Trinta e um

Esther Mendonça

Eu ainda podia sentir a boca de Victor Hugo na minha, onde eu estava com a cabeça quando permiti aquele beijo? Ou pior, por que eu retribuí? Provavelmente eu estava em algum tipo de surto psicótico porque em sã consciência eu jamais cometeria tamanha loucura.    O que tornava tudo ainda mais massacrante era que mesmo já deitada e em casa aquele beijo não saía de minha mente, não importava quantas vezes eu me revirasse na cama ou em quantos travesseiros afundasse o meu rosto com a esperança de resolver algo. Ele tinha me beijado, a iniciativa tinha sido dele, e ele era comprometido, isso só provava o tipo de homem que ele era. E a sua namorada, a mulher que sempre era doce e gentil nas poucas vezes que me via, ela definitivamente não merecia isso, Victor Hugo não merecia ter alguém como ela e eu precisa

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