Emma caminha devagar, ela sabia que quando chegasse da escola, teria que ir para a casa de Oliver. Ele tinha muita raiva da irmã dela, e isso não era bom sinal, talvez ele não a tratasse ao menos com respeito. Ela já estaria ali trabalhando de graça, para pagar uma dívida que não era dela, isso já era humilhante o suficiente.
Ao chegar em casa ela sobe para o quarto, a morena pega sua mala e uma bolsa, ela teria que morar na casa de Oliver. Ao descer ela se depara com o motorista, ele a esperava para irem embora, mas Emma precisava se despedir de seu pai. Ela o abraça forte, o mais velho chora nos braços da filha, ele se sentia um covarde por não ir no lugar dela. — Eu vou voltar para casa, eu prometo — ela sai com o motorista. Já no carro as lágrimas escorrem, ela não queria ir, mas também permitiria que seu pai fosse. Oliver parecia ser um homem impiedoso, e ela não queria piorar a situação, o melhor seria trabalhar durante algum tempo, e mais tarde voltar para casa, mas se a dívida fosse muito grande isso iria demorar. Quando eles chegam a mansão, ela demora para descer do carro, estava com medo do que estava por vir. — Bem vinda a mansão Miller, eu sou a Greta, a governanta dessa casa.— Então eu vou seguir as suas regras? — ela indaga aliviada.— Sim, mas o patrão também vai lhe da ordens.— Aonde posso deixar as minhas coisas?— Você vai ficar no quarto de empregada, me siga que eu mostro.O quarto era bem pequeno, ele não tinha muita iluminação, dentro dele apenas uma cama de solteiro e uma armário. Emma deixa a mala no quarto, Greta lhe entrega o uniforme e pede para encontrá-la após vesti-lo, o uniforme era um vestido preto, com uma fileira de botões na frente, e um colarinho branco. Nós pés ela teria que usar um par de sapatos fechados, e no cabelo uma faixa preta, ele deveria está sempre preso num coque.— Você tem que ir a escola pela amanhã, assim que chegar você vai vestir o uniforme — elas estavam no centro da sala.— As suas refeições serão na cozinha, você não deve usar muita maquiagem ou perfume, o patrão é alérgico a cheiros fortes.— Quais serão as minhas tarefas? — ela a olha.— Antes de ir a escola você deve passar no quarto do patrão, ele lhe dará as tarefas do dia, e eu irei lhe orientar em tudo.— Ele é muito nervoso? — Emma estava com medo.— Digamos que ele já foi melhor, mas quando Bella está aqui ele é mais calmo.— Quem é essa Bella? — ela pensava que poderia ser a namorada dele.— A sobrinha do patrão, ela estuda num internato, só vem no final de semana.— Então tem uma criança nessa casa.— Sim, ela é como uma filha para o patrão.— Acho que entendi tudo, vou tentar seguir a risca.— Te recomendo que faça tudo certo, o patrão é um homem duro....Emma estava em frente ao pequeno espelho, ela terminava de prender o cabelo, antes de ir a escola ela teria que ir ao quarto de Oliver. A morena respira fundo e segue até o quarto, ela b**e na porta, após ser autorizada ela entra. Oliver estava em sua cadeira de rodas, ele usava uma calça social e uma camisa, apesar de seu ar autoritário ele não deixava de ser muito atraente, tinha olhos azuis e traços marcantes.— Não pense que as coisas serão fáceis por aqui.
— Eu não imaginava que seria — ela o olha. — Então vamos aos fatos, aqui você não passa de uma empregada, aliás está abaixo dos empregados. — E o que devo esperar estando abaixo? — Você vai seguir a risca cada ordem, mesmo que não queira, ou não ache justo. Jamais deve questionar, ou até mesmo bater de frente comigo. — Então você pretende me humilhar? — Ainda vai ser pouco depois do que sua irmã fez. — Eu não sou a Samantha, não deveria descontar em mim. — Você é muito parecida com ela, te olhar me causa raiva, tenho vontade de te destruir. — Estou aqui somente para pagar a dívida, se quer se vingar a encontre e desconte nela — ela sai do quarto. Emma pega sua bolsa e vai para a escola, o motorista a leva. Ela tinha enfrentado Oliver, e sabia que isso iria piorar as coisas, isso lhe deixava nervosa, aquele homem parecia ser tão cruel. As aulas pareciam longas, ela só queria está em casa, seu pai certamente lhe confortaria. Na hora do intervalo ela estava com dor de cabeça, nem mesmo o remédio estava fazendo efeito, parecia que só piorava e ela acabou ficando na enfermaria. No fim do dia Emma estava se sentindo melhor, mas ainda sim não tinha conseguido comer, ela precisaria comer algo antes de começar a trabalhar. A morena veste o uniforme, seu cabelo preso e alinhado, ela se sentia horrível, não era o mesmo que ter um emprego. Era humilhante trabalhar de graça, e pagar por algo que ela não fez, ela precisava da um jeito de conseguir dinheiro.— O que pensa que está fazendo? — Oliver aparece na cozinha.
— Comendo algo, não consegui comer na escola. — Você tem que trabalhar, que tivesse comido antes.— Se eu pudesse teria comido — ela larga o pão no prato. — Então vai ficar com fome até terminar tudo. — Você não pode me fazer trabalhar com fome. — Se recuse e eu terei que puni-la — ele a segura pelo pulso. — Você está me machucando — ela tenta se soltar. — Comece a esfregar o chão da sala, quero que limpe o chão de todo o primeiro andar. — É muita coisa para fazer se estômago vazio. — Vá logo e não volte a questionar — ele a solta. O seu pulso estava doendo, Emma pega os produtos de limpeza, ela sente as lágrimas molharem seu rosto. Enquanto esfregava o chão de joelhos, ela sentia seu estômago doer, e sua pressão parecia ter baixado. A morena se levanta e sente uma vertigem, ela se apoia na parede, precisava terminar logo se quisesse comer.— Está tudo bem com você? — indaga o homem de terno. — Minha pressão baixou — ela perde o equilíbrio, mas ele a segura. — É melhor você se sentar aqui — ele a ajuda a se sentar. — Não, se o patrão descobrir que não terminei, ele vai ficar ainda mais irritado comigo — ela segura o braço dele. — Tem quanto tempo desde que você se alimentou? — Eu tomei café da manhã, mas tive enchaqueca e não consegui comer na escola. — Tem mais de doze horas, você precisa se alimentar. — Eu não posso comer até terminar de limpar. — O meu tio não pode tratar os empregados dessa forma. — Eu não sou uma empregada, estou aqui para pagar a dívida da da minha irmã. — Você é irmã da Sam? Não pude falar sofre a semelhança antes, mas vocês são muito parecidas. — Sim, e estou pagando no lugar dela — ela chora. — Não se preocupe, vou falar com o meu tio. — Ele não vai gostar e vai descontar mim — ele a ignora e entra no escritório. — Você não pode entrar assim, Alex — ele fecha o notebook. — O que d
Emma estava arrumando o cabelo de Bella, a menina estava quieta e parecia a analisar, talvez Sam não tivesse sido uma boa madrasta, e ela ainda não confiava que Emma seria boa para ela. Oliver tinha lhe dado a ordem de cuidar da sobrinha dele, ela tinha que conferir se ela tinha escovado os dentes, arrumar o cabelo de Bella e acordá-la no horário.— Está na hora do café da manhã — ela termina de fazer as tranças.— Você sabe fazer bons penteados — a menina se olha no espelho.— O meu pai me ensinou quando eu era menor.— O seu pai arrumava o seu cabelo? — indaga Bella.— Sim, ele foi pai e mãe para mim, sempre cuidava de tudo.— O meu tio nunca arrumou o meu cabelo.— Talvez ele não saiba fazer penteados — ela sorri.— Eu queria estudar numa escola normal, é chato passar a semana toda na escola.— O seu tio é sozinho, por isso ele te colocou nessa escola.— Agora que você está aqui, vou pedir para ele me mudar de escola.— Agora é melhor você descer para tomar o café.— Vou calçar os
Emma acorda com o corpo dolorido, ela tem dificuldade para abrir os olhos, parecia que estava com febre. A morena se senta com dificuldade, ela olha para o uniforme pendurado, seria difícil trocar sua camisola por ele. Mas Oliver ficaria nervoso, era o primeiro dia de aula de Bella, e ela teria que ajudá-la a se arrumar. Ela pensa que um banho poderia ajudar, então ela pega suas coisas e vai até o banheiro, Emma abre o registro e começa retirando as meias, mas ela sente uma fraqueza e se apoia na pia. Sua febre deveria está muito alta, ela se senta na privada, e começa a chorar com medo do que Oliver faria. — Eu preciso trabalhar, por favor, eu não posso ficar doente. — Emma, você está muito tempo no chuveiro — diz Greta do outro lado da porta. — Me desculpe, mas não me sinto bem — ela se esforça e desliga o registro. — Vou avisar o patrão — os olhos da morena se arregalam ao ouvi-la. — Ele vai se zangar, se não aceitou o dia que tive enchaqueca, vai me punir por fazer corpo mol
Emma estava na escola, ela tinha que fazer as provas finais, só assim poderia passar de ano e se formar. Era difícil se concentrar nos estudos, a sua situação atual não cooperava, mas ela precisava terminar a escola. A morena estava terminando uma prova, ela responde as questões com dificuldade, parecia que a matéria não entrava na sua cabeça, mas ela tinha passado as últimas noites estudando. Após o fim das aulas ela volta para casa, ainda faltava uma prova, mas ao menos as aulas estavam acabando. Emma chega em casa e veste o uniforme, ela ainda teria que limpar o escritório, Bella chegaria mais tarde. A morena começa limpando os móveis, ela tira o pó de tudo, e depois passa para a limpeza do chão. — A escola vai mandar o resultado das suas provas? — Depois que eu fizer a última sim, mas ainda tem um prazo para enviarem. — Será que você é dedicada aos estudos? Sua irmã era formada numa boa faculdade. — Com a tortura psicológica que sofri nessa casa, fica difícil me concentrar na
Emma olha se o celular tinha carregado um pouco, ele estava com um pouco de bateria, então ela liga para a polícia e tenta falar baixo, se os bandidos a escutassem entrariam no quarto. Oliver a olha preocupado, aquela situação era desconfortável, eles estavam com medo de alguém ir até o quarto, certamente não seriam gentis com Emma e Oliver. — A polícia está vindo para cá — ela se senta na cama. — Estou escutando um barulho — ele desliga a lanterna. — Acho que só tinha a velha na casa — eles escutam alguém falar do lado de fora. — Então vamos levar tudo de valor, esses ricos nem sentem falta — eles escutam outra voz. Eles esperam alguns minutos, Oliver liga a lanterna novamente, Emma estava com falta de ar. Ela sentia que estava morrendo, o Miller segura a mão dela, ele olha nos olhos dela e tenta tranquiliza-la. Estava tão difícil respirar, ela tenta puxar o ar com calma, mas estava sendo impossível. — Respire fundo e solte o ar — ela faz o que ele disse. — Faça isso mais algu
Os próximos meses trabalhando na mansão, foram cansativos tanto fisicamente como mentalmente, Emma queria ir embora dali, não fazia sentido continuar trabalhando de graça, se o intuito era humilha-lá, ele já tinha conseguido o que queria. A morena veste o uniforme, ela vai até o quarto de Oliver, iria colocá-lo contra a parede e exigir um prazo. — Você foi bastante pontual — ele estava colocando o relógio. — Eu quero um prazo, quero que você faça um contrato, aonde diz que vai me liberar da dívida após um tempo determinado. — Você vai sair quando me der vontade de te liberar. — Se for assim eu vou embora agora mesmo. — Dessa casa você não sai, você tem uma dívida comigo. — A minha irmã tem uma dívida com você. — E enquanto ela não aparecer a dívida é sua. — Já parou para pensar que somos vítimas? Por culpa dela eu estou sofrendo. — Ao menos você não perdeu quem você ama. — Ainda sim estou longe do meu pai, e sofrendo nessa casa por sua culpa. — Por mim você pode continuar r
— Eu quero ir na roda gigante — diz Bella. — O Alex vai com você, eu não gosto de altura. — Mas no próximo você vai junto — ele pega na mão da mais nova. Emma olha os dois entrarem no brinquedo, Alex era um cara incrível, sempre tão gentil e justo, ao contrário do tio que a odiava. Oliver tinha parado no tempo, ele vivia sempre aquela vingança, e se esquecia de aproveitar a vida, aparentemente Sam nunca tinha deixado de ser um fantasma em sua vida. A melhor vingança seria ele ser feliz, mostrar que conseguia seguir em frente, ao invés de viver infeliz durante anos. A realidade é que parecia que mesmo depois do que ela fez, ele ainda a amava, e não conseguia esquecê-la de forma alguma. Era algo doentio, ele simplesmente não conseguia deixar aquilo, e enquanto não superasse a sua vida ficaria parada no tempo. Emma não queria fazer parte daquilo, ela não merecia passar por uma situação assim, mas ainda sim estava sofrendo. Ela só queria cuidar do pai, se formar, casar e ter filhos. S
— O professor de piano vem essa tarde, então quero que você se ocupe com outra coisa, já que Bella não precisará de você. — Tudo bem, é só me falar o que tenho que fazer. — Quero que peça flores ao jardineiro, as coloque em um vaso para colacar em meu quarto. Depois disso você pode trocar a roupa de cama, e tirar a poeira dos móveis. — Vou seguir suas ordens — ela vai até o jardim. — Está um belo dia de sol hoje — o jardineiro poldava algumas flores.— Está sim, e o patrão me mandou pegar flores.— Vou separar algumas bem bonitas — Ele sorri — Quando o irmão do patrão era vivo essa casa era cheia de flores.— Ele era muito diferente de agora, Peter?— O patrão era muito alegre, ele e a Bella brincavam todos os dias no jardim, e ele sempre jantava com ela.— Naquela época ele costumava ir a empresa?— Todos os dias — Ele lhe entrega as flores — Menos aos domingos que era um dia em família.— Imagino que tudo mudou com o acidente.— Essa casa ficou triste e sem vida, já não tinha ma