Maxim VolcovMinha paciência estava no limite. Peguei o punhal na mesa ao lado e pressionei contra a lateral do pescoço dele, o suficiente para que ele sentisse o fio da lâmina.“Você quer saber o que aconteceu com a minha frieza? Você, Nikolai. Você cruzou um limite que não devia. Agora me diga, quantos homens você tem lá fora esperando para me atacar?” Apertei mais a lâmina, vendo um filete de sangue escorrer.Nikolai bufou, mas seu corpo estava rígido.“Vai se foder, Maxim.” Ele sorriu, mas seus olhos estavam tensos.Suspirei, decepcionado. Tirei a lâmina, mas antes que ele pudesse soltar mais uma provocação, meu punho se encontrou com seu estômago. Nikolai se dobrou na cadeira, arfando em busca de ar. Aproveitei o momento para segurar seu maxilar e forçá-lo a me olhar de novo.“Eu não tenho tempo para joguinhos, irmãozinho,” sibilei. “Você acha que pode me provocar e sair impune? Você está enganado. Agora me diga... Quem mais está envolvido? Você tem um comprador para Irina? Ou vo
Maxim VolcovQueimei por dentro. O ódio pulsava em minhas veias, me incendiando por inteiro. Tentei me levantar, mas uma dor excruciante rasgou minha perna, me jogando de volta ao chão. Soltei um grunhido de frustração, forçando minha visão turva a se fixar no que acontecia ao meu redor. E então a vi.Irina.Ela estava sendo arrastada pelo corredor, lutando, resistindo. Os dedos dela se agarravam a qualquer coisa, mas era inútil. Minha respiração ficou presa no peito. Um grito se formou na minha garganta, mas antes que eu pudesse soltá-lo, o riso insano de Nikolai ecoou nos meus ouvidos, ecoando como uma maldição. O mundo ao meu redor escureceu, e fui engolido pela inconsciência.Quando meus olhos se abriram novamente, o cheiro espesso de pólvora e sangue impregnava o ar. O calor sufocante me atingiu antes mesmo que eu compreendesse o que estava acontecendo. O galpão estava pegando fogo.Maldito seja, Nikolai.Ele queria ter certeza de que ninguém sairia vivo. A fumaça densa enchia m
Irina Petrova. O rugido do motor ecoava nos meus ouvidos. O carro deslisava pela estrada sinuosa, e eu sentia cada solavanco, cada vibração no asfalto irregular. Minhas mãos estavam amarradas com tiras de couro, os meus pulsos latejando com o aperto das cordas. Eu puxava, me remexia, mas era inútil. O couro mordia minha pele, marcando-me como se já pertencesse a eles.Ao meu lado, Nikolai segurava o volante com força, os olhos dele estavam fixos na estrada. O vento uivava contra os vidros, mas ele parecia não notar. Havia algo perversamente satisfeito em sua expressão, como se estivesse saboreando a vitória.“Você não faz ideia do que está por vir, querida,” ele disse com a voz cheia de triunfo.Eu o encarei, tentando ignorar o frio cortante que estava entranhado em minha pele. O medo estava lá, como uma fera faminta à espreita, mas o ódio queimava mais forte.“Você nunca vai ganhar, seu maldito,” minha voz saiu firme, apesar do nó em minha garganta. “Maxim vai te caçar até o i
Maxim Volcov.A estrada era no meio do nada, mas eu não podia desistir, mesmo arrastando minha perna, e caindo de vez em quando eu precisava chegar a estrada principal e conseguir ajuda.O fogo havia me deixado marcas, tanto na pele quanto na alma. As queimaduras ardiam, e o sangue da minha perna manchava a roupa rasgada. Eu sabia que não podia parar, mesmo com a dor pulsando a cada passo. A fumaça ainda queimava meus pulmões, mas o que eu mais sentia era a falta de Irina. Eu sabia que ela estava em algum lugar, esperando por mim.A dor latejou e eu me desequilibrei e cai segurando a perna, meus olhos fechados e os dentes trincados tentando suportar a dor e não desmaia, escutei o som de um carro se aproximando e me arrastei para o canto da estrada.“Maxim…” A voz de Louis veio até mim, rouca e preocupada.E logo senti mãos me levantando do chão, levei a mão a frente dos olhos evitando os faróis, ainda atordoado.“Chefe, que bom que lhe encontrei.” Ele disse me colocando no banco de tr
Maxim Volcov.Antes que pudéssemos avançar, o som de um disparo rasgou o silêncio. Eu me virei instintivamente, colocando-me entre Irina e o perigo. O homem que tentou nos atacar foi abatido rapidamente, mas Nikolai sabia que não seria fácil nos pegar. Ele já estava preparando o próximo movimento.“Vamos,” eu disse, agarrando a mão dela e me arrastando para a próxima sala, o coração batendo forte. O corpo pesado de dor, mas a mente clara, com apenas um objetivo: sobreviver.Cada passo parecia pesar mais. Eu olhava para ela, para os olhos dela, tentando me convencer de que tudo ia dar certo. Ela estava comigo. Eu não ia deixá-la.Em cada corredor, mais emboscadas. A fábrica inteira parecia ter sido projetada para nos capturar. Eu sabia que, se caíssemos em qualquer uma delas, tudo estaria perdido. Cada movimento era feito com a precisão de um animal caçador, cada esquina, um risco.“Nós vamos sair daqui,” eu disse, mas, por dentro, eu sabia que o pior ainda estava por vir. Nikolai não
Maxim Volcov.Cada soco, cada golpe, era como um reflexo do que eu sentia dentro de mim. A raiva, o medo, a dor. Era um turbilhão de emoções que se manifestava em cada movimento, em cada tentativa de me destruir. Mas ele estava cansado. Assim como eu. Já não tinha mais a mesma força, a mesma precisão.E foi nesse momento que Nikolai cometeu o erro que selou sua derrota.Ao tentar me golpear com um golpe final, ele pisou em uma das armadilhas que ele próprio havia armado. O estrondo ecoou pela fábrica, e eu vi o pânico nos olhos dele. Ele se desequilibrou, caindo de forma descontrolada para o chão. Era uma oportunidade única.Com um grito de raiva, eu me joguei sobre ele, meus punhos caindo como uma tempestade. Eu não ia deixá-lo escapar. Não dessa vez.Ele tentou se defender, mas já estava fraco demais. As palavras que ele havia usado para me manipular, as ameaças e provocações, não significavam mais nada. Ele havia perdido o controle, e eu estava determinado a garantir que ele não ti
Maxim Volcov.Já se passou um ano desde que tudo aconteceu, mas ainda posso sentir o gosto amargo do sangue e da traição na boca, mesmo que o tempo tenha tentado suavizar as cicatrizes. A cidade de Moscovo, com suas ruas agora mais vazias, respira a tensão que jamais se dissipou completamente. Eu sou Maxim, capo da Bratva, e, ao contrário do que muitos poderiam imaginar, não pude simplesmente virar as costas e sumir. A realidade não me permitia isso. Minha responsabilidade, minha lealdade e meu império exigiam que eu me mantivesse firme, que não sucumbisse ao peso do que aconteceu.Irina está ao meu lado, mas ela não é apenas a mulher que escolhi para ser minha esposa, ela é a razão pela qual eu ainda luto. Ela estava grávida, e, ao olhar para a sua barriga, vejo não só a promessa de uma nova vida, mas também o peso do futuro que carregamos. Ela sempre foi meu ponto de equilíbrio, minha força. Aquele filho que ela carregava em seu ventre representava a única chance de reconstruir algo
Irina PetrovaAcordei abruptamente com ruídos inexplicáveis que ecoavam pelo quarto. Meu primeiro instinto foi tentar me levantar, mas meu corpo gelou de espanto ao deparar com a silhueta de alguém presente na escuridão. A vontade de gritar surgiu instintivamente, mas antes que pudesse emitir qualquer som, uma mão ágil e familiar cobriu minha boca com rapidez surpreendente, sufocando qualquer grito em potencial.Em meio à penumbra, meu coração batia descompassado enquanto meu olhar encontrava o rosto do intruso. Era meu pai. A confusão se misturou ao alívio momentâneo ao identificar sua figura, mas sua expressão tensa me deixou perplexa. Ele se aproximou do meu rosto, um dedo pressionando de forma delicada contra seus próprios lábios em um gesto silencioso, implorando por meu silêncio.A fraca luz da lua que escapava pelas frestas das cortinas permitiu-me vislumbrar seu semblante, marcado pela tensão e preocupação. Questões inundaram minha mente, e a sensação de que algo sério estava