Maxim VolcovA noite parecia ainda mais pesada quando desci as escadas. Cada passo ecoava pela mansão, mais uma noite em claro, como todas as outras de total insônia. A traição de Nikolai já não era apenas uma suspeita. Era uma verdade que queimava em meu peito como uma faca afiada.Patrick estava me esperando no escritório, de pé ao lado da mesa, sua expressão séria. O leve tilintar de um copo de uísque sobre o móvel de mogno era o único som que quebrava o silêncio. Ele me olhou e fez um breve gesto, como se soubesse que o momento exigia mais do que palavras.“Ele está pronto?” perguntei, minha voz baixa, mas com a autoridade que o cargo de Pakhan exigia.Patrick assentiu, o rosto endurecido. “Está. Ele já começou a movimentar suas peças, mas temos os olhos sobre ele.”Caminhei até o bar e enchi um copo, o som do líquido batendo no vidro soava como um prelúdio para o que viria. “Temos que agir antes que ele o faça. Cada segundo que Nikolai tem, ele usa para tentar me destruir… e a Ir
Maxim Volcov.O amanhecer estava começando a dissipar a escuridão da noite, e eu estava sentado à mesa de escritório, rodeado por papéis e mapas que Patrick havia deixado para mim. A luz suave entrava pela janela dando um pouco de clareza que eu precisava, mas que ainda não conseguia alcançar. O fardo das decisões estava sobre meus ombros como uma carga imensurável.Patrick havia feito um excelente trabalho, conseguindo reunir informações vitais sobre Nikolai. Contudo, a realidade era que, apesar de termos um panorama mais claro das movimentações de meu meio-irmão, a situação era longe de estar sob controle. Cada detalhe que surgia apenas adicionava camadas à complexidade do plano de Nikolai. O relógio na parede parecia marcar o tempo com uma precisão cruel, lembrando-me de que cada minuto perdido era um passo a mais para o abismo.Enquanto eu permanecia de pé no escritório, o som de passos suaves no corredor chamou minha atenção, quase como um sussurro que anunciava a chegada de algu
Maxim Volcov.Irina se levantou, decidida a colaborar com o que fosse necessário. “Eu vou ficar atenta e fazer o possível para proteger Caleb. Confie em mim, Maxim.”Com um último olhar para Irina, que estava se dirigindo para preparar o quarto de Caleb para uma possível evacuação, eu me voltei para os documentos sobre a mesa. O plano estava se desenrolando diante de mim, e eu sabia que cada passo tinha que ser meticulosamente calculado.A casa estava silenciosa, com exceção dos sons distantes, da movimentação dos funcionários e das conversas apressadas de Patrick e sua equipe. A necessidade de agir com precisão e rapidez nunca foi tão evidente.A cada minuto que passava, eu sentia a pressão aumentar. Cada detalhe, cada movimento, cada decisão poderia ser a diferença entre o sucesso e a ruína. E eu sabia que, independentemente de como o plano se desenrolasse, eu tinha que estar preparado para enfrentar o que viesse a seguir.Enquanto Irina estava no quarto de Caleb, eu continuei anali
Maxim VolcovA casa estava imersa em silêncio, interrompido apenas pelo som ocasional do vento que balançava as janelas. A sensação de estar à beira de uma tempestade iminente nunca foi tão real. Eu estava em pé perto da janela do escritório, observando o jardim iluminado pelo sol, uma ironia cruel frente ao caos que estava prestes a desabar sobre nós. O brilho dourado do dia parecia uma zombaria da escuridão que se aproximava.Patrick havia preparado a emboscada com precisão. A equipe estava posicionada, e todas as rotas de fuga foram cuidadosamente planejadas. No entanto, mesmo com todos os preparativos, a sensação de vulnerabilidade persistia. A iminência do ataque de Nikolai parecia inegável. Eu sabia que ele estava se preparando para um movimento decisivo, e nós precisávamos estar prontos para responder.A porta do escritório se abriu suavemente, e Irina entrou, com olhar preocupado.“Maxim,” ela começou, sua voz revelando um tom de vulnerabilidade que eu raramente ouvia. “Estou
Maxim VolcovO som incessante de tiros e explosões preenchia o ar, mas minha mente estava turvada por uma nova preocupação: a traição interna. O rádio ainda estalava com mensagens urgentes, mas a maior ameaça parecia estar dentro dos nossos próprios muros.A batalha contra Nikolai continuava intensa. A emboscada, que deveria ter sido uma vantagem estratégica, estava se tornando um campo de batalha caótico. Eu precisava agir rapidamente para encontrar o traidor, enquanto ainda mantinha o controle da situação externa.“Patrick, vamos fazer uma varredura completa,” ordenei, tentando manter a calma. “Precisamos identificar quem pode estar comprometendo nossa operação. Não podemos permitir que isso nos distraia do confronto com Nikolai.”Patrick assentiu e imediatamente começou a coordenar uma investigação. Eu me movia pelo perímetro, monitorando a situação e tentando perceber qualquer sinal de comportamento suspeito. Cada movimento da equipe era observado com um olhar crítico, cada decisã
Olhei pela pequena janela do galpão, observando os veículos inimigos que se aproximavam, seus faróis piscando em uma série de flashes brancos e vermelhos. A troca de tiros era violenta e implacável. As balas zuniam e se chocavam contra os veículos e estruturas, criando uma chuva de estilhaços e fumaça.“Patrick, ative a segunda linha de defesa. Vamos forçar um recuo,” ordenei. “E não se esqueça, a prioridade é garantir a segurança da carga.”Enquanto a ordem era repassada, o som das armas se tornava ensurdecedor. Um jato de balas acertou o galpão, o impacto fazendo com que pedaços de madeira e metal caíssem ao meu redor. Meu instinto de sobrevivência era agudo, e eu me esquivava com agilidade entre os escombros.Um grupo de nossos homens avançava pela lateral, utilizando a cobertura das árvores e da chuva para se aproximar dos inimigos. Eu via através da lente de um binóculo a forma como eles se moviam, suas silhuetas recortadas contra a luz das explosões. A estratégia estava funciona
Maxim Volcov.A estrada à minha frente era uma massa indistinta de escuridão e chuva. A água batia contra o para-brisa como um martelo, e os limpadores lutavam em vão para afastar a cortina densa que se formava. Cada movimento deles parecia inútil. Eu apertava o volante com tanta força que sentia os tendões de minhas mãos pulsarem, os nós dos dedos se tornando brancos como ossos. Mas não podia — não ia — diminuir a velocidade.O motor rugia em protesto, os pneus guinchando a cada curva tomada com violência. O barro fazia o carro derrapar, ameaçando me jogar para fora da pista a cada giro mais brusco do volante. Mas eu não parava. Eu só tinha uma coisa em mente. Irina. Caleb. A mansão. As palavras ecoavam na minha cabeça como um
Maxim Volcov.Passei rapidamente pelos corredores escuros, o som abafado dos tiros ecoando ao longe. Meus sentidos estavam em alerta máximo. Cada passo que eu dava era calculado, cada respiração pesada me lembrava que o tempo estava contra mim. Então, avistei um dos invasores, sua silhueta se destacava por um segundo no brilho fraco das luzes intermitentes.Sem hesitar, ergui a pistola, os dedos firmes no gatilho. O disparo ecoou seco no ar, e vi o corpo dele desmoronar à minha frente como uma marionete cujos fios foram cortados. Não houve tempo para pensar, apenas agir. Um a menos.Continuei me movendo, mas um pressentimento frio percorreu minha espinha. Senti a presença de alguém atrás de mim antes mesmo de ouvir seus passos. Droga! Me virei em um movimento rápido, puxando o braço para mirar, mas senti uma pontada aguda do lado direito. Um disparo cortou o ar, e o calor do sangue escorreu pelo meu braço.Por um breve segundo, tudo ficou em câmera lenta — o cheiro de pólvora no ar, o