Victor HugoAs pontadas em minha cabeça estavam fortes e me incomodavam de maneira extremamente ruim, mas só não mais que a claridade dos raios de sol que vinham através dos vidros e refletiam diretamente em meu rosto, cegando minha visão que eu apertava os olhos para fugir da claridade que me incomodava, e foi só então que me dei conta do lugar em que estava, o dia havia amanhecido e eu continuava bem ali em meu escritório, minha roupa inteiramente amassada e fedendo a álcool, e só confirmo minha embriaguez na noite anterior quando vejo a garrafa praticamente vazia de whisky ali jogada, o mais estranho era o restante do escritório, ainda estava bagunçado, tinha coisas quebradas e ainda sim parecia ainda mais organizado da última vez que me lembro. Me perguntava o que havia acontecido de fato, minha cabeça não estava processan
Esther MendonçaFechei os olhos e suspirei antes de dar mais um passo em direção a empresa, eu estava disposta a contar toda a verdade a Victor Hugo. Eu não sabia se essa era decisão certa, porque até onde sei eu podia muito bem estar enganada e ter me deixado levar por suas conversas, ele ainda podia ser o assassina que sempre acreditei que fosse. Mas algo em mim dizia desde que eu o conheci pessoalmente que ele podia ser inocente no final das contas e que eu estava enganada, e a história do detetive foi um ponto muito importante para que eu passasse a acreditar nisso de verdade. Eu não sabia qual seria a sua reação ao descobrir o que eu tinha para contar, mas com certeza o homem não ficaria feliz já que teve grande parte de sua vida destruída por mim e possivelmente de forma injusta. Procurei não me dar mais tempo par
Victor HugoA mulher tinha seus olhos grandes atentos em mim, como se esperasse uma resposta enquanto eu continuo calado, nossos corpos ainda colados e o dela prensado na parede pelo meu.- Por favor, Victor Hugo. - Pede baixo. - Precisamos conversar, esclarecer algumas coisas.- Esclarecer o que, Esther? Já estou de saco cheio de toda maldita vez em que conversamos você começar com a merda das suas acusações, não vou mais perder meu tempo com você. - Nego e me afasto dela, mas sua mão agarra a minha me impedindo de deixá-la ali.- Larga de ser tão teimoso, juro que não irei te acusar ou nada do tipo, só quero conversar. - Volta a pedir com a mão ainda na minha.- Conversar sem ataques? - Ela assente positivamente. - Isso não combina com você. - Debocho e ela bufa. - Certo, vamos. - Con
Esther MendonçaEu ainda não estava acreditando que em alguns dias tinha acontecido uma reviravolta em minha vida que envolviam os últimos nove anos, mas era isso o que estava acontecendo desde o momento em que eu percebi que Victor Hugo não era culpadom. Não só isso, como também tinha unido forças temporariamente com ele até que encontrássemos o verdadeiro assassino de Cecília. Victor Hugo tinha me assegurado de que eu também teria acesso às informações que o detetive encontrasse, que saberia de tudo. Eu não dabia como isso funcionaria, nunca passou pela minha cabeça a ideia de trabalhar junto com Victor Hugo, na verdade nunca se passou na minha cabeça qualquer outra coisa que não fosse odiá-lo e estragar a sua vida. Essa investigação poderia durar muito tempo, e
Victor HugoEnzo havia chegado no horário combinado e assim que se acomodou na mesa em que estavámos ele levou os olhos até Esther, o homem conhecia a mulher provavelmente pelas fotos e informações que descobriu sobre ela e me olhou de forma estranha após vê-la ali, como se me questionasse o que a presença dela ali significava agora, ainda mais depois de sabermos sua intenção de se vingar de mim.- Pode falar, ela está ciente sobre suas investigações. - Digo e o olhar do homem parece ainda mais confuso. - Conversamos sobre tudo e ela percebeu que jamais teria motivos ou faria algo contra minha namorada. - Ele assente, mas ainda sim olha desconfiado para a mulher.- Sério que o senhor ainda vai continuar me olhando dessa maneira? Sei que errei em minhas acusações e já tentei me redimir com o V
Esther Mendonça- É, mas você fez isso porque eu te beijei primeiro.-- O que disse pra ela?- Ele pergunta, se referindo à conversa que tive com Alissa ainda hoje- A verdade, não ela toda é claro. Não contei que sou irmã da sua ex, mas disse que armei tudo aquilo porque te odiava.-- Odiava?- Ele arqueia a sobrancelha - Então não odeia mais?- Questiona e viro o rosto, impaciente com a sua pergunta. Tudo isso porque eu sabia dentro de mim que eu não o odiava, e obviamente não gostaria de admitir isso pra ele- Isso não importa, Victor Hugo.- Digo e me viro novamente para ele, que permanece em silêncio - Merda, tô com fome.-- Estávamos em um restaurante agorinha mesmo.- Ele aponta pro lugar atrás de nós- Eu sei, mas tava nervosa demais com o q
Victor Hugo- Se fosse só você. - Resmungo ainda irritado com as atitudes loucas e totalmente impensadas da mulher.- Se sente assim também? - Ela pergunta como se precisasse de uma confirmação ainda maior minha.- Sim, é assim desde...- Pigarreio. - Você sabe, e não vou falar sobre isso.- Por que não? - Ela insiste, era óbvio que a mulher sabia que eu me referia que era daquele jeito desde a morte da minha ex namorada, mas ainda sim perguntava. - Você pode conversar comigo se quiser, Victor Hugo.- Não quero, mas obrigado. - Nego e ela tem a expressão irritada.- Você é um grosso e mal educado. - Reclama.- Já vai começar? Puta que pariu, Esther. - Me levanto e sua mão é rápida em agarrar a minha e a força para baixo como
Esther MendonçaAssim que Victor Hugo se deitou na cama, eu o dei as costas para iniciar a minha busca por toda a propriedade, o que eu sabia que não seria nada fácil já que só pelo pouco que tinha visto, já dava para perceber que o lugar era enorme. Desci as escadas com cuidado, fazendo o máximo possível para andar silenciosamente por toda a mansão e não ser percebida pelos funcionários que ainda trabalhavam aqui.O primeiro lugar em que parei foi na enorme sala, que era extremamente luxuosa e bem decorada, tudo aqui era em tons neutros, o que criava uma harmonia no cômodo e o deixava ainda mais bonito. Me aproximei da estante quando vi alguns porta-retratos ali, o primeiro que visualizei era um rosto conhecido, mas anos mais jovem na foto, era o pai de Victor Hugo. O homem pousava para a foto com um taco de golfe, em um cam