Rose Nós nos acomodamos na mesa, e não demorou para que um jovem garçom se aproximasse. — Van Derr Wall, o mesmo de sempre? — Apenas duas cerveja dessa vez, e suco de amora para as garotas — Ele decidiu. — Ele tem idade para beber? — O garçom olhou desconfiado para Theo. — E quem disse que é para ele? Eu vou beber as duas — Liam garantiu. Aquela era a desculpa mais ridícula que eu já tinha ouvido, mas parece ter convencido o garçom, que anotou os pedidos e se afastou após nos entregar o cardápio. — Você vai beber as duas? — eu ironizei. — Eu poderia pedir três, se você não tivesse feito uma tatuagem — Ele piscou para mim. — E a Sky? — Eu não bebo — ela explicou. — Ela pensa que bebidas alcoólicas são satanás em seu estado líquido — Liam provocou a amiga, que teve todo o prazer em ignorá-lo. Mais uma vez eu me peguei pensando em como era possível aqueles dois não serem um casal. E pela expressão exasperada no rosto de Theo, ele pensava o mesmo. — Eu poderia dizer que me su
Rose Nós voltamos para o campus era cerca de oito horas da noite e o pôr do sol pintava o céu de incontáveis tons de laranja. — Você é primo dela, e ela fingiu não te conhecer — Sky murmurou inconformada. Nós estávamos caminhando no estacionamento, voltando para a moradia relembrando a forma como Allie simplesmente ignorou nossa presença no restaurante mais cedo. — Ela estava com o Simmons, com certeza sequer se lembrava o próprio nome — Liam ironizou — Não é nada que eu não estivesse esperando. — E será permitido para ela se lembrar do próprio nome? Eu aposto que a partir de agora ela só atenderá por baby, ou qualquer outro apelido brega que ele colocar nela. — Não seja má, Rose. Nem todos conseguem ter o talento nato para apelidos como eu — Liam piscou para mim. Eu estava prestes a responder quando uma figura alguns metros a frente chamou minha atenção. Christian estava deitado embaixo de uma árvore com os olhos fechados, parecendo alheio ao mundo ao seu redor. Tentando resis
Rose — Como discorremos na aula anterior, o período Paleolítico superior foi um período agrafo, tudo o que se sabe sobre aquela cultura foi reconstruída a partir de objetos encontrados em várias partes do mundo, e não foi diferente com as primeiras manifestações artísticas. O homem caçador costumava pintar nas paredes das cavernas muito do que ele via na natureza. Aqui, por exemplo, podemos ver o tipo de pintura que faziam, essas mãos em negativo foram encontradas em uma caverna da França — Karen Martinez, nossa professora de história da arte mostrava cada um dos slides que tinha separado para a aula, enquanto eu tentava não dormir — Nessa época, utilizavam pó colorido, que faziam a partir de pedras trituradas e sopravam com bambu em torno das próprias mãos. Eu respirei fundo, inclinando minha cabeça para trás, observando o teto enquanto meus colegas tomavam notas de cada detalhe daquela aula. Eu estava com uma regata cavada, a irritação na área tatuada e a falta de roupas largas o s
Rose — Você literalmente deixou para a última hora, isso é tão estupido — eu o provoquei. — Eu não lembrava do projeto e agora eu preciso de ajuda — Ele explicou — Por que eu aceitaria isso? — Christian foi direto. — Porque nós estamos te dando nenhuma alternativa — Sky deu de ombros, remexendo seus nachos. Eu sentia Jax O'Donnel observando nosso grupo, e aquilo já estava começando a me irritar, e parece que eu não fui a única a perceber. — Hey, Simmons, seu calouro perdeu alguma coisa nas minhas garotas? — Liam ergueu a voz, atraindo a atenção de Wayne, que passava próximo a nossa mesa, indo em direção ao seu lugar costumeiro. O rapaz lançou um olhar surpreso para nosso grupo, parecendo confuso com a situação. — O que? Jax franziu o cenho, surpreso com a reação de Liam, mas sendo o calouro estupido que era, manteve um sorriso debochado em seu rosto. Na verdade, em seus próprios companheiros era fácil identificar os calouros, eles estavam achando graça da situação enq
Rose No início da noite nos juntamos em meu quarto, espalhando todas as peças da maquete de Theo no chão enquanto trabalhávamos. Eu estava deitada de bruços no chão, trabalhando em uma miniatura de quadro enquanto Theo cortava os moldes em madeira balsa para os móveis e Skyller pintava algumas peças e colocava para secar sobre um papelão no chão. Liam tinha ficado encarregado de buscar a pizza para o Jantar e estava demorando mais do que esperávamos. — O Davis sabe qual é o seu quarto? — Sky perguntou. — Ahhh se ele não souber, vai adorar descobrir hoje — Theo me provocou. — Muito engraçado, Peterson. Por que você não se concentra no seu projeto? — Você mesmo disse que ele estava atrás da Alícia para transar, por que não com você? — Sky me provocou. Eu lancei um olhar divertido a ela antes de voltar minha atenção para minha pintura em miniatura. — Se for olhar por esse lado, então você é mais o tipo dele. Magra, loira, delicada — eu ironizei — além disso, o cara que escolheu
Christian — De acordo com a Regra de Hund, se houver orbitais degenerados disponíveis, ou seja, com o mesmo nível de energia, inicialmente os elétrons ocupam os orbitais vazios, para depois emparelhar. Não esqueçam de anotar isso. A nossa avaliação está chegando, e eu tenho certeza que quem tiver um caderno bem feito não terá nenhum problema! Eu tomei nota de tudo o que a Srtª Hanh, minha professora de química geral, dizia de maneira despreocupada. Aquela professora era ligeiramente estranha, então eu preferia me acomodar sempre na última fileira da sala, tentando evitar que ela me notasse para me fazer perguntas como costumava. Eu estava alternando minha atenção entre a aula e as mensagens que estavam chegando em meu celular. Ajudar Theo Peterson em seu projeto no início de semana foi como uma iniciação, ou talvez, ajudar a colocar o O'Donnel em seu lugar tenha sido a iniciação, de qualquer forma, agora eu fazia parte do grupo. "Terminamos a aula antes, Liam e os outros vão ma
Christian Mas, ao contrário do que imaginei, Allie não deixou de me seguir parecendo disposta a encontrar um novo assunto. — Você vai ao festival? — Sim, Rose está me esperando no estacionamento agora — eu avisei sem pensar. Uma expressão de pura surpresa surgiu no rosto da garota, parecendo não compreender porque sua antiga amiga estaria me esperando, e eu não a julgo, dado ao início conturbado que Rose eu tivemos. — Por que ela está te esperando? — Eu vou dar uma carona para ela — eu ergui um dos capacetes que eu carregava, vendo sua expressão se tornar cada vez mais surpresa. — E desde quando ela pega carona com você? — eu notei um certo incômodo em sua voz, e confesso que não resisti a provocá-la um pouco. Eu pude ver Rose conversando com algumas garotas há alguns metros na entrada do estacionamento, ela franziu o cenho assim que notou quem estava ao meu lado, mas forçou um sorriso em resposta a algo que uma das garotas tinham dito. Ela vestia uma calça jeans larga e o qu
Christian Nós estávamos quase no centro da cidade, já podíamos ver as ruas para o festival que comemorava o aniversário da cidade, eu decidi encontrar um lugar tranquilo para estacionar e seguir a pé. Eu parei a moto e Rose e eu desembarcamos, nos livrando do capacete em seguida. — Eu preciso admitir, sua moto é linda — ela elogiou, penteando o cabelo com os dedos após se livrar do capacete — Qual a chance de você me deixar pilotar? — Você já pilotou alguma moto antes? — eu cruzei os braços, observando enquanto ela usava o espelho retrovisor para ajeitar os cabelos. — Nunca, mas tenho certeza que consigo se tentar — ela admitiu tirando a jaqueta antes de me devolver. — Você não vai tentar com a minha moto — Eu sorri, vestindo a peça, seguindo pelas ruas da cidade. — Você é um verdadeiro estraga prazeres, Davis. Depois da sua exibiçãozinha eu provavelmente vou recuperar meu antigo apelido do colégio, então no mínimo você deveria me agradecer é me ensinar a pilotar a moto — ela in