Rose Meu olhar percorreu aquele cenario infernal sem saber o que fazer. Tudo se desenvolveu em camera lenta à minha frente. Em um lado, Jax estava caído, gemendo de dor em uma poça do proprio sangue, sendo amparado por um garçom. Seus amigos estavam do outro lado, mantendo certa distancia com uma expressão que variava da surpresa ao medo, mantendo a maior distancia possível de Christian, que estava ao meu lado com ambas as mãos erguidas em um sinal de rendição depois de entregar as chaves da moto para Theo. A calçada do lado de fora estava começando a encher também, varias pessoas se aglomeravam perto da vidraça vendo o que estava acontecendo, algumas tirando fotos ou filmando com o celular enquanto os policiais se aproximavam de nós. — Pai, faz alguma coisa — Eu implorei por uma solução magica, uma que impedisse que meu namorado fosse levado por aqueles homens — Chris… Eu tentei abaixar uma das suas mãos para puxá-lo para mim, mas ele se manteve firme, olhando para o outro lado e
ChristianEstava deitado na cama, observando a luz do pôr do sol que entrava pela pequena janela no corredor de frente para a cela que eu ocupava. A minha cela era a única ocupada na delegacia, e aquilo não era uma surpresa. Em uma cidade tão pacata quanto Grayfox Mills, era difícil ter algum movimento na delegacia durante a semana, quando todos os universitários estavam ocupados com suas aulas.Tudo o que eu gostaria. Me ocupar com minhas aulas sem ter que lidar com nenhum babaca que resolveu brincar com a minha garota! Mas aquele babaca tornou isso impossível.Eu já estava ali há mais de vinte e quatro horas, e tinha sido tempo suficiente para acalmar minha mente, pelo menos no que se diz respeito ao Jax. Mas, apesar de ter tirado alguns cochilos durante o dia, eu não conseguia parar de imaginar como Rose estava, a expressão de seu rosto enquanto eu era algemado não saia de minha mente, e eu apenas queria a oportunidade de falar com minha namorada e garantir que ela estava bem.Minh
ChristianParei a moto em uma vaga na frente do bar onde Rose encontrou Josh no início do ano. Eu franzi o cenho, ao ver todos descerem das motos ali. Aquele lugar não estava entre os meus preferidos e Rose devia saber disso, já que não tínhamos voltado ali desde que tudo aconteceu.Ela desceu antes de mim, tirando o capacete, passando os dedos no cabelo para ajustá-lo se colocando ao meu lado ao notar minha hesitação em descer da moto.— Vamos, já está na hora da gente dar uma segunda chance a esse lugar — ela piscou para mim — vamos aproveitar como deveríamos ter feito aquele dia. Aquilo foi o suficiente para me convencer, eu tirei o capacete, descendo da moto. Dali podíamos ouvir uma banda tocando um cover de aerosmith. Todos começaram a entrar no local, não se importando em me esperar. Eu respirei fundo, passando o braço pelo ombro de Rose, começando a seguir em direção à entrada do lugar. Tanto Rose quanto eu acabamos com as costas da mão carimbadas indicando que éramos menores
ChristianEu me sentei, pegando a garrafa de cerveja da minha irmã, tomando um gole antes que ela pegasse a garrafa da minha mão, acertando um tapa na minha cabeça.— O seu sogro garantiu que vai vencer o Bobby e o Otto na sinuca, eles nunca perderam no bar — Meu pai apontou para a mesa onde Rose e Jack se preparavam para começar o jogo.— Meu sogro é… um pouco competitivo. Rose puxou isso dele — eu comentei.— Um pouco? Isso é piada né. da última vez os dois acabaram em uma corrida na neve só para desempatar uma série de jogos de tabuleiro — Cam revirou os olhos.— Corrida na neve? — Minha mãe ergueu ambas as sobrancelhas.— Enquanto tiravam as roupas — Theo completou.— Tiravam as roupas? — Amber engasgou ao meu lado.— Tinha uma série de jogos de acertar ao alvo no meio do percurso, cada vez que erravam tinham que tirar uma peça. No fim da corrida ele estava apenas de bermuda e botas e ela de top de ginástica, short e botas — eu expliquei, pegando a garrafa de cerveja do meu pai, s
Christian— Você ouviu o discurso do Liam? — Rose perguntou.Virei minha cabeça para o lado para observá-la, ela estava sentada no chão ao lado da cama, vestindo apenas a minha boxer enquanto fazia um desenho em um bloco. Ninguém tinha voltado para casa ainda e nós estávamos aproveitando o silêncio.Eu me sentia exausto depois de tudo o que tinha acontecido nos últimos dias, não podia acreditar que aquele pesadelo finalmente tinha chegado ao fim. Depois de chegar em casa e tomar um banho demorado com a Rose, a única coisa que consegui fazer foi me deitar e ficar olhando para o teto do meu quarto, imaginando como tudo aconteceria dali pra frente.— Teria como não ouvir? — eu ironizei.— Você acha que ele falou sério sobre a visão dele de futuro? — ela virou o rosto para me observar.— Eu não sei, talvez. Mas…Eu me calei, pensando no que exatamente eu iria falar. Porque cada vez mais todo o cenário que ele descreveu ganhava vida em minha mente, e a cada segundo eu o considerava mais ag
Rose Meu olhar estava fixo na série de peças de xadrez apoiadas em um aparador ao lado do meu cavalete de desenho enquanto minha mão se movia instintivamente com o lápis sobre o papel. Eu tentava comandar minha mão a replicar cada detalhe daquela cena, mesmo sabendo que quando finalmente olhasse para a folha ao fim do exercício de desenho cego, seria impossível reconhecer o pequeno peão. — Com licença, senhorita… — a voz de Philip Black, nosso professor de desenho artístico fez com que eu desviasse minha atenção do peão. Ele estava parado a alguns metros de distância, chamando atenção de uma outra garota. — Ramirez, Susan Ramirez— Ela se apresentou. — Senhorita Ramirez, o seu desenho está perfeito — ele elogiou. — Obrigada — um sorriso brotou em seu rosto. — Não é um elogio, qual foi a parte do exercício de desenho cego você não entendeu? — ele cruzou os braços, a encarando com uma carranca. — O que? — ela balbuciou, voltando a olhar para sua folha. — Eu pedi um desenho cego
Rose Os dias passaram depressa naquela primeira semana, quando menos esperei, já era sexta feira e eu finalmente tinha conseguido esvaziar a última caixa com meus pertences. Ao terminar a organização eu observei o contraste entre o lado de Alicia do quarto e o meu. Todos os pertences da minha colega eram organizados por cores, inclusive suas roupas, as paredes brancas estavam completamente limpas sem nenhum pôster sequer, sua cama parecia feita para um comercial, cheia de almofadas e com uma grande colcha florida em tons de rosa. A sua escrivaninha seguia o mesmo padrão de organização, em um canto posicionado em um ângulo exato de 45 graus, estava um porta retrato com uma foto completa da família Waldorf, ao centro, o livro que ela usou para estudar na noite anterior estava fechado com um pequeno bloco de notas personalizado com seu nome em cima. Ao lado do livro, uma caneta, uma lapiseira e um marca texto estavam alinhados por ordem de tamanho. — Ela deve passar mais tempo organizan
Rose Eu digitei uma mensagem rápida para minha mãe, avisando que ela deveria ir ao encontro duplo com meu pai, guardando o celular em seguida, desviando de um aglomerado de alunos que pareciam entusiasmados com alguma coisa quando um corpo se chocou contra o meu. Em um segundo eu senti o impacto da grama com a lateral do meu corpo, fazendo uma dor aguda surgir. Eu me sentei, olhando a lateral do meu braço esfolada e o meu jantar todo no chão. Hoje com certeza não é meu dia! — Cuidado aí, gatinha. Você quase fez eu perder uma recepção — O rapaz que me atropelou gracejou, se afastando sem sequer me ajudar a me levantar. — Gatinha? Qual é o seu problema, seu imbecil — eu me levantei, gritando em resposta. O babaca que já tinha se afastado alguns passos parou, se virando para mim com um sorriso no rosto antes de me medir descaradamente, voltando a se aproximar. — Docinho, eu realmente não tenho tempo para te dar atenção agora, mas eu posso te passar meu número, então nós marcamos alg