Capítulo 3

Fernanda

— Amiga, não dá moral pra esses caras não, ali não tem nada que preste, só homem, perigoso, agressivo e mulherengo, nenhum que se aproveite, fica esperta, sei bem do que estou falando. — Dani continuou falando.

— Eu hein, Dani! Quando foi que bandido fez meu tipo? — no mesmo instante que falei, ela fez um sinal com o dedo e a boca, pelo jeito eu não deveria ter falado isso em voz alta.

— Aí tá bom gente, vamos! Mas se estiver ruim, logo eu desço. — Rebeca falou indo em direção à escada.

E lá subimos nos quatro e logo já avistei muitas opções de bebidas e até opções de lanches bem gostosos, realmente parecia ser tudo a vontade mesmo. Armas, baseados e mulheres bonitas, também não faltavam ali.

Carioca

Chego no baile e já tá tudo naquele pique, subo pro camarote, pego um copo de whisky com gelo, troco um ideia com meus comandados e eles me passam que tá tudo no esquema pro show do DJ que vai entrar no palco daqui a pouco.

Vou até a mureta de ferro, tomando meu whisky e fumando meu baseado, quadra lotada, gosto assim. A maioria cria do morro, mas também muita gente da pista.

Hoje o faturamento vai ser bom, patricinhas dançando até o chão e os playboys consumindo muito.

De repente, observo um grupinho entrando, pessoal daqui mesmo, mas junto tinha uma mina que eu nunca vi, será que ela é da pista?

Morena, cabelo longo, toda gostosinha, com uma beleza diferente e parecia um pouco assustada.

— Qual foi que tá aí brisado? Tô falando contigo, pô! — Japah chega falando.

— Quem é aquela morena ali junto com a tua mina? — perguntei ignorando a zoeira dele.

— Que mina? Tenho mina nenhuma não, tá ligado que sou bicho solto! — Japah falou enquanto soltava a fumaça do cigarro pro alto, se inclinou um pouco e ficou olhando pra elas.

Ele fala que não tem nada com essa tal Dani, mas vira e mexe arrasta ela pra uma das nossas casinhas no morro e dá um trato nela.

— É gata! Sei quem é não, mas já descubro se você quiser, tá afim de pegar?

— Qual foi Japah? A fila de hoje tá grande pra mim, sou de todas mas sou um só, né? Mas desenrola essa fita pra mim, se tem gente nova circulando com os moradores, tenho que saber quem é.

Falei isso porque o proceder aqui é assim mesmo, sempre sei quem entra e quem sai do morro, mas que a morena é gata, isso não posso negar.

— Já é, vou descobrir quem é e depois te passo a informação! — ele falou e continuou ali.

— Vai logo! — mandei.

— Agora? — ele pergunta me olhando bolado.

— Claro, pô! — respondi e olhei pro grupinho novamente.

— Tá de brincadeira? Vou circular e já desenrolo essa parada. — balançou a cabeça em negativo saindo.

Chega a Susana num vestido curto e tão colado no corpo que não sei como ela entrou nele, ela sempre vem atrás do pai aqui querendo me dar e eu não nego fogo, até porque ela é gostosa pra caralh*.

 A Jéssica mandou mensagem o dia todo, queria vir no baile, mas não tô com cabeça pra ela hoje não, ela quer bancar de fiel, essa porr*não entende que o é só lance de sex*.

Tô sentado com a Susana no meu colo que não para de beijar meu pescoço e rebolar, quando de repente olho pra escada e tá chegando a mina do Japah com os amigos dela, incluindo a morena gostosinha, ela parece assustada com tudo, certeza que não é daqui.

Japah e LC aparecem também.

Japah faz um sinal com a cabeça me chamando, levanto, dou um tapa na bund* da Susana e vou para um canto falar com ele.

— A morena ali é moradora nova, veio de outra cidade, mora com a Daniela, LC me passou a informação. — Japah diz.

Chamo o LC que tá falando algo no ouvido da ruiva, ele se aproxima e já vou dando um esporro.

— Como é que tem moradora nova no morro e eu não tô  sabendo?

— Como não, Carioca? No dia que a mina chegou, o pessoal da contensão passou um rádio, você liberou, eu te passei a fita. — LC sempre me passa todas informações, penso alguns segundos.

— Pode crê, com tanta pica pra resolver, acabei esquecendo, mas fica ligado hein?

— A garota é de boa, trabalhadora honesta, fica tranquilo! — ele ameniza.

Dei mais uma olhada pra ela, beleza realmente diferenciada, corpo feito pro pecado.

Fernanda

Aqui no camarote realmente era melhor do que lá embaixo, menos gente e não precisei ficar desviando dos caras que tentavam algo quando estávamos no meio da multidão.

Tinha vários homens aqui, mas um deles me chamou atenção, alto, forte, tatuado, vestido todo de preto, cordões grossos dourados no pescoço e uma cara de mau que dava medo. Mas porque várias vezes eu olhava pra ele?

E numa dessas vezes que olhei, ele também me olhava.

Desviei o olhar morrendo de vergonha ou medo, ou as duas coisas juntas, sei lá. Junto com ele está uma mulher bonita, daquelas estilo saradona, agarrada ao pescoço dele e a todo instante, trocam carícias.

O tal LC vem toda hora falar com a Rebeca e ela gosta dele, dá pra perceber, mas penso o que leva uma menina tão bacana como ela a se envolver com bandid*?

Bonito ele é, óbvio, mas essa vida que ele leva...

Eu já estava altinha por causa das caipivodkas que o Andrey trazia, aliás, acho que todos nós estávamos, até arrisquei uns passinhos que o Andrey me ensinou, estou fora de mim com certeza. Nesse momento um outro cara, que obviamente dava pra perceber que era envolvido, chamou de canto a Dani e ficaram conversando um tempo.

— Olha lá sua amiga, hoje vai pro abate de novo! — Andrey falou todo irônico.

— Que horror, Andrey! Isso é jeito de falar? — respondi rindo.

— É verdade, ué!  — ele falou e deu de ombros.

— Mas ela tem algo com ele? — perguntei curiosa.

— Fê, meu amor! Vai se acostumando que suas mais novas amigas relutam muito, mas vira e mexe sentam pra esses dois envolvidos aí. — Andrey falava de um jeito muito debochado e eu ria daquilo, mas no fundo me preocupei, porque a Dani falou tanto que não devo me envolver com bandido e aparentemente ela se envolve com um...

Percebi que a mulher saradona havia sumido e o cara lindo também, não sei porque mas aquilo me incomodou um pouco.

Tentei espantar essas ideias da cabeça e fui dançar novamente com o Andrey e a Rebeca, logo a Dani voltou e começou a dançar conosco também. Perguntei a ela quem era o cara com quem ela estava conversando e antes mesmo dela responder, o Andrey falou que era o sub dono, o irmão do dono do morro.

 A Dani somente sorriu.

— Cara, eu e a Dani somos duas lascadas mesmo, não siga nosso exemplo Fê, se você não quiser sofrer também! — Rebeca falou e me abraçou, ela já estava totalmente alcoolizada.

— Ela tá certa, Fê! — Dani confirma.

— Por isso que eu só pego no off e baixo escalão, a concorrência é menor e o sofrimento também. — Andrey falou fazendo suas caras e bocas que eu adoro.

Japah

Nessa altura do baile fervendo e o Carioca querendo que eu descubra quem é a mina nova no baile, só pode tá querendo pegar ela porque é carne nova no pedaço, ele não se aguenta mesmo, adora uma novidade. Entendo ele, também gosto de variar, mas daí eu vejo a Dani dançando toda soltinha, não me seguro e chego nela, ela é gostosa, agente fica de vez em quando, ela não me cobra nada, então tá ótimo assim. Vou chamar ela pra dar uma volta mais tarde.

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