Afogo o meu rosto na água fria e gelada da banheira e permaneço neste transe até o momento que perco o controle da minha respiração. Quando não consigo tomar o ar dos meus pulmões sinto a paz interior.
Durante o tempo que permaneço sem respirar. Uma voz baixa chama pelo meu nome me fazendo se retirar as pressas. Só neste instante o ar sai dos meus pulmões e a minha respiração soa ofegante e mais rápida que o normal.
"Dayane?." miguel me chama assustado.
"Está tudo bem." digo ofegante e só neste instante vejo as lágrimas transbordarem em seus olhos.
O que eu menos queria era deixá-lo assustado.
"Estava tentando se matar? Você vai nos deixar assim como a mamãe e o papai?." entre soluços com a voz falha meu pequeno irmão questiona.
Estou ciente de que a história que inventei sobre a morte dos meus pais não é correta. Mas não podia simplesmente contar a eles sobre o que presenciei naquela noite. Não há se quer um dia que eu não tenha pesadelos.
"Não." o respondo de imediato e me retiro da banheira. Me enrolo na toalha antes de caminhar até ele e me agachar a sua altura." Eu não queria assusta-lò, me desculpe." digo tocando em seu rosto.
"Me prometa que nunca mais fará isto?." ele pede entre soluços.
"Eu prometo, o que aconteceu com o seu rosto?." questiono quando os meus olhos encontram hematomas no canto do seu rosto.
"Não é nada!." ele diz e desvia o olhar.
"Foram os garotos outra vez? Aonde estava o seu irmão quando lhe fizeram isto?." o faço me encarar quando seguro no seu queixo.
"O Pedro não tem culpa." ele o defende como sempre.
"É a responsabilidade dele o defender quando não estou por perto." digo intrigada e me indireto." Pedro." grito caminhando.
"Dayane o Pedro não fez nada, ele estava na aula quando isto aconteceu."
"Não acredito no que diz." o ignoro e empurro abruptamente a porta a minha frente." Como pode ter permitido que batessem no seu irmão?." grito assim que entro em seu quarto.
"Eu não sou a babá dele." Pedro diz com tranquilidade e ergue o lençol, cobrindo o seu rosto.
"Ele é o seu irmão." caminho até sua cama e retiro o lençol do seu rosto.
"O que queria? Que eu também apanhasse?." ele grita e me encara sério.
"Mais valia ter apanhado que agido como um covarde. Mas não! Preferiu assistir o seu irmão levando porrada." estou chateada, e a sua rebeldia me deixa irritada, eles tem de se proteger quando não estou por perto." Está de castigo, não irá jogar futebol por um mês." decido e lhe dou as costas prestes a me retirar.
"Espero que esteja satisfeito agora nérde." Pedro diz para o miguel.
"Não quero que briguem." adiciono e me retiro.
Não sei o que mais me intriga neste momento, o colégio, ou o Pedro que não é capaz de mover um dedo para defender o seu irmão.
Abro o guarda roupas assim que entro no meu quarto e me visto com rapidez. Havia preparado o jantar antes de me dirigir ao banheiro, e embora seja tarde tenho de trabalhar para garantir o sustento de amanhã e a segurança de ambos.
"A comida está no microondas." aviso para ambos enquanto visto o meu sobretudo.
"Macarrão." Pedro questiona e faz careta.
"Não, desta vez fiz lasanha." olho para ele e sorrio.
"Por favor, não chegue muito tarde Dayane." miguel diz e organiza os seus óculos de vista.
"Pare de agir como uma mulher." pedro o repreende.
"Não se preocupem eu estarei em casa em breve." lhe dou um beijo na bochecha e faço o mesmo com o pedro." Quero que cuidem um do outro e não abram a porta para ninguém." adiciono.
"A gente já sabe disso." Pedro diz e rola os olhos.
"É para a vossa segurança, eu não irei demorar."
"Você sempre diz isto." disse miguel.
"Será diferente desta vez." sorrio para ambos antes de me retirar.
Tranco a porta com a chave e caminho para fora do prédio.
"Boa noite Dayane!." a vizinha diz assim que me vê.
"Boa noite dona Laura!." digo e lhe lanço o sorriso mais falso.
Dona Laura é como uma intrusa no prédio. Uma vez quase perdi os meus irmão por causa das suas denúncias. Segundo a mesma eu não sou uma boa influência para os meus irmãos. Ela saí dizendo por aí que levo homens para o meu apartamento e que me deito com eles na presença dos meus irmãos. Graças a mulher a minha frente todos no prédio me conhecem por Dayane, a prostituta, embora eu seja, mas não me agrada a ideia dos meus irmãos saberem disto.
A última vez que um inspetor esteve no meu apartamento notificou que levaria os meus irmãos para um orfanato caso voltassem a me denunciar.
"Irá sair numa hora dessas?." ela questiona e cruza os braços.
"Sim, algum problema com isto?."
"E quanto aos seus irmãos? Irá deixá-los sozinhos?." disse com a expressão de preocupação. Se eu não a conhecesse acreditaria nela neste momento.
"O que eu faço ou deixo de fazer com os meus irmãos é problema meu. A senhora devia cuidar mais da sua vida." digo séria, antes de lhe dar as costas e prosseguir com os passos.
"Se ao menos saísse para trabalhar como uma pessoa digna talvez eu cuidasse mais da minha vida. Ao invés disto a senhorita sai para se deitar com homens e abandona os seus irmãos." a dona Laura diz e ignoro as suas palavras.
Embora eu queira lhe responder contenho as emoções e não olho para trás em momento algum.
Pego o metro, e me sento do lado da janela. Enquanto observo a vista da cidade não consigo ignorar a minha mente. Se novamente a dona Laura me denunciar irei perder os meus irmãos.
Como se não bastasse as ameaças da Úrsula também tenho de lidar com ela.
Suspiro fustrada e neste instante um homem passa pela porta do metro. Seu rosto me é familiar, a primeira vez que o vi ele estava fugindo da mulher que pedia por ajuda, e quando tentei ajudá-la ele me tirou a bolsa sem que eu me apercebesse.
É este homem, o assaltante de bolsas.
Minha feição muda e olho para ele com curiosidade chamando assim a sua atenção. O homem está em pé apenas segurando no corrimão do metro que o mantêm de pé, e olha para mim com a mesma intensidade.
Ele sorri para mim com descaramento, e neste instante o metro para. Provavelmente este é o seu ponto de chegada isto explica por quê ele caminha em direção a porta de saída para se retirar. Eu de imediato me levanto e o sigo, ele tem algo que me pertence e terá que me devolver.
Assim que me retiro do metro perco o homem de vista e enquanto olho para os lados a porta se fecha, e o metro da a partida no instante que penso em regressar.
Uma mão forte segura no meu pulso e com agilidade sou imobilizada. Sinto o antebraço do indivíduo em meu pescoço, enquanto o canivete sobre sua mão, mira na minha garganta.
"Está me seguindo Princesa?." sua voz grave e rouca adentra em meus ouvidos e tudo que sinto é a tremessidade nos joelhos e arrepios por todo o meu corpo, uma onda de sensações que não sou capaz de explicar.
O silêncio paira, indicando que o ponto de metro está vazio, não me surpreendo pós já é muito tarde para se estar na rua. Tudo que posso ouvir é a minha ofegancia e o som da respiração do homem a minha trás."Tem algo que me pertence, e eu exijo que me devolva." digo num tom firme, e tento de todos os modos não demonstrar o medo que se apodera do meu corpo."E por isto está me seguindo? Por causa de uma bolsa que se quer contia uma boa quantia?." ele diz e se ri."Pode até não ter valido muito para o senhor, mas para mim valia." digo e desfiro um chute no meio das suas pernas.Imobilizado o homem solta o canivete e leva a atenção a ele."Desgraçada." rosna."Quem está no comando agora?." digo vitoriosa com o canivete apontado em seu rosto."Eu joguei a bolsa fora." disse gemendo de dor."Devolva o meu dinheiro." digo entre os dentes e perfuro levemente a sua pele facial."Está tudo bem, não me machuque." pede." Pegue no meu bolso
Por volta das seis da manhã o meu turno da noite havia terminado. Passei a noite dançando e divertindo os homens, ao contrário dos outros dias que passo noites os satisfazendo.Naquele horário algumas lojas estavam abertas na cidade e como teria o dia livre decido fazer as compras. Não havia cumprido com o que prometi para os meus irmãos, eu disse a eles que chegaria mais cedo, mas não cumpri, e penso que talvez algum brinquedo os faça me perdoar.Empurro a porta a minha frente e o sino denúncia a minha entrada. Meus olhos encontram a mulher por detrás do balcão e alguns clientes dentro da loja."Deseja alguma coisa senhorita?." a mulher por detrás do balcão caminha até mim com um sorriso entre os lábios."Sim, gostaria de escolher alguns brinquedos." digo e sorrio."Quantos anos tem a sua filha?." ela questiona com simpatia."Na verdade são para os meu irmãos, eles têem apenas nove anos, e são gêmeos." digo."Bem, talvez lhes agrade uma bol
Esfrego instantemente a esponja na pele de ambos enquanto uma série de pensamentos sobre a conversa que tive com o inspetor invadem a minha mente.Não paro de pensar na sua proposta. As coisas não são tão fáceis quanto parecem, como irei arranjar um novo emprego?. E como irei convencer a Úrsula?. Tudo isto não depende de mim desde que concordei com a Úrsula ela decide o que faço ou deixo de fazer."Eles irão nos levar para o orfanato?." pedro questiona e rapidamente saio dos meus pensamentos."Não, isto não irá acontecer." digo e sorrio para ambos."Como convenceu o inspetor?." miguel questiona com curiosidade."Não pensem muito nisso." me levanto da borda, caminho em direção ao guarda roupas e pego nas toalhas."Dayane?." miguel me chama."Hum?." respondo e neste instante encontro as toalhas."Como era a nossa mãe?."Ainda de costas para ambos sinto um aperto no peito quando o Pedro me faz está questão. Tinha apenas quinze
Encaro instantemente a estátua de Cristo e da virgem maria. Neste instante me encontro de joelhos no altar e os sinto dormentes devido o tempo que estive aqui.Frequento a igreja todas as manhãs de domingo. A missa foi encerrada agora pouco e aproveito o momento que a igreja está vazia para rezar pelos meus pecados.Talvez eu me confesse para o padre como o de costume, mais do que adianta fazê-lo se sempre irei voltar a pecar?.Envolvo o lenço sobre os meus cabelos no estilo camponesa e cautelosamente me levanto.Penso que hoje não será necessário me confessar para o padre. Ele me dirá o mesmo de sempre. Para que eu reze dez ave Maria e dez pai nosso.Enquanto caminho para fora da igreja ouço instantemente o barulho dos meus saltos batendo contra o piso de madeira, até o momento que o vento toca na minha pele facial, o mesmo que indica que estou do lado de fora da igreja.Meus o
Aguardo com aflição a sua pronúncia mais tudo que recebo é o seu silêncio. Úrsula simplesmente se levanta e caminha até a adega, a vejo despejar o líquido alcoólico em um copo e de seguida a mesma toma um gole rápido."E o que está pensando em fazer?." ela questiona de costas para mim."Bem, eu...""Tem um contrato comigo, é a minha melhor prostituta, me diga você se daria a liberdade para alguém que coloca o dinheiro na sua mesa?." ela se vira novamente ficando de frente para mim com um sorriso cínico entre os lábios."Mas os meus irmãos eles...""Não se esqueça de que eu poderia mata-lòs se quisesse. E enquanto eu a quiser no clube irá permanecer aqui, até que eu não precise mais dos seus serviços. Agora se não se importa tenho muito que fazer." disse caminhando até sua mesa."Senhora eu..""Não me diz respeito o que acontece na sua vida particular.""Úrsula eu preciso fazer isso, são os meus irmãos que estão em jogo eu não..."
"Lamento senhorita, mas não estamos precisando de novos empregados." o homem elegante a minha frente diz com indiferença."Obrigada senhor, e me desculpe por roubar o seu tempo." me desculpo.Já era a décima loja naquela tarde que já estava chegando ao fim. Algumas lojas me rejeitavam pelo meu trabalho de prostituta, alguns diziam que não podiam me contratar por que o meu antigo trabalho como prostitua incomodaria aos clientes. Digo a eles que larguei o antigo trabalho embora não o tenha feito e mesmo assim isto os desagrada.Após várias tentativas que foram falhas resolvo caminhar pelas ruas de Colômbia, já havia escurecido e não sabia mais o que fazer.Está sendo difícil arranjar um emprego terei que pedir ao inspetor para que me de um pouco mais de tempo, mas acredito que ele não me dará.Vejo no relógio sobre o meu pulso que já está ficando tarde, deixar os meus irmãos sozinhos agora só irá piorar a minha situação.Assim que me dirijo ao meu a
Depois de ter passado alguns minutos trancada em um dos quartos do clube com aquele garoto, ele termina satisfeito e deixa uma quantia justa antes de se retirar. Creio que a garota com quem ele saia amanhã seja uma garota de sorte, ele é um bom garoto, é delicado com as mulheres, raramente conheço homens assim.Pego nas minhas roupas sobre o sofá e assim que término de as vestir me retiro do quarto.Vou até a Úrsula que se encontra em seu escritório e organizo o dinheiro antes de bater na porta."Entre." ela autoriza e não hesito em entrar."Aqui está o dinheiro do serviço." caminho até sua mesa e deixo o valor sobre a mesma."Está terminado?." ela questiona com o dinheiro em mãos enquanto faz a contagem."Sim." afirmo."Perfeito. Há um outro cliente que deseja vê-la." ela diz e neste instante molha os dedos com a saliva enquanto conta o dinheiro.
O encarro confusa após a sua pronúncia, e o silêncio preenche o lugar."O que te faz pensar que irei trabalhar para um estranho?." questiono."O tempo é uma criança, se realmente quer ganhar mais dinheiro eu posso fazer com que ganhe mais." ele diz com um sorriso torto nos lábios."Está escurecendo e vejo que perdi muito tempo falando com um homem que não tem onde cair morto. O que quer?, Que eu o ajude a assaltar um banco?." digo com ironia."Basta aceitar e eu lhe direi o que terá de fazer.""Não, muito obrigada." recuso."Bem, se mudar de ideia sabe aonde me encontrar." é tudo que diz."O que te faz pensar que irei mudar de ideia?. Acha que serei capaz de abandonar a prostituição para me tornar numa criminosa?.""Eu nunca disse que teria que trabalhar como uma criminosa, e por isto irá voltar para saber do que a minha oferta se trata, quando já não souber lidar com as coisas irá me procura e advinhe? As portas estarão abertas