Esther Mendonça
Depois do surto que tive quando Victor Hugo me tocou, ele estava agindo completamente como um idiota, além de não fazer a questão de me olhar nos olhos em momento algum depois do ocorrido. O homem fazia comentários idiotas durante o jantar, era evidente a sua irritação, mas eu também estava da mesma forma ao vê-lo agir assim. Estava em pé ao lado da mesa ouvindo os milhares de elogios que cada uma das pessoas sentadas faziam à minha comida, o que era incrível, principalmente por serem pessoas com um paladar tão refinado. Mas o meu incômodo não me permitia desfrutar desse momento, e quando vi Victor Hugo se levantar decidi que deveria ir atrás dele.
- Peço a licença de vocês, vou retornar à cozinha para a finalização do próximo prato.- Minto fazendo
Victor HugoOs trovões dava uma claridade extremamente forte dentro do quarto escuro, a tempestade que caía lá fora estava forte e caía sem parar desde o início da noite, sendo que já era madrugada e sequer ainda havia conseguido pregar os olhos. Minha cabeça doía sem parar, ou melhor, latejava tanto que eu pressionava os dedos em meus olhos na esperança daquela dor que vinha fina parar, mas nem os remédios haviam conseguido tirá-la.Caminho até a cozinha e assim que abro a geladeira alcanço a garrafa de suco natural e me sirvo um copo do líquido fresco, assim que o termino bufo ainda irritado por estar sentindo dor e querer dormir, meus olhos pesavam demais pelo cansaço, mas o sono não vinha. Cada vez que deitava minha cabeça no travesseiro as lembranças voltavam para me assombrar, cada v
Esther Mendonça- Te espero no RH em duas horas, senhorita Esther Mendonça.- Ele diz e sinto o meu corpo estremecer- o-o quê?-- Acho que você ouviu muito bem.- Me dá as costas e contorna a sua mesa, se sentando em sua poltrona, eu permaneço ainda imóvel no mesmo lugar sem saber o que fazer ou dizer - Já pode ir.- Ele fala após me notar paralisada ali e apenas assinto, deixando a salaEu já sabia do que se tratava, depois do meu deslize em enviar o email errado no qual eu o ofendia de todas as formas possíveis, Victor Hugo certamente não iria admitir mais isso, ele havia me dito que não iria, no jantar em sua casa. No final das comtas eu havia perdido, porque eu sabia que ele me mandaria embora e tudo estaria perdido, inclusive a minha chance de vingar Cecília. Eu ainda estava em choque, e camin
Victor HugoA expressão extremamente confusa, aliviada e chocada em seu rosto era impagável e eu me divertia com isso, a garota sequer se deu o trabalho de ler os papéis achando que se tratava da sua demissão e saiu assinando todas as linhas indicadas, mas agora ela não estava desempregada, mas sim empregada em uma vaga ainda melhor que sua anterior, uma vaga direta em minha equipe.- Victor Hugo. - Ela me chama assim que viro as costas e a deixo lá seguindo para o corredor em direção dos elevadores. - Quero dizer, Sr Ferraz. - Se corrige voltando a me chamar enquanto continuo minha caminhada. - O senhor pode falar comigo e parar de me ignorar? - Pede andando atrás de mim e escuto seus passos e respiração pesada. - Meu Deus, suas pernas tem quantos metros? - Reclama e para de andar e me viro para trás rapidamente vendo-a tentando recupe
Esther MendonçaMe equilibro nos saltos altos e finos enquanto caminho pelas ruas da cidade, agora que eu faria parte da equipe pessoal de Victor Hugo precisaria estar bem vestida, então dei o meu máximo. Eu usava uma roupa mais executiva, uma camiseta social de botões preta e uma saia colada de mesma cor. Estava a caminho da empresa, hoje seria o meu primeiro dia fora da lanchonete e trabalhando para Victor Hugo, eu mal podia esperar pro leque de oportunidades que esse emprego me daria de encontrar provas suficientes para colocá-lo na cadeia e me vingar. Senti o meu celular vibrar em meu bolso e conectei os fone de ouvido nele, atendendo a chamada de minha tia.- Bom dia, minha linda.- Ela me cumprimenta do outro lado da linha- Bom dia, tia. Estou a caminho do trabalho.-- Até quando você vai continuar nisso, Esther? Já está na
Victor HugoO corredor movimentado fazia os barulhos dos passos apressados das pessoas que passavam apressadas por ele ecoar alto em meu ouvido, era como se eu estivesse em uma bolha inerte diante tudo aquilo e tudo o que eu escutava era algumas falas embaralhadas e os pés batendo contra o piso do chão. Minha cabeça estava baixa apoiada nas mãos e eu encarava o piso branco.Minha mente estava agitada e eu não conseguia colocar todos os pensamentos que se passavam por ela em ordem, me sentia completamente perdido em meio ao caos que acontecia ao meu redor, perdido ainda mais do que sempre estive.- Cheguei, meu amor. - Sinto uma mão passar em meu cabelo e a pessoa se senta ao meu lado me abraçando pela lateral, pois continuava na mesma posição. - O que aconteceu? - Alissa pergunta e eu continuo da mesma maneira.Algumas horas antes<
Esther MendonçaEu ainda podia sentir a boca de Victor Hugo na minha, onde eu estava com a cabeça quando permiti aquele beijo? Ou pior, por que eu retribuí? Provavelmente eu estava em algum tipo de surto psicótico porque em sã consciência eu jamais cometeria tamanha loucura. O que tornava tudo ainda mais massacrante era que mesmo já deitada e em casa aquele beijo não saía de minha mente, não importava quantas vezes eu me revirasse na cama ou em quantos travesseiros afundasse o meu rosto com a esperança de resolver algo. Ele tinha me beijado, a iniciativa tinha sido dele, e ele era comprometido, isso só provava o tipo de homem que ele era. E a sua namorada, a mulher que sempre era doce e gentil nas poucas vezes que me via, ela definitivamente não merecia isso, Victor Hugo não merecia ter alguém como ela e eu precisa
Victor Hugo- Um homem como eu? - Acabo rindo da sua fala, a mulher extremamente irritada em minha frente tinha o rosto vermelho enquanto rebatia com raiva todas as coisas que eu dizia.- Um maldito grosso e egoísta. - Ela aponta e sorrio sem vontade, era no mínimo engraçado ter que lidar com isso, nossos olhos estão presos um no outro enquanto parecem quase que travarem uma batalha, como se pudéssemos nos queimar, nos atingir apenas com isso e com toda a certeza essa era a vontade de ambos, era incrivel a forma com que a mulher me irritava em questão de poucos segundos no mesmo ambiente que o meu. Seus olhos vacilam por um instante e descem para minha boca e automático quando faço o mesmo, encarando os lábios grossos e bem desenhados que a mulher tinha, estava perdido em sua boca quando minha consciência pareceu voltar, flashes do dia em que acabei c
Esther MendonçaEu não estava feliz com o que tinha feito, apesar de ter conseguido alcançar o meu objetivo. Ver Alissa daquela forma partiu o meu coração, eu sabia que isso a destruiria, mas era preciso. Já havia se passado alguns dias desde o ocorrido e desde então eu e Victor Hugo não tínhamos nos falado, nós fazíamos de tudo para evitar a presença um do outro, mesmo tendo que trabalhar juntos. Logicamente por toda a situação, o evento de inauguração precisou ser adiado e hoje era o dia que ele aconteceria. Eu estava pela manhã logo cedo na empresa, tratando de organizar tudo, já que tiraria o restante do dia fora para cozinhar o que seria consumido no evento.- Não acredito que você vai mesmo cozinhar para a inauguração.- Nadja diz enquanto mastiga algumas b