G4Três coisas me deixam com a mente relaxada: meter uma bala em X9 vacilão, uma erva da melhor qualidade e uma fodä gostosa. E hoje só tá me faltando a fodä..A Thayla tá nessas de me castigar e ficar fugindo de mim desde que eu acordei. Larguei a fase de putão, sorte da Thayla, azar das piranhas. E, nessas, eu fico na seca, mas hoje ela não escapa.Saí do campo da desova, passei em frente à lanchonete e não vi ela. Dou uma geral pelo morro pilotando a moto e vendo se tá tudo certo. Em um dos pontos de venda, vejo dois vapor só na risadinha, mexendo no celular e os carai. Desço e enquadro legal, troco um deles, mandando pro ponto do outro lado da favela, e outro de lá mandei ficar aqui.O aviso foi dado pros dois e não terá outro. Tão cientes disso. Pra permanecer no bonde, a atenção e a disciplina têm que ser totais. Já passo um rádio pro Leco, mandando ele rever todo esse fluxo dos pontos.Chego em casa e pago um banho. Calça jeans, camisa polo da Lacoste, Nike no pé, corrente de o
CHURRASCO NA CASA DE FERNANDA E CARIOCA:MilenaChego no churrasco acompanhada dos meus pais e dos meus irmãos, aqueles dois aprendizes de terroristas que estão sempre rodando a VK com os fuzis, deixando minha mãe louca de preocupação. Eles são apenas dois adolescentes, mas se comportam como se fossem adultos experientes no mundo do crime.Fui direto buscar a Antonela que está numa tristeza profunda desde que aconteceu tudo.Assim que entrei lá, ela es tava se arrumando e eu percebi ela um pouco menos triste do que nos outros dias, porém é nítido, mesmo estando com maquiagem, as olheiras profundas debaixo de seus olhos.— Eu não queria, Milena! Não queria ir embora do Brasil! — ela diz enquanto nos abraçamos em frente a sua cômoda repleta de cremes, perfumes e maquiagens.— É só por um tempo, Nélis! Até porque ai de você que me abandone aqui. — falei rindo e apontando o dedo para ela assim que nos soltamos, tentando deixar o clima mais leve.— Trancar minha faculdade....— Que i
LecoLiguei pro G4, que atendeu com voz de sono, tava apagadão e, pelo jeito acompanhado. Um pouco depois, ele chega de mãos dadas com a loirinha.— Tá na coleira, parceiro? — Zoei, colocando o cigarro na mão esquerda e com a direita, fizemos o toque.— Te fudër, rapá! Minha mulher, pô!— Nem me chamou pro casório! — Sigo na zoeira e ele sorri, dando um soco de leve no meu braço.Churrasquinho rolando, aquele pagodinho de lei, troca de ideia com os parças. Estaria tudo na paz se não fosse esse lance da Antonela. Eu gosto dela como se fosse minha irmã, uma irmã chatinha, mas irmã. Ela tá malzona, parecendo aqueles zumbis das séries, só existindo, sem viver, tá ligado?Por mim, seria só meter uma bala na cara do pau no cu da Pedreira e tudo estaria resolvido, mas o Carioca não quer, e a palavra dele é lei.Três pedras de gelo, whisky e energético no meu copo e vejo o Cristiano chegando. No caminho ele para na mesa que tá a Milena, dando um beijo no rosto dela e depois vem até nós
Rafa Dou uma sugada no canudo, saboreando o milk-shake sabor chiclete, e vou atrás do carinha, andando a passos largos. Será que o Leco estava certo? — Thierry! — Chamei, mas ele não olhou, então aumentei a velocidade dos meus passos. A droga da minha sandália não era boa para andar rápido, e eu escorreguei, levantando logo, na força do ódio. — Thierry! — Chamei mais uma vez, agora estando bem. perto dele. Ele olha para trás e vê que estou chamando. — Espera aí, você é o Thierry, não é? — Ele tenta acelerar o passo, fingindo não me conhecer. Eu eu literalmente corri atrás dele e puxei seu braço, fazendo-o parar e me olhar. — Espera, garoto! O que você tá fazendo aqui? — Eu é quem pergunto: o que você tá fazendo aqui? — Ele estava visivelmente surpreso ao me ver. — Eu moro aqui, ué! — balanço o copo na minha mão. — Desde quando? — ele pergunta, parecendo confuso. — Desde sempre! Por que você sumiu e deixou a Milena daquele jeito? — Tenho que te dar satisfação nenh
G4 Tudo na maior tranquilidade no churrasco e também no meu lance com a Thayla. Tudo, tirando a Antonela, que tá com a maior cara de enterro. Mas depois que ela tirar um tempo fora, curtindo outros lugares, conhecendo gente nova, isso passa. Meu rádio toca. Era o Rufão da contenção. Me afasto para falar. — Aí, G4! Desculpa atrapalhar a comemoração, mas é lance do seu interesse! — Fala, Rufão! — Então, acho que tá aqui na comunidade aquela mina da pista! — ele falava meio sem jeito. Do que ele tava falando? — Fala logo, porrä! — respondi rude, enquanto chutava ao longe uma pedrinha que tava no gramado. — Aquela loirinha, acho que é Bruna o nome dela! — Quem, Rufão? — perguntei fazendo uma careta porque a comunicação tava com bastante interferência e também porque realmente achei ter escutado errado. — Bruna, a loirinha da pista, aquela que era sua namorada! Quando ele repetiu, tomei um choque. Um misto de surpresa, raiva e curiosidade me invadiu. — Já falo con
ThaylaGabriel está demorando muito e meu alerta dispara. Se ele estiver aprontando, eu juro pela minha avó mortinha que ele nunca mais toca um dedo em mim.— Encontrei paracetamol, Nélis! Pode ser?Saio dos meus pensamentos quando Milena chega trazendo um remédio para Antonela, que está com dor de cabeça.Milena tira o comprimido da cartela e entrega para Antonela, que toma com a água da garrafinha que está em cima da mesa.— Demorou, Milena! — falei.— Eu não encontrava em lugar nenhum. Se a Antonela estivesse morrendo, podia chamar a funerária!— Credo, Milena! — falei rindo e balançando a cabeça em negativo.— Mas é sério, demorei demais.— Pronto, agora vamos! — Antonela fala após tomar o remédio, colocando a garrafinha na mesa e se levantando.— Vamos aonde, doida? — Milena pergunta.— Ver o que meu irmão está fazendo antes que a Thayla tenha um treco aqui!— Está tão na cara assim? — pergunto, abrindo um sorriso sem jeito.— Nadinha, imagine! Sua cara está um amor! — Milena diz
ThaylaGabriel, que já me conhece um pouco, nem ousou voltar para o churrasco. Ele sabia que precisava me dar explicações e, em poucos minutos, estávamos entrando na garagem da casa dele.Assim que entramos na sala, ele tira a pistola da cintura e a coloca ao lado das chaves, em cima do suporte do televisor enorme. Tira também a camisa, jogando-a com força no sofá. Depois, vai até a cozinha e volta com duas latas de energético, me oferecendo uma, que recusei enquanto olhava para ele, esperando uma explicação que ainda não tinha vindo. Ele abre o lacre da lata, lê algo que está escrito nela e toma um gole grande.— Vai ficar bicuda assim? — Gabriel se aproxima, tentando tocar em meu rosto, e eu o impeço, empurrando sua mão.— Tô esperando uma explicação ou você vai continuar fingindo que não aconteceu nada? — pergunto, ainda em pé, encostada na parede, cruzando os braços.— Quer saber o quê?— Você é cínico mesmo ou só se faz?Gabriel suspira, toma mais um gole, deixa a lata na mesinha
G4 Depois da tarde maneira com a Thayla, onde transamos, conversamos, transamos de novo, comemos um lanche que mandei os soldados buscarem e depois transamos outra vez, as horas passaram, e eu levei ela pra casa. Por mim, ela teria dormido aqui, mas Thayla não quis, dizendo que a Célia não ia gostar. Eu achei que ela ia surtar e querer me dar um pé na bunda por causa da Bruna. Mas não, ela agiu na postura e isso me deixou felizão, até porque não tem ninguém acima dela na minha vida, e ela já tá se ligando nisso. Assim que deixei ela em casa, liguei pro Gonça e disse pra ele ir no outro dia na boca. Não falei o motivo, apenas mandei ele ir pra gente conversar. Se a mulher dele tá pensando que vai ficar de graça com a Bruna, vai se atrasar comigo. Porque ela estando no erro, Gonça como marido, tem que tomar atitude, ou então, aguenta as consequências junto com ela. No outro dia, levantei mais cedo que o normal, mandei uma mensagem pra Thayla e parti logo pra boca, já sabendo que ia s