Fernanda
— Amiga, não dá moral pra esses caras não, ali não tem nada que preste, só homem, perigoso, agressivo e mulherengo, nenhum que se aproveite, fica esperta, sei bem do que estou falando. — Dani continuou falando.
— Eu hein, Dani! Quando foi que bandido fez meu tipo? — no mesmo instante que falei, ela fez um sinal com o dedo e a boca, pelo jeito eu não deveria ter falado isso em voz alta.
— Aí tá bom gente, vamos! Mas se estiver ruim, logo eu desço. — Rebeca falou indo em direção à escada.
E lá subimos nos quatro e logo já avistei muitas opções de bebidas e até opções de lanches bem gostosos, realmente parecia ser tudo a vontade mesmo. Armas, baseados e mulheres bonitas, também não faltavam ali.
Carioca
Chego no baile e já tá tudo naquele pique, subo pro camarote, pego um copo de whisky com gelo, troco um ideia com meus comandados e eles me passam que tá tudo no esquema pro show do DJ que vai entrar no palco daqui a pouco.
Vou até a mureta de ferro, tomando meu whisky e fumando meu baseado, quadra lotada, gosto assim. A maioria cria do morro, mas também muita gente da pista.
Hoje o faturamento vai ser bom, patricinhas dançando até o chão e os playboys consumindo muito.
De repente, observo um grupinho entrando, pessoal daqui mesmo, mas junto tinha uma mina que eu nunca vi, será que ela é da pista?
Morena, cabelo longo, toda gostosinha, com uma beleza diferente e parecia um pouco assustada.
— Qual foi que tá aí brisado? Tô falando contigo, pô! — Japah chega falando.
— Quem é aquela morena ali junto com a tua mina? — perguntei ignorando a zoeira dele.
— Que mina? Tenho mina nenhuma não, tá ligado que sou bicho solto! — Japah falou enquanto soltava a fumaça do cigarro pro alto, se inclinou um pouco e ficou olhando pra elas.
Ele fala que não tem nada com essa tal Dani, mas vira e mexe arrasta ela pra uma das nossas casinhas no morro e dá um trato nela.
— É gata! Sei quem é não, mas já descubro se você quiser, tá afim de pegar?
— Qual foi Japah? A fila de hoje tá grande pra mim, sou de todas mas sou um só, né? Mas desenrola essa fita pra mim, se tem gente nova circulando com os moradores, tenho que saber quem é.
Falei isso porque o proceder aqui é assim mesmo, sempre sei quem entra e quem sai do morro, mas que a morena é gata, isso não posso negar.
— Já é, vou descobrir quem é e depois te passo a informação! — ele falou e continuou ali.
— Vai logo! — mandei.
— Agora? — ele pergunta me olhando bolado.
— Claro, pô! — respondi e olhei pro grupinho novamente.
— Tá de brincadeira? Vou circular e já desenrolo essa parada. — balançou a cabeça em negativo saindo.
Chega a Susana num vestido curto e tão colado no corpo que não sei como ela entrou nele, ela sempre vem atrás do pai aqui querendo me dar e eu não nego fogo, até porque ela é gostosa pra caralh*.
A Jéssica mandou mensagem o dia todo, queria vir no baile, mas não tô com cabeça pra ela hoje não, ela quer bancar de fiel, essa porr*não entende que o é só lance de sex*.
Tô sentado com a Susana no meu colo que não para de beijar meu pescoço e rebolar, quando de repente olho pra escada e tá chegando a mina do Japah com os amigos dela, incluindo a morena gostosinha, ela parece assustada com tudo, certeza que não é daqui.
Japah e LC aparecem também.
Japah faz um sinal com a cabeça me chamando, levanto, dou um tapa na bund* da Susana e vou para um canto falar com ele.
— A morena ali é moradora nova, veio de outra cidade, mora com a Daniela, LC me passou a informação. — Japah diz.
Chamo o LC que tá falando algo no ouvido da ruiva, ele se aproxima e já vou dando um esporro.
— Como é que tem moradora nova no morro e eu não tô sabendo?
— Como não, Carioca? No dia que a mina chegou, o pessoal da contensão passou um rádio, você liberou, eu te passei a fita. — LC sempre me passa todas informações, penso alguns segundos.
— Pode crê, com tanta pica pra resolver, acabei esquecendo, mas fica ligado hein?
— A garota é de boa, trabalhadora honesta, fica tranquilo! — ele ameniza.
Dei mais uma olhada pra ela, beleza realmente diferenciada, corpo feito pro pecado.
Fernanda
Aqui no camarote realmente era melhor do que lá embaixo, menos gente e não precisei ficar desviando dos caras que tentavam algo quando estávamos no meio da multidão.
Tinha vários homens aqui, mas um deles me chamou atenção, alto, forte, tatuado, vestido todo de preto, cordões grossos dourados no pescoço e uma cara de mau que dava medo. Mas porque várias vezes eu olhava pra ele?
E numa dessas vezes que olhei, ele também me olhava.
Desviei o olhar morrendo de vergonha ou medo, ou as duas coisas juntas, sei lá. Junto com ele está uma mulher bonita, daquelas estilo saradona, agarrada ao pescoço dele e a todo instante, trocam carícias.
O tal LC vem toda hora falar com a Rebeca e ela gosta dele, dá pra perceber, mas penso o que leva uma menina tão bacana como ela a se envolver com bandid*?
Bonito ele é, óbvio, mas essa vida que ele leva...
Eu já estava altinha por causa das caipivodkas que o Andrey trazia, aliás, acho que todos nós estávamos, até arrisquei uns passinhos que o Andrey me ensinou, estou fora de mim com certeza. Nesse momento um outro cara, que obviamente dava pra perceber que era envolvido, chamou de canto a Dani e ficaram conversando um tempo.
— Olha lá sua amiga, hoje vai pro abate de novo! — Andrey falou todo irônico.
— Que horror, Andrey! Isso é jeito de falar? — respondi rindo.
— É verdade, ué! — ele falou e deu de ombros.
— Mas ela tem algo com ele? — perguntei curiosa.
— Fê, meu amor! Vai se acostumando que suas mais novas amigas relutam muito, mas vira e mexe sentam pra esses dois envolvidos aí. — Andrey falava de um jeito muito debochado e eu ria daquilo, mas no fundo me preocupei, porque a Dani falou tanto que não devo me envolver com bandido e aparentemente ela se envolve com um...
Percebi que a mulher saradona havia sumido e o cara lindo também, não sei porque mas aquilo me incomodou um pouco.
Tentei espantar essas ideias da cabeça e fui dançar novamente com o Andrey e a Rebeca, logo a Dani voltou e começou a dançar conosco também. Perguntei a ela quem era o cara com quem ela estava conversando e antes mesmo dela responder, o Andrey falou que era o sub dono, o irmão do dono do morro.
A Dani somente sorriu.
— Cara, eu e a Dani somos duas lascadas mesmo, não siga nosso exemplo Fê, se você não quiser sofrer também! — Rebeca falou e me abraçou, ela já estava totalmente alcoolizada.
— Ela tá certa, Fê! — Dani confirma.
— Por isso que eu só pego no off e baixo escalão, a concorrência é menor e o sofrimento também. — Andrey falou fazendo suas caras e bocas que eu adoro.
Japah
Nessa altura do baile fervendo e o Carioca querendo que eu descubra quem é a mina nova no baile, só pode tá querendo pegar ela porque é carne nova no pedaço, ele não se aguenta mesmo, adora uma novidade. Entendo ele, também gosto de variar, mas daí eu vejo a Dani dançando toda soltinha, não me seguro e chego nela, ela é gostosa, agente fica de vez em quando, ela não me cobra nada, então tá ótimo assim. Vou chamar ela pra dar uma volta mais tarde.
CariocaVer aquela morena rebolando, mesmo que discretamente ao som do funk, me instigou. O corpo dela é uma delícia e ela parece ser diferente dessas minas daqui, eu pegaria ela agora mesmo se desse...Às vezes nosso olhar se encontrava, a Susana não parava de se esfregar em mim e falar umas safadezas no meu ouvido, até que resolvi dar o que ela queria, eu também queria, não exatamente com ela, mas era o que tava mais fácil no momento.Levei ela pra um corredor escuro embaixo do camarote, onde ninguém se atreveria entrar já que eu estava ali, dei a ela o que ela gosta e voltei pro camarote, ela ficou com umas amigas na parte de baixo dançando, melhor assim.A morena continuava lá com os amigos até que o LC chega na ruiva e fica conversando, o amigo delas mexe no celular e sai do camarote. As duas conversam ao pé do ouvido enquanto dançam, num determinado momento a morena me olha discretamente e eu encaro ela enquanto fumo meu cigarro encostado na parede, bebendo mais um whisky.O LC
CariocaQuando vi a morena saindo do baile com o LC e a ruiva, instintivamente fui atrás sem que eles percebessem.Por que fui atrás? Não sei, só fui...Os três entraram no carro e foram, fiquei sentado na minha moto fumando e mexendo no celular, pensei em mandar mensagem pra Susana que ainda tá no baile, mas a Vanessa também tava , já peguei ela algumas vezes e hoje ela me mandou mensagem no começo da noite, agora vai ser a vez dela.Antes de chamar, vejo a morena voltando pro baile sozinha, entrou e saiu logo novamente e foi subindo o morro.Sem pensar muito fui atrás, conversamos poucas palavras e percebi que ela ficou com medo mas subiu na moto e a deixei em casa.Pouco antes, eu tinha mandando mensagem pro Japah perguntando onde era a casa da mina dele, amiga da morena, com certeza ele entendeu porque eu queria saber.Durante o trajeto ela segurou na minha cintura e eu acelerei, quando parei em frente a casa dela, ela desceu com calma e eu pude sentir como ela é cheirosa.Fiquei c
FernandaPara irmos embora precisávamos passar próximo de onde eles estavam e então passamos em silêncio, meus amigos são debochados mas têm um pouco de noção. Ele, o Carioca me encarou e eu encarei de volta, mas logo baixei a cabeça, certamente estou vermelha de vergonha. Fomos na praça tomar sorvete e o assunto era um só: a minha ficada com o chefe, meu amigos estavam doidos com isso. No dia seguinte, o expediente foi puxado na loja, mas havíamos combinado de irmos no pagodinho que teria no Bar do Luizinho que é um bar estilo pub, muito bacana na metade do morro, quem não conhece aqui, nem imagina que tem um bar tão bacana como esse. Carioca Essa semana tá fluindo bem, o faturamento do baile foi excelente e a lista de noiados devedores tá pequena, não precisei mandar ninguém pra vala por esses dias. A Jéssica não para de mandar mensagem, não respondo nenhuma, ela sabe que tá de castigo, quando eu tiver afim, chamo ela, até porque mulher não falta, todo dia aparece uma lá na boca
Fernanda— Embora você já saiba, prazer, eu me chamo Fernanda! — respondi cruzando os braços e falando olho no olho, sendo um pouco irônica enquanto ele seguia com a mão na minha cintura, havia um magnetismo entre nós.— Felipe! — ele respondeu apenas isso.— Carioca, apenas o dono do morro né? — perguntei com ar irônico.— É, isso aí mesmo! — ele falou e eu ri sem achar graça da resposta dele.— Faz diferença? — ele perguntou e eu não respondi nada, ele riu fraco e se afastou ficando de costas.E como ele fica ainda mais lindo quando sorri, balancei a cabeça em sinal positivo com um sorriso melancólico no canto da boca e permaneci escorada no carro, na realidade, acho que não eu acreditava que havia ficado com um bandid*, ainda mais o dono do morro.Voltamos a nos olhar, em silêncio por um tempo até que ele se aproxima e agarra minha cintura novamente.— Faz diferença? — repetiu a pergunta.— Talvez! — respondi encarando ele.E então ele beija minha boca, um beijo com fúria, com dese
CariocaQuando chegamos, preparei uma bebida mas ela não quis tomar nada, tava calada, tímida, travadona mesmo. Isso é novo pra mim, as mulheres sempre caem pra cima quando saio com, elas mas a Fernanda não fez isso, será que ela é virgem?Se for, tenho que ir na malemolência ou será que ela não tá afim e eu aqui que nem um palhaço cheio de tesã* por ela?!Tive que perguntar...Mas não, ela disse que não é e falou que só teve uma pessoa, então vou dar o meu melhor para fazer valer a pena, deixar ela doidinha porque o pai aqui, sabe enlouquecer uma mulher na cama.Beijei, lambi, chup*i ela todinha, fizemos várias posições, mas de quatro foi a melhor de todas. Ela é linda, tem um corpo incrível, aquele cabelo preto longo até a cintura, enrolei ele na minha mão e metia com força, ela ficava maluquinha.Eu queria ela sentando pra mim desde a noite do baile e hoje ela sentou... Sentou muito, ela é gostosa pra caralh* e pra quem não tinha muita experiência, ela é bem resistente, não cansa,
Fernanda Assim que recobramos o fôlego falei: — Por que você faz isso? — disse a ele ainda entorpecida pelo momento. — Fazer o que? Te dar prazer? — ele respondeu me olhando com a cara mais safada do mundo e com uma certeza de que realmente tinha me dado prazer. — Seu convencido! — falei baixando a guarda e sorrindo para ele que também sorria. Começamos a conversar, falamos de mim, da minha vida, do meu trabalho. Dele falamos pouco, percebi que ele é muito fechado e sorri pouco, mas quando sorri, é o sorriso mais perfeito do mundo e ele fica ainda mais lindo. Depois de algumas horas conversando e mais uma trans* deliciosa, ele me levou pra casa pois falei que precisava dormir para acordar cedo amanhã, me deu mais um beijo intenso e foi embora. Quando entrei, a Dani estava na sala e me olhou com uma cara de quem quer dizer: “Tava dando né safada?” — Não precisa nem falar nada, tá estampado na sua cara. — rimos juntas sem eu ter dito nada. Tomei um banho, jantei, pois voltei com
Japah Deixo tudo no esquema pro baile: luzes a parte de som camarotes, MCs, cachê, bebidas, abastecimento de drog*, tudo no esquema. Só a parte da segurança que fica na responsa do LC, não quero nada errado pro Carioca não vir me torrar a paciência, afinal, noite de baile, o faturamento tem que ser bom, pois o investimento é alto. Eu sei o peso que meu mano carrega comandando essa comunidade e a VK que é nossa também, é muito grande, a morte do nosso pai foi muito triste pra nós e tudo caiu em cima do Carioca de uma hora pra outra, já que ele é o filho mais velho e precisou assumir tudo na marra. Mas agora o morro tá uma uva, dinheiro entrando aos montes, não houve invasão, todo dia ele come uma mina diferente, muitas vezes mais de uma por dia e mesmo assim tá de um jeito que ninguém aguenta. Ele sempre foi terrível mas agora tá 10 vezes pior, sem falar que além da bebida, baseado e skunk, ele tá cheirando direto, não sei o que tá acontecendo. Carioca Os dias estão passando a milhã
FernandaNós quatro dançávamos ao som do funk, tô ficando boa nos passinhos, LC veio e falou algo no ouvido da Rebeca que sorriu discretamente e concordou com a cabeça, acho que tá rolando um lance mais sério entre eles agora. Mesmo sem querer, meu subconsciente me fazia olhar o tempo todo em direção ao camarote.O MC subiu ao palco e o baile ficou ainda melhor, eu já estava sob o efeito da bebida até que num determinado momento, um carinha chegou em mim, perguntou o meu nome, começou a dançar comigo e falar no meu ouvido que sou linda, confesso que aquilo fez bem para o meu ego. Ele era muito gato, tinha um bom papo e dançava bem, estávamos dançando no mesmo ritmo e pouco depois, ele me vira e beija minha boca, um beijo delicioso, mas rapidamente sou jogada para longe, era o Felipe me empurrando e apontando a arma na testa do carinha. Eu gelei, comecei a tremer e chorar dizendo pra ele parar com isso.LC chega e vai nos tirando do local, segurando um fuzil com a mão direita no alto e