Por volta das seis da manhã o meu turno da noite havia terminado. Passei a noite dançando e divertindo os homens, ao contrário dos outros dias que passo noites os satisfazendo.
Naquele horário algumas lojas estavam abertas na cidade e como teria o dia livre decido fazer as compras. Não havia cumprido com o que prometi para os meus irmãos, eu disse a eles que chegaria mais cedo, mas não cumpri, e penso que talvez algum brinquedo os faça me perdoar.
Empurro a porta a minha frente e o sino denúncia a minha entrada. Meus olhos encontram a mulher por detrás do balcão e alguns clientes dentro da loja.
"Deseja alguma coisa senhorita?." a mulher por detrás do balcão caminha até mim com um sorriso entre os lábios.
"Sim, gostaria de escolher alguns brinquedos." digo e sorrio.
"Quantos anos tem a sua filha?." ela questiona com simpatia.
"Na verdade são para os meu irmãos, eles têem apenas nove anos, e são gêmeos." digo.
"Bem, talvez lhes agrade uma bola de futebol." a mulher diz, me guiando em direção ao sector dos brinquedos masculinos. O Pedro adora futebol talvez uma bola o agrade, embora eu tenha o proibido de jogar como castigo decido levar uma bola na mesma.
Não sei de fato do que o Miguel gosta mais, ele passa a maioria do seu tempo estudando, por isto estou em dúvida sobre o que devo comprar para ele.
Penso que talvez algum brinquedo que envolva ciências possa o agradar. Ou talvez algum brinquedo do homem no espaço.
Após pegar os brinquedos necessários a mulher os embrulha. Agradeço a mesma simpaticamente e me retiro da loja.
Chamo por um táxi depois de escolher algumas roupas para mim, também compro algumas para os meus irmãos, já estava na hora de atualizar o guarda roupas de ambos, assim como o meu.
Havia sobrado algum dinheiro para comprar comida e foi com isto que o mesmo terminou.
Caminho com dificuldades em direção às escadas devido as sacolas que tenho em mãos, e mesmo antes de encontrar a porta do apartamento me deparo com a multidão e fumaça. Os meus olhos encontram o caminhão de bombeiros, e apreensiva largo as sacolas e corro desesperada em direção a multidão.
Procuro freneticamente pelos meus irmãos, e ao que tudo indica houve um incêndio.
"Os meus irmãos." digo em tentativas de passar pela porta do apartamento.
"Fique calma senhorita já estamos nos encarregando disso." disse um dos bombeiros, me segurando pela cintura, impedindo a minha passagem.
"Por favor me deixem passar, os meus irmãos...eles estão lá dentro eu..."
"Dayane.." a voz baixa me interrompe e rapidamente olho para trás. Os meus olhos os encontram em direção a ambulância e ambos estão cobertos por um cobertor, e os seus rostos mostram os rastros de fumaça.
"Miguel..." neste instante me sinto aliviada e rapidamente corro em direção a eles." O que aconteceu? vocês estão bem?." questiono entre lágrimas, e me agacho a altura de ambos, acariciando os seus rostos.
"Nos desculpe dayane nós estávamos com fome e tentamos..."
"Vocês tentaram preparar o café?."
"Sim, mas não sabíamos como usar o fogão e deixamos o gás ligado."
"Está tudo bem, vocês não tem culpa, eu não devia tê-los deixado sozinhos, são menores de idade." soluço.
"Senhorita Dayane?." ouço a voz masculina mesmo ao meu lado, e não desconheço está voz.
"Inspector." me indireto e enxugo as lágrimas.
"A senhorita foi uma irresponsavel, não devia ter deixado os seus irmãos menores de idade sozinhos. Por sorte a dona Laura estava atenta e chamou por ajuda, se não fosse pelos vizinhos não apenas a casa desapareceria como também os seus irmãos." o inspetor cospe as palavras sem ao menos me dar a chance de protestar.
"Eu sei, e lhe garanto que isto não voltará a acontecer." digo.
"Sim, isto não voltará a acontecer, eu pessoalmente irei me encarregar disto. Eles estarão mais seguros no orfanato."
"Não senhor por favor, eu cometi um erro e..."
"Um erro que não voltará a se repetir disto eu lhe garanto."
"Por favor não os tire de mim eu..."
"Nós não queremos ir para um orfanato." meus irmão dizem em uníssono, entre lágrimas.
"Não se preocupem eu não vou permitir que nos separem." digo para acalma-lòs.
"Isto não é uma decisão que a senhorita terá que tomar." o inspector diz e suspira." Não tarda e viram busca-lòs." ele adiciona e me dá as costas prestes a se retirar.
"Dayane..." disse o miguel entre lágrimas.
"Senhor por favor espere." digo e caminho a passos largos a sua trás." Me dê uma segunda chance eu juro que isto não voltará a se repetir..."
"Não é a primeira vez que me diz isto, para começar a senhorita não tem um trabalho digno." ele diz com repugnância.
"Não me envergonho do que faço, por que faço pelos meus irmãos, e em momento algum o fiz na presença deles."
"Pelo trabalho que tem não tem tempo para cuidar dos seus irmãos, a senhorita passa a maioria do seu tempo nas ruas deixando assim os seus irmãos de lado."
"Eu posso contratar uma babá alguém que possa..."
"Não, a decisão já está tomada, e se não se importa tenho mais que fazer. Não acredito que possa ter um bom dia depois de tudo que aconteceu, no entanto passe bem."
"Senhor..." digo e me sinto incapaz de convence-lo. Dòu-me por vencida e cabisbaixa me viro para direção dos meus dois irmãos. Agora tudo está perdido, como direi a eles que perdi a guarda para cuida-lòs?. eu quebraria a promessa que fiz aos meus pais, eu os prometi que cuidaria deles, mas não consegui cumprir. No final tudo que fiz foi envão. Se sou o que sou hoje é pelos meus irmãos.
"Lhe dou uma semana para largar o seu trabalho atual e procurar por um emprego digno. Se dentro da semana que lhe dei a sua vida não mudar, não me dará outra alternativa a não ser lhe tirar os seus irmãos." o homem que acreditei ter se ido embora diz e quando me viro para olha-lo ele caminha a passos largos para longe do local, sem dar-me a chance de protestar.
Esfrego instantemente a esponja na pele de ambos enquanto uma série de pensamentos sobre a conversa que tive com o inspetor invadem a minha mente.Não paro de pensar na sua proposta. As coisas não são tão fáceis quanto parecem, como irei arranjar um novo emprego?. E como irei convencer a Úrsula?. Tudo isto não depende de mim desde que concordei com a Úrsula ela decide o que faço ou deixo de fazer."Eles irão nos levar para o orfanato?." pedro questiona e rapidamente saio dos meus pensamentos."Não, isto não irá acontecer." digo e sorrio para ambos."Como convenceu o inspetor?." miguel questiona com curiosidade."Não pensem muito nisso." me levanto da borda, caminho em direção ao guarda roupas e pego nas toalhas."Dayane?." miguel me chama."Hum?." respondo e neste instante encontro as toalhas."Como era a nossa mãe?."Ainda de costas para ambos sinto um aperto no peito quando o Pedro me faz está questão. Tinha apenas quinze
Encaro instantemente a estátua de Cristo e da virgem maria. Neste instante me encontro de joelhos no altar e os sinto dormentes devido o tempo que estive aqui.Frequento a igreja todas as manhãs de domingo. A missa foi encerrada agora pouco e aproveito o momento que a igreja está vazia para rezar pelos meus pecados.Talvez eu me confesse para o padre como o de costume, mais do que adianta fazê-lo se sempre irei voltar a pecar?.Envolvo o lenço sobre os meus cabelos no estilo camponesa e cautelosamente me levanto.Penso que hoje não será necessário me confessar para o padre. Ele me dirá o mesmo de sempre. Para que eu reze dez ave Maria e dez pai nosso.Enquanto caminho para fora da igreja ouço instantemente o barulho dos meus saltos batendo contra o piso de madeira, até o momento que o vento toca na minha pele facial, o mesmo que indica que estou do lado de fora da igreja.Meus o
Aguardo com aflição a sua pronúncia mais tudo que recebo é o seu silêncio. Úrsula simplesmente se levanta e caminha até a adega, a vejo despejar o líquido alcoólico em um copo e de seguida a mesma toma um gole rápido."E o que está pensando em fazer?." ela questiona de costas para mim."Bem, eu...""Tem um contrato comigo, é a minha melhor prostituta, me diga você se daria a liberdade para alguém que coloca o dinheiro na sua mesa?." ela se vira novamente ficando de frente para mim com um sorriso cínico entre os lábios."Mas os meus irmãos eles...""Não se esqueça de que eu poderia mata-lòs se quisesse. E enquanto eu a quiser no clube irá permanecer aqui, até que eu não precise mais dos seus serviços. Agora se não se importa tenho muito que fazer." disse caminhando até sua mesa."Senhora eu..""Não me diz respeito o que acontece na sua vida particular.""Úrsula eu preciso fazer isso, são os meus irmãos que estão em jogo eu não..."
"Lamento senhorita, mas não estamos precisando de novos empregados." o homem elegante a minha frente diz com indiferença."Obrigada senhor, e me desculpe por roubar o seu tempo." me desculpo.Já era a décima loja naquela tarde que já estava chegando ao fim. Algumas lojas me rejeitavam pelo meu trabalho de prostituta, alguns diziam que não podiam me contratar por que o meu antigo trabalho como prostitua incomodaria aos clientes. Digo a eles que larguei o antigo trabalho embora não o tenha feito e mesmo assim isto os desagrada.Após várias tentativas que foram falhas resolvo caminhar pelas ruas de Colômbia, já havia escurecido e não sabia mais o que fazer.Está sendo difícil arranjar um emprego terei que pedir ao inspetor para que me de um pouco mais de tempo, mas acredito que ele não me dará.Vejo no relógio sobre o meu pulso que já está ficando tarde, deixar os meus irmãos sozinhos agora só irá piorar a minha situação.Assim que me dirijo ao meu a
Depois de ter passado alguns minutos trancada em um dos quartos do clube com aquele garoto, ele termina satisfeito e deixa uma quantia justa antes de se retirar. Creio que a garota com quem ele saia amanhã seja uma garota de sorte, ele é um bom garoto, é delicado com as mulheres, raramente conheço homens assim.Pego nas minhas roupas sobre o sofá e assim que término de as vestir me retiro do quarto.Vou até a Úrsula que se encontra em seu escritório e organizo o dinheiro antes de bater na porta."Entre." ela autoriza e não hesito em entrar."Aqui está o dinheiro do serviço." caminho até sua mesa e deixo o valor sobre a mesma."Está terminado?." ela questiona com o dinheiro em mãos enquanto faz a contagem."Sim." afirmo."Perfeito. Há um outro cliente que deseja vê-la." ela diz e neste instante molha os dedos com a saliva enquanto conta o dinheiro.
O encarro confusa após a sua pronúncia, e o silêncio preenche o lugar."O que te faz pensar que irei trabalhar para um estranho?." questiono."O tempo é uma criança, se realmente quer ganhar mais dinheiro eu posso fazer com que ganhe mais." ele diz com um sorriso torto nos lábios."Está escurecendo e vejo que perdi muito tempo falando com um homem que não tem onde cair morto. O que quer?, Que eu o ajude a assaltar um banco?." digo com ironia."Basta aceitar e eu lhe direi o que terá de fazer.""Não, muito obrigada." recuso."Bem, se mudar de ideia sabe aonde me encontrar." é tudo que diz."O que te faz pensar que irei mudar de ideia?. Acha que serei capaz de abandonar a prostituição para me tornar numa criminosa?.""Eu nunca disse que teria que trabalhar como uma criminosa, e por isto irá voltar para saber do que a minha oferta se trata, quando já não souber lidar com as coisas irá me procura e advinhe? As portas estarão abertas
Natasha havia armado um escândalo e por consequências chego tarda a casa, tive que impedir que ambas brigassem e no final tive que ir ao escritório da Úrsula, e tive que aguentar os seus sermões.Eram por volta das duas da madrugada e todos já haviam se recolhido. Bem não todos, exceto a dona laura, ela provavelmente esteve esperando pela minha chegada no prédio para fofocar ao inspetor.Como uma sombra a vi me observar da janela do seu quarto. E a perdi de vista quando a ignorei e entrei em minha casa. Meus irmãos já haviam adormecido e ambos pareciam exaustos, eles provavelmente devem ter tentado esperar por mim.Caminho em direção ao miguel e instalo um beijo na sua testa, neste instante seu corpo se move e em resultado ele abre os olhos."Dayane?." ele me chama sonolento com a voz baixa."Sim, volte a dormir está tudo bem.""Acabou de chegar?.""Sim." respondo e desvio o olhar." Me desculpe eu não queria acorda-lò, volte a dormir." susur
Jamais imaginei que as semanas pudessem se passar tão rápido. Quando dei por mim estavam batendo na porta e me tiravam os meus irmãos.Infelizmente não consegui procurar há tempos por um emprego digno de que não os envergonha-se, e como o inspetor havia dito, ele os tiraria de mim, e isto aconteceu.Não passou pela minha cabeça que naquela manhã de domingo eu os perderia. Após ter me ido a missa como o de costume, na minha volta para casa mal tive tempo de estar com os mesmos."Eu tentei senhorita, mais vejo que não se esforçou para tê-los." o homem a minha frente diz, e mal posso escuta-lo, sinto que tudo a minha volta está paralisado, como se estivesse só no mundo.Tudo a minha volta fica em câmara lenta, embora os choros dos meus irmãos sejam altos eu não os ouço, apenas posso ver seus lábios entreabertos e as suas lágrimas que deslizam com facilidade, enquanto ambos homens os afastam e os