Capítulo 5

Após ser levada pelo corredor chegamos a uma porta de madeira, onde Bruce Stevenson girou uma chave.

Eu me debati em seu colo e ele me colocou no chão.

O quarto era bem maior que o anterior, e esse estava repleto de intimidade, com uma cama King Size, com cortinas azuis-escuras, móveis de mogno escuro, e na cama lençol de seda vermelha.

Eu respirei fundo ao ouvir a voz dele.

— Por hora, apenas saiba que ninguém pode saber o que você viu, entendeu?

Eu me virei, e vi Bruce tirar sua camisa e o observei com mais atenção.

Seus olhos eram do azul mais profundo e brilhante que já vi, suas sobrancelhas eram negras e espessas, acentuando seu olhar marcante, seu nariz era másculo e aquilino, seu queixo forte e rosto um pouco quadrado, seus traços eram um tanto clássicos, mas havia algo de muito jovial nele, quando nossos olhares se encontraram ele sorriu, lentamente.

Mas seu sorriso durou apenas alguns segundos.

Tentei me lembrar que Bruce havia usado sua influência e dinheiro para conseguir aquele casamento, e estava encenando uma doença.

Crápula.

Eu caminhei para longe, e fiquei de costas para ele.

— Louise?

Quando me virei vi chocada ele tirar todas as suas roupas.

Eu não podia acreditar no que Bruce Stevenson estava fazendo, imediatamente senti minhas bochechas queimarem, e me virei de costas, incapaz de continuar olhando para ele, que estava exatamente como veio ao mundo.

— Porque se virou? Você está bem?

Eu ouvi sua voz grave me perguntar, mas não me virei.

Senti minhas mãos começarem a suar e tremer, era como se meu próprio sangue estivesse se congelando em minhas veias, eu estava ciente de que aquele casamento teria que ter sexo, afinal estava no contrato que a verdadeira Louise assinou, mas ainda assim, eu não estava pronta para aquele momento, pensei que estava mas estava errada.

— Estou bem, mas preciso de explicações.

Minha voz era patética, estava trêmula e fraca.

E o pior? Eu ainda não conseguia me virar, não era capaz de olhar em seus olhos.

Foi então que o ouvi dizer.

— A única coisa que precisa saber é que você não deve falar o que viu, para ninguém.

Seu tom de voz era mordaz, deixando em cada palavra muito claro que era uma ordem.

Reuni a coragem necessária para me virar.

Apenas mire nos olhos dele Mary, eu dizia a mim mesma.

Quando me voltei para ele, o Sr. Stevenson estava parado mais perto do que eu supus, ainda estava sem roupas, e seu olhar azul era divertido.

— O Sr. não está doente. É um falso. — acusei.

Ele me olhou e seu olhar se tornou enigmático, Bruce Stevenson era um homem alto, com um físico nada doente, seus músculos eram perfeitamente alinhados, sua pele bronzeada e seus cabelos sedosos, dono de ombros largos e braços fortes, ele era um verdadeiro símbolo de masculinidade, eu tinha que reconhecer.

E isso era intimidador, porque jamais havia estado tão próxima de um homem assim, e agora de repente estava casada com ele.

— Você é diferente das fotos que me enviaram. — murmurou suave.

Isso fez meu coração saltar, será que ele estava descobrindo que eu era uma impostora?

Engoli em seco e me movi até a janela, o vestido enorme de noiva se arrastando pelo chão do quarto.

— É mais bonita pessoalmente Louise, mas ressalto uma coisa, sua lealdade não é negociável, não contará a ninguém o que viu, eu sou cruel com meus inimigos, não vai querer ser um deles.

Apenas respire.

Respire Mary, feche os olhos e respire.

Tarde demais.

Foi tudo muito rápido, em um momento eu estava encarando Bruce Stevenson completamente nu a minha frente, e no outro a escuridão me envolveu, sim, eu havia desmaiado de modo patético.

Quando acordei havia uma conversa no quarto, abri os olhos com dificuldade, minhas pálpebras estavam muito pesadas, vi o senhor Stevenson parado, agora vestido com uma calça jeans preta sem camisa, conversando com um homem bem menor que ele, de cabelos grisalhos e jaleco branco.

— Ela acordou. — anunciou Stevenson, quando nossos olhares se encontraram.

O homem com ele era o Dr. Peterson, que explicou que minha pressão havia caído muito, provavelmente eu não havia me alimentado direito, e estava certo.

Não havia comido nada o dia todo.

Quando o Dr. nos deixou sozinhos no quarto, eu não tinha a menor coragem de olhar nos olhos daquele homem, mas parecia que ele queria conversar.

— Estou muito indeciso Louise, não sei se desmaiou ao perceber que não estou morrendo ou ao me ver trocar de roupa, se for a segunda opção fico lisonjeado.

— Você me ameaçou. — o lembrei.

Ele me olhou, estava sentado aos pés da enorme cama, ficamos alguns minutos em silêncio, eu não fazia ideia do que se passava em sua mente, quando de repente ele se levantou.

— Foi apenas isso?

Ele semicerrou os olhos, e eu assenti.

Ele respirou fundo e disse:

— Boa noite, esposa.

Stevenson não esperou nenhuma resposta minha, apenas pegou uma camisa e fechou a porta.

Era minha primeira noite na mansão Stevenson.

Pela manhã eu me levantei e tomei um banho, vestindo uma calça jeans e camiseta, enquanto penteava o cabelo ouvi uma batida na porta.

Era um criado que seguindo as ordens do seu patrão me levou ao primeiro andar para seu escritório.

— Está preparada? — perguntou ele, estava sentado em sua poltrona, fumando um charuto, fiquei surpresa que um homem que dizia ter uma doença tão grave estivesse fumando, mas ele era um mentiroso.

Eu o encarei.

— Preparada para que?

— Para fazer o que eu mandar.

Respirei fundo.

O Sr. Stevenson me olhou parecendo curioso, então disse:

— Continue fingindo que estou doente.

— Não sou seus ajudantes, sou sua esposa.

Bruce Stevenson após alguns segundos se aproximou, eu estava em pé parada a sua frente, ele diminuiu a distância entre nós, então de repente senti seus dedos subindo por minhas costas, eu estremeci, e senti ele se inclinar e sussurrar em minha orelha.

— Posso lhe dar outros serviços que condizem com sua condição de esposa, mais prazerosos.

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