. — Aqui tem uma comida muito boa, Emma — diz Bella. — Vocês já escolheram? — indaga o garçom. — Eu vou querer pato com laranja, e uma salada de folhas para acompanhar. — Eu quero macarrão com molho vermelho — diz Bella. — E a senhora Miller? — ele olha para a morena que tinha dificuldade em escolher. — Ela vai querer um peixe grelhado e uma salada igual a minha. — Já volto com os pratos — ele se retira. — Obrigada por me ajudar, mas poderia ter dito que não sou a senhora Miller. — Por uma noite seja a minha senhora Miller — ele sorri.
— Resolvi visitar a minha pirralha favorita. — Eu achei que você tinha esquecido de mim — ela o abraça. — É impossível esquecer você, ainda mais após dez mensagens. — Só não mandei mais porque estava ocupada. — E o que você andou fazendo? — eles se sentam no sofá. — O tio Oliver chamou a Emma para jantar com a gente, fomos em um restaurante bem legal, e também teve o dia das compras. — Pensei que os dois não eram próximos. — Todo mundo acha que eles são um casal. — Alex, não sabia que você estava aqui — Emma se junta a eles. — Você está linda, nunca te vi com essas roupas. — O tio Oliver comprou várias, agora a Emma anda bem arrumada. — Eu preciso falar com a Emma um minuto — ele a leva para o jardim.— Você deve está confuso sobre tudo isso. — Ele te maltratou, Emma — Ela segura nos ombros d