Victor Hugo
- Um homem como eu? - Acabo rindo da sua fala, a mulher extremamente irritada em minha frente tinha o rosto vermelho enquanto rebatia com raiva todas as coisas que eu dizia.
- Um maldito grosso e egoísta. - Ela aponta e sorrio sem vontade, era no mínimo engraçado ter que lidar com isso, nossos olhos estão presos um no outro enquanto parecem quase que travarem uma batalha, como se pudéssemos nos queimar, nos atingir apenas com isso e com toda a certeza essa era a vontade de ambos, era incrivel a forma com que a mulher me irritava em questão de poucos segundos no mesmo ambiente que o meu. Seus olhos vacilam por um instante e descem para minha boca e automático quando faço o mesmo, encarando os lábios grossos e bem desenhados que a mulher tinha, estava perdido em sua boca quando minha consciência pareceu voltar, flashes do dia em que acabei c
Esther MendonçaEu não estava feliz com o que tinha feito, apesar de ter conseguido alcançar o meu objetivo. Ver Alissa daquela forma partiu o meu coração, eu sabia que isso a destruiria, mas era preciso. Já havia se passado alguns dias desde o ocorrido e desde então eu e Victor Hugo não tínhamos nos falado, nós fazíamos de tudo para evitar a presença um do outro, mesmo tendo que trabalhar juntos. Logicamente por toda a situação, o evento de inauguração precisou ser adiado e hoje era o dia que ele aconteceria. Eu estava pela manhã logo cedo na empresa, tratando de organizar tudo, já que tiraria o restante do dia fora para cozinhar o que seria consumido no evento.- Não acredito que você vai mesmo cozinhar para a inauguração.- Nadja diz enquanto mastiga algumas b
Victor HugoO jardim está cheio de pessoas, todas parecem alegres e satisfeitas com todo o evento. Eu definitivamente não estou com cabeça para nada do tipo, mas já adiei essa inauguração pelo máximo de tempo que poderia, adiar mais só iria prejudicar toda a empresa. Além disso, eu só estou dessa forma pelo maldito erro que eu mesmo cometi, então agora o que me resta é arcar com as consequências. Estou em uma mesa em uma conversa com Pedro e a sua esposa, já tem um bom tempo que eu venho tentando o concencer a investir na empresa e se associar a nós. Depois de vir ao evento, já estava praticamente certa a nossa associação.- Devo admitir que a Café Ferraz está crescendo em uma proporção que eu não imaginava, os números realmente estão impres
Esther MendonçaEstou fitando os olhos âmbar de Victor Hugo e ele aos meus, quando ele se afasta de repente. Eu sabia o porquê daquilo, era dessa forma que tinha começado as vezes em que nos beijamos e não podíamos cometer erro novamente.- O curativo está feito.- Ele diz e parece reparar no meu vestido molhado pelo champanhe- Vou pedir que Alice traga outro vestido pra você.-- Não precisa.- Sou rápida em dizer, me levantando da cadeira - Na verdade eu já estou bem cansada, se não for mais precisar de mim hoje eu gostaria de ir para casa.-- É claro, você pode ir sim.-- Obrigada.- Agradeço ele apenas assente, saindo pela porta e me deixando ali sozinha no quartinho.Eu e Victor Hugo definitivamente não estávamos em nosso estado normal, provavelmente estar&iacut
Victor HugoA negação do homem sobre fechar uma possível sociedade com a empresa ainda remoía em minha mente, aquilo havia me deixado frustrado e ao mesmo tempo extremamente confuso. Vilela se mostrava totalmente interessado na minha empresa, em seus projetos e em uma parceria com ela, a sua confirmação estava quase que certa até o momento em que falou com a esposa, que também parecia animada e concordar com a idéia, mas em questão de minutos tudo mudou e ambos se negaram a fechar negócio.Estava tão irritado, frustrado, magoado, culpado que não conseguia me controlar e quando vi boa parte das coisas do meu escritório estavam no chão quebrados, e eu continuava pegando e arremessando tudo que achava pela minha frente.Era mais uma das minhas tentativas de preencher a merda da dor, do vazio, da irrita&ccedi
Esther MendonçaSaio da sala de Victor Hugo ainda sentindo o meu rosto aquecido pela raiva, juntamente às lágrimas que escapavam de meus olhos, de raiva. Eu queria ter gritado para ele que sabia de tudo o que estava afirmando porque era irmã de Cecília, que eu sabia o que ele tinha feito e que tinha vindo para fazê-lo pagar. Mas eu não pude, não pude dizer quem eu realmente era e mesmo que ele tivesse me mandando embora e eu tivesse perdido a minha chance, ainda não era hora dele saber de toda a verdade. Eu não contestei quando Victor Hugo me mandou embora da empresa, de alguma forma eu senti um alívio por isso, tudo o que eu mais queria é ir para o mais longe possível daquele homem. Estou caminhando pelo corredor para ir embora quando sou interpectada por Diego, que para logo a minha frente.- Esther, o que houve?- Ele pergunta m
Victor HugoO dia havia amanhecido cinza e não apenas pelo tempo fechado e nublado, se bem que até mesmo a previsão do tempo parecia saber justamente o dia em que se completava mais um ano da morte de Cecília, mais um ano que eu me sentia vazio, culpado e ainda desnorteado como o dia de sua morte, nenhum sentimento em relação aquilo havia mudado, pelo contrário pareciam terem se intensificado ainda mais, de uma forma que me acabava dia pós dias, ainda mais hoje que completava nove anos do crime brutal no qual tiraram a sua vida, e de certa forma a minha também.Me sentia completamente perdido desde a hora que acordei, ou melhor, o dia amanheceu, pois sequer conheci pregar os olhos. Era como se a todo momento eu visse Cecília perto, a menina de uma forma ou outra me assombrava, parecia que eu sempre via seu rosto, sentia seu cheiro e de uma forma ou d
Esther MendonçaVictor Hugo tinha estado na minha frente, prestes a cair daquela janela que com certeza ocasionaria em sua morte. Eu tinha desejado isso por tanto tempo, desejado vê-lo morrer, mas quando eu realmente vivenciei não consegui permitir que aquilo acontecesse. Eu precisei salvá-lo, não só porque sabia que a minha consciência ficaria pesada depois se eu não tivesse impedido, mas porque algo dentro de mim tinha entrado em pânico com aquela cena e por mais que eu odiasse admitir isso, tinha uma parte em mim que não queria que ele morresse, uma parte que precisou se mover para salvá-lo. Agora o homem tinha os olhos fechados e falava coisas desconexas enquanto estava deitado no sofá do escritório, para onde eu o tinha conduzido. A sua embriaguez era nítida, e a garrafa de Whisky pela metade era a prova do quanto ele havia bebido.-E sabe de uma coisa, Esther? - ele faz uma pausa. - Daria todo o dinheiro que tenho, tudo mesmo para ter ela de volta aqui comigo, mas ja que isso
Victor HugoAs pontadas em minha cabeça estavam fortes e me incomodavam de maneira extremamente ruim, mas só não mais que a claridade dos raios de sol que vinham através dos vidros e refletiam diretamente em meu rosto, cegando minha visão que eu apertava os olhos para fugir da claridade que me incomodava, e foi só então que me dei conta do lugar em que estava, o dia havia amanhecido e eu continuava bem ali em meu escritório, minha roupa inteiramente amassada e fedendo a álcool, e só confirmo minha embriaguez na noite anterior quando vejo a garrafa praticamente vazia de whisky ali jogada, o mais estranho era o restante do escritório, ainda estava bagunçado, tinha coisas quebradas e ainda sim parecia ainda mais organizado da última vez que me lembro. Me perguntava o que havia acontecido de fato, minha cabeça não estava processan