0.2

Emma caminha devagar, ela sabia que quando chegasse da escola, teria que ir para a casa de Oliver. Ele tinha muita raiva da irmã dela, e isso não era bom sinal, talvez ele não a tratasse ao menos com respeito. Ela já estaria ali trabalhando de graça, para pagar uma dívida que não era dela, isso já era humilhante o suficiente. 

Ao chegar em casa ela sobe para o quarto, a morena pega sua mala e uma bolsa, ela teria que morar na casa de Oliver. Ao descer ela se depara com o motorista, ele a esperava para irem embora, mas Emma precisava se despedir de seu pai. Ela o abraça forte, o mais velho chora nos braços da filha, ele se sentia um covarde por não ir no lugar dela. 

— Eu vou voltar para casa, eu prometo — ela sai com o motorista. 

Já no carro as lágrimas escorrem, ela não queria ir, mas também permitiria que seu pai fosse. Oliver parecia ser um homem impiedoso, e ela não queria piorar a situação, o melhor seria trabalhar durante algum tempo, e mais tarde voltar para casa, mas se a dívida fosse muito grande isso iria demorar. Quando eles chegam a mansão, ela demora para descer do carro, estava com medo do que estava por vir. 

— Bem vinda a mansão Miller, eu sou a Greta, a governanta dessa casa.

— Então eu vou seguir as suas regras? — ela indaga aliviada.

— Sim, mas o patrão também vai lhe da ordens.

— Aonde posso deixar as minhas coisas?

— Você vai ficar no quarto de empregada, me siga que eu mostro.

O quarto era bem pequeno, ele não tinha muita iluminação, dentro dele apenas uma cama de solteiro e uma armário. Emma deixa a mala no quarto, Greta lhe entrega o uniforme e pede para encontrá-la após vesti-lo, o uniforme era um vestido preto, com uma fileira de botões na frente, e um colarinho branco. Nós pés ela teria que usar um par de sapatos fechados, e no cabelo uma faixa preta, ele deveria está sempre preso num coque.

— Você tem que ir a escola pela amanhã, assim que chegar você vai vestir o uniforme — elas estavam no centro da sala.

— As suas refeições serão na cozinha, você não deve usar muita maquiagem ou perfume, o patrão é alérgico a cheiros fortes.

— Quais serão as minhas tarefas? — ela a olha.

— Antes de ir a escola você deve passar no quarto do patrão, ele lhe dará as tarefas do dia, e eu irei lhe orientar em tudo.

— Ele é muito nervoso? — Emma estava com medo.

— Digamos que ele já foi melhor, mas quando Bella está aqui ele é mais calmo.

— Quem é essa Bella? — ela pensava que poderia ser a namorada dele.

— A sobrinha do patrão, ela estuda num internato, só vem no final de semana.

— Então tem uma criança nessa casa.

— Sim, ela é como uma filha para o patrão.

— Acho que entendi tudo, vou tentar seguir a risca.

— Te recomendo que faça tudo certo, o patrão é um homem duro.

...

Emma estava em frente ao pequeno espelho, ela terminava de prender o cabelo, antes de ir a escola ela teria que ir ao quarto de Oliver. A morena respira fundo e segue até o quarto, ela b**e na porta, após ser autorizada ela entra. Oliver estava em sua cadeira de rodas, ele usava uma calça social e uma camisa, apesar de seu ar autoritário ele não deixava de ser muito atraente, tinha olhos azuis e traços marcantes.

— Não pense que as coisas serão fáceis por aqui. 

— Eu não imaginava que seria — ela o olha. 

— Então vamos aos fatos, aqui você não passa de uma empregada, aliás está abaixo dos empregados. 

— E o que devo esperar estando  abaixo? 

— Você vai seguir a risca cada ordem, mesmo que não queira, ou não ache justo. Jamais deve questionar, ou até mesmo bater de frente comigo. 

— Então você pretende me humilhar? 

— Ainda vai ser pouco depois do que sua irmã fez. 

— Eu não sou a Samantha, não deveria descontar em mim. 

— Você é muito parecida com ela, te olhar me causa raiva, tenho vontade de te destruir. 

— Estou aqui somente para pagar a dívida, se quer se vingar a encontre e desconte nela — ela sai do quarto. 

Emma pega sua bolsa e vai para a escola, o motorista a leva. Ela tinha enfrentado Oliver, e sabia que isso iria piorar as coisas, isso lhe deixava nervosa, aquele homem parecia ser tão cruel. As aulas pareciam longas, ela só queria está em casa, seu pai certamente lhe confortaria. Na hora do intervalo ela estava com dor de cabeça, nem mesmo o remédio estava fazendo efeito, parecia que só piorava e ela acabou ficando na enfermaria. 

No fim do dia Emma estava se sentindo melhor, mas ainda sim não tinha conseguido comer, ela precisaria comer algo antes de começar a trabalhar. A morena veste o uniforme, seu cabelo preso e alinhado, ela se sentia horrível, não era o mesmo que ter um emprego. Era humilhante trabalhar de graça, e pagar por algo que ela não fez, ela precisava da um jeito de conseguir dinheiro. 

— O que pensa que está fazendo? — Oliver aparece na cozinha. 

— Comendo algo, não consegui comer na escola. 

— Você tem que trabalhar, que tivesse comido antes.

— Se eu pudesse teria comido — ela larga o pão no prato. 

— Então vai ficar com fome até terminar tudo. 

— Você não pode me fazer trabalhar com fome. 

— Se recuse e eu terei que puni-la — ele a segura pelo pulso. 

— Você está me machucando — ela tenta se soltar. 

— Comece a esfregar o chão da sala, quero que limpe o chão de todo o primeiro andar. 

— É muita coisa para fazer se estômago vazio. 

— Vá logo e não volte a questionar — ele a solta. 

O seu pulso estava doendo, Emma pega os produtos de limpeza, ela sente as lágrimas molharem seu rosto. Enquanto esfregava o chão de joelhos, ela sentia seu estômago doer, e sua pressão parecia ter baixado. A morena se levanta e sente uma vertigem, ela se apoia na parede, precisava terminar logo se quisesse comer.

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