Rose
A festa do último final de semana teve bons resultados para Allie, que encantou a presidente da irmandade que ela tanto idolatrava com seu carisma incrível. Audrey Dixon era a evolução de suas amigas do High School, ela era perfeita e idolatrada por todos, e me deu a impressão de que faria qualquer coisa para manter as aparências.
Foi aquela percepção que fez com que eu recusasse gentilmente a oferta de participar da quinzena infernal de iniciação na irmandade, para surpresa de Allie, que ficou extasiada com a oportunidade.
— Rose, você tem certeza sobre isso? Entrar para uma boa irmandade é um benefício para toda a vida — Allie perguntou na quinta, após o término das aulas do dia enquanto arrumavamos suas malas para que ela se mudasse para a casa da Sigma Sigma Kapa.
— Allie, não me leve a mal, mas eu não estou afim de abrir mão da minha vaga na moradia e me humilhar para dezenas de garotas que se consideram superiores. Eu estou bem aqui — eu neguei, fazendo Liam gargalhar.
Inicialmente, todos tinham ido para ajudá-la a embalar seus pertences, mas no fim, ele apenas se esparramou na minha cama enquanto nós fazíamos o serviço pesado.
— Nem tente explicar isso, minha pequena aprendiz de Van Gogh, é uma questão familiar. Todos os Waldorfs são orgulhosas Raposas cinzentas e se juntam às irmandades e fraternidades de maior destaque — ele relatou — Com exceção de Robert, o meu primo, que se rebelou e foi para Denver.
Allie não deu atenção ao primo, dobrando suas roupas com esmero antes de colocar em sua grande mala cor de rosa.
— Vocês são da mesma família, devo presumir que você seguiu a tradição, mas não te vejo em nenhuma fraternidade — Eu me coloquei em pé ao seu lado, colocando as mãos na cintura enquanto o olhava de cima.
— Eu sou minha própria fraternidade, minha futura Margareth Keane. Além disso, a mãe dela é irmã do meu pai, e assumiu as tradições dos Waldorf. Os Van Derr Wall não tem uma tradição específica — ele explicou.
— Você é sua própria fraternidade? — Eu desdenhei.
— Vai começar — Sky sussurrou para Theo.
Em um movimento rápido, Liam alcançou meu pulso, me puxando para a cama. Eu caí em cima dele, arregalando os olhos com a surpresa, mas antes que pudesse reagir, ele nos girou, me imobilizando com seu corpo.
— Exatamente, nenhuma fraternidade seria boa o suficiente para a minha genialidade, então eu acabaria ofuscado se me juntasse a pessoas medíocres — ele declarou com o rosto a apenas alguns centímetros do meu, fazendo com que eu sentisse o cheiro acentuado dos cigarros de cravo que ele tanto gostava de fumar.
— Liam, sai de cima dela — Allie o repreendeu.
— Ahh sim, eu esqueci o quanto você é incrível — eu decidi entrar em seu jogo.
Liam me soltou, erguendo o corpo, permanecendo ajoelhado, prendendo minhas pernas com seu peso.
— Exatamente, então eu criei a Teth Azu Mahalo, a mais exclusiva fraternidade que existe, aqueles dois estão loucos para fazer parte, mas ainda não sei se eles são incríveis o suficiente — ele explicou com entusiasmo, apontando para Theo e Sky.
— Isso sequer são letras gregas, Liam — Sky corrigiu.
Eu me apoiei nos cotovelos, erguendo meu tronco para encará-lo melhor.
— Você vê porque ainda não foram aceitos?
— O que mais você pode me dizer sobre a sua fraternidade, Van Derr Wall?
— Ahh qual é Rose, não dá corda — Theo me repreendeu, mas eu estava me divertindo com a situação geral.
Aquela pergunta foi o suficiente para que um brilho surgisse nos olhos do rapaz, ele pulou para fora da cama, indo até minha escrivaninha pegando um papel e um lápis 4B recém apontado.
— Nós temos tudo, Rose. As pessoas mais incríveis, passe livre para qualquer festa do campus, o Status de gênios incompreendidos e camisetas personalizadas com o melhor símbolo — ele declarou rabiscando em um pedaço de papel.
Eu me levantei, engatinhando até a beirada da cama, observando seu trabalho. Liam desenhava um esqueleto montado em um unicórnio em chamas.
— Isso daria uma boa tatuagem — eu elogiei o desenho.
Não podia negar que ele era ótimo no que fazia, a paixão emanava de seus olhos a cada traço, e mesmo sendo apenas um esboço, era melhor do que muita gente podia fazer com muito esforço.
— É isso, você passou no teste. Vai receber sua camiseta amanhã mesmo — ele piscou para mim.
— Ahh meu Deus, muito obrigada. Meu sonho sempre foi participar de uma fraternidade imaginária — Eu levei a mão ao peito fingindo emoção.
— Vocês podem fazer piada, mas as conexões criadas nas fraternidades são importantes para o resto de nossas vidas, deveriam levar mais a sério — Allie ralhou, fechando a mala.
Eu entendia o quanto aquilo era importante para ela, mas não significava que eu tinha que ter os mesmos objetivos.
— Allie, eu entrei na faculdade para me qualificar profissionalmente e aproveitar os melhores anos da minha vida sem ter que lidar com regras estúpidas de irmandades, então eu realmente não me interesso, mas não vou recusar o convite de nenhuma festa — Eu avisei.
— Nesse caso, você está com sorte, sábado terá uma festa na sede da Alfa Sigma Alfa e eu vou levar você para aproveitar uma tarde na incrível piscina daquela casa — Liam avisou.
— Vocês não vão? — Eu encarei Theo e Sky.
Aquela era uma surpresa, parecia que aquele grupo era inseparável. Pelo menos todas as vezes que eu me encontrei com eles, todos estavam juntos.
— Eles vão me abandonar — Liam murmurou.
— Nós temos outros compromissos — ela explicou.
— Eu consegui encontro com uma garota que só poderia sair se o irmão fosse junto, então… — Theo explicou.
— Nós vamos jogar mini golf — Sky suspirou.
Não pude deixar de sorrir diante daquela explicação, pelo olhar de Liam ele não aprovava muito aquele plano, mas se ele não estava disposto a agir quando estava claro que Skyller tinha uma bela queda por ele, então não poderia reclamar por ela ir a outros encontros.
— Ele vai pagar tudo — Sky confidenciou.
— Meu pai fez a mesma coisa com a minha mãe semana passada — eu me sentei na cama, me espreguiçando.
Allie, que estava terminando de pegar seus pertences em nosso lavabo retornou, parecendo particularmente curiosa sobre o assunto.
— Seus pais são divorciados e saem em encontros duplos?
— Não, eles nunca foram envolvidos, não de maneira romântica, pelo menos — eu dei de ombros.
Eu não pretendia contar a curiosa história dos dois, mas a expressão curiosa no olhar de todos me mostrou que estavam esperando pelos detalhes, nós pegamos os pertences de Allie e saímos do quarto, a ajudando a levar tudo para sua nova casa.
— Eles se conheceram no colégio e eram inseparáveis, de tanto as pessoas insistirem que os dois faziam um belo casal, eles decidiram tentar. Mas, segundo eles, foi uma experiência traumática para ambos então desistiram do assunto. Algum tempo depois descobriram que tinham criado um laço vitalício por acidente, então fizeram a questão da parentalidade dar certo — eu resumi a história dos dois enquanto caminhava.
— E eles ainda são amigos? — Sky quis saber.
— Os melhores. Eles são vizinhos e um cuida do outro, estão aproveitando que eu peguei o antigo carro do meu pai e mudei de cidade para "recuperar a juventude perdida servindo de exemplo para outro ser humano", como meu pai classificou — eu ironizei, recebendo um olhar chocado de Allie, enquanto Liam gargalhava.
— Isso é horrível.
— Por que? Eles nem completaram quarenta anos, merecem aproveitar um pouco.
— É estranho eu falar que quero muito conhecer os seus pais? — Liam me encarou.
Eu gargalhei diante daquele comentário, se ele soubesse o quanto meus pais gostam de brincar de "pais ameaçadores e superprotetores", não estaria tão ansioso para conhecê-los. Claro que tudo não passava de piada, os dois confiavam em mim e no meu julgamento. Mas sempre que eu apresentava alguém em casa, eles encarnavam um personagem quase caricato, pra ver se conseguiam assustar a pessoa, ou se ela era boa o suficiente para estar ao meu lado.
— Imagina, é completamente normal você se oferecer para conhecer os pais de uma garota que você conheceu há uma semana — Theo zombou.
Nós alcançamos o primeiro lance de escadas, começando a descer em um clima amistoso, enquanto Theo, que carregava a mala de Allie fingia que não estava sofrendo com o peso.
— Tudo bem, Van Derr Wall. Eu serei sua companhia por algumas horas porque eu estou curiosa sobre essa festa, mas tenho que sair cedo, tenho um compromisso no fim da tarde — eu o avisei.
Meu pai tinha cumprido sua palavra e me depositou o dinheiro, não demorou até que eu conseguisse um horário em um ótimo estúdio de tatuagem em Waterfall, uma cidade que fica há alguns quilômetros de Grayfox Mills. Talvez eu deva convencer Liam a me acompanhar, ter alguém conhecido enquanto um cara qualquer faz um desenho no meu corpo parece uma boa ideia.
— Eu estava pensando em convidar o Christian para ir comigo — Allie interrompeu nossa interação, atraindo toda a atenção para si.
— Uau, você está mesmo gostando dele, não é? — Sky incentivou a garota a falar.
— Ele é um cara legal, e acho que está na hora da gente se conhecer um pouco melhor — Allie admitiu.
Eu não tinha tido nenhum contato com Christian depois de nosso pequeno embate na última semana e ele parecia evitar se aproximar cada vez que nos víamos pelos corredores da moradia, mas parecia cada vez mais próximo de Allie, para meu desgosto.
— A Rose não gostou muito da ideia — Theo me provocou.
Não demorou para que a história se espalhasse pelo campus, eu sabia que algumas pessoas estavam tirando sarro dele por causa da cena que eu armei, mas não me arrependia nem por um segundo.
— Eu não tenho que gostar de nada, quem vai sair com aquele insuportável é ela — eu devolvi.
— Eu não entendo toda essa reação por um pedaço de pizza — Allie franziu o cenho.
Eu me virei depressa, pronta para defender o meu ponto de vista da situação.
— O cara pegou no meu pé desde o começo por eu não gostar de brócolis, isso depois de eu já ter sido atropelada por um brutamontes, depois ele ainda pegou a pizza que tinha me dado e comeu! — eu exclamei indignada.
— Erro de principiante — Theo balançou a cabeça em reprovação.
— Nós já aprendemos que é mais seguro tirar um osso da boca de um Pitbull do que tentar pegar a comida da Rose — Liam sussurrou para o amigo.
— Hey!
— Rose, nós nos conhecemos há pouco tempo, mas já deu pra perceber que você não divide comida — Sky apontou.
Eu pensei em rebater aquela afirmação, mas ela tinha certa razão. Quando se tratava de comida, eu odiava dividir.
— De qualquer forma, isso não foi o pior, ele disse que eu vim para a faculdade para brincar de colorir — eu murmurei.
— E você chamou ele de traficante — Allie saiu em defesa do quase namorado.
— Não chamei! Até porque o traficante é quem distribui drogas, e eu não sei o nome que se dá para quem produz — eu devolvi pensativa.
— Produtor de substâncias ilícitas? — Liam sugeriu.
Nós descemos mais um lance de escadas, finalmente chegando a área comum da moradia, indo em direção a saída.
— Vocês não deviam falar em produzir drogas assim, alguém pode levar a sério — Sky ralhou.
A preocupação dela parecia real, nos fazendo gargalhar diante da sua reação. Mas logo Allie voltou a chamar nossa atenção, parecendo insegura.
— Então você acha que é uma má ideia convidá-lo?
— Eu nunca disse isso. Se você gostou dele, vá em frente. Aliás, é até uma boa ideia, se vocês saírem, vai me dar a chance de jogar uma bebida na cara dele na próxima vez — Eu pisquei para ela, recebendo um pequeno sorriso em troca.
Eu não compreendia a necessidade que Allie sentia em ter sempre a aprovação das pessoas à sua volta. Se ela quer sair com ele, ela já deveria ter tomado essa atitude há muito tempo!
O celular dela vibrou em seu bolso, Allie observou a tela, exalando excitação ao ler a mensagem.
— Elas chegaram, me desejem sorte — Ela se despediu, pegando a mala que Theo desceu, antes de sair sem sequer olhar para trás.
Nós quatro a observamos sair da moradia, suspirando quando ela entrou na Mercedes de Savannah Hill.
— Você acha que ela vai continuar falando com a gente? — eu perguntei para ninguém em especial.
— Claro — Sky garantiu.
— Que não — Theo completou.
Eu me virei para os dois com ambas as sobrancelhas erguidas, mas foi Liam que decidiu explicar a situação.
— Allie precisa da aprovação das pessoas e Audrey nunca vai permitir que ela tenha amizades fora da irmandade, se você queria continuar amiga dela, deveria ter aceitado a oferta de se tornarem irmãs.
Eu sabia que no fim, nós voltaríamos a ser como éramos no High School e todo o progresso que fizemos nos últimos dias seria completamente esquecido.
Rose E Liam tinha razão, eu não tive notícias dela no dia seguinte e apenas voltei a encontrá-la no sábado, durante a festa que ele fez questão de me levar. Eu estacionei o meu Mustang 66 vermelho na porta da fraternidade, onde uma música alta soava. Algumas garotas de biquini passaram por nós, atraindo a atenção do rapaz. Eu peguei meu celular, ativando a câmera dianteira, checando minha aparência. Depois de passar as mãos pelos meus cabelos soltos, eu ajeitei o tecido florido da blusa que eu vestia, checando se o nó entre meus seios que a mantinha fechada estava firme. — Vamos lá, pequena aspirante a Michelangelo, esteja pronta para virar as cabeças por onde passar — ele piscou para mim antes de sair do carro. Não pude conter um pequeno sorriso ao ouvir aquele apelido ridículo, eu saí do carro, caminhando ao seu lado enquanto observava a movimentação ao nosso redor. Eu pude ver dois rapazes sendo barrados por não pertencerem a nenhuma fraternidade, e por um momento, pensei que o
Christian Eu bati a porta com força ao entrar no carro, o que eu fiz para merecer tudo o que estava acontecendo? Um misto de sentimentos dançava em meu interior. Por um lado eu estava surpreso, magoado e com o orgulho ferido com a atitude de Alicia, por outro lado, a presença de Rose conseguia aplacar aqueles sentimentos, já que a irritação por sua atitude abafava tudo o que aconteceu. — Hey, cuidado com a Brigitte — Rose ralhou antes de voltar a dirigir. Eu observei seu perfil enquanto ela dirigia, seus cabelos negros e espessos me impediam de ter uma visão clara de seu rosto, como se quisesse facilitar as coisas para mim, a garota colocou o cabelo atrás da orelha, me lançando um olhar enviesado. Eu não podia negar que ela era bonita, ela tinha traços perfeitos e delicados em seu rosto, mas para mim, toda aquela beleza era ofuscada por uma aura de petulância e prepotência que dominava o seu mau gênio. — Eu sinto muito pela situação na festa — Rose puxou assunto depois de dirig
Christian Nós fomos chamados, entrando na sala em seguida. Eu observei algumas fotos e artes espalhadas nas paredes enquanto Rose explicava para o tatuador, que era um rapaz apenas alguns anos mais velho que nós dois, o que ela queria. — Você vai ficar aqui com ela? — O rapaz chamou minha atenção. Em um primeiro momento pensei em negar, mas ao pensar na área que seria tatuada, não me senti confortável em deixá-la sozinha com um completo desconhecido. Não que nós dois nos conhecêssemos há muito tempo, mas eu decidi ficar mesmo assim. — Sim — Eu dei de ombros, recebendo um olhar divertido em troca. — E eu pensando que você tinha escolhido esse lugar porque ficaria bom, no fim, você só quer me ver sem blusa — Rose ironizou enquanto o tatuador lhe instruiu a tirar a peça e se acomodar na maca, onde tinha um lençol para ela se cobrir enquanto ele ajustava o desenho em seu computador. — Não foi por isso que eu escolhi — eu me aproximei dela, olhando em seus olhos. — Por que então? —
Rose Comecei a revirar meu armário em busca de uma roupa ainda enrolada em uma toalha após sair do banho. Eu tinha decidido aproveitar o domingo e dormir até tarde, me esquecendo que tinha combinado de sair com Liam e os outros. Eu tirei a toalha, me virando de lado em frente ao espelho para passar a pomada cicatrizante na tatuagem antes de colocar um novo curativo transparente sobre ela. Eu espalhei a pomada com delicadeza sobre a pele, resistindo a tentação de coçar a área, admirando o delicado desenho do girassol rodeado de duas margaridas, formando um pequeno buquê. — Ele é irritante mas tem bom gosto — eu contornei o pequeno desenho com a ponta do dedo. Coloquei o curativo com cuidado, sorrindo ao me lembrar de tudo o que aconteceu ontem, desde aquela festa desastrosa até o momento em que eu estive a um passo de beijar Christian. Eu com certeza teria feito se aquela dor irritante não tivesse recomeçado naquele momento. Christian Davis tinha despertado um misto de emoções
Rose Nós nos acomodamos na mesa, e não demorou para que um jovem garçom se aproximasse. — Van Derr Wall, o mesmo de sempre? — Apenas duas cerveja dessa vez, e suco de amora para as garotas — Ele decidiu. — Ele tem idade para beber? — O garçom olhou desconfiado para Theo. — E quem disse que é para ele? Eu vou beber as duas — Liam garantiu. Aquela era a desculpa mais ridícula que eu já tinha ouvido, mas parece ter convencido o garçom, que anotou os pedidos e se afastou após nos entregar o cardápio. — Você vai beber as duas? — eu ironizei. — Eu poderia pedir três, se você não tivesse feito uma tatuagem — Ele piscou para mim. — E a Sky? — Eu não bebo — ela explicou. — Ela pensa que bebidas alcoólicas são satanás em seu estado líquido — Liam provocou a amiga, que teve todo o prazer em ignorá-lo. Mais uma vez eu me peguei pensando em como era possível aqueles dois não serem um casal. E pela expressão exasperada no rosto de Theo, ele pensava o mesmo. — Eu poderia dizer que me su
Rose Nós voltamos para o campus era cerca de oito horas da noite e o pôr do sol pintava o céu de incontáveis tons de laranja. — Você é primo dela, e ela fingiu não te conhecer — Sky murmurou inconformada. Nós estávamos caminhando no estacionamento, voltando para a moradia relembrando a forma como Allie simplesmente ignorou nossa presença no restaurante mais cedo. — Ela estava com o Simmons, com certeza sequer se lembrava o próprio nome — Liam ironizou — Não é nada que eu não estivesse esperando. — E será permitido para ela se lembrar do próprio nome? Eu aposto que a partir de agora ela só atenderá por baby, ou qualquer outro apelido brega que ele colocar nela. — Não seja má, Rose. Nem todos conseguem ter o talento nato para apelidos como eu — Liam piscou para mim. Eu estava prestes a responder quando uma figura alguns metros a frente chamou minha atenção. Christian estava deitado embaixo de uma árvore com os olhos fechados, parecendo alheio ao mundo ao seu redor. Tentando resis
Rose — Como discorremos na aula anterior, o período Paleolítico superior foi um período agrafo, tudo o que se sabe sobre aquela cultura foi reconstruída a partir de objetos encontrados em várias partes do mundo, e não foi diferente com as primeiras manifestações artísticas. O homem caçador costumava pintar nas paredes das cavernas muito do que ele via na natureza. Aqui, por exemplo, podemos ver o tipo de pintura que faziam, essas mãos em negativo foram encontradas em uma caverna da França — Karen Martinez, nossa professora de história da arte mostrava cada um dos slides que tinha separado para a aula, enquanto eu tentava não dormir — Nessa época, utilizavam pó colorido, que faziam a partir de pedras trituradas e sopravam com bambu em torno das próprias mãos. Eu respirei fundo, inclinando minha cabeça para trás, observando o teto enquanto meus colegas tomavam notas de cada detalhe daquela aula. Eu estava com uma regata cavada, a irritação na área tatuada e a falta de roupas largas o s
Rose — Você literalmente deixou para a última hora, isso é tão estupido — eu o provoquei. — Eu não lembrava do projeto e agora eu preciso de ajuda — Ele explicou — Por que eu aceitaria isso? — Christian foi direto. — Porque nós estamos te dando nenhuma alternativa — Sky deu de ombros, remexendo seus nachos. Eu sentia Jax O'Donnel observando nosso grupo, e aquilo já estava começando a me irritar, e parece que eu não fui a única a perceber. — Hey, Simmons, seu calouro perdeu alguma coisa nas minhas garotas? — Liam ergueu a voz, atraindo a atenção de Wayne, que passava próximo a nossa mesa, indo em direção ao seu lugar costumeiro. O rapaz lançou um olhar surpreso para nosso grupo, parecendo confuso com a situação. — O que? Jax franziu o cenho, surpreso com a reação de Liam, mas sendo o calouro estupido que era, manteve um sorriso debochado em seu rosto. Na verdade, em seus próprios companheiros era fácil identificar os calouros, eles estavam achando graça da situação enq