Capítulo 4

Carioca

Ver aquela morena rebolando, mesmo que discretamente ao som do funk, me instigou. O corpo dela é uma delícia e ela parece ser diferente dessas minas daqui, eu pegaria ela agora mesmo se desse...

Às vezes nosso olhar se encontrava, a Susana não parava de se esfregar em mim e falar umas safadezas no meu ouvido, até que resolvi dar o que ela queria, eu também queria, não exatamente com ela, mas era o que tava mais fácil no momento.

Levei ela pra um corredor escuro embaixo do camarote, onde ninguém se atreveria entrar já que eu estava ali, dei a ela o que ela gosta e voltei pro camarote, ela ficou com umas amigas na parte de baixo dançando, melhor assim.

A morena continuava lá com os amigos até que o LC chega na ruiva e fica conversando, o amigo delas mexe no celular e sai do camarote. As duas conversam ao pé do ouvido enquanto dançam, num determinado momento a morena me olha discretamente e eu encaro ela enquanto fumo meu cigarro encostado na parede, bebendo mais um whisky.

O LC chega e diz que tá indo nessa e faz o toque comigo, já percebi que vai dar um trato na ruiva, parece um viadinh* atrás dela.

Japah sumiu com a mina que ele insiste em dizer que não é a mina dele, vai vendo...

Fernanda

O Andrey foi encontrar o boy que ele ia pegar, a Rebeca tá doidinha pra ficar com o LC que eu já percebi, a Dani avisou que vai passar a noite com o tal irmão do dono, então falei pra ela que eu ia embora. Dei a desculpa de que estava cansada, mas na verdade eu não queria ficar empatando os casais.

Ela foi com o cara porque o LC estava de carro e ia me dar uma carona, então Rebeca e ele me levaram até em casa.

Desci do carro me despedindo e pensando que eles fazem um belo casal, ele é um cara tão bonito e parece ser gente boa, uma pena estar metido numa vida dessas.

Fui indo em direção a porta e quando abri minha bolsa, me dei conta de que a chave estava com a Dani. Liguei pra ela, celular na caixa postal, o da Rebeca também, o que eu vou fazer agora?

Penso um pouco e não tem o que fazer, o baile é perto aqui de casa, vou voltar lá e ver se algum daqueles caras que estavam no camarote, consegue falar com o LC ou com o tal Japah e dar o recado para a Dani, é o único jeito.

Chegando lá, não vejo nenhum dos homens de antes, drog*! Vou ter que voltar e ficar do lado de fora até a Dani voltar, que situação.

Estou subindo novamente para casa, quando percebo uma moto me seguindo, foi aí que gelei e comecei a rezar mentalmente todas as rezas que eu conhecia e quando a moto parou ao meu lado direito, olho e vejo que é o cara dos cordões de ouro do baile e de perto ele é ainda mais lindo e intimidador.

— Onde a morena tá com a cabeça de andar sozinha a uma hora dessas?

Realmente a pergunta dele fazia muito sentido, onde eu estava com a cabeça em andar de madrugada sozinha, numa favela?  Mas tentei não demonstrar que ele tinha razão.

— Não tem perigo não, o dono daqui não tolera violência com morador, pelo menos é o que dizem.

Acho que nem eu acreditava que estava falando isso.

— Isso é verdade, com quem anda na linha ele não permite mesmo, mas não dá pra facilitar, sobe aí que te dou uma carona! — olhei pra ele assustada e nesse momento, chega uma mensagem da Dani.

“Amiga, esqueci de te avisar, a chave está no vaso de flor ao lado do tapete, beijo gata!”

Senhor, muito obrigada! Agradeci aos céus e respondi a mensagem:

“Obrigada sua doida! Aproveita a noite, beijo!”

Enquanto isso, ele está me encarando e faz um sinal com a cabeça como quem diz para eu subir logo na moto e acho que meu juízo deve ter ficado lá no baile, porque eu aceitei e subi, meio  desajeitada afinal eu nunca tinha andado de moto, estava de saia e levemente embriagada.

Estranhamente ele não perguntou onde eu morava e logo chegamos lá, mas não questionei isso, afinal esse caras que trabalham no morro, precisam saber onde mora todo mundo, pelo menos eu acho.

Desci da moto com calma, rezando para não cair, só me faltava isso né?

Agradeci pela carona e ele apenas assentiu com a cabeça, fui pra porta e procurei a chave no tal vaso de flor, ele devia estar ali ainda, pois não escutei o barulho da moto saindo.

Encontro a chave, abro a porta, entro e quando viro para fechar, ele estava na minha frente e antes de qualquer reação minha, ele empurra a porta, fecha, me prensa nela e me agarra ali mesmo. E me beija, com fúria, com intensidade, com desejo.

Uma mão na minha cintura e outra na lateral da minha cabeça e cada vez beija mais.

Começa a deslizar a mão e subir novamente por várias partes do meu corpo.

Quantas mãos ele tem? Que habilidade é essa? Que beijo é esse? Senhor onde estou com a cabeça que não consigo dizer não, aliás eu quero mais, muito mais.

Não sei quanto tempo se passou ali, estou inebriada nesse momento, ele vai descendo a mão nas minhas coxas enquanto beija meu pescoço e como estou de saia, fica muito fácil pra ele que toca na minha intimidade por cima da calcinha e vai tentando afastá-la, enquanto me beija de novo.

Eu sinto seu volume sobre a roupa e isso me dá mais vontade ainda, nesse momento eu já estou fora de mim.

Ele sobe uma das mãos até meus seios por dentro da blusa e a outra mão afasta minha calcinha pro lado e ele começa a me tocar, eu não resisto e solto um gemido baixinho e ele também. Quando o movimento de seus dedos começam a ficar intensos, o rádio dele toca, ele não atende mas o rádio segue tocando insistentemente, eu me solto dele e falo para atender.

Ele atende visivelmente furioso, enquanto isso vou até a cozinha tomar água para recobrar o fôlego e quando volto, ele fala:

— Morena, tenho um B.O pra resolver, mas nosso assunto não termina aqui! — fala e me dá um beijo maravilhoso, ajeita a arma na cintura e sai.

Escuto o barulho da moto saindo acelerada e eu agradeço aos céus por aquele rádio ter tocado.

Onde eu estava com a cabeça que quase transe* com um estranho... E bandid*?

Eu nunca fui assim, sou quase zero em experiência sexu*l, só tive um homem até hoje que foi meu ex namorado e foram poucas vezes, pois logo após minha primeira vez, terminamos.

Tomei um banho e fui dormir pensando em tudo que acabou de acontecer.

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