Alberto correu para o hospital ao receber a ligação de Eleonora, que estava angustiada com o desmaio súbito de Laura. Tiago, o irmão mais novo de Laura, também estava preocupado.— Ela desmaiou de repente, eu não sei o que aconteceu. Tiago ficou desesperado, assim como eu!Eleonora abraçou Alberto, e Tiago estava ansioso e triste com a situação de sua irmã. Era um momento para deixar de lado as dores do passado.— Vocês são os pais de Laura Bragança?— Sim, doutor, pode nos dizer o que aconteceu? — Alberto perguntou enquanto segurava Tiago em seus braços. A preocupação com a saúde de Laura era evidente.— Na verdade, sabemos pouco sobre o que causou o mal súbito em sua filha. Para investigar melhor, precisaremos realizar alguns exames.— Sim, claro. Faça todos os exames necessários!Eleonora, angustiada, pediu a Alberto que não a deixasse sozinha com toda a responsabilidade.— Alberto, pelo menos nesse momento de doença... não me deixe sozinha com toda a responsabilidade!— Eleonora,
Dois meses depois... Lana Felizmente Laura tinha uma forte anemia e que de tão severa havia sido confundida com algo mais grave, minha mãe e Ofélia virão para cá em uma semana. Rafael mostrou sua eficiência e confiabilidade ao lidar com a empresa enquanto Alberto se ausentou para cuidar da filha. Ana Cláudia e Victor estão bem e muito felizes na casa nova, Rafael tem um bom salário e agora eles podem ter muito mais conforto. Leon e eu todos os dias andamos a cavalo, ele ainda não pensa em voltar para o Brasil, acho que nossa escolha de viver só de amor irá durar para sempre. Aqui é o nosso refúgio, onde a inveja e a cobiça não nos alcançam, eu sempre monto Cobe e Leon, Joy. — Bom dia Fabiano, selou os cavalos? — Claro, esse é sempre o meu primeiro trabalho do dia. — Ele sorriu e entregou as rédeas para nós dois e montamos. — Amor, você acha que Fabiano está estranho? — Estranho como? — Questionou ele. — Ele está mais sério, não parece o mesmo que conheci na Itália. — Deve esta
Depois que a loja fechou, as coisas aqui em casa têm ficado cada dia mais difíceis, a aposentadoria da minha mãe mal dá para os remédios dela e me ajuda a pagar o aluguel da casa. Caminho o dia inteiro em busca de uma oportunidade e certo dia, consegui um trabalho que me pagava por diárias em um bufê, o que me pagavam não era muito, mas dava para ajudar.O mal é que o dono veio querendo tocar em mim, assim que recusei suas investidas, ele me mandou embora e ainda por cima, tem dificultado para que eu consiga outra chance em bufês semelhantes. Ana Cláudia é minha melhor amiga, somos vizinhas e ela acompanha minha batalha diária.— Já te disse tantas vezes, Lana, você está passando dificuldades porque quer.— Por favor, não diz isso. Minha mãe lutou tanto para cuidar de mim, tenho muita pena de vê-la passar por privações. — Respondi, me sentando no sofá e pintando a unha do pé.— Então não permita! Você é linda, vai ganhar muito dinheiro mostrando o corpo como eu faço.— Não tenho corag
Escolher novamente uma companhia feminina não era nada fácil, a última ficou apenas por um mês. Desde antes do meu fim, eu jamais gostei de me envolver com prostitutas, mas minha realidade nesses últimos três anos era não permitir nenhum vínculo afetivo com qualquer mulher desse mundo.Sou bem generoso a todas que me prestam serviços, mas exijo na mesma medida. A última submissa, foi escolhida em um Blog que oferecia serviços sexuais, ela foi um erro. Lá entre muitos anúncios vi um que encaminhava para uma sala de CAM girls mais um dos nomes enfeitados para o serviço devasso que essas jovens oferecem.Eu quero uma mulher jovem e que esteja disposta a me dar prazer durante um ano, depois disso, será descartada assim como as demais foram. Uma foto chamou minha atenção, uma jovem morena e que usava uma máscara rendada.— Acha que cobrindo o rosto pode mascarar a vergonha de ser uma prostituta?Sorri falando comigo mesmo, claro que entrei no bate-papo com ela. Queria dinheiro e ofereci um
Eu não queria aceitar essa proposta absurda, mas nos dias que seguiram minha mãe só piorava, e o fato dela ser diabética complicava mais sua situação conforme os dias passavam. Ana Cláudia me encorajava a dizer sim, mas eu tinha muito medo de ir para longe de tudo e com um desconhecido. Minha mãe teve uma recaída, além de ir perdendo aos poucos a capacidade de enxergar, estava cada dia mais triste, e temia que estivesse entrando em depressão. Mais uma vez, aquele homem veio aqui em casa, sua insistência me deixava à beira de cometer a maior loucura da minha vida. — Estou aqui mais uma vez e agora, esperando que me dê sua resposta. Leon insiste que entremos o mais breve possível em um avião. — Sinto muito medo, senhor. Quantas garotas são levadas para fora e têm seus corpos vendidos para homens de fora, traficadas sexualmente ou têm seus órgãos vendidos! — Isso não vai acontecer com você, minha palavra pode não valer, mas terá toda a segurança que precisa! Usará seu celular à vonta
Dentro de dois dias, ela estará aqui. Pedi a Ofélia que preparasse o quarto de sempre para Lana. Todos os empregados foram comunicados sobre sua chegada. Nenhuma das minhas acompanhantes tem autorização para dar ordens, e todos os seus pedidos precisam ser submetidos a Ofélia e, depois, a mim. Me pego imaginando como será a voz dela. Telefonei para Alberto, e ele demorou para atender. Com certeza, também estava aproveitando a viagem para rever seus familiares. Não sinto falta do Brasil, mesmo tendo morado lá por um tempo durante minha infância. A Itália me proporciona tudo o que eu preciso: solidão e paz! — Leon, você tem visita. — Ofélia disse ao bater na porta e me tirar dos pensamentos. — Como sempre, diga que não estou com humor para receber visitas. — É sua prima Carla, já disse que não vai embora antes de falar com você, Leon. Conheço bem a obstinação de minha prima. Ela se tornaria ainda mais insuportável se eu não a atendesse. — Diga a ela que espere! [...] Carla sentia qu
Estávamos no aeroporto, minha mãe nos acompanhou com Ana Cláudia; mentir para ela era doloroso. Eu disse que estava indo trabalhar como garçonete e o doutor Alberto era o dono do restaurante. Anunciaram nosso voo, e meu coração parecia querer saltar de dentro do peito. Dei um forte abraço nas duas, e nossas bagagens já haviam sido despachadas. — Temos que ir agora, Lana! — Sim, senhor. — Subimos as escadas rolantes, pelo vidro eu vi aquele imenso avião, eu me levaria para tão longe de todas as pessoas que eu amo. Nossas passagens eram na primeira classe, e havia muitas pessoas elegantes. — Aqui, esses são nossos assentos! Alberto avisou-me, e ele já estava acostumado a ir e vir o tempo todo. Ele dizia que Leon mandava buscar muitas coisas no Brasil e não só mulheres. — Você está tão séria, sua expressão é de medo. Não precisa ficar assim, eu já te dei minha palavra de que pode confiar em mim. — Mas é que esse Leon… não sei por que, mas eu sinto medo só de ouvir o nome dele. É co
Eu a vi chegar, estava olhando pela janela do quarto e escondido atrás da escura persiana. Ela é muito mais bonita do que eu imaginava, percebi o modo como Fabiano olhava para Lana. Talvez, tenha sido um grande erro escolhê-la para vir.De novo essa sensação estúpida de estar cometendo um grande erro. Pelo corredor, eu ouvi os passos de Alberto e dela, e a pergunta que fez.— Esse é o Leon?— Não, esse é Denner Versalles. O pai dele! — Alberto respondeu para Lana.— Era um homem muito bonito.A dor me invadiu o peito ao ouvir aquela frase, ela é como as outras. Vai abominar estar em meus braços, o toque rugoso da minha pele dilacerada pelo fogo vai causar a ela horror. Mas vou mostrar quem dá as ordens, mesmo que odeie estar comigo, o dinheiro fará com que ela sempre esteja à minha disposição. Essa felicidade que ela ostenta irá embora em pouco tempo.Sentei-me em frente ao notebook para admirar o espetáculo, mas Ofélia bateu na porta e fechei a tela.— O que quer, Ofélia? — Perguntei