Olhei pela pequena janela do galpão, observando os veículos inimigos que se aproximavam, seus faróis piscando em uma série de flashes brancos e vermelhos. A troca de tiros era violenta e implacável. As balas zuniam e se chocavam contra os veículos e estruturas, criando uma chuva de estilhaços e fumaça.“Patrick, ative a segunda linha de defesa. Vamos forçar um recuo,” ordenei. “E não se esqueça, a prioridade é garantir a segurança da carga.”Enquanto a ordem era repassada, o som das armas se tornava ensurdecedor. Um jato de balas acertou o galpão, o impacto fazendo com que pedaços de madeira e metal caíssem ao meu redor. Meu instinto de sobrevivência era agudo, e eu me esquivava com agilidade entre os escombros.Um grupo de nossos homens avançava pela lateral, utilizando a cobertura das árvores e da chuva para se aproximar dos inimigos. Eu via através da lente de um binóculo a forma como eles se moviam, suas silhuetas recortadas contra a luz das explosões. A estratégia estava funciona
Maxim Volcov.A estrada à minha frente era uma massa indistinta de escuridão e chuva. A água batia contra o para-brisa como um martelo, e os limpadores lutavam em vão para afastar a cortina densa que se formava. Cada movimento deles parecia inútil. Eu apertava o volante com tanta força que sentia os tendões de minhas mãos pulsarem, os nós dos dedos se tornando brancos como ossos. Mas não podia — não ia — diminuir a velocidade.O motor rugia em protesto, os pneus guinchando a cada curva tomada com violência. O barro fazia o carro derrapar, ameaçando me jogar para fora da pista a cada giro mais brusco do volante. Mas eu não parava. Eu só tinha uma coisa em mente. Irina. Caleb. A mansão. As palavras ecoavam na minha cabeça como um
Maxim Volcov.Passei rapidamente pelos corredores escuros, o som abafado dos tiros ecoando ao longe. Meus sentidos estavam em alerta máximo. Cada passo que eu dava era calculado, cada respiração pesada me lembrava que o tempo estava contra mim. Então, avistei um dos invasores, sua silhueta se destacava por um segundo no brilho fraco das luzes intermitentes.Sem hesitar, ergui a pistola, os dedos firmes no gatilho. O disparo ecoou seco no ar, e vi o corpo dele desmoronar à minha frente como uma marionete cujos fios foram cortados. Não houve tempo para pensar, apenas agir. Um a menos.Continuei me movendo, mas um pressentimento frio percorreu minha espinha. Senti a presença de alguém atrás de mim antes mesmo de ouvir seus passos. Droga! Me virei em um movimento rápido, puxando o braço para mirar, mas senti uma pontada aguda do lado direito. Um disparo cortou o ar, e o calor do sangue escorreu pelo meu braço.Por um breve segundo, tudo ficou em câmera lenta — o cheiro de pólvora no ar, o
Maxim volcov.Irina se virou para mim, os olhos arregalados, mas manteve-se silenciosa. Caleb, por outro lado, estava tremendo, agarrado à barra da saia de Irina, tentando se fazer o menor possível.“Vou resolver isso agora,” murmurei para Patrick, encerrando a chamada antes que ele pudesse protestar.Eu podia sentir o cheiro do medo no ar, mas também a determinação. Eu sabia que não poderia falhar. Não agora, não com eles ali.“Fique com Caleb,” ordenei a Irina, minha voz baixa, mas firme. Ela não discutiu, apenas assentiu, levando o irmão mais para o canto.Eu me posicionei atrás do móvel, minha arma em mãos, respirando fundo. Podia ouvir as vozes abafadas do outro lado da porta, os homens tentando derrubá-la. Minhas mãos apertaram o cabo da pistola, o suor escorrendo pelos dedos. Cada segundo parecia se arrastar como uma eternidade.Então, a porta balançou de novo. Mais forte dessa vez.Preparei-me para o próximo movimento. O instinto de sobrevivência e a necessidade de proteger os
Maxim Volcov.Ele não disse nada, apenas manteve os olhos fixos nos meus. O silêncio entre nós se estendeu, pesado, como uma corda prestes a se romper.“Esse filho da mãe liderava o ataque,” Patrick disse, empurrando o corpo do homem para frente, como se para reforçar a gravidade da situação. “Achamos que você gostaria de resolver isso pessoalmente.”Eu não respondi. O peso das palavras de Patrick ficou suspenso no ar, mas minha mente estava longe. Cada fibra do meu ser gritava por vingança, por justiça. Ele havia tentado me derrubar, invadir minha casa, ferir aqueles que eu amava. E agora… agora ele estava ali, ajoelhado na minha frente, esperando o veredito.Irina se aproximou, sua mão tocando meu braço com leveza, como se soubesse que eu estava à beira de um precipício. Eu podia sentir seu olhar em mim, mas não conseguia desviar os olhos do homem à minha frente.O que eu faria? A pergunta ecoava na minha mente. Eu sabia o que o Maxim de antes teria feito. Sem hesitar, sem remorso.
Irina PetrovaAcordei abruptamente com ruídos inexplicáveis que ecoavam pelo quarto. Meu primeiro instinto foi tentar me levantar, mas meu corpo gelou de espanto ao deparar com a silhueta de alguém presente na escuridão. A vontade de gritar surgiu instintivamente, mas antes que pudesse emitir qualquer som, uma mão ágil e familiar cobriu minha boca com rapidez surpreendente, sufocando qualquer grito em potencial.Em meio à penumbra, meu coração batia descompassado enquanto meu olhar encontrava o rosto do intruso. Era meu pai. A confusão se misturou ao alívio momentâneo ao identificar sua figura, mas sua expressão tensa me deixou perplexa. Ele se aproximou do meu rosto, um dedo pressionando de forma delicada contra seus próprios lábios em um gesto silencioso, implorando por meu silêncio.A fraca luz da lua que escapava pelas frestas das cortinas permitiu-me vislumbrar seu semblante, marcado pela tensão e preocupação. Questões inundaram minha mente, e a sensação de que algo sério estava
Irina PetrovaMas o pior ainda estava por vir. Quando meu olhar se voltou para minha mãe caída no chão, uma poça de sangue se formava ao redor de sua cabeça. Seus olhos estavam abertos, fixos no vazio. Senti meu mundo desmoronar naquele momento, uma dor lancinante se espalhando por todo o meu ser. A sensação de impotência era avassaladora, e lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto enquanto eu testemunhava a tragédia diante dos meus olhos.Os homens não pararam por aí. Foram horas de crueldade insana. Vi meu pai ser brutalmente mutilado, seu corpo sofrendo horrores que eu nunca poderia imaginar. Até mesmo seus olhos sangravam, mas eu não conseguia fechar os meus. Segurei Calebe firmemente em meus braços, fazendo com que ele não visse aquelas cenas horrendas. Protegê-lo era minha prioridade naquele momento.Por fim, os três homens desferiram uma chuva de balas no meu pai. Eu não entendia por que eles eram tão cruéis. As últimas palavras dele para mim ecoavam em minha mente, recordaçõe
Maxim Volkov A moldura do espelho se abriu, revelando o olhar de uma jovem que parecia uma estátua, tremendo incontrolavelmente de medo. Seus olhos encontraram os meus, e o desespero era palpável. Ela parecia um animal assustado, e por um momento, quase sorri com a situação, mas não havia tempo para isso. Meu amigo Viktor estava morto, e agora seus filhos eram minha responsabilidade.Estendi minha mão para a garota com urgência. “Vamos logo, a polícia está a caminho. Você não quer ficar aqui.”Ela se encolheu ainda mais no canto do pequeno cômodo, e ouvi um grunhido vindo de trás dela. Ela olhou assustada, suas mãos pareciam querer proteger algo atrás de si. Eu podia sentir minha paciência se esgotando rapidamente. Não podíamos permanecer naquele lugar por muito mais tempo. O som de tiros ao longe fez meus homens olharem preocupados para mim.“Peguem a garota e o menino e tragam-nos para o carro. Protejam-nos a todo custo.” As palavras saíram de minha boca com firmeza, cientes de que