Maxim VolcovA casa estava imersa em silêncio, interrompido apenas pelo som ocasional do vento que balançava as janelas. A sensação de estar à beira de uma tempestade iminente nunca foi tão real. Eu estava em pé perto da janela do escritório, observando o jardim iluminado pelo sol, uma ironia cruel frente ao caos que estava prestes a desabar sobre nós. O brilho dourado do dia parecia uma zombaria da escuridão que se aproximava.Patrick havia preparado a emboscada com precisão. A equipe estava posicionada, e todas as rotas de fuga foram cuidadosamente planejadas. No entanto, mesmo com todos os preparativos, a sensação de vulnerabilidade persistia. A iminência do ataque de Nikolai parecia inegável. Eu sabia que ele estava se preparando para um movimento decisivo, e nós precisávamos estar prontos para responder.A porta do escritório se abriu suavemente, e Irina entrou, com olhar preocupado.“Maxim,” ela começou, sua voz revelando um tom de vulnerabilidade que eu raramente ouvia. “Estou
Maxim VolcovO som incessante de tiros e explosões preenchia o ar, mas minha mente estava turvada por uma nova preocupação: a traição interna. O rádio ainda estalava com mensagens urgentes, mas a maior ameaça parecia estar dentro dos nossos próprios muros.A batalha contra Nikolai continuava intensa. A emboscada, que deveria ter sido uma vantagem estratégica, estava se tornando um campo de batalha caótico. Eu precisava agir rapidamente para encontrar o traidor, enquanto ainda mantinha o controle da situação externa.“Patrick, vamos fazer uma varredura completa,” ordenei, tentando manter a calma. “Precisamos identificar quem pode estar comprometendo nossa operação. Não podemos permitir que isso nos distraia do confronto com Nikolai.”Patrick assentiu e imediatamente começou a coordenar uma investigação. Eu me movia pelo perímetro, monitorando a situação e tentando perceber qualquer sinal de comportamento suspeito. Cada movimento da equipe era observado com um olhar crítico, cada decisã
Olhei pela pequena janela do galpão, observando os veículos inimigos que se aproximavam, seus faróis piscando em uma série de flashes brancos e vermelhos. A troca de tiros era violenta e implacável. As balas zuniam e se chocavam contra os veículos e estruturas, criando uma chuva de estilhaços e fumaça.“Patrick, ative a segunda linha de defesa. Vamos forçar um recuo,” ordenei. “E não se esqueça, a prioridade é garantir a segurança da carga.”Enquanto a ordem era repassada, o som das armas se tornava ensurdecedor. Um jato de balas acertou o galpão, o impacto fazendo com que pedaços de madeira e metal caíssem ao meu redor. Meu instinto de sobrevivência era agudo, e eu me esquivava com agilidade entre os escombros.Um grupo de nossos homens avançava pela lateral, utilizando a cobertura das árvores e da chuva para se aproximar dos inimigos. Eu via através da lente de um binóculo a forma como eles se moviam, suas silhuetas recortadas contra a luz das explosões. A estratégia estava funciona
Maxim Volcov.A estrada à minha frente era uma massa indistinta de escuridão e chuva. A água batia contra o para-brisa como um martelo, e os limpadores lutavam em vão para afastar a cortina densa que se formava. Cada movimento deles parecia inútil. Eu apertava o volante com tanta força que sentia os tendões de minhas mãos pulsarem, os nós dos dedos se tornando brancos como ossos. Mas não podia — não ia — diminuir a velocidade.O motor rugia em protesto, os pneus guinchando a cada curva tomada com violência. O barro fazia o carro derrapar, ameaçando me jogar para fora da pista a cada giro mais brusco do volante. Mas eu não parava. Eu só tinha uma coisa em mente. Irina. Caleb. A mansão. As palavras ecoavam na minha cabeça como um
Maxim Volcov.Passei rapidamente pelos corredores escuros, o som abafado dos tiros ecoando ao longe. Meus sentidos estavam em alerta máximo. Cada passo que eu dava era calculado, cada respiração pesada me lembrava que o tempo estava contra mim. Então, avistei um dos invasores, sua silhueta se destacava por um segundo no brilho fraco das luzes intermitentes.Sem hesitar, ergui a pistola, os dedos firmes no gatilho. O disparo ecoou seco no ar, e vi o corpo dele desmoronar à minha frente como uma marionete cujos fios foram cortados. Não houve tempo para pensar, apenas agir. Um a menos.Continuei me movendo, mas um pressentimento frio percorreu minha espinha. Senti a presença de alguém atrás de mim antes mesmo de ouvir seus passos. Droga! Me virei em um movimento rápido, puxando o braço para mirar, mas senti uma pontada aguda do lado direito. Um disparo cortou o ar, e o calor do sangue escorreu pelo meu braço.Por um breve segundo, tudo ficou em câmera lenta — o cheiro de pólvora no ar, o
Maxim volcov.Irina se virou para mim, os olhos arregalados, mas manteve-se silenciosa. Caleb, por outro lado, estava tremendo, agarrado à barra da saia de Irina, tentando se fazer o menor possível.“Vou resolver isso agora,” murmurei para Patrick, encerrando a chamada antes que ele pudesse protestar.Eu podia sentir o cheiro do medo no ar, mas também a determinação. Eu sabia que não poderia falhar. Não agora, não com eles ali.“Fique com Caleb,” ordenei a Irina, minha voz baixa, mas firme. Ela não discutiu, apenas assentiu, levando o irmão mais para o canto.Eu me posicionei atrás do móvel, minha arma em mãos, respirando fundo. Podia ouvir as vozes abafadas do outro lado da porta, os homens tentando derrubá-la. Minhas mãos apertaram o cabo da pistola, o suor escorrendo pelos dedos. Cada segundo parecia se arrastar como uma eternidade.Então, a porta balançou de novo. Mais forte dessa vez.Preparei-me para o próximo movimento. O instinto de sobrevivência e a necessidade de proteger os
Maxim Volcov.Ele não disse nada, apenas manteve os olhos fixos nos meus. O silêncio entre nós se estendeu, pesado, como uma corda prestes a se romper.“Esse filho da mãe liderava o ataque,” Patrick disse, empurrando o corpo do homem para frente, como se para reforçar a gravidade da situação. “Achamos que você gostaria de resolver isso pessoalmente.”Eu não respondi. O peso das palavras de Patrick ficou suspenso no ar, mas minha mente estava longe. Cada fibra do meu ser gritava por vingança, por justiça. Ele havia tentado me derrubar, invadir minha casa, ferir aqueles que eu amava. E agora… agora ele estava ali, ajoelhado na minha frente, esperando o veredito.Irina se aproximou, sua mão tocando meu braço com leveza, como se soubesse que eu estava à beira de um precipício. Eu podia sentir seu olhar em mim, mas não conseguia desviar os olhos do homem à minha frente.O que eu faria? A pergunta ecoava na minha mente. Eu sabia o que o Maxim de antes teria feito. Sem hesitar, sem remorso.
Irina PetrovaAcordei abruptamente com ruídos inexplicáveis que ecoavam pelo quarto. Meu primeiro instinto foi tentar me levantar, mas meu corpo gelou de espanto ao deparar com a silhueta de alguém presente na escuridão. A vontade de gritar surgiu instintivamente, mas antes que pudesse emitir qualquer som, uma mão ágil e familiar cobriu minha boca com rapidez surpreendente, sufocando qualquer grito em potencial.Em meio à penumbra, meu coração batia descompassado enquanto meu olhar encontrava o rosto do intruso. Era meu pai. A confusão se misturou ao alívio momentâneo ao identificar sua figura, mas sua expressão tensa me deixou perplexa. Ele se aproximou do meu rosto, um dedo pressionando de forma delicada contra seus próprios lábios em um gesto silencioso, implorando por meu silêncio.A fraca luz da lua que escapava pelas frestas das cortinas permitiu-me vislumbrar seu semblante, marcado pela tensão e preocupação. Questões inundaram minha mente, e a sensação de que algo sério estava