Maxim Volcov.Ele não disse nada, apenas manteve os olhos fixos nos meus. O silêncio entre nós se estendeu, pesado, como uma corda prestes a se romper.“Esse filho da mãe liderava o ataque,” Patrick disse, empurrando o corpo do homem para frente, como se para reforçar a gravidade da situação. “Achamos que você gostaria de resolver isso pessoalmente.”Eu não respondi. O peso das palavras de Patrick ficou suspenso no ar, mas minha mente estava longe. Cada fibra do meu ser gritava por vingança, por justiça. Ele havia tentado me derrubar, invadir minha casa, ferir aqueles que eu amava. E agora… agora ele estava ali, ajoelhado na minha frente, esperando o veredito.Irina se aproximou, sua mão tocando meu braço com leveza, como se soubesse que eu estava à beira de um precipício. Eu podia sentir seu olhar em mim, mas não conseguia desviar os olhos do homem à minha frente.O que eu faria? A pergunta ecoava na minha mente. Eu sabia o que o Maxim de antes teria feito. Sem hesitar, sem remorso.
Irina PetrovaAcordei abruptamente com ruídos inexplicáveis que ecoavam pelo quarto. Meu primeiro instinto foi tentar me levantar, mas meu corpo gelou de espanto ao deparar com a silhueta de alguém presente na escuridão. A vontade de gritar surgiu instintivamente, mas antes que pudesse emitir qualquer som, uma mão ágil e familiar cobriu minha boca com rapidez surpreendente, sufocando qualquer grito em potencial.Em meio à penumbra, meu coração batia descompassado enquanto meu olhar encontrava o rosto do intruso. Era meu pai. A confusão se misturou ao alívio momentâneo ao identificar sua figura, mas sua expressão tensa me deixou perplexa. Ele se aproximou do meu rosto, um dedo pressionando de forma delicada contra seus próprios lábios em um gesto silencioso, implorando por meu silêncio.A fraca luz da lua que escapava pelas frestas das cortinas permitiu-me vislumbrar seu semblante, marcado pela tensão e preocupação. Questões inundaram minha mente, e a sensação de que algo sério estava
Irina PetrovaMas o pior ainda estava por vir. Quando meu olhar se voltou para minha mãe caída no chão, uma poça de sangue se formava ao redor de sua cabeça. Seus olhos estavam abertos, fixos no vazio. Senti meu mundo desmoronar naquele momento, uma dor lancinante se espalhando por todo o meu ser. A sensação de impotência era avassaladora, e lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto enquanto eu testemunhava a tragédia diante dos meus olhos.Os homens não pararam por aí. Foram horas de crueldade insana. Vi meu pai ser brutalmente mutilado, seu corpo sofrendo horrores que eu nunca poderia imaginar. Até mesmo seus olhos sangravam, mas eu não conseguia fechar os meus. Segurei Calebe firmemente em meus braços, fazendo com que ele não visse aquelas cenas horrendas. Protegê-lo era minha prioridade naquele momento.Por fim, os três homens desferiram uma chuva de balas no meu pai. Eu não entendia por que eles eram tão cruéis. As últimas palavras dele para mim ecoavam em minha mente, recordaçõe
Maxim Volkov A moldura do espelho se abriu, revelando o olhar de uma jovem que parecia uma estátua, tremendo incontrolavelmente de medo. Seus olhos encontraram os meus, e o desespero era palpável. Ela parecia um animal assustado, e por um momento, quase sorri com a situação, mas não havia tempo para isso. Meu amigo Viktor estava morto, e agora seus filhos eram minha responsabilidade.Estendi minha mão para a garota com urgência. “Vamos logo, a polícia está a caminho. Você não quer ficar aqui.”Ela se encolheu ainda mais no canto do pequeno cômodo, e ouvi um grunhido vindo de trás dela. Ela olhou assustada, suas mãos pareciam querer proteger algo atrás de si. Eu podia sentir minha paciência se esgotando rapidamente. Não podíamos permanecer naquele lugar por muito mais tempo. O som de tiros ao longe fez meus homens olharem preocupados para mim.“Peguem a garota e o menino e tragam-nos para o carro. Protejam-nos a todo custo.” As palavras saíram de minha boca com firmeza, cientes de que
Maxim Volkov O pânico se espalhou rapidamente pelo interior do jatinho particular. Meus homens, normalmente confiantes e treinados, após saberem o que estava acontecendo, ficaram visivelmente perturbados. Eu, Irina e Calebe havíamos sido atirados no meio dessa situação de emergência sem aviso prévio, e a tensão no ar era quase palpável.Meu coração batia descompassado enquanto eu lutava para manter o controle da situação. Minha mente estava em modo de sobrevivência, mas a responsabilidade de proteger Irina e Calebe pesava sobre mim como um fardo implacável.Eu, que normalmente era frio e calculista, estava visivelmente abalado. Minha expressão austera e controlada cedeu lugar a um olhar de preocupação e determinação. Eu sabia que estava em uma situação difícil e que precisava tomar medidas rápidas e decisivas.O copiloto estava tentando manter a calma enquanto reportava a situação, mas havia um tremor evidente em sua voz. “Maxim, o motor direito está pegando fogo, e o tanque de comb
Maxim Volkov O sol, implacável em sua ascensão, queimava nossa pele já castigada pela água salgada. Os primeiros raios trouxeram consigo um calor sufocante que contrastava com a situação precária em que nos encontrávamos. O oceano ainda nos balançava de um lado para o outro, como se quisesse nos lembrar de nossa vulnerabilidade.Irina e Calebe finalmente cederam ao cansaço e dormiram exaustos. Seus cabelos loiros ainda estavam úmidos, e eu sabia que a exposição ao sol poderia ser prejudicial. As ondas continuavam a nos arrastar, e eu lutava para manter a calma.O telefone por satélite permanecia inerte em minhas mãos. O aparelho havia sido danificado pela água salgada, e a incerteza sobre sua funcionalidade me corroía. Eu precisava entrar em contato com alguém, pedir ajuda, mas o silêncio do dispositivo era ensurdecedor.Foi então que Irina acordou e a visão de Calebe a fez entrar em desespero. Seu irmãozinho estava com febre, com a boca rachada e os olhos fechados. Vi o pânico tomar
Maxim Volkov Enquanto o uísque descia pela minha garganta, a sensação de amargura da bebida parecia ecoar com a complexidade dos meus pensamentos. Aquela noite se assemelhava a uma batalha invisível contra um inimigo oculto, e eu podia sentir o peso dessa luta em cada fibra do meu ser.Recostei-me na cadeira do meu escritório, deixando a bebida percorrer meu corpo cansado. Viktor, meu leal Conselheiro, sempre fora um mestre da discrição. Seu papel consistia em ser uma sombra silenciosa, conhecedora de cada segredo que permeava nossa organização. Ele tinha acesso a informações desde os detalhes triviais até os mais sombrios segredos. No entanto, agora, uma inquietação pairava em minha mente: teria ele revelado algo crucial antes de sua morte?A ideia era quase inaceitável. Viktor compreendia a gravidade de nossa situação, especialmente sabendo que a vida de seus próprios filhos estava agora nas minhas mãos. A traição, nesse contexto, parecia um ato impensável, mesmo à beira da morte.
Irina Petrova. Abro os olhos e sinto meu estômago retorcer de dor. Sento-me abruptamente, tentando entender o meu entorno. Olho ao redor, observando as paredes e os móveis que compõem o ambiente. Este definitivamente não é o meu quarto. Um arrepio percorre minha espinha enquanto tento descobrir como acabei aqui. Será que tudo o que vivi foi apenas um terrível pesadelo? Passo a língua pelos lábios ressecados, sentindo a aspereza da pele. Olho para o meu corpo e percebo que estou vestindo uma fina camisola. Minha mente começa a rodar, tentando se lembrar de como cheguei a este lugar. A última coisa que recordo é estar no mar, lutando contra as ondas. Meu coração acelera à medida que a falta de ar se instala. Preciso encontrar Calebe. Ele é tudo o que me resta agora, a única conexão com a realidade que conheço. Com determinação, levanto-me rapidamente, ignorando a dor e o desconforto. Não importa onde estou; minha prioridade é encontrar Calebe, pois ele é a âncora que me mantém ligada