Victor Hugo
A mulher tinha seus olhos grandes atentos em mim, como se esperasse uma resposta enquanto eu continuo calado, nossos corpos ainda colados e o dela prensado na parede pelo meu.
- Por favor, Victor Hugo. - Pede baixo. - Precisamos conversar, esclarecer algumas coisas.
- Esclarecer o que, Esther? Já estou de saco cheio de toda maldita vez em que conversamos você começar com a merda das suas acusações, não vou mais perder meu tempo com você. - Nego e me afasto dela, mas sua mão agarra a minha me impedindo de deixá-la ali.
- Larga de ser tão teimoso, juro que não irei te acusar ou nada do tipo, só quero conversar. - Volta a pedir com a mão ainda na minha.
- Conversar sem ataques? - Ela assente positivamente. - Isso não combina com você. - Debocho e ela bufa. - Certo, vamos. - Con
Esther MendonçaEu ainda não estava acreditando que em alguns dias tinha acontecido uma reviravolta em minha vida que envolviam os últimos nove anos, mas era isso o que estava acontecendo desde o momento em que eu percebi que Victor Hugo não era culpadom. Não só isso, como também tinha unido forças temporariamente com ele até que encontrássemos o verdadeiro assassino de Cecília. Victor Hugo tinha me assegurado de que eu também teria acesso às informações que o detetive encontrasse, que saberia de tudo. Eu não dabia como isso funcionaria, nunca passou pela minha cabeça a ideia de trabalhar junto com Victor Hugo, na verdade nunca se passou na minha cabeça qualquer outra coisa que não fosse odiá-lo e estragar a sua vida. Essa investigação poderia durar muito tempo, e
Victor HugoEnzo havia chegado no horário combinado e assim que se acomodou na mesa em que estavámos ele levou os olhos até Esther, o homem conhecia a mulher provavelmente pelas fotos e informações que descobriu sobre ela e me olhou de forma estranha após vê-la ali, como se me questionasse o que a presença dela ali significava agora, ainda mais depois de sabermos sua intenção de se vingar de mim.- Pode falar, ela está ciente sobre suas investigações. - Digo e o olhar do homem parece ainda mais confuso. - Conversamos sobre tudo e ela percebeu que jamais teria motivos ou faria algo contra minha namorada. - Ele assente, mas ainda sim olha desconfiado para a mulher.- Sério que o senhor ainda vai continuar me olhando dessa maneira? Sei que errei em minhas acusações e já tentei me redimir com o V
Esther Mendonça- É, mas você fez isso porque eu te beijei primeiro.-- O que disse pra ela?- Ele pergunta, se referindo à conversa que tive com Alissa ainda hoje- A verdade, não ela toda é claro. Não contei que sou irmã da sua ex, mas disse que armei tudo aquilo porque te odiava.-- Odiava?- Ele arqueia a sobrancelha - Então não odeia mais?- Questiona e viro o rosto, impaciente com a sua pergunta. Tudo isso porque eu sabia dentro de mim que eu não o odiava, e obviamente não gostaria de admitir isso pra ele- Isso não importa, Victor Hugo.- Digo e me viro novamente para ele, que permanece em silêncio - Merda, tô com fome.-- Estávamos em um restaurante agorinha mesmo.- Ele aponta pro lugar atrás de nós- Eu sei, mas tava nervosa demais com o q
Victor Hugo- Se fosse só você. - Resmungo ainda irritado com as atitudes loucas e totalmente impensadas da mulher.- Se sente assim também? - Ela pergunta como se precisasse de uma confirmação ainda maior minha.- Sim, é assim desde...- Pigarreio. - Você sabe, e não vou falar sobre isso.- Por que não? - Ela insiste, era óbvio que a mulher sabia que eu me referia que era daquele jeito desde a morte da minha ex namorada, mas ainda sim perguntava. - Você pode conversar comigo se quiser, Victor Hugo.- Não quero, mas obrigado. - Nego e ela tem a expressão irritada.- Você é um grosso e mal educado. - Reclama.- Já vai começar? Puta que pariu, Esther. - Me levanto e sua mão é rápida em agarrar a minha e a força para baixo como
Esther MendonçaAssim que Victor Hugo se deitou na cama, eu o dei as costas para iniciar a minha busca por toda a propriedade, o que eu sabia que não seria nada fácil já que só pelo pouco que tinha visto, já dava para perceber que o lugar era enorme. Desci as escadas com cuidado, fazendo o máximo possível para andar silenciosamente por toda a mansão e não ser percebida pelos funcionários que ainda trabalhavam aqui.O primeiro lugar em que parei foi na enorme sala, que era extremamente luxuosa e bem decorada, tudo aqui era em tons neutros, o que criava uma harmonia no cômodo e o deixava ainda mais bonito. Me aproximei da estante quando vi alguns porta-retratos ali, o primeiro que visualizei era um rosto conhecido, mas anos mais jovem na foto, era o pai de Victor Hugo. O homem pousava para a foto com um taco de golfe, em um cam
Victor HugoSe antes eu me encontrava confuso agora parecia ainda mais, pior ainda do que quando cheguei nesse lugar e fiquei sabendo de uma pulseira de Cecília, pulseira essa que não tinha motivos nenhum para estar ali já que a garota não frequentava a casa, nem quando começamos a namorar quem dirá anos depois, e a pulseira encontrada justamente no quarto do meu pai, nada daquilo parecia fazer sentido em minha cabeça, na verdade não fazia nenhum.- Meu Deus, por quê? Não posso acreditar que Cecília tenha dado motivos para ele fazer isso com ela, não consigo imaginar sequer algum motivo para ele odiar minha irmã como você me disse. - Esther leva a mão na cabeça parecendo tão perdida como eu.- Ele não tinha, nunca teve na verdade. - Digo. - Apenas tomou raiva da menina achando que n&ati
Esther MendonçaVictor Hugo me encara ao mesmo tempo que eu a ele, quando ouvimos de um dos funcionários que o seu pai estava na mansão, era como se a notícia tivesse paralisado a nós dois e permanecíamos ali no lago, com os corpos ainda colados um ao outro. Toda a reação que ele tem é apenas concordar com a cabeça para o aviso do funcionário e murmurar que já estava indo.- O que o seu pai tá fazendo aqui? achei que ele não viesse mais aqui há anos.- Digo quando o funcionário se afasta, nos deixando a sós novamente- E não vem-- Então...?-- Você ainda tem dúvidas?- Ele questiona me olhando, como se a resposta fosse a coisa mais óbvia do mundo- Aurélio.- Raciocino ao lembrar que ele tinha dito ontem que o mordomo in
Victor HugoAinda depois de ser levantado e colocado em sua cadeira meu pai, ou melhor, o homem que se dizia meu pai tinha um sorrisinho presunçoso no rosto machucado pelos acertos dados nele.- E não, eu não mataria aquela ninfeta por mais que tivesse todos os motivos possíveis para isso, mas sabe de uma coisa, Victor Hugo. - Ele faz uma pausa por causa da tosse que tenta voltar, mas ele logo trata de controlar. - Ela era bem gostosinha para ser desperdiçada, e espero que saiba que ainda continuou se deitando comigo mesmo estando namorando com você. - O velho ri alto, como se estivesse extremamente satisfeito por falar aquilo sobre a namorada do próprio filho, namorada essa que ele se envolveu antes e depois do nosso namoro. Apenas viro as costas cansado daquilo, e me sentindo um merda depois de praticamente uma bomba daquela ser lançada. Vejo Esther caída e que faz uma car