Carioca
Essa semana tá osso, tô negociando com o Turco a compra de uma nova remessa de armas, as melhores do mercado atualmente, também tá chegando carregamento de drog*s porque sábado é dia de baile e tem que estar bem abastecido, vem muita gente de fora, de vários lugares, inclusive os playboys da pista e as patricinhas que adoram sentar pra bandid*, aí a grana rola solta.
A Jéssica tá comendo meu juízo dizendo que não procuro mais ela, ela fica nessa de romancezinho, já falei que é só um pente e rala, ela vem atrás porque quer, sabe muito bem que esse lance de sentimento não é comigo. Ela faz gostoso tudo que eu quero na cama e gosto disso, gosto muito aliás, mas é só isso, uma transa boa e depois ela volta pro apartamento na pista que eu dei e eu sigo aqui, pegando várias, porque eu gosto é de variedade, não sei porque ela se ilude achando que alguma coisa entre nós vai mudar.
Fernanda
Saio do trabalho, pego meu ônibus e desço na parada próxima ao morro, vou subindo e no caminho resolvo tomar um açaí no trabalho da Dani.
Quando cheguei lá estava bem movimentado, fiquei até a hora de fechar e fomos embora junto com o Andrey e a Rebeca, jogando conversa fora pelo caminho.
— Belas, sábado no baile eu vou estar o fervor, quero arrasar, descer até o chão! — Andrey fala com seu jeito todo afeminado, fazendo caras e bocas.
Sim ele é gay, uma pessoa com uma energia ótima, ninguém fica triste perto dele.
— Eu até comprei um vestido novo hoje, vou estar daquele jeito e você dona Fernanda, vai junto, chega de ficar trancada em casa! — Dani fala empolgada.
— Ah Dani! Você sabe que não é a minha praia e nem roupa pra esses eventos eu tenho. — respondo.
— Eu empresto pra você! Temos o corpo bem parecido, com certeza vai servir em você. — Rebeca diz.
— Olha aí, se não tinha roupa, agora vai ter, então sem desculpas hein? — Dani continua.
Não houve nem tempo de recusar e o Andrey já puxou outro assunto.
— Gente, disfarça! Mas olha a moto de quem vem ali? — instintivamente nós três olhamos e ele nos repreende — Caraca! Vocês não sabem o que significa “disfarça”?
Nos viramos.
Nesse instante para ao nosso lado, uma moto enorme com um cara alto, magro, com um fuzil atravessado nas costas.
Aquilo me assustou, mas não posso negar que ele é bem lindinho e nesse instante, percebi que a Rebeca ficou sem jeito. Ela é ruiva, acho que seu rosto ficou da cor do seu cabelo, ali tem coisa.
— Aí ruiva, vamos trocar aquela ideia? O rapaz da moto fala.
— Não posso Lucas, preciso ir pra casa!
— Pô ruiva, deixa disso! Tempão que você tá nessas, se não quer falar hoje, tá beleza, mas sábado a gente troca essa ideia! — ele falou e saiu acelerado com a moto.
— Amiga vocês se gostam, esse lance não é de hoje, para de marra! — Dani aconselha.
— Lance ele tem com todas, você sabe muito bem como é, e eu não quero isso para mim não. — Rebeca ficou mexida com a presença do cara.
— Mas a gente sabe que tu é doidinha por esse envolvido aí e não tenta negar, não! — Andrey cutuca Rebeca.
O Andrey é uma figura, sempre com um humor debochado. Mas fiquei pensando em como uma garota tão bacana como a Rebeca, se envolveu com esse tipo de cara?
Japah
Hoje é sexta-feira, tô aqui fazendo uma ronda e o morro tá uma uva, mas só essa semana três foram pra vala, ficar devendo não rola, o Carioca não perdoa e por esses dias ele anda virado, num mau humor terrível e mesmo assim piranha é o que não falta pra ele, meu mano é o rei delas.
Pra mim também tem várias, mas eu sou mais discreto, mesmo assim a quantidade é grande, vida de bandid* é essa ai mesmo e elas gostam.
SÁBADO DIA DE BAILE:
Carioca
Tudo alinhado pro baile hoje, som, DJ, luzes, drog* abastecida, eu invisto pesado mas o retorno de grana tem que vir, tenho que faturar.
Vou pra minha casa descansar um pouco, porque a noite hoje vai ser longa.
Durmo e acordo um pouco depois das 20 horas, levanto e pago um banho, visto uma camisa e bermuda preta da Lacoste, pego no closet um Nike zerinho ainda com etiqueta, coloco meu relógio e meus cordões pesados de ouro, passo meu perfume de lei e tô pronto.
Quando desço, Japah já está me esperando, trajado no mesmo estilo.
— Chegou o rei delas! — Japah zoa.
— Vambora! — respondi.
Fomos cada um na sua moto, afinal, nos bailes sempre no final da noite, cada um vai pro seu lado com alguma mina, só nunca trazemos aqui pra casa.
NA CASA DE DANI E FERNANDA:
No quarto da Dani estava uma muvuca, Andrey e Rebeca foram para lá, assim todos se arrumariam juntos.
Dani colocou um vestido rosa pink, Andrey uma bermuda e camisa em tons pastéis, Rebeca um vestido preto coladinho e Fernanda uma saia e blusinha que Rebeca lhe emprestou.
Fernanda
Estava uma farra nós quatro nos preparando para o baile, roupas e maquiagens para todo lado.
— Gatas, vocês estão um arraso, é hoje que o LC fica doido né Rebequinha? E você dona Fernanda, fica esperta viu? Porque a Dani adora dar uns perdidos na gente e sumir do baile com um certo envolvido aí, se bobear você volta sem a sua amiga pra casa hoje! — Andrey fala tudo rapidamente e todas nós caímos na gargalhada. Dani fez uma cara irônica se fazendo de ofendida.
Eu vesti uma saia preta e uma blusinha branca com brilhos que a Rebeca trouxe para me emprestar e serviu certinho, nada muito chamativo, calcei uma sandália de salto que comprei no meu trabalho.
A Dani me ajudou com a maquiagem enquanto Andrey fez uma escova no meu cabelo. Me olhei no espelho e gostei do que vi.
— Gente estamos uma delícia, vamos tirar uma fotinho, junta todas aqui! — Andrey vem com o celular posicionado.
Tiramos a foto e ele postou no Faceb*ok, marcando todas nós.
Facebo*k de Andrey Freitas:
“Se a noite promete, então nós temos que cumprir”
Quando chegamos no tal baile, as ruas estavam cheias, tinha várias barraquinhas de bebidas e lanches, o som era muito alto, tínhamos que falar um no ouvido do outro.
Percebi que meus amigos conheciam quase todo mundo, a Dani então nem se fala, bastante popular, inclusive com os vapores.
Assim que entramos, vi o palco onde o DJ iria tocar, o local era uma mistura de escuridão com flashes de luzes coloridas, notei que haviam algumas áreas elevadas com escadinhas e diferentemente daqui de baixo que estava lotado, lá haviam bem menos pessoas. Mas não pude deixar de perceber vários homens armados lá.
Dani percebendo que eu olhava tudo, me explicou que era o camarote onde ficava o chefe e todo o bonde dele, inclusive haviam muitas mulheres.
Eu não me sentia totalmente a vontade, afinal nunca tinha ido em um lugar assim, eu estava com uma sensação de ser observada, deve ser porque nunca estive em um local como esse e com tanta gente junto.
Andrey já foi logo atrás de trazer umas caipivodkas pra nós, eu tentei recusar, mas disse que deixaram?
— Bebe boba, a sua pedi pra fazerem mais fraquinha, você vai gostar! Vamos brindar? — ele levantou o copo.
Brindamos e o tal LC chega e fala algo no ouvido da Rebeca, ela sorri meio sem jeito e eu me pergunto de onde esse cara saiu, brotou do chão? Há um segundo atrás ele não estava aqui.
Percebi que ele falou mais alguma coisa e ela negou com a cabeça, até que ele beija o pescoço dela e sobe pro camarote.
Rebeca nos diz que ele a convidou pra ir lá pra cima no camarote e que era para irmos com ela, mas ela não queria ir.
— Ah vamos sim, deixa de ser bestinha ruiva! Lá tem comidinhas, bebida, tudo liberado e você é caidinha por ele que eu sei, tá louca pra reviver os velhos tempos e esse lance de vocês é antigo, então para de bancar a mona difícil! — eu ria com as coisas que o Andrey falava.
— Fê, não escuta tudo que ele diz não! É tudo liberado, menos os caras tá? — Dani diz.
Como é? Do que ela tá falando gente? Me perguntei mentalmente.
Fernanda— Amiga, não dá moral pra esses caras não, ali não tem nada que preste, só homem, perigoso, agressivo e mulherengo, nenhum que se aproveite, fica esperta, sei bem do que estou falando. — Dani continuou falando.— Eu hein, Dani! Quando foi que bandido fez meu tipo? — no mesmo instante que falei, ela fez um sinal com o dedo e a boca, pelo jeito eu não deveria ter falado isso em voz alta.— Aí tá bom gente, vamos! Mas se estiver ruim, logo eu desço. — Rebeca falou indo em direção à escada.E lá subimos nos quatro e logo já avistei muitas opções de bebidas e até opções de lanches bem gostosos, realmente parecia ser tudo a vontade mesmo. Armas, baseados e mulheres bonitas, também não faltavam ali.CariocaChego no baile e já tá tudo naquele pique, subo pro camarote, pego um copo de whisky com gelo, troco um ideia com meus comandados e eles me passam que tá tudo no esquema pro show do DJ que vai entrar no palco daqui a pouco.Vou até a mureta de ferro, tomando meu whisky e fumando
CariocaVer aquela morena rebolando, mesmo que discretamente ao som do funk, me instigou. O corpo dela é uma delícia e ela parece ser diferente dessas minas daqui, eu pegaria ela agora mesmo se desse...Às vezes nosso olhar se encontrava, a Susana não parava de se esfregar em mim e falar umas safadezas no meu ouvido, até que resolvi dar o que ela queria, eu também queria, não exatamente com ela, mas era o que tava mais fácil no momento.Levei ela pra um corredor escuro embaixo do camarote, onde ninguém se atreveria entrar já que eu estava ali, dei a ela o que ela gosta e voltei pro camarote, ela ficou com umas amigas na parte de baixo dançando, melhor assim.A morena continuava lá com os amigos até que o LC chega na ruiva e fica conversando, o amigo delas mexe no celular e sai do camarote. As duas conversam ao pé do ouvido enquanto dançam, num determinado momento a morena me olha discretamente e eu encaro ela enquanto fumo meu cigarro encostado na parede, bebendo mais um whisky.O LC
CariocaQuando vi a morena saindo do baile com o LC e a ruiva, instintivamente fui atrás sem que eles percebessem.Por que fui atrás? Não sei, só fui...Os três entraram no carro e foram, fiquei sentado na minha moto fumando e mexendo no celular, pensei em mandar mensagem pra Susana que ainda tá no baile, mas a Vanessa também tava , já peguei ela algumas vezes e hoje ela me mandou mensagem no começo da noite, agora vai ser a vez dela.Antes de chamar, vejo a morena voltando pro baile sozinha, entrou e saiu logo novamente e foi subindo o morro.Sem pensar muito fui atrás, conversamos poucas palavras e percebi que ela ficou com medo mas subiu na moto e a deixei em casa.Pouco antes, eu tinha mandando mensagem pro Japah perguntando onde era a casa da mina dele, amiga da morena, com certeza ele entendeu porque eu queria saber.Durante o trajeto ela segurou na minha cintura e eu acelerei, quando parei em frente a casa dela, ela desceu com calma e eu pude sentir como ela é cheirosa.Fiquei c
FernandaPara irmos embora precisávamos passar próximo de onde eles estavam e então passamos em silêncio, meus amigos são debochados mas têm um pouco de noção. Ele, o Carioca me encarou e eu encarei de volta, mas logo baixei a cabeça, certamente estou vermelha de vergonha. Fomos na praça tomar sorvete e o assunto era um só: a minha ficada com o chefe, meu amigos estavam doidos com isso. No dia seguinte, o expediente foi puxado na loja, mas havíamos combinado de irmos no pagodinho que teria no Bar do Luizinho que é um bar estilo pub, muito bacana na metade do morro, quem não conhece aqui, nem imagina que tem um bar tão bacana como esse. Carioca Essa semana tá fluindo bem, o faturamento do baile foi excelente e a lista de noiados devedores tá pequena, não precisei mandar ninguém pra vala por esses dias. A Jéssica não para de mandar mensagem, não respondo nenhuma, ela sabe que tá de castigo, quando eu tiver afim, chamo ela, até porque mulher não falta, todo dia aparece uma lá na boca
Fernanda— Embora você já saiba, prazer, eu me chamo Fernanda! — respondi cruzando os braços e falando olho no olho, sendo um pouco irônica enquanto ele seguia com a mão na minha cintura, havia um magnetismo entre nós.— Felipe! — ele respondeu apenas isso.— Carioca, apenas o dono do morro né? — perguntei com ar irônico.— É, isso aí mesmo! — ele falou e eu ri sem achar graça da resposta dele.— Faz diferença? — ele perguntou e eu não respondi nada, ele riu fraco e se afastou ficando de costas.E como ele fica ainda mais lindo quando sorri, balancei a cabeça em sinal positivo com um sorriso melancólico no canto da boca e permaneci escorada no carro, na realidade, acho que não eu acreditava que havia ficado com um bandid*, ainda mais o dono do morro.Voltamos a nos olhar, em silêncio por um tempo até que ele se aproxima e agarra minha cintura novamente.— Faz diferença? — repetiu a pergunta.— Talvez! — respondi encarando ele.E então ele beija minha boca, um beijo com fúria, com dese
CariocaQuando chegamos, preparei uma bebida mas ela não quis tomar nada, tava calada, tímida, travadona mesmo. Isso é novo pra mim, as mulheres sempre caem pra cima quando saio com, elas mas a Fernanda não fez isso, será que ela é virgem?Se for, tenho que ir na malemolência ou será que ela não tá afim e eu aqui que nem um palhaço cheio de tesã* por ela?!Tive que perguntar...Mas não, ela disse que não é e falou que só teve uma pessoa, então vou dar o meu melhor para fazer valer a pena, deixar ela doidinha porque o pai aqui, sabe enlouquecer uma mulher na cama.Beijei, lambi, chup*i ela todinha, fizemos várias posições, mas de quatro foi a melhor de todas. Ela é linda, tem um corpo incrível, aquele cabelo preto longo até a cintura, enrolei ele na minha mão e metia com força, ela ficava maluquinha.Eu queria ela sentando pra mim desde a noite do baile e hoje ela sentou... Sentou muito, ela é gostosa pra caralh* e pra quem não tinha muita experiência, ela é bem resistente, não cansa,
Fernanda Assim que recobramos o fôlego falei: — Por que você faz isso? — disse a ele ainda entorpecida pelo momento. — Fazer o que? Te dar prazer? — ele respondeu me olhando com a cara mais safada do mundo e com uma certeza de que realmente tinha me dado prazer. — Seu convencido! — falei baixando a guarda e sorrindo para ele que também sorria. Começamos a conversar, falamos de mim, da minha vida, do meu trabalho. Dele falamos pouco, percebi que ele é muito fechado e sorri pouco, mas quando sorri, é o sorriso mais perfeito do mundo e ele fica ainda mais lindo. Depois de algumas horas conversando e mais uma trans* deliciosa, ele me levou pra casa pois falei que precisava dormir para acordar cedo amanhã, me deu mais um beijo intenso e foi embora. Quando entrei, a Dani estava na sala e me olhou com uma cara de quem quer dizer: “Tava dando né safada?” — Não precisa nem falar nada, tá estampado na sua cara. — rimos juntas sem eu ter dito nada. Tomei um banho, jantei, pois voltei com
Japah Deixo tudo no esquema pro baile: luzes a parte de som camarotes, MCs, cachê, bebidas, abastecimento de drog*, tudo no esquema. Só a parte da segurança que fica na responsa do LC, não quero nada errado pro Carioca não vir me torrar a paciência, afinal, noite de baile, o faturamento tem que ser bom, pois o investimento é alto. Eu sei o peso que meu mano carrega comandando essa comunidade e a VK que é nossa também, é muito grande, a morte do nosso pai foi muito triste pra nós e tudo caiu em cima do Carioca de uma hora pra outra, já que ele é o filho mais velho e precisou assumir tudo na marra. Mas agora o morro tá uma uva, dinheiro entrando aos montes, não houve invasão, todo dia ele come uma mina diferente, muitas vezes mais de uma por dia e mesmo assim tá de um jeito que ninguém aguenta. Ele sempre foi terrível mas agora tá 10 vezes pior, sem falar que além da bebida, baseado e skunk, ele tá cheirando direto, não sei o que tá acontecendo. Carioca Os dias estão passando a milhã