Não conseguia respirar corretamente, sentia-o tão perto de mim que era possível sentir seu hálito quente em meu pescoço, todo o meu corpo vibrava, porque pela primeira vez na vida, estava sentindo uma sensação completamente oposta a que sentia quando era a bordada nas raras vezes que saía para festas com Susana.
Eu engoli em seco quando ele correu os dedos levemente por meu pescoço, seu toque era tão suave que enviou arrepios por todo o meu corpo.— Diga-me esposa, deseja que eu a reconheça como minha esposa de modo mais... Enérgico?Sua voz era rouca, e devo dizer, carregada de algo muito profundo e sugestivo que eu não sabia bem o que era, mas meu corpo parecia saber, estando respondendo aqueles estímulos tão vivamente. — Diga-me Louise, o que deseja que eu faça com você hoje?O nome proferido por ele me fez voltar a realidade, a realidade de que eu não era a mulher que ele acreditava que eu fosse, eu não era a bela e educada Louise Willians, vinda de uma família rica, eu era uma órfã que o estava enganando.Consegui reunir forças para me afastar de seu toque tão alucinante, quando me virei para ele nossos rostos ficaram a centímetros um do outro, e aquilo pareceu durar uma eternidade, Bruce Stevenson tinha um olhar azul hipnótico, completamente devastador.— Porque fingi estar doente? — perguntei.Vi uma certa decepção nos olhos dele, algo que durou apenas alguns segundos, e rapidamente ele o afastou, dando lugar a um outro olhar.Um olhar de expectativa.Ele passou as mãos nos cabelos, e vi um sorriso nascer em seus lábios.— Porque me chama de senhor Stevenson?— Não o conheço bem, devo chama-lo como seus ajudantes? Mestre Stevenson?Ele riu, e vi como o som de usa risada era agradável aos ouvidos.Ele se aproximou ainda mais e segurou em meus ombros, seu olhar fixo no meu, então disse.— Não me conhece bem o suficiente para me chamar pelo primeiro nome, mas o suficiente para se casar comigo? realmente o dinheiro move o mundo, e as mulheres pelo o que posso ver.Eu não sabia o que estava fazendo até fazer, algo se apoderou de mim, talvez tenha sido meu orgulho, mas era claro para mim que Bruce Stevenson acreditava que seu dinheiro era o centro do mundo, e que eu não passava de um produto que ele comprou.Eu desferi um tapa contra ele, e vários segundos se passaram enquanto eu aguardava que ele devolvesse minha violência, contudo, ele retirou a mão do rosto e em tom indignado disse.— Batendo em um homem doente, você é cruel mocinha.Fiquei paralisada enquanto o via caminhar tranquilamente pela sala, até um mini bar em seu escritório e servir a si mesmo uma bebida, pelo o que parecia meu tapa de nada o afetara.Enquanto eu estava com o coração batendo descompassado, com as mãos tremendo e suando.— Quer uma bebida? Você parece um pouco nervosa.Ele estava brincando comigo, Bruce Stevenson sabia que eu estava nervosa e estava brincando comigo, eu o olhei e percebi que ele era um homem cujo o qual eu não gostaria de estar casada.Mas não entraria em seu jogo.— Não bebo, Bruce.Ele levantou uma sobrancelha quando eu disse seu nome, então antes que pudesse dizer algo uma batida na porta nos interrompeu.Era seu mordomo, que anunciou:— O Sr. Valentine está aqui Mestre Stevenson.Vi a expressão de Bruce mudar completamente, imediatamente mudou sua postura e deixou sua bebida de lado, então se encaminhou até a porta, antes de passar por ela segurou em meu braço.— Me espere aqui, entendeu?Assenti, sem entender sua expressão tão séria.Ele bateu a porta e eu fiquei sozinha em seu escritório, ainda desnorteada com sua ousadia em me tocar, e como meu tapa não o havia afetado de nenhuma maneira, caminhei pela sala com meu coração ainda batendo forte, pensando se conseguiria lidar com tudo aquilo, não sei quanto tempo fiquei em estado pensativo, só sei que tomei um susto quando Bruce abriu a porta de volta ao escritório.Estava usando um roupão azul, e sua expressão estava pálida, como a de seu ajudante ontem.— Então essa é a noiva comprada? Esperava algo mais impressionante já que está com seu estado de saúde tão precário.Eu me virei imediatamente em direção a voz presunçosa e orgulhosa do homem ao lado de Bruce, ele não era tão alto quanto Bruce, mas não era baixo, tinha ombros largos e era mais magro que o outro, seus cabelos eram de um tom escuro e cortados bem curtos, vestia um sobretudo negro, e seu olhar era avaliador, estava me avaliando como se eu fosse uma égua recém comprada, e eu o odiei de imediato.— Talvez a sua mente esteja sendo afetada com sua doença, irmão. — insistiu ele.— Palavras interessantes vindas de alguém cujo o rosto não se incita a olhar mais que uma vez, e quando se é olhado, é uma imagem que, sem sombra de dúvidas eu desejo esquecer.Quando aquelas palavras saíram da minha boca eu me arrependi, a expressão daquele homem se tornou transtornada, não ficara achando divertido como Bruce certamente estava achando, pelo contrário, eu havia ferido seu ego.— Você acabou de me chamar de feio?Idiota riquinho.Era essa a palavra.Ele havia me insultado e tinha a audácia em ficar surpreso que eu o insultasse de volta, mas já que eu já havia dito o que disse, resolvi manter minha postura.— Não disse isso, apenas que seu rosto não tem nada de atrativo.Ele me encarou, enquanto Bruce sorria, parecendo que eu havia acabado de contar uma piada muito divertida, o que aquele outro homem não achava. — Você sabe quem eu sou, garota?Suspirei, fingindo estar entediada.— O presidente?Ele bufou e caminhou a passos largos em minha direção.Não recuei. — Sou Valentine Ward, primo do seu marido, devia me tratar com mais carinho.Ele falava olhando nos meus olhos e não gostei da forma ousada como se aproximou, felizmente eu era uma órfã, então estufei o peito e disse.— Eu guardo o carinho para quem merece.Infelizmente o meu gesto de demonstrar força saiu pela culatra, Valentine desceu seu olhar na mesma hora para meus seios, como se eu, imagine só, o estivesse seduzindo.Foi nesse m
Bruce sorriu ao reparar na expressão de Louise, que sorria enquanto dormia.Ele colocou os dedos na mesa, e tamborilou de leve na Madeira de mogno, o suficiente para que ela despertasse com a visão dele, tão próximo dela.Ele a vê gritar assustada com ele, e com razão, Bruce estava pálido com o disfarce de doente, quando ele não recuou ela se levantou e a porta se abriu, um dos empregados, George encontra o olhar de Bruce, e sem dizer uma palavra fecha a porta em seguida.Mary suspira, entendo seu disfarce de doente e grita por George.— George por favor pode me trazer um lanche? Estou aqui há horas! Bruce apenas a observa, em pé olhando para a porta na esperança de George retornar, quando o empregado não aparece Bruce intervém.— George!Imediatamente a porta se abre, e o jovem de cabelos castanhos e sardas no rosto reaparece.— Sim mestre Stevenson. — Peça para que sirvam o jantar irei daqui alguns minutos com a Sra. Stevenson. Enquanto fala, ele não olha para George, seu olhar
Mary evitou olhar para Bruce por alguns segundos, enquanto o homem aguardava sua resposta, ela amaldiçoou a Sra. Willians por ter esquecido de mencionar um detalhe tão específico como aquele, ela teria que improvisar.Ela sorriu, e suavemente levantou o olhar para Bruce e esclareceu:— É isso que eu desejo que pensem senhor Bruce, as pessoas sempre buscam uma fraqueza que possam explorar, eu apenas forneci uma fraqueza falsa, para minha própria proteção.Bruce a olhou chocado com sua sagacidade.— Você tem muitos inimigos, Louise?Ele perguntou enquanto bebia seu vinho. Seu olhar azul era intenso como se estivesse a queimando, e ela suspirou, tentando controlar seus batimentos.Bruce possuía aquele estranho efeito em seu corpo, e sabia que aquilo não era somente pelo medo de ser descoberta como uma impostora.Bruce e seu olhar de diamante a deixavam nervosa, fazendo suas pernas estremecerem.Ela tomou um pouco de água e respondeu:— Todos temos.Bruce assentiu, e ela observou enquanto
Bruce ficou surpreso quando Louise bateu a porta em sua cara.As palavras dela silenciaram uma suspeita que germinava em sua mente, devido as suas atitudes anteriores, sabia que pela ficha de informações sobre ela, mesmo já tendo tido um namorado ela não se entregaria fácil.Bruce sorriu e tocou a de leve a madeira, então inclinou a cabeça de lado e ouviu a respiração arrastada de Louise.Ele sorriu mais, ao saber que a havia deixado nervosa...Bruce se afastou e voltou para o seu quarto, pensando que talvez suas suspeitas fossem inválidas.Na manhã seguinte enquanto Bruce se vestia, surgiu uma batida na porta de seu quarto, só poderia ser Eliot, porque estava batendo em código Morse.Em sua mensagem dizia que havia alguém com ele.Ele o chamou, mas Bruce estava doente demais e lhe deu uma tosse em resposta, isso lhe daria tempo.Como Bruce fingia estar doente, mesmo que trancasse seu quarto seus empregados de confiança tinha a cópia da chave, para caso ele não conseguisse abrir. Bru
Mary esperou em silêncio que ele respondesse...— Não confio em ninguém... — murmurou ele.Ela sabia que havia muito mais por trás disso, o que poderia ter acontecido de tão grave com ele ao ponto desse homem, nem mesmo conseguir pegar no sono ao seu lado? Ela se perguntava.— Não confia ao ponto de ter dificuldade para dormir ao meu lado? O que acha que vou tentar fazer, mata-lo?No instante que disse isso ela se arrependeu.Um silêncio sepulcral recaiu sobre ambos, e Mary sentiu um frio na espinha.Sua intuição lhe dizia que era isso que Bruce pensava...Ela não disse mais nada, mas assim como o homem ao seu lado, também teve dificuldades para dormir...Bruce se levantou cedo, olhou para a mulher ao seu lado e enquanto a observava ela abriu os olhos.Seus olhares se encontraram e naquele segundo seu primeiro pensamento foi:Louise tinha olhos bonitos, mesmo estando inchados devido ao sono, não eram bem seus olhos mas o seu olhar.Ele pigarreou e desviou o olhar.Se levantou e tomou u
Mary sentiu seu coração congelar, quando olhou nos olhos de Nora Stevenson, apenas viu irritação. Ela rapidamente se afastou de Bob, que não parecia nenhum pouco afetado com a presença repentina da outra mulher, já Mary se sentiu exposta. A mulher caminhava de modo altivo, e a olhava nos olhos com uma clara reprovação, quando Mary deu alguns passos e abriu a boca para falar, Nora a cortou. — É isso que faz enquanto Bruce está doente? Mary piscou, incapaz de compreender o que Nora tentava dizer. A mulher olhou de Nora para Bob, que havia se encerrado em um canto na parede, enquanto observava as duas. Foi nesse momento que Mary percebeu chocada a insinuação terrível e descabida daquela mulher autoritária. Mary sentiu seu sangue começar a ferver, enquanto o olhar insinuante e acusatório daquela mulher a fitava. Como ela ousava insinuar que Mary estava fazendo algo errado com Bob Stevenson? Quando até agora ela havia sido completamente inconveniente. Mary sabia que devia
Bruce olhou para a mulher, e quando ele perguntou sobre seu pedido ele imaginou o que ela poderia desejar, para ter mudado de ideia tão rápido. Ele segurou em seu braço, e sentiu o cheiro de seu perfume, então esperou que ela dissesse seu desejo. A mulher virou a cabeça para ele, e puxou seu braço de sua mão. Bruce não a impediu, achava divertido como Louise reagia ao seu toque, não era como a maioria das mulheres. Seus olhos eram de um tom cálido de castanho, seus cabelos embora ele não os tocasse com frequência, sabia que eram sedosos. Ele a viu respirar fundo, então levantou seu olhar para ele: — Eu quero ir ao subúrbio. Bruce franziu o cenho, e abriu e fechou a boca. Sem entender o que ela queria dizer. Ele a olhava com estranheza, porque seria mais plausível que ela pedisse para ir para casa. — Você não deseja ir pra casa? Ver a sua mãe? Louise caminhou pelo quarto, esfregando as mãos uma na outra, estava de costas para Bruce que observava a mulher. — Não.
Mary sentia o cheiro de xampu e sabonete vindo dele, e quando suas mãos tocaram seu corpo ela sentiu uma corrente elétrica por todo o seu corpo. O calor que emanava dele a fez estremecer, suas pernas tocando as dele, e o hálito quente de Bruce em seu rosto. Mary tentou empurrá-lo para longe, mas o homem mantinha suas mãos firmes sobre seu corpo, a mantendo sobre controle. — Negue para mim, que você não me olha. — A voz dele era completamente torturante, baixa e rouca. Um sussurro sensual na escuridão. Ela arfou, quando sentiu seus dedos se movendo sobre sua cintura, alisando o fino tecido de sua blusa. A garota engoliu em seco, e reuniu coragem para falar: — Está tão acostumado com mulheres olhando para você, que realmente acredita que é desejável para todas. Sinto pena de você, Bruce. Ele a puxou para ainda mais perto, até que seus lábios quase se tocaram, ela sentiu o roçar dos lábios dele e se inclinou para trás o máximo que conseguiu. — Seu olhar queima, minha es