Victor HugoA imensidão do lugar cada vez mais prendia minha atenção, os vários quilômetros de terras eram tomados por grande parte de plantações de café, uma parte da fazenda era específica para o desenvolvimento de receitas com os grãos e isso era uma das coisas mais interessantes.A fazenda ficava a poucos minutos da capital então o seu acesso era bem mais fácil e rápido comparado as outras fazendas que a empresa possuía.Estavámos ali desde a manhã e agora quase no final da tarde ainda discutíamos e exploravámos o lugar que não parecia ter fim, e claro já tínhamos comido várias receitas com o ingrediente, uma melhor que a outra.- Esse lugar é foda de bom. - Diego diz enquanto olhava todas as plantações ao seu redor, agora estavámos na de mexerica e já comíamos os frutos cítricos, doces e extremamente refrescantes. - Será que posso levar algumas dessas em uma sacola? - Ele questiona.- Não sei, seu guloso do caralho. - Digo rindo e o dono do lugar se aproxima de onde estamos, exib
Esther MendonçaEu precisei inventar uma desculpa para Victor Hugo e acabei tendo que devolver a foto, por sorte eu já sabia que ele procuraria a foto e já estava preparada para contar a mentira de que eu pretendia devolvê-la a ele, caso ele não me desse outra escolha. Eu odiava ter cedido a ele, odiava como ele fingia se importar com Cecília quando sabia muito bem o que tinha feito a ela.Esse último episódio só me motivou a ainda mais em minha determinação de ganhar o concurso, agora que eu já estava na segunda fase eu precisava fazer de tudo para chegar até a teceira. A segunda etapa consistia na indicação de um dos sócios, e eu não fazia a mínima ideia de como conseguir isso. Estava prestes a voltar para casa quando um nome se iluminou em minha cabeça: Diego, ele era um dos sócios da empresa e era o único deles com quem eu tinha tido algum contato ou alguma conversa. Além disso ele tinha sido gentil comigo desde o início e eu acabei o ajudando com os gatinhos, talvez eu pudesse co
Victor Hugo- Deixe de ser abusada, mulher, não é como se eu fosse te ajudar a colocar a mesa. - A olho com desdém e ela devolve me olhando de cima a baixo.- Ah, vai sim, você deve conhecer como ninguém a casa de Diego, vem me mostra onde ficam as louças, não quero parecer intrometida. - Me chama mas eu continuo parado- Não quer parecer intromedita? - Rio. - Você já é. - Provoco e ela caminha até mim, me puxando pela mão. - Está indo onde, criatura?- Caçar as louças. - Diz como se fosse óbvio.- É por aqui. - Dessa vez sou eu que a puxo pela mão a guiando até a cozinha e futricamos nos armários até achar os pratos, talheres e taças que a mulher tanto procurava.- Pegue esses guardanapos de pano. - Ela aponta. - Ah, e veja se acha os anéis também. - Parece se lembrar enquanto escolhe os pratos.- Anéis? O que vamos fazer com os anéis? Só tenho um na mão. - Olho para meu dedo vendo o anel de ouro que carregava o símbolo de grão de café.- Anel para prender os guardanapos, são própri
Esther MendonçaEu havia pedido para falar com Diego em particular, afinal eu não trataria do assunto do concurso na frente de Victor Hugo. Então ele esperava até que eu conversasse com Diego para que me levasse embora para casa, conforme tínhamos combinado. Diego me guiava para outro cômodo de seu apartamento, onde pudéssemos estar a sós para então conversar.- Você parece séria.- Ele comenta quando fecha a porta, nos isolando no cômodo - Pode falar.-- Eu não vim aqui somente para ver os gatinhos, Diego.- Revelo e o vejo franzir o cenho, confuso- Então veio para quê?-- Eu realmente não queria pedir isso, mas você é o único com quem tenho uma melhor afinidade na empresa.-- O que você quer pedir, Esther? Sabe que eu te devo uma por ter me ajudado com os gatinhos, não me esqueci disso.- Ele garante e eu me sinto aliviada por ele lembrar que tem uma "dívida" comigo, embora eu não tivesse coragem de cobrá-la- Quer saber? Esqueça isso, eu até pensei em cobrar o favor, mas eu não fiz a
Victor HugoAlguns dias depoisA madrugada estava fria e o barulho do vento era forte ao chegar nos ouvidos, coisa que indicava que uma tempestade forte estava prestes a cair, era como uma anunciação de toda a chuvarada que o decorrer dos dias nos reservava.Meu casaco me protegia bem do frio quando sai do carro e me certifiquei de não esquecer o celular dentro do veículo como quase sempre fazia. Entrei no gigantesco aeroporto e em questão de pouco tempo já me encontrava parado no lugar em que devia estar.Mas ali naquele lugar lembranças extremamente dolorosas e estranhas são trazidas em minha cabeça enquanto olho ao redor.- Adivinha quem é. - A voz bonita soa e meu sorriso logo se alarga na boca enquanto mãos pequenas tampam meus olhos. - Não sei, pela voz talvez seja uma moça bem bonita. - Sorrio. - Mas sinto em lhe informar que tenho namorada, então é melhor que pare com essas brincadeiras o quanto antes. - Escuto sua risada e no mesmo momento as mãos são tiradas dos meus olhos
Esther Mendonça- Ah, e vou marcar uma degustação para o restante da equipe, já tenho certeza da aprovação deles, mas realmente precisam provar antes também. Irei marcar na minha casa, o que acha de cozinhar lá?- Ele sugere- N-na sua casa?- Eu não podia pensar na possibilidade de colocar os meus pés na casa dele, muito menos que ele faria um convite como esses a mim- Sim, algum problema?- Arqueia a sobrancelha e não respondo de imediato, eu precisava pensar- Por mim tudo bem, na sua casa então. Só me informe o dia e o horário e estarei lá.-- Perfeito, acha que consegue se preparar pra hoje a noite?-- Hoje?!-- Eu sei que é em cima da hora mas vai ser difícil conciliar um dia que todos possam.-- Mas eu tenho que trabalhar na lanchonete e...-- Não
Victor HugoO apartamento estava inteiramente arrumado para receber todas as pessoas que iriam jantar ali naquela noite, pois além da degustação ofereceria também um jantar.Os sócios estavam animados com o novo projeto já quase pronto da fazenda, e agora ainda mais para experimentarem as iguarias que provavelmente iria compor o cardápio do lugar, por mim já estava inteiramente aprovado, mas por ter senso de democracia iria querer que cada um da minha equipe experimentasse e desse sua opinião, não que uma negativa iria mudar minha decisão.- Senhor Ferraz, a sua namorada acabou de ligar e disse que não vai poder participar por causa de dois atendimentos que surgiram de última hora, ela pediu que avisasse porque tentou te ligar e o senhor não atendeu. - Margarida fala e assinto.- Certo, ob
Esther MendonçaDepois do surto que tive quando Victor Hugo me tocou, ele estava agindo completamente como um idiota, além de não fazer a questão de me olhar nos olhos em momento algum depois do ocorrido. O homem fazia comentários idiotas durante o jantar, era evidente a sua irritação, mas eu também estava da mesma forma ao vê-lo agir assim. Estava em pé ao lado da mesa ouvindo os milhares de elogios que cada uma das pessoas sentadas faziam à minha comida, o que era incrível, principalmente por serem pessoas com um paladar tão refinado. Mas o meu incômodo não me permitia desfrutar desse momento, e quando vi Victor Hugo se levantar decidi que deveria ir atrás dele.- Peço a licença de vocês, vou retornar à cozinha para a finalização do próximo prato.- Minto fazendo