Capítulo 6

Não conseguia respirar corretamente, sentia-o tão perto de mim que era possível sentir seu hálito quente em meu pescoço, todo o meu corpo vibrava, porque pela primeira vez na vida, estava sentindo uma sensação completamente oposta a que sentia quando era a bordada nas raras vezes que  saía para festas com Susana.

Eu engoli em seco quando ele correu os dedos levemente por meu pescoço, seu toque era tão suave que enviou arrepios por todo o meu corpo.

— Diga-me esposa, deseja que eu a reconheça como minha esposa de modo mais... Enérgico?

Sua voz era rouca, e devo dizer, carregada de algo muito profundo e sugestivo que eu não sabia bem o que era, mas meu corpo parecia saber, estando respondendo aqueles estímulos tão vivamente. 

— Diga-me Louise, o que deseja que eu faça com você hoje?

O nome proferido por ele me fez voltar a realidade, a realidade de que eu não era a mulher que ele acreditava que eu fosse, eu não era a bela e educada Louise Willians, vinda de uma família rica, eu era uma órfã que o estava enganando.

Consegui reunir forças para me afastar de seu toque tão alucinante, quando me virei para ele nossos rostos ficaram a centímetros um do outro, e aquilo pareceu durar uma eternidade, Bruce Stevenson tinha um olhar azul hipnótico, completamente devastador.

— Porque fingi estar doente? — perguntei.

Vi uma certa decepção nos olhos dele, algo que durou apenas alguns segundos, e rapidamente ele o afastou, dando lugar a um outro olhar.

Um olhar de expectativa.

Ele passou as mãos nos cabelos, e vi um sorriso nascer em seus lábios.

— Porque me chama de senhor Stevenson?

— Não o conheço bem, devo chama-lo como seus ajudantes? Mestre Stevenson?

Ele riu, e vi como o som de usa risada era agradável aos ouvidos.

Ele se aproximou ainda mais e segurou em meus ombros, seu olhar fixo no meu, então disse.

— Não me conhece bem o suficiente para me chamar pelo primeiro nome, mas o suficiente para se casar comigo? realmente o dinheiro move o mundo, e as mulheres pelo o que posso ver.

Eu não sabia o que estava fazendo até fazer, algo se apoderou de mim, talvez tenha sido meu orgulho, mas era claro para mim que Bruce Stevenson acreditava que seu dinheiro era o centro do mundo, e que eu não passava de um produto que ele comprou.

Eu desferi um tapa contra ele, e vários segundos se passaram enquanto eu aguardava que ele devolvesse minha violência, contudo, ele retirou a mão do rosto e em tom indignado disse.

— Batendo em um homem doente, você é cruel mocinha.

Fiquei paralisada enquanto o via caminhar tranquilamente pela sala, até um mini bar em seu escritório e servir a si mesmo uma bebida, pelo o que parecia meu tapa de nada o afetara.

Enquanto eu estava com o coração batendo descompassado, com as mãos tremendo e suando.

— Quer uma bebida? Você parece um pouco nervosa.

Ele estava brincando comigo, Bruce Stevenson sabia que eu estava nervosa e estava brincando comigo, eu o olhei e percebi que ele era um homem cujo o qual eu não gostaria de estar casada.

Mas não entraria em seu jogo.

— Não bebo, Bruce.

Ele levantou uma sobrancelha quando eu disse seu nome, então antes que pudesse dizer algo uma batida na porta nos interrompeu.

Era seu mordomo, que anunciou:

— O Sr. Valentine está aqui Mestre Stevenson.

Vi a expressão de Bruce mudar completamente, imediatamente mudou sua postura e deixou sua bebida de lado, então se encaminhou até a porta, antes de passar por ela segurou em meu braço.

— Me espere aqui, entendeu?

Assenti, sem entender sua expressão tão séria.

Ele bateu a porta e eu fiquei sozinha em seu escritório, ainda desnorteada com sua ousadia em me tocar, e como meu tapa não o havia afetado de nenhuma maneira, caminhei pela sala com meu coração ainda batendo forte, pensando se conseguiria lidar com tudo aquilo, não sei quanto tempo fiquei em estado pensativo, só sei que tomei um susto quando Bruce abriu a porta de volta ao escritório.

Estava usando um roupão azul, e sua expressão estava pálida, como a de seu ajudante ontem.

— Então essa é a noiva comprada? Esperava algo mais impressionante já que está com seu estado de saúde tão precário.

Eu me virei imediatamente em direção a voz presunçosa e orgulhosa do homem ao lado de Bruce, ele não era tão alto quanto Bruce, mas não era baixo, tinha ombros largos e era mais magro que o outro, seus cabelos eram de um tom escuro e cortados bem curtos, vestia um sobretudo negro, e seu olhar era avaliador, estava me avaliando como se eu fosse uma égua recém comprada, e eu o odiei de imediato.

— Talvez a sua mente esteja sendo afetada com sua doença, irmão. — insistiu ele.

— Palavras interessantes vindas de alguém cujo o rosto não se incita a olhar mais que uma vez, e quando se é olhado, é uma imagem que, sem sombra de dúvidas eu desejo esquecer.

Quando aquelas palavras saíram da minha boca eu me arrependi, a expressão daquele homem se tornou transtornada, não ficara achando divertido como Bruce certamente estava achando, pelo contrário, eu havia ferido seu ego.

— Você acabou de me chamar de feio?

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