Christian
Eu bati a porta com força ao entrar no carro, o que eu fiz para merecer tudo o que estava acontecendo? Um misto de sentimentos dançava em meu interior. Por um lado eu estava surpreso, magoado e com o orgulho ferido com a atitude de Alicia, por outro lado, a presença de Rose conseguia aplacar aqueles sentimentos, já que a irritação por sua atitude abafava tudo o que aconteceu. — Hey, cuidado com a Brigitte — Rose ralhou antes de voltar a dirigir. Eu observei seu perfil enquanto ela dirigia, seus cabelos negros e espessos me impediam de ter uma visão clara de seu rosto, como se quisesse facilitar as coisas para mim, a garota colocou o cabelo atrás da orelha, me lançando um olhar enviesado. Eu não podia negar que ela era bonita, ela tinha traços perfeitos e delicados em seu rosto, mas para mim, toda aquela beleza era ofuscada por uma aura de petulância e prepotência que dominava o seu mau gênio. — Eu sinto muito pela situação na festa — Rose puxou assunto depois de dirigir por alguns minutos em silêncio. — Eu não preciso da sua caridade, Campbell. Você não precisa fingir que se importa — Eu devolvi em um tom rude. Eu sabia que estava sendo ingrato, se não fosse ela, além de tudo eu teria que andar por quilômetros até chegar ao campus, já que preferi ir de carona para poder beber a vontade na festa, mas não conseguia manter minha guarda baixa ao seu redor. — Nem se eu fosse a melhor atriz do universo eu conseguiria fingir que me importo com você — Ela me olhou com desdém. — Então por que você está me sequestrando? Não deveria estar com a sua amiga tentando a sorte com um dos caras do time ou algo assim? — eu murmurei, observando a paisagem interiorana através da janela. — Em primeiro lugar, ela era minha colega de quarto, não amiga — Rose me corrigiu — em segundo lugar, eu não tenho que tentar a sorte com ninguém, aqueles caras que teriam a sorte de estar comigo. Não pude evitar uma risada descrente diante daquela fala. Ela realmente acha que é de bom tom falar algo assim? — Sabe o que eu não entendo? Como você consegue entrar em espaços pequenos como esse carro com esse seu ego gigante — eu devolvi, recebendo um sorriso em troca. — Além disso, a atitude dela foi ridícula, e como sua amiga eu não posso apoiá-la. Eu franzi o cenho, me virando para ela erguendo ambas as sobrancelhas ao respondê-la. — E quem disse que eu quero sua amizade? — E quem disse que eu te dei opção? — ela olhou para mim com uma expressão vitoriosa. É isso, ela é completamente maluca. Foi quando algo chamou minha atenção, ao invés de seguir em direção ao campus, Rose pegou uma saída nos levando a rodovia, fazendo minha confusão aumentar. — Esse não é o caminho do campus! — Não, eu tenho um compromisso em Waterfall e você vai me fazer companhia — ela piscou para mim. Isso só pode ser piada! — Não vou. — Olha, não é como se você tivesse outros planos ou estivesse disposto a saltar de um carro em movimento — Ela devolveu. — Por que você decidiu ser minha amiga? Pensei que não me suportasse. Rose respirou fundo, parecendo organizar seus pensamentos antes de começar a falar. — E eu não suporto, você é arrogante, sarcástico, irônico e conseguiu me tirar do sério aquele dia — Ela apoiou o cotovelo na janela, passando a mão pelos cabelos enquanto segurava o volante com uma única mão, fazendo eu correr os olhos por seu corpo, não conseguindo evitar notar o quanto ela era sexy, mesmo sendo irritante. — Você tem algum ponto? Rose inclinou a cabeça para me olhar, dando um pequeno sorriso antes de concluir seu pensamento. — Eu sou arrogante, sarcástica e irônica. E isso provavelmente vai fazer com que eu jogue coisas em você e tente te atropelar às vezes… — Então você está dizendo que isso será algo rotineiro? — eu a interrompi. — Mas não quer dizer que eu te despreze, como acontece com Jax O'Donnel. E eu odiei a forma como Allie te tratou hoje, apenas me mostrou que eu estava perdendo o meu tempo achando que ela tinha mudado e não era mais a vadiazinha perfeita e superficial que eu conheci no colégio — Rose suspirou, voltando sua atenção para a estrada — é claro que eu não sou tão maluca assim, e se você realmente não me quiser por perto, eu não vou insistir. Mas se eu fosse você, mostraria para todos aqueles babacas arrogantes que você é melhor que todos eles juntos. Eu estreitei os olhos diante de seu discurso, não sabendo exatamente como me sentir com sua proposta, mas não podia negar que era intrigante. — O que você planeja? — decidi sondá-la. — Eu posso ver em seus olhos que no fundo você é como eu, Davis. Eu não sei o que aconteceu para você estar se controlando tanto e mantendo essa pose de antissocial, mas a gente pode mostrar para todos o quanto estão errados em te subestimar. — Eu não estou disposto a entrar em nenhuma fraternidade estúpida e parece que isso é o que importa aqui, não é mais como no High School, Rose — eu devolvi, balançando a cabeça de maneira negativa. — Não, não é. Mas eu sei que não importa fraternidades e irmandades, o que importa é a pessoa estar disposta a cometer algumas loucuras pelo caminho. E eu sei que você está — ela declarou sem me olhar. Ela tinha razão, eu não podia negar. Mas também não estava disposto a me render tão depressa. — Como você pode ter tanta certeza? — Porque você é igual a mim, e eu sei que eu vim para a faculdade para me formar, mas também para ter aquela experiência maluca que vou fazer questão de esconder dos meus filhos algum dia para não correr o risco de corrompê-los — ela ironizou me fazendo rir. Eu parei por um segundo, pensando no que ela estava me propondo. Estava claro que eu queria que meus anos de faculdade fossem memoráveis, apenas não estava disposto a me meter em uma confusão tão séria quanto a de dois anos atrás. Mas eu poderia considerar a proposta dela, mesmo que não admitisse em voz alta. — Ser igual a você não é nenhum tipo de elogio, Campbell — eu murmurei em resposta, recebendo uma gargalhada melodiosa em troca — além disso, nós não pertencemos a nenhuma fraternidade E essas festas quase sempre são exclusivas. Eu apenas não fui expulso hoje porque provei que ela tinha me convidado. — Liam Van Derr Wall também não pertence a nenhuma fraternidade e ainda assim vai em todas as festas — ela devolveu. — Isso é porque sabem que se ele for, vai atrair a presença de muitas garotas — Eu murmurei. Sinceramente eu não entendia o que aquele cara tinha de tão interessante, muitas garotas com quem eu tinha aula sabiam muito sobre ele e faziam de tudo para conseguir sua atenção, e estavam no campus há poucas semanas. — Então não será um problema, afinal as garotas adoram um cara misterioso de olhos azuis. Você só precisa trabalhar um pouco e se esforçar para não parecer um maníaco — ela me provocou. — Quando você diz 'as garotas', está se incluindo? — eu virei meu rosto para ela com um sorriso sarcástico na tentativa de envergonhá-la. Mas ao invés de observar seu rosto ficando vermelho e ela mudando de assunto como eu esperava, Rose voltou a rir, me lançando rápidos olhares divertidos com o canto dos olhos, dividindo a atenção entre a estrada e eu. — Sinto muito, mas não — não sabia dizer se eu me sentia decepcionado ou não com aquela resposta. — Olhos azuis não fazem o seu tipo então? — Ahh longe disso, seus olhos são lindos. Um dos mais bonitos que já vi. Mas existe um problema — ela falou devagar, despertando a curiosidade em meu interior. — Qual? — Quando eu olho para você, eu sinto o desejo quase incontrolável de te atropelar repetidas vezes, a sua sorte é que eu nunca faria nada para machucar a Brigitte — ela sorriu de maneira inocente, me fazendo gargalhar. — E eu é que pareço um maníaco? Nós ficamos em silêncio depois disso, eu aproveitei o tempo que teríamos durante aquele trajeto até Waterfall para pensar em tudo o que estava acontecendo, me surpreendendo ao notar que aquele mal humor e sentimento negro que me dominou naquela festa estava diminuindo de maneira gradual. — Quem é Brigitte? — eu soltei depois de um tempo em silêncio. Ela já tinha falado aquele nome duas vezes, mas apenas naquele momento eu notei. — Meu carro — ela respondeu com naturalidade. — Você nomeou seu carro? Está falando sério? — O que? Você nunca leu Christine? Todo carro precisa de um nome, e o mais adequado é que seja um nome feminino — ela deu de ombros. Ótimo, depois de tentar me atropelar, ela usa esse exemplo. — Você dirige um carro antigo e vermelho e tem Christine como inspiração? Estou começando a me preocupar — eu a provoquei. — Não se preocupe, infelizmente a Brigitte não se regenera como a Christine e meu pai me mataria se eu voltasse para casa e ela estivesse com um arranhão sequer — ela devolveu com um olhar divertido. — Seu pai? — eu decidi conhecê-la um pouco melhor. — Meu avô comprou esse carro de presente para o meu pai quando ele entrou na faculdade, e ele me deu quando eu fui aceita na D.U. — ela explicou. — É uma boa história — eu comentei. Nós dois voltamos a ficar em silêncio, e logo notei que nos aproximávamos da entrada de Waterfall. — Que tipo de compromisso você tem aqui? — Eu finalmente perguntei. Rose apontou para o porta luvas, eu lancei um olhar questionador antes de abrir a porta do compartimento após ela me incentivar com o olhar, retirando alguns papéis dali. — Escolhe um — ela pediu. Eu observei diversos desenhos sem compreender o significado daquilo. — O que eu estou escolhendo? — eu perguntei sem desviar o olhar dos desenhos. — Minha tatuagem — ela explicou. Eu a encarei sem saber como reagir diante daquela informação. Ela vai mesmo confiar em mim para escolher o desenho de uma tatuagem? — Sério? E você quer que eu escolha? — Por que a surpresa? — Você acabou de me conhecer e quer que eu escolha o desenho que vai ficar gravado na sua pele para sempre — eu apontei folheando mais uma vez as opções. Sua risada encheu o ambiente, ela me lançou um rápido olhar divertido antes de me responder. — Qual o problema? Eu gostei de todos esses desenhos, apenas estou indecisa sobre qual escolher, não é como se eu corresse o risco de acabar com um unicornio zumbi tatuado na testa. Eu quero saber o que você acha que vai ficar melhor em mim — ela respondeu. Eu separei duas opções que eu mais tinha gostado, antes de fazer a pergunta final. — Onde você vai tatuar? — eu perguntei enquanto entrávamos na cidade Rose suspirou, parecendo pensativa. Eu pensei que ela não me responderia, mas sua resposta veio após alguns segundos quando ela estacionou o carro junto ao meio fio. — Vamos fazer o seguinte, escolhe o desenho e o lugar em que ele vai ficar — ela piscou para mim antes de sair do carro. Eu pisquei atordoado alguns segundos antes de segui-la, ela mesmo vai me deixar escolher o lugar? — Você está falando sério? — não tive dificuldade em alcançá-la, colocando as mãos no bolso enquanto caminhava ao seu lado. — Eu não vou fazer nenhuma tatuagem no rosto — ela avisou. Eu avistei a entrada do estúdio, me apressando para abrir a porta para que ela passasse. Após falar com a recepcionista, nós nos acomodamos em um sofá, esperando para que fossemos atendidos enquanto eu pensava no que ela tinha proposto antes. — Então, já escolheu? — Ela começou a folhear um catálogo de artes para tatuagens. — Qual o significado da tatuagem para você? — eu decidi descobrir um pouco mais sobre ela. Rose suspirou, fechando o catálogo e colocando sobre minhas pernas antes de devolver em um tom irônico. — Significa que eu tenho dinheiro e o tatuador tem um horário vago. Eu só quero um desenho bonito. Eu abri o catálogo, folheando com desleixo enquanto observava o corpo dela, imaginando um lugar adequado para uma tatuagem. — Me deixa escolher outra? — Eu indiquei o catálogo, fazendo ela arregalar os olhos. — Eu não confio em você tanto assim, Davis. — Eu escolho o desenho e te mostro, se você gostar, você faz — eu propus. Rose pensou por alguns momentos antes de concordar com a cabeça. Ela tinha muitos desenhos bonitos, mas nenhum parecia combinar com o lugar que eu escolhi. Eu lhe mostrei um desenho de três flores acompanhando a linha da costela próxima ao seio. — Uau, adorei — ela pegou o catálogo da minha mão, observando de perto. Eu sorri satisfeito, o desenho ficaria ótimo nela, mas o principal motivo de minha escolha foi imaginar o quanto aquela tatuagem seria dolorosa, principalmente em alguém tão magra. — Eu acho que vai ficar perfeita em você — eu pisquei para ela, sabendo que eu deveria alertá-la o quanto seria doloroso, mas não fiz. — Sim, eu tinha pensado em algo como o ombro ou a coxa, mas essa é tão delicada — ela concordou.Christian Nós fomos chamados, entrando na sala em seguida. Eu observei algumas fotos e artes espalhadas nas paredes enquanto Rose explicava para o tatuador, que era um rapaz apenas alguns anos mais velho que nós dois, o que ela queria. — Você vai ficar aqui com ela? — O rapaz chamou minha atenção. Em um primeiro momento pensei em negar, mas ao pensar na área que seria tatuada, não me senti confortável em deixá-la sozinha com um completo desconhecido. Não que nós dois nos conhecêssemos há muito tempo, mas eu decidi ficar mesmo assim. — Sim — Eu dei de ombros, recebendo um olhar divertido em troca. — E eu pensando que você tinha escolhido esse lugar porque ficaria bom, no fim, você só quer me ver sem blusa — Rose ironizou enquanto o tatuador lhe instruiu a tirar a peça e se acomodar na maca, onde tinha um lençol para ela se cobrir enquanto ele ajustava o desenho em seu computador. — Não foi por isso que eu escolhi — eu me aproximei dela, olhando em seus olhos. — Por que então? —
Rose Comecei a revirar meu armário em busca de uma roupa ainda enrolada em uma toalha após sair do banho. Eu tinha decidido aproveitar o domingo e dormir até tarde, me esquecendo que tinha combinado de sair com Liam e os outros. Eu tirei a toalha, me virando de lado em frente ao espelho para passar a pomada cicatrizante na tatuagem antes de colocar um novo curativo transparente sobre ela. Eu espalhei a pomada com delicadeza sobre a pele, resistindo a tentação de coçar a área, admirando o delicado desenho do girassol rodeado de duas margaridas, formando um pequeno buquê. — Ele é irritante mas tem bom gosto — eu contornei o pequeno desenho com a ponta do dedo. Coloquei o curativo com cuidado, sorrindo ao me lembrar de tudo o que aconteceu ontem, desde aquela festa desastrosa até o momento em que eu estive a um passo de beijar Christian. Eu com certeza teria feito se aquela dor irritante não tivesse recomeçado naquele momento. Christian Davis tinha despertado um misto de emoções
Rose Nós nos acomodamos na mesa, e não demorou para que um jovem garçom se aproximasse. — Van Derr Wall, o mesmo de sempre? — Apenas duas cerveja dessa vez, e suco de amora para as garotas — Ele decidiu. — Ele tem idade para beber? — O garçom olhou desconfiado para Theo. — E quem disse que é para ele? Eu vou beber as duas — Liam garantiu. Aquela era a desculpa mais ridícula que eu já tinha ouvido, mas parece ter convencido o garçom, que anotou os pedidos e se afastou após nos entregar o cardápio. — Você vai beber as duas? — eu ironizei. — Eu poderia pedir três, se você não tivesse feito uma tatuagem — Ele piscou para mim. — E a Sky? — Eu não bebo — ela explicou. — Ela pensa que bebidas alcoólicas são satanás em seu estado líquido — Liam provocou a amiga, que teve todo o prazer em ignorá-lo. Mais uma vez eu me peguei pensando em como era possível aqueles dois não serem um casal. E pela expressão exasperada no rosto de Theo, ele pensava o mesmo. — Eu poderia dizer que me su
Rose Nós voltamos para o campus era cerca de oito horas da noite e o pôr do sol pintava o céu de incontáveis tons de laranja. — Você é primo dela, e ela fingiu não te conhecer — Sky murmurou inconformada. Nós estávamos caminhando no estacionamento, voltando para a moradia relembrando a forma como Allie simplesmente ignorou nossa presença no restaurante mais cedo. — Ela estava com o Simmons, com certeza sequer se lembrava o próprio nome — Liam ironizou — Não é nada que eu não estivesse esperando. — E será permitido para ela se lembrar do próprio nome? Eu aposto que a partir de agora ela só atenderá por baby, ou qualquer outro apelido brega que ele colocar nela. — Não seja má, Rose. Nem todos conseguem ter o talento nato para apelidos como eu — Liam piscou para mim. Eu estava prestes a responder quando uma figura alguns metros a frente chamou minha atenção. Christian estava deitado embaixo de uma árvore com os olhos fechados, parecendo alheio ao mundo ao seu redor. Tentando resis
Rose — Como discorremos na aula anterior, o período Paleolítico superior foi um período agrafo, tudo o que se sabe sobre aquela cultura foi reconstruída a partir de objetos encontrados em várias partes do mundo, e não foi diferente com as primeiras manifestações artísticas. O homem caçador costumava pintar nas paredes das cavernas muito do que ele via na natureza. Aqui, por exemplo, podemos ver o tipo de pintura que faziam, essas mãos em negativo foram encontradas em uma caverna da França — Karen Martinez, nossa professora de história da arte mostrava cada um dos slides que tinha separado para a aula, enquanto eu tentava não dormir — Nessa época, utilizavam pó colorido, que faziam a partir de pedras trituradas e sopravam com bambu em torno das próprias mãos. Eu respirei fundo, inclinando minha cabeça para trás, observando o teto enquanto meus colegas tomavam notas de cada detalhe daquela aula. Eu estava com uma regata cavada, a irritação na área tatuada e a falta de roupas largas o s
Rose — Você literalmente deixou para a última hora, isso é tão estupido — eu o provoquei. — Eu não lembrava do projeto e agora eu preciso de ajuda — Ele explicou — Por que eu aceitaria isso? — Christian foi direto. — Porque nós estamos te dando nenhuma alternativa — Sky deu de ombros, remexendo seus nachos. Eu sentia Jax O'Donnel observando nosso grupo, e aquilo já estava começando a me irritar, e parece que eu não fui a única a perceber. — Hey, Simmons, seu calouro perdeu alguma coisa nas minhas garotas? — Liam ergueu a voz, atraindo a atenção de Wayne, que passava próximo a nossa mesa, indo em direção ao seu lugar costumeiro. O rapaz lançou um olhar surpreso para nosso grupo, parecendo confuso com a situação. — O que? Jax franziu o cenho, surpreso com a reação de Liam, mas sendo o calouro estupido que era, manteve um sorriso debochado em seu rosto. Na verdade, em seus próprios companheiros era fácil identificar os calouros, eles estavam achando graça da situação enq
Rose No início da noite nos juntamos em meu quarto, espalhando todas as peças da maquete de Theo no chão enquanto trabalhávamos. Eu estava deitada de bruços no chão, trabalhando em uma miniatura de quadro enquanto Theo cortava os moldes em madeira balsa para os móveis e Skyller pintava algumas peças e colocava para secar sobre um papelão no chão. Liam tinha ficado encarregado de buscar a pizza para o Jantar e estava demorando mais do que esperávamos. — O Davis sabe qual é o seu quarto? — Sky perguntou. — Ahhh se ele não souber, vai adorar descobrir hoje — Theo me provocou. — Muito engraçado, Peterson. Por que você não se concentra no seu projeto? — Você mesmo disse que ele estava atrás da Alícia para transar, por que não com você? — Sky me provocou. Eu lancei um olhar divertido a ela antes de voltar minha atenção para minha pintura em miniatura. — Se for olhar por esse lado, então você é mais o tipo dele. Magra, loira, delicada — eu ironizei — além disso, o cara que escolheu
Christian — De acordo com a Regra de Hund, se houver orbitais degenerados disponíveis, ou seja, com o mesmo nível de energia, inicialmente os elétrons ocupam os orbitais vazios, para depois emparelhar. Não esqueçam de anotar isso. A nossa avaliação está chegando, e eu tenho certeza que quem tiver um caderno bem feito não terá nenhum problema! Eu tomei nota de tudo o que a Srtª Hanh, minha professora de química geral, dizia de maneira despreocupada. Aquela professora era ligeiramente estranha, então eu preferia me acomodar sempre na última fileira da sala, tentando evitar que ela me notasse para me fazer perguntas como costumava. Eu estava alternando minha atenção entre a aula e as mensagens que estavam chegando em meu celular. Ajudar Theo Peterson em seu projeto no início de semana foi como uma iniciação, ou talvez, ajudar a colocar o O'Donnel em seu lugar tenha sido a iniciação, de qualquer forma, agora eu fazia parte do grupo. "Terminamos a aula antes, Liam e os outros vão ma