Hoje postarei mais 4 capítulos porque sairei de férias com a família e devo voltar pras atualizações desse livro só no dia dois. Boas Festas para vocês! <3
Na cozinha do bar Crista do Mar, Margô observava Maria lavando a pilha de copos que tinha recolhido instantes antes. — Porque não vem comigo para a casa que Maximiliano vai comprar? — Margô sugeriu para Maria. — Lógico que terá de trabalhar, fazer a limpeza ou algo assim, mas estará ao meu lado. E ele está muito grato pelo seu auxílio com o que houve... naquele lugar. — Pensarei a respeito — Maria disse sem deixar sua tarefa de lado e não querendo falar sobre como se conheceram. Estava grata pelo dinheiro dado pelo Gonzalez como agradecimento, e o trabalho no Crista do Mar a agradava, por ter maior proteção contra qualquer tentativa de Queiroz ou Tarcísio em sequestra-la de novo. Pensava comprar uma casinha, mas por enquanto, morar ali a agradava. — Com isso também ficará mais protegida — Margô prometeu, alertando para terror de Maria: — Maximiliano me disse que o Salão Real ainda está em funcionamento e Tarcísio está caçando as garotas que fugiram. A porta se abriu, o que fez Mar
Beto retornou apressado ao salão, porém não a tempo de impedir o que acontecia no segundo piso. Ao voltar para o salão foi avisado da conversa entre Margô e Joana, junto com as primeiras e comprometedoras declarações. Tentou ligar para Maximiliano, mas não obteve retorno e suas mensagens apareciam como não lidas. Cristiano, pensando em dar ao grupo privacidade caso Maximiliano fosse para o bar, fechou o estabelecimento e com a ajuda dos amigos retirou os clientes restantes. Preocupados com o quanto Margô sabia, mesmo eles nunca tendo incluído a jovem nas conversas, aguardaram as duas mulheres voltarem ao salão. A primeira a descer foi Margô, que ignorou o chamado de todos do grupo e sumiu pela porta de acesso para a cozinha. Gilberto e Baltasar foram atrás dela, verificar o tamanho do problema que a jovem causou. Lançou um olhar agradecido aos amigos, esperando que Margô tivesse contado somente coisas superficiais, embora Maximiliano fosse ficar uma fera de qualquer forma. Pouco de
Limpando as mesas do salão do Crista do Mar, Maria observava a porta da cozinha, em que quase todos do grupo de Maximiliano Gonzalez cercavam Margô de perguntas e recriminações. O único que ficou de fora era o dono do bar, Cristiano Silva parecia mais interessado em ajudá-la na limpeza do que ficar do lado ou contra Margô. Pelo pouco que escutou, quando Gilberto e Baltasar entraram na cozinha atrás dela, Margô falou algo para Joana que tinha o poder de destruir o casamento de Maximiliano. Pelo clima tenso circulando no bar, tudo indicava que obtivera sucesso em macular o relacionamento do casal. — Foi grave o que Margô fez? — Questionou quando ele começou a colocar as cadeiras em cima de uma mesa próxima. — O suficiente para destruir não só o futuro casamento do capitão, como também movimentações estratégicas dele — respondeu Cristiano com desconforto por parecer crítico a amiga, que enxergava como uma irmã menor. Tinham um passado de pobreza e maltrato semelhantes em muitos pontos,
Precisando de um pouco de ar marítimo para amenizar a aflição que o dominava, no lugar de seguir direto para sua cabana, dirigiu até a praia. Descendo do jipe, caminhou aproveitando o ar fresco do anoitecer acariciando sua pele, os sons do mar acalmando seu coração. Sentou na areia, num ponto em que a água salgada molhava seus pés. Com os olhos perdidos no movimento furioso das águas contra as rochas mais adiante, lamentou a situação em que estava. Aquele dia começou tão bem, cheio de planos e esperança para o futuro... Planos e esperança que incluíam uma mulher apaixonada por outro, pelo filho de sua maior inimiga. Planos e esperança que alimentava enquanto ela desejava outro em seu lugar. “Sempre será meu único amor”. O Gonzalez soltou um resmungo, os dedos passando impacientes pelos fios negros, então, inesperadamente relaxou jogando o corpo para trás, os olhos se perdendo no céu estrelado. O amargor subiu por sua garganta, aglomerando-se como uma bola de canhão. Não adiantava
Uma sensação indefinível fluiu de seu peito, vibrou por cada parte de seu corpo até sair por seus lábios em forma de palavras: — O que significa isso? Estando a horas aguardando a chegada de Maximiliano, Joana ergueu-se da poltrona assim que ouviu o barulho da chave destrancando a porta, correndo para se posicionar ao lado da sua mala bem em frente a entrada. A demora de Maximiliano proporcionou tempo para pensar, repensar e tomar uma direção diante de tudo que escutou nas últimas horas. O silêncio quebrado pelas ondas do mar, a fez pensar nos dias em alto mar, como era mais simples levar sua relação com Maximiliano. Também se lembrando do que sua mãe disse certa vez, sobre os homens poderem fazer o que bem quisessem e as mulheres aceitarem as migalhas que lhes fosse lançada. Não suportaria seguir a vida assim. — É a minha mala, que preencherei com as minhas roupas dependendo do resultado da nossa conversa — ditou o mais firme que conseguia em meio às batidas frenéticas que ecoavam
A frieza da declaração fez o sofrimento atravessando Joana duplicar. Percebeu que era fraca, inútil e insípida para Maximiliano como tantas vezes sua irmã declarou para humilhá-la. Engoliu a seco, mas sustentou um rastro de orgulho ao inclinar-se para pegar a mala. Inesperadamente Maximiliano cobriu sua mão com a dele, fechando os dedos em volta e a movendo para longe da mala, impedindo-a de prosseguir. Maximiliano se aproximou ainda mais, levando suas mãos unidas até o próprio peito, na altura do coração. — Eu te amo, Joana, mais do que achei ser possível. Não quero que vá, mas não posso deixar Kassandra impune — explicou terno, atingido pelo medo de perdê-la sem expor todos os seus motivos. — Essa mulher, que você tem tanta consideração, matou minha família, me perseguiu durante anos e só está mansa nesse momento para proteger o filho. — Está pensando com ódio e teorias maldosas — retrucou, mesmo incerta, pois até sua mãe parecia acreditar nas teorias. Mas precisava afastar aque
Os raios de sol atravessavam a cortina fina da janela do quarto, os filetes deslizando até o casal abraçado na cama, fazendo Maximiliano observar fascinado o contraste contra a face acetinada a poucos centímetros da sua. Afastou uma mecha que caia sobre as pestanas longas e grossas, bonitas como cada detalhe de sua noiva. Beijou de leve a ponta do nariz arredondado, deslizando o seu por ele e pela bochecha macia. Ela tinha demorado a dormir, ainda impactada por tudo que descobriu dos parentes, fazendo perguntas, mas sem insistir em justificativas ou procurar desculpas para o comportamento da madrinha como fazia antes. Seus carinhos a acordou, os olhos piscando alguns segundos até as brilhantes e bonitas íris azuladas focarem os orbes negros. Em silêncio, Joana tratava de conter os latidos de seu coração ao vislumbrar o noivo sorrir charmoso. — Bom dia...! — Joana soltou rouca pelo sono recente. — É sempre bom ao seu lado. Ele puxou para perto, envolvendo a cintura dela com um br
Depois de um jantar silencioso na casa dos Savoia, algo raro quando se tratava de estar no mesmo ambiente de Dalila, Carmem se retirou sem esperança do marido retornar a casa. No entanto, ele retornou, cheirando a álcool, cigarros e perfume barato. Mesmo enojada, Carmem cedeu às vontades do marido, agradecendo quando ele dormiu em seguida, a deixando em paz o restante da noite e a manhã. Desceu para encontrar a filha mais nova na mesa do café. O mutismo e a carranca na face da jovem não eram normais. Temia o significado disso. Dalila nunca foi do tipo reservada, mas estava evidentemente maquinando uma das suas. Uma fonte constante de preocupação para a matriarca Savoia. Seu marido entrou na sala de jantar com a expressão aborrecida, como sempre desde que Joana noivou com Maximiliano. Observou que estava de banho tomado. — Vai trabalhar? — Não. Prefiro continuar fugindo. — Fugindo? — A quem tenta enganar? É o que me restou fazer e, embora odeie isso, é melhor que andar de cabeça