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Ela engoliu em seco, sentindo o peso do silêncio se estender entre eles. Seus olhos se fixaram em sua bolsa, enquanto sua mente trabalhava para processar o que acabara de acontecer. Lentamente, ela voltou seu olhar para ele e perguntou, com a voz trêmula: — Isso é uma ameaça do seu tio? Bruce rasgou o papel com um gesto brusco e suspirou pesadamente. Mary percebeu que ele parecia cansado e preocupado, como se já tivesse enfrentado situações semelhantes antes. Quando seus olhares se encontraram, ela viu que mais uma vez ele não estava surpreso. — Receio que preciso levá-la em um lugar. — Em qual lugar? — perguntou. O homem encarou a mulher, e respondeu: — Vai ter que confiar em mim, Mary. Novamente ele pedia aquilo, e ela já começava a ficar tensa com sua insistência. — Confiança se conquista. — Esclareceu. Bruce diminuiu a distância entre eles, e seus rostos ficaram a centímetros um do outro, ela conseguia sentir seu hálito quente sobre sua face. — Apenas me siga em silen
Mary ficou perplexa diante das palavras de Bruce, tentando entender o que ele queria dizer com "mortes prematuras". Ela olhou novamente para as fotos em preto e branco, tentando encontrar alguma pista ou conexão entre elas. As imagens retratavam pessoas aparentemente felizes e saudáveis, mas Bruce dizia que haviam morrido muito jovens. Enquanto processava as informações, Mary começou a considerar a possibilidade de que o mistério em torno das mortes prematuras pudesse estar relacionado à resistência da mãe da verdadeira Louise de permitir que a mesma se casasse com Bruce. Será que a Sra. Willians conhecia os segredos obscuros da família de Bruce? Essa ideia fez Mary arrepiar-se, mas ela não conseguia tirar os olhos das fotos e do olhar de Bruce sobre ela. O homem a encarava com os olhos semicerrados, seu olhar era intenso como os de um falcão, observando cada reação sua. Como se ele a estivesse lendo naquele momento. — Você já deve estar compreendendo a razão da famí
Mary respirou fundo. Ela não conseguia dormir direito, ainda se sentia estranha de dormir tão perto de um homem. Mas tudo que Bruce falara sobre sua família estava martelando em sua mente, a imagem das fotos de todas aquelas pessoas mortas prematuramente, e o fato de Bruce ser tão implacável a deixava tensa. Como pudera se meter naquela situação? Ela olhou para o relógio na parede, marcava duas da manhã. Bruce estava deitado imóvel de barriga pra cima, ele não fazia nenhum som, como se estivesse em um sono profundo. A garota se virou com cuidado, e observou o homem de perfil na meia luz do quarto. Seu rosto de perfil era espetacular, um queixo forte e quadrado, um nariz aquilino e majestoso, sua testa era larga e suas sobrancelhas espessas. O cabelo negro era grosso e sedoso. Ao menos, ela acreditava que era sedoso, não se lembrava de já o ter tocado... Ela suspirou, observando-o por mais um tempo. Gradualmente, quanto mais o observava, mais sentia-se inclinada a se
Mary congelou completamente diante da pergunta ousada de Bruce. O homem estava agora totalmente voltado para ela, e a garota não sabia o que devia responder. Ficará tão óbvio assim? Ela engoliu em seco, é claro que isso era óbvio para ele. Bruce parecia ser um homem muito experiente... — Está tarde. — disse ela se virou, ficando de costas para ele. Ela fechou os olhos com força, esperando que ele desistisse daquela pergunta idiota e fosse dormir. De repente, Bruce murmurou: — O seu beijo é doce. Ela puxou as cobertas, se cobrindo até o pescoço. Seu coração parecia que ia explodir em seu peito, de tão forte que batia. — E você beija muito mal. — respondeu ela. Ela o ouviu gargalhar, e de modo inevitável ela também riu. O som da risada de Bruce era completamente contagiante. Alguns segundos depois, ambos pararam de rir e o quarto caiu no silencio. Ela respirou fundo, e demorou para cair no sono. O beijo de Bruce ainda queimava em seus lábios... O homem n
Mary acordou envolvida pelos ecos suaves de vozes masculinas que dançavam no ar distante. Suas pálpebras, ainda pesadas de sono, lutavam para se abrir, enquanto sua boca implorava por uma gota de umidade. Gradualmente, sua mente começou a discernir uma das vozes, uma melodia familiar que flutuava em direção a ela. Era a voz de Bruce. Lentamente ela abriu os olhos. A sua frente, junto a uma pequena mesinha, encontrava-se o mesmo doutor que a atendeu na noite de núpcias, quando ela havia desmaiado. Sua presença ali trouxe à tona memórias nebulosas e fragmentadas daquela noite. A mente de Mary se esforçou para relembrar os detalhes, enquanto seus olhos buscavam capturar cada movimento e gesto. O médico parecia imerso em uma conversa séria com Bruce, que, por sua vez, exibia uma expressão de preocupação e inquietação. Mary captou apenas fragmentos das palavras trocadas entre eles, mas era evidente que o médico estava fornecendo orientações e recomendações ao seu amado esposo. Foi n
Bruce pegou o elegante telefone de seu escritório e discou o número com uma determinação palpável. Mal esperou que o homem do outro lado da linha atendesse antes de proferir suas palavras com urgência e precisão: — Doutor Peterson, é essencial que todo o meu histórico médico seja apagado de seus registros. Enviarei meu assistente para coletar qualquer documento físico que ainda não tenha sido digitalizado em seu sistema. — Com um gesto decidido, Bruce colocou o telefone com cuidado sobre a imponente mesa de mogno e dirigiu-se ao minibar que adornava sua sala luxuosa. Enquanto servia-se de mais um copo de Whisky, lançou um olhar sério em direção a Elliot, que o observava com atenção. — Preciso que você vá até o consultório agora, e garanta que o doutor não cometerá o erro de deixar algo para trás. Apenas você pode fazer isso Elliot, não confio em mais ninguém. — disse Bruce. Sentindo-se envolvido pela confiança das palavras de Bruce, Elliot mal pôde conter sua ansiedade ao rec
Mary havia conseguido pegar uma das chaves dos carros luxuosos de Bruce, a tempo de seguir o homem. Graças ao seu status de esposa do "mestre Bruce", os empregados da mansão estavam ansiosos para agradá-la. Ela sabia que havia algo perigoso acontecendo e decidiu agir, confiando em seu instinto e determinação. Com o carro de Bruce, um elegante sedã negro, ela seguiu o homem a uma distância segura. Ela se certificou de ser discreta, sabendo que qualquer movimento suspeito poderia alertar o homem sobre sua presença. “Para onde ele ia com tanta pressa, afinal?” Enquanto seguia o homem, a mente de Mary estava cheia de perguntas e preocupações. O vento noturno acariciava seu rosto através da janela aberta, proporcionando uma sensação de liberdade e adrenalina. Mary sabia que não podia ficar no escuro em relação ao que acontecia com seu marido, sendo ele falso ou não. Enquanto observava o carro à frente, Mary notou que Bruce parecia inquieto e agitado. Seus movimentos eram rápidos e hes
Bob, o chefe de segurança de Bruce Stevenson, agiu rapidamente assim que percebeu a fuga dos bandidos da clínica. Cercando a área, ele despachou uma equipe de homens altamente treinados para perseguir os criminosos e garantir a segurança do local. Enquanto isso, os leais membros da equipe de Bruce adentraram a clínica em busca do seu mestre. No depósito, Mary sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao se deparar com a terrível visão de Elliot, amarrado a uma cadeira, quase inconsciente. Horrorizada com o estado dele, ela não pôde evitar as imagens angustiantes que se formavam em sua mente, imaginando o que poderiam ter feito a Bruce. Enquanto a pergunta permanecia sem resposta, Mary decidiu focar em ajudar Elliot, deixando suas preocupações para depois. Ignorando a inquietação que pairava no ar, ela se aproximou dele com determinação, pronta para libertá-lo das amarras. Com mãos rápidas e firmes, Mary começou a desamarrar os nós apertados, fazendo o possível para garantir sua segur