Mary esperou em silêncio que ele respondesse...— Não confio em ninguém... — murmurou ele.Ela sabia que havia muito mais por trás disso, o que poderia ter acontecido de tão grave com ele ao ponto desse homem, nem mesmo conseguir pegar no sono ao seu lado? Ela se perguntava.— Não confia ao ponto de ter dificuldade para dormir ao meu lado? O que acha que vou tentar fazer, mata-lo?No instante que disse isso ela se arrependeu.Um silêncio sepulcral recaiu sobre ambos, e Mary sentiu um frio na espinha.Sua intuição lhe dizia que era isso que Bruce pensava...Ela não disse mais nada, mas assim como o homem ao seu lado, também teve dificuldades para dormir...Bruce se levantou cedo, olhou para a mulher ao seu lado e enquanto a observava ela abriu os olhos.Seus olhares se encontraram e naquele segundo seu primeiro pensamento foi:Louise tinha olhos bonitos, mesmo estando inchados devido ao sono, não eram bem seus olhos mas o seu olhar.Ele pigarreou e desviou o olhar.Se levantou e tomou u
Mary sentiu seu coração congelar, quando olhou nos olhos de Nora Stevenson, apenas viu irritação. Ela rapidamente se afastou de Bob, que não parecia nenhum pouco afetado com a presença repentina da outra mulher, já Mary se sentiu exposta. A mulher caminhava de modo altivo, e a olhava nos olhos com uma clara reprovação, quando Mary deu alguns passos e abriu a boca para falar, Nora a cortou. — É isso que faz enquanto Bruce está doente? Mary piscou, incapaz de compreender o que Nora tentava dizer. A mulher olhou de Nora para Bob, que havia se encerrado em um canto na parede, enquanto observava as duas. Foi nesse momento que Mary percebeu chocada a insinuação terrível e descabida daquela mulher autoritária. Mary sentiu seu sangue começar a ferver, enquanto o olhar insinuante e acusatório daquela mulher a fitava. Como ela ousava insinuar que Mary estava fazendo algo errado com Bob Stevenson? Quando até agora ela havia sido completamente inconveniente. Mary sabia que devia
Bruce olhou para a mulher, e quando ele perguntou sobre seu pedido ele imaginou o que ela poderia desejar, para ter mudado de ideia tão rápido. Ele segurou em seu braço, e sentiu o cheiro de seu perfume, então esperou que ela dissesse seu desejo. A mulher virou a cabeça para ele, e puxou seu braço de sua mão. Bruce não a impediu, achava divertido como Louise reagia ao seu toque, não era como a maioria das mulheres. Seus olhos eram de um tom cálido de castanho, seus cabelos embora ele não os tocasse com frequência, sabia que eram sedosos. Ele a viu respirar fundo, então levantou seu olhar para ele: — Eu quero ir ao subúrbio. Bruce franziu o cenho, e abriu e fechou a boca. Sem entender o que ela queria dizer. Ele a olhava com estranheza, porque seria mais plausível que ela pedisse para ir para casa. — Você não deseja ir pra casa? Ver a sua mãe? Louise caminhou pelo quarto, esfregando as mãos uma na outra, estava de costas para Bruce que observava a mulher. — Não.
Mary sentia o cheiro de xampu e sabonete vindo dele, e quando suas mãos tocaram seu corpo ela sentiu uma corrente elétrica por todo o seu corpo. O calor que emanava dele a fez estremecer, suas pernas tocando as dele, e o hálito quente de Bruce em seu rosto. Mary tentou empurrá-lo para longe, mas o homem mantinha suas mãos firmes sobre seu corpo, a mantendo sobre controle. — Negue para mim, que você não me olha. — A voz dele era completamente torturante, baixa e rouca. Um sussurro sensual na escuridão. Ela arfou, quando sentiu seus dedos se movendo sobre sua cintura, alisando o fino tecido de sua blusa. A garota engoliu em seco, e reuniu coragem para falar: — Está tão acostumado com mulheres olhando para você, que realmente acredita que é desejável para todas. Sinto pena de você, Bruce. Ele a puxou para ainda mais perto, até que seus lábios quase se tocaram, ela sentiu o roçar dos lábios dele e se inclinou para trás o máximo que conseguiu. — Seu olhar queima, minha es
Mary acordou cedo, decidida a visitar o orfanato ao qual cresceu para ver como as crianças estavam. Ela se levantou devagar, o sono de Bruce era muito leve. Quando olhou para ele, viu que mesmo dormindo o homem parecia desconfiado. Eles haviam feito um acordo, ela se mudaria permanentemente para o quarto dele e ele realizaria um desejo dela. O desejo de Mary era ir ao subúrbio, algo que ela sabia que o havia confundido um pouco, ainda assim, ele cumpriria a palavra. Após tomar um café na cozinha rapidamente, e conversar com alguns empregados ela deixou a cozinha. Com uma bolsa ao lado do corpo, Mary saiu de casa sob a chuva fina que começava a cair. Infelizmente, agora que era uma Stevenson, ela teria que andar de motorista. Ela entrou no carro preto da família Stevenson e cumprimentou o motorista. Quando seus olhos se encontraram no retrovisor, Mary viu que ele tinha intensos olhos azuis. Para seu azar, não era o motorista da mansão Stevenson. — Bom dia, esposa. — disse Bruc
Mary viu as crianças se aproximarem todas eufóricas com sua visita. A garota abraçou fortemente as crianças, e as beijou no rosto, ciente de que o homem atrás de si era muito perspicaz para deixar aquilo passar. Ela então aproveitou para olhar nos olhos delas, e as abraçar. Mary sentiu um nó se formar em sua garganta, quando ela levantou seu olhar para a diretora do orfanato, rapidamente ela compreendeu que devia tirar as crianças dali. Ela não podia demosntrar qualquer fraqueza com aquele homem a observando. Ela observou enquanto a senhora levava as crianças para o interior da grande casa, e antes de se virar para o homem atrás dela o ouviu pronunciar: — Mary? Ela respirou fundo, e se virou para o homem. Bruce estava de braços cruzados, e sua expressão era completamente diferente da que ela estava esperando. Para começar, seu olhar azul não estava nenhum pouco feroz. Sua expressão não era de surpresa, ele parecia apenas... curioso. — Meu verdadeiro nome é Mary Stewart
Alguns dias depois. Mary caminhava de um lado para o outro no quarto, sentindo seu coração acelerar a cada minuto que passava. Ela estava ansiosa para saber se Bruce havia encontrado alguma informação sobre o desabamento do orfanato. Enquanto esperava, a mulher roía as unhas, tentando controlar sua agitação. Já passava das dez da noite. Finalmente, a porta se abriu e Mary se deparou com aqueles olhos azuis intensos que pareciam atravessá-la. Bruce fechou a pesada porta atrás de si e caminhou lentamente em direção à mesinha de mogno em um canto do quarto. Ele trazia consigo um envelope pardo e o colocou com cuidado na mesa. Mary observou cada movimento dele com expectativa. Bruce se virou para Mary, que estava parada no mesmo lugar, e apontou para o envelope. Mary correu até lá e abriu o envelope com as mãos trêmulas, vendo as fotos do telhado do orfanato, a parte do refeitório e das salas novas de ensino. Ela leu todo o conteúdo do envelope e percebeu que dias antes do desabament
Ela engoliu em seco, sentindo o peso do silêncio se estender entre eles. Seus olhos se fixaram em sua bolsa, enquanto sua mente trabalhava para processar o que acabara de acontecer. Lentamente, ela voltou seu olhar para ele e perguntou, com a voz trêmula: — Isso é uma ameaça do seu tio? Bruce rasgou o papel com um gesto brusco e suspirou pesadamente. Mary percebeu que ele parecia cansado e preocupado, como se já tivesse enfrentado situações semelhantes antes. Quando seus olhares se encontraram, ela viu que mais uma vez ele não estava surpreso. — Receio que preciso levá-la em um lugar. — Em qual lugar? — perguntou. O homem encarou a mulher, e respondeu: — Vai ter que confiar em mim, Mary. Novamente ele pedia aquilo, e ela já começava a ficar tensa com sua insistência. — Confiança se conquista. — Esclareceu. Bruce diminuiu a distância entre eles, e seus rostos ficaram a centímetros um do outro, ela conseguia sentir seu hálito quente sobre sua face. — Apenas me siga em silen